quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pedágio é “programa social” dos tucanos: transfere renda dos mais pobres para os mais ricos

Mercadante defende mudança na forma de cobrança dos pedágios nas estradas paulistas

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Ao participar de um evento na tarde de hoje (07) na favela de Heliópolis, em São Paulo, o candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Aloizio Mercadante, disse que a redução dos preços e a modificação na forma de cobrança dos pedágios nas estradas paulistas estão entre suas propostas de governo.

Segundo ele, a questão dos pedágios passa pela revisão do modelo de concessão estabelecido em contrato com as concessionárias das estradas paulistas. Os contratos mais antigos de concessão variam conforme o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) e os novos, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Mercadante disse ainda que também vai estudar a implantação de um novo sistema de cobrança, que já existe nos países desenvolvidos e onde o usuário só pagaria pelo quilômetro efetivamente rodado. A ideia é acabar com as praças de pedágio, com o sistema passando a funcionar por meio de um chip no caro e a cobrança sendo feita por meio de uma conta do usuário.
“Se pagarmos pelo quilômetro efetivamente rodado, vamos conseguir gerar uma coisa mais equilibrada para a população. Mas as tarifas, de qualquer forma, estão muito abusivas. São as mais altas do mundo”, disse.
O candidato petista ao governo paulista também falou de suas propostas para a área de segurança pública. Entre elas, ade se separar os presos por grau de periculosidade, em quatro níveis: primário, reincidentes não perigosos, perigosos e chefes do crime organizado. Os presos dos dois primeiros níveis seriam estimulados a trabalhar e a se educarem para obterem redução de pena, “para que se tenha uma perspectiva de que o egresso volte para a sociedade sem reincidir no crime”, afirmou.
Ainda sobre a questão do sistema penitenciário, Mercadante também propõe que sejam utilizadas as penas alternativas, com os condenados cumprindo trabalho para a sociedade. “Por exemplo, põe para construir creches, cortar grama. Na Inglaterra, 70% das penas são alternativas. E há estatística mostrando que aqueles que pagam com penas alternativas [a reincidência] é muito menor do que [aqueles] que vão para os presídios e que são aliciados pelos crimes organizados”, disse.
Edição: Aécio Amado
PS do Viomundo: Eu acrescento que os pedágios, da forma que estão implantados hoje em São Paulo, funcionam para transferir renda dos mais pobres para os mais ricos. Todos sabemos que quem paga pedágio para transportar mercadoria repassa o preço para os produtos. Ou seja, no fim das contas quem não tem automóvel e não roda nem um centimetro em uma rodovia pedagiada acaba ajudando a pagar a conta dos que tem automóvel e rodam nas rodovias.

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