sábado, 18 de outubro de 2014

A mentira do PSDB sobre a inflação no período de FHC

A mentira do PSDB sobre a inflação no período de FHC. Em janeiro de 1995, quando houve a posse de FHC, a inflação foi mantida em 1,7%. FHC recebeu de Itamar Franco uma inflação moderada e não uma inflação anual superior a 900% como afirma o PSDB.


Por João Sicsú - 12/10/2014 - Revista Forum

Leia o post do PSDB na foto e VEJA a mentira e a manipulação grosseira dos números.

Fernando Henrique Cardoso tomou posse em 1º de janeiro de 1995. A inflação caiu em julho de 1994, durante o governo de Itamar Franco. A nova moeda, o real, teve início em 1º de julho. Aqui foi o momento de queda da inflação. Observe a tabela com as taxas de inflação referentes a 1994, em variação %.
● Janeiro: 41,3
● Fevereiro: 40,3
● Março: 42,8
● Abril: 42,7
● Maio: 44
● Junho: 47,5
☆ Julho: 6,8
☆ Agosto: 1,9
☆ Setembro: 1,5
☆ Outubro: 2,6
☆ Novembro: 2,8
☆ Dezembro: 1.71
A MENTIRA
Em janeiro de 1995, quando houve a posse de FHC, a inflação foi mantida em 1,7%. FHC recebeu de Itamar Franco uma inflação moderada e não uma inflação anual superior a 900% como afirma o PSDB. Basta olhar os números da tabela para se ter a certeza que não existem os tais 900%. AQUI ESTÁ A MENTIRA.
A TENTATIVA DE MANIPULAÇÃO
Só é possível encontrar o número sugerido pelo PSDB se somarmos a inflação de janeiro a dezembro de 1994, mas não foi exatamente isto que foi herdado. A herança foi a inflação de julho a dezembro de 1994. Houve uma mudança estrutural durante o ano de 1994. FHC herdou a inflação com o Plano Real já implantado. Não podemos somar laranjas com bananas (não podemos somar a inflação antes e depois do Plano Real). AQUI ESTÁ A MANIPULAÇÃO GROSSEIRA.
OS DEMAIS NÚMEROS SÃO CORRETOS
FHC entregou para Lula uma inflação superior a 12,5% e que estourou a meta limite em 2001 e 2002. Nos governos de Lula e Dilma, a inflação voltou para a meta e aí está desde 2004.
Armínio Fraga é o ex-presidente do Banco Central campeão de juros altos: 45% ao ano. Ele foi presidente do BC durante o 2º governo de FHC, de 1999 a 2002.

Inflação: moderada e sob controle ou alta e descontrolada?
Por João Sicsú 09/10/2014 - Revista Forum

A discussão sobre as causas e efeitos da inflação tem sido muito rebaixada. Usa-se qualquer rótulo para classificar a inflação.  Não há compromisso com os fatos, despreza-se a coerência e faz-se o culto à superficialidade.

A inflação no Brasil não é alta. A inflação média dos últimos oito anos (2006-2013) foi de 5,2%. Nesse período, a menor taxa anual foi 3,1% e a maior foi 6,5%. Inflação alta era antes do Plano Real, lançado em 1994, quando o presidente era Itamar Franco.
Sejamos intelectualmente honestos, inflação alta existia quando a causa da inflação era a própria inflação. Quando os preços aumentavam hoje porque tinham aumentado ontem. Havia uma corrida de diferentes preços e salários para evitar perdas. Havia uma corrida descontrolada de preços, não havia previsibilidade, os contratos eram frágeis e a inflação era superior a 80% ao mês. Hoje, a inflação mensal é quase sempre inferior a 0,5%.
De 1994 para cá, temos tido taxas moderadas de inflação.  As causas são pontuais. No contexto de inflação moderada, há causas específicas, por exemplo, a alta dos alimentos ou uma desvalorização cambial. Após o Plano Real, ingressamos num regime de taxas moderadas, horas mais elevadas, horas mais baixas – mas a trajetória sempre foi de uma inflação moderada. Existe previsibilidade, os contratos não são abalados por conta de altas taxas inflacionárias. Devedor e credor podem assinar contratos com segurança.
Por motivos eleitorais, tucanos lançam o ataque: “a inflação é alta e descontrolada”.  Não querem debate de ideias. Chamam para o Fla-Flu. Então devemos mostrar o placar. Vamos à comparação numérica entre os 8 anos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e as administrações do PT (2003-hoje).
Está superada a discussão se a inflação é moderada ou alta: de 1995 aos dias de hoje é moderada. A média da inflação no governo Dilma foi de 6,1% ao ano. No mesmo período, a inflação nos Brics foi de 6,3%. Mas, no Brasil o efeito da inflação tem sido neutralizado já que os reajustes dos rendimentos do trabalho e do salário mínimo desde 2003 aos dias de hoje têm sido maiores que a inflação. Isso é fato reconhecido pelos tucanos. Mas como não prestam atenção nos trabalhadores, mas somente nos negócios, dizem que essa dinâmica retira competitividade das empresas. Em outras palavras, reduz os lucros – pelo simples fato que salários reais estão aumentando.
Está ultrapassada, também, a discussão se há descontrole ou não: desde 1994, quando foi quebrado o regime de alta inflação, temos inflação sob controle. Resta a discussão: quem obteve melhores resultados em termos de taxas e custos sociais dentro desta situação consagrada de inflação moderada e sob controle que já dura 20 anos.
Vamos aos números. São, flagrantemente, favoráveis às administrações do Partido dos Trabalhadores. A inflação média nos governos tucanos foi de 9,25%. É importante apontar a causa. Sofríamos constantemente de choques cambiais que contaminavam todos os preços da economia. O câmbio disparava. Não tínhamos reservas em dólares para vacinar os choques cambiais, éramos um país com uma alta vulnerabilidade externa. Nossas reservas eram 10 vezes menores do que são hoje.

Sem reservas, os governos tucanos elevavam juros e cortavam gastos para conter a inflação matando toda economia. Ainda assim, o câmbio contaminava os preços e havia inflação. Juros eram estratosféricos, o desemprego era alto (superior a 12% ao final de 2002, hoje é 5%). A inflação média durante a gestão de Armínio Fraga (1999 a 2002) à frente do Banco Central foi de 8,8%. O anunciado ministro da Fazenda de Aécio Neves manteve taxas médias de juros próximas a 20% durante quatro anos. É o campeão de taxas de juros elevadas, ele bateu o recorde em 1999 e estabeleceu juros de 45% ao ano. Somente a insensibilidade econômica/social e a afinidade política/ideológica explicam o 45.
Foi Armínio Fraga que introduziu o regime de metas de inflação no Brasil em 1999. Nesse ano, a meta foi atingida, mas o resultado não pode ser comemorado porque a meta foi estabelecida em junho, quando já se sabia a inflação da metade do ano. Nos três anos seguintes, Armínio Fraga estourou a meta em dois, 2001 e 2002. Após ter estourado a meta de 2001, Armínio Fraga em carta (disponível no site do Banco Central) dirigida ao Ministro da Fazenda Pedro Malan, previu uma inflação de 3,7% para 2002. Errou feio. Foi de 12,5%. Bom de previsão não é. Cabe destacar: em 11 anos (2003 a 2013) de administração do regime de metas, apenas em 2003 o governo do PT estourou a meta.
Por último, se chamam a inflação durante o governo Dilma de “alta e descontrolada”, para manter a coerência política – e não técnica, essa já foi desprezada – qual seria o rótulo que usariam para descrever a inflação durante a gestão de Armínio Fraga à frente do Banco Central? Muito alta e estourada???
Armínio Fraga foi indicado para ser Ministro da Fazenda de Aécio Neves. Melhor se for ministro da fazenda de Cláudio.
http://causameespecie.blogspot.com.br/2014/10/a-mentira-do-psdb-sobre-inflacao-no.html

Quem vota em um desqualificado...


Grande parte dos eleitores de Aécio Neves é bem informado. Ou deveria ser, pois pertence à classe média que lê jornais, navega na internet e assiste à televisão. Ocorre que seu candidato, pela primeira vez em sua longa vida política, está sendo mostrado como verdadeiramente é: moralmente desprezível e administrativamente incompetente.
Quebrada a férrea blindagem midiática que construiu em torno de si, é possível ver que Aécio não passa de um produto de marketing como tantos outros que foram oferecidos ao eleitor brasileiro ao longo dos anos - qualquer semelhança com o "caçador de marajás" não é mera coincidência...
Mas o que leva, então, essa classe média que se pretende bem informada, já sabedora de todas as falcatruas em que seu candidato se meteu, conhecedora de sua personalidade arrogante de playboy mimado, de seu desprezo pelas mulheres e seu apreço pela vida noturna - com todas as suas tentações - a insistir em votar nele?

Longe de ser dono da verdade, arrisco um palpite: acho que quem vota em Aécio se identifica com ele, para o bem ou para o mal. 
Deve achar alguma qualidade e relevar os inúmeros defeitos.
O ódio que tem ao PT e a tudo o que o partido representa, principalmente o fato de ter incluído uma massa de milhões de pobres no mercado de consumo, levando a essas pessoas noções básicas de cidadania, é maior que qualquer coisa.
Tem algo, porém, que aprendi ao longo dos meus 60 anos de vida: se eu apoio as ações de um canalha, eu sou igualmente canalha; se eu ajudo um bandido, sou também um bandido; se eu voto num desqualificado, isso mostra que sou da mesma forma um desqualificado para exercer o meu voto.
Simples assim.
Essas pessoas que se acham bem informadas, intelectualmente acima da massa de "ignorantes" que, segundo eles, trocam seus votos pelo benefício do Bolsa Família, são, para mim, apenas e tão somente cúmplices de um político amoral, sem programa de governo, sem ideias, títere do capital financeiro internacional e dos interesses americanos e de vida pessoal bastante repreensível.
Se acham Aécio o melhor para o Brasil é porque realmente detestam o Brasil.
http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/10/quem-vota-em-um-desqualificado.html

E agora São Paulo? Os paulistas vão punir o estelionato do PSDB?


















Confirmando os anúncios gritados pelos impertinentes ao longo da campanha, está faltando água em todo o estado de São Paulo. Geraldo Alckmin reelegeu-se prometendo que isso não aconteceria. Racionamento era coisa do terrorismo petista.

E agora? A mentira irresponsável do governador já é suficiente para uma reação do eleitorado paulista?  Ou este vai continuar acreditando que a Sabesp não tem nada a ver com a falta de planejamento que levou ao colapso?

Houve um tempo em que até os nevoeiros de Curitiba entravam para a conta do “caos aéreo” do PT. Uma torre danificada por raio sinalizava um terrível “apagão”. Agora é tudo por causa do calor e da falta de chuva. Que singeleza.

Mas ainda podemos cobrar uma parte da fatura do logro. O candidato a vice de Aécio Neves é o paulista Aloysio Nunes Ferreira, ligado à cúpula tucana de São Paulo. E Aécio recebe o apoio da imprensa local, que fez vistas grossas para os descalabros administrativos de Alckmin, inclusive endossando a patranha de que a água não faltaria.

Do Blog do Guilherme Scalzilli
http://lotusegipcio.blogspot.com.br/2014/10/e-agora-sao-paulo.html

A abjeção do diálogo Aécio-Marina sobre a queda de pressão de Dilma


Fernando Brito, Tijolaço  

 'Quando você acha que se chegou ao fundo do poço em matéria de caráter, sempre há um pouco mais a descer.

Vejam a transcrição do diálogo Aécio Neves Marina Silva flagrado pela Folha de S. Paulo, ao final do debate do SBT, presenciado pelas ótimas repórteres Cátia Seabra e Lígia Mesquita, da Folha, comemorando a queda de pressão de Dilma Rousseff.

Retiro o que disse sobre Ricardo Noblat ter descido mais que um playboy carioca.

Ele desceu muito.

Mas Aécio desceu mais.

Leia:

Cátia Seabra e Lígia Mesquita

Candidata derrotada, a ex-ministra Marina Silva (PSB) telefonou para o tucano Aécio Neves logo depois do debate realizado nesta quinta-feira (16) pelo SBT. Na conversa, Marina questionou o grau de truculência da disputa.

“Ela [Dilma] optou por esse caminho”, justificou Aécio, acrescentando:

“Deu o desespero. Viu que ela passou mal no final?”, perguntou Aécio.

Marina citou o fato de Dilma ter explorado no debate o caso do bafômetro: o tucano admitiu ter se recusado a fazer o teste durante uma blitz no Rio de Janeiro.

“Eu erro. Todo mundo erra”, alegou Aécio. “Vou defender minha honra até o final”, completou ele.

Os dois combinaram de se encontrar sexta-feira."

A meus amigos tucanos: uma carta aberta


"Amigos tucanos,

Vocês se tornaram, por inocência ou cinismo, pequenos Aécios.

Quando penso em vários de vocês, um por um, tenho certeza que quase todos são capazes de enxergar a demagogia no discurso de Aécio.

Esse discurso que, aliás, me fez entender porque FHC, na ausência de Mário Covas, tentou emplacar os fracos Serra e Alckmin como sucessores antes deste jovem senhor cujo cinismo me parece beirar a sociopatia.
O discurso agressivo e raso segue a mesma receita do discurso de Collor:
apontar e amplificar erros de lá que também existem cá; apontar e amplificar falta de ética de lá que é ainda maior cá.
Eu sei que vocês veem. Eu sei que vocês notam. E ainda assim, toleram. Alguns, gostam.

Para vocês, a preocupação com as urnas eletrônicas, “fáceis de forjar resultados”, sumiu a partir do dia que Aécio ganhou da Marina. Tivesse ganho a Marina ou acabado no primeiro turno, queria ter visto a gritaria.

Agora, para vocês, acusações na Petrobras que cutucaram o PSDB, devem ser investigadas, quando há poucos dias eram tidas todas como verdades absolutas.

Todas as acusações ligadas ao Aécio, aliás, têm que ser provadas. Mas é bom lembrar que quem trouxe acusações sem prova em tom de veredicto final foi Aécio, chamando as acusações da Petrobras de “mar de lama”.

E vocês sabem.

E vocês sabem da incoerência.

Dilma não é minha candidata ideal, é verdade. Mas não posso deixar um massacre ocorrer com uma pessoa honesta e franca, com todos os defeitos que possa ter, e me manter calado.

Minha candidata ideal, aliás, me deixou decepcionado não apoiando Dilma num momento tão delicado do Brasil.

Aos amigos cínicos, digo que vocês não precisam ganhar dos inocentes no golpe. Vocês não precisam falar essas bobagens desonestas, cujo único efeito real, no fim das contas, é diminuir a vocês mesmos e a humanidade.

Aos inocentes, digo que vocês não precisam ser inocentes para sempre. É só questionar (os dois lados) e buscar dados.

Neste momento de polarização e de manipulação ferrenha da mídia, só dados salvam.

E a quem interessar possa, sugiro Dilma, meu voto aberto, pela competência e honestidade.

E se votarem no Aécio, que pelo menos votem pelos motivos certos. Acreditar na direita é um direito absoluto e inquestionável. Preferir o PSDB por questões ideológicas também.

O que não dá para ser é outro Aécio, porque um já é demais.

Vocês são tão lindos, amigos, e estão tão feios. E o pior é que mesmo que vocês cometam uma loucura, eu os amo e amarei.

Com carinho,

Emir

DCM

O corrupto sou eu


Dia de eleição e as redes sociais são inundadas por mensagens indignadas postadas por brasileiros honestos que se manifestam contra a corrupção. Amigos, amigas, amigos de amigos todos apelam para que votemos corretamente – ou seja, para que não elejamos corruptos. Imagens cheias de graça, com o rosto dos candidatos repletos de interferências e frases de efeito bem sacadinhas (na verdade, apenas bobinhas) exigem o fim da roubalheira. O problema do Brasil – de acordo com as redes sociais na véspera da eleição – é a corrupção. O recado é: resolvido isso resolveremos tudo. Vai, Brasil. Muda, Brasil. Vota certo, Brasil.
Para quem se dispõe a analisar a questão um pouco mais a fundo fica claro que embora a corrupção seja um problema ela é ainda mais grotesca quando usada para esconder outros problemas, alguns ainda maiores.
O povo que sai gritando contra a corrupção e “a favor do Brasil” talvez não saiba que ela lesa os cofres públicos cinco vezes menos do que a sonegação fiscal. Em 2013, a sonegação custou 415 bilhões aos cofres públicos, enquanto a corrupção torrou aproximadamente 80 bilhões no mesmo período. Para que comparemos com um continente usualmente reverenciado pela galera que se levanta exclusivamente contra a corrupção, a Europa perde anualmente 400 bilhões (de reais) para a corrupção.
Outra coisa que a turma de “vamos votar de amarelo para mostrar que não aguentamos mais tanta corrupção” se esquece de dizer é que para cada corrupto há pelo menos um corruptor – esse vindo do setor privado, segmento tão amado pelo neo-liberal patriota. Então, apenas para fins de coerência moral, seria legal se essa turma que se revolta contra o corrupto colocasse na mesma indignação o corruptor porque não existe um sem o outro. Tipo: Grita “Pelo fim do político corrupto!” mas em seguida grita: “Pelo fim do empresário corruptor!”. Nas redes sociais que eu frequento todo mundo se esqueceu do corruptor, mas fica a dica para 26 de outubro.
E, claro, se o problema é o absurdo de o dinheiro ser desviado dos cofres públicos é também hora de gritar contra o sonegador porque o dinheiro que ele omite da declaração e os truques usados para pagar menos imposto também são desvios de dinheiro público já que, por lei, esse dinheiro deveria ser entregue ao governo.
E aqui não cabe discutir se o imposto é alto ou não porque estamos falando de burlar a lei. O que vale é lembrar que, historicamente, quem mais sonega é quem mais arrecada. Ou, visto por outro ângulo, quem menos precisa do dinheiro. (Fica aqui outra dica para os indignados que no dia 26 de outubro vão sair postando mensagens contra a corrupção em redes sociais: faz aí uma mensagenzinha descendo a lenha no sonegador também).
A diferença entre eles é que o sonegador fere cinco vezes mais a economia do Brasil do que o corrupto, especialmente se considerarmos que boa parte dessa grana nem no país fica (nações em desenvolvimento como a nossa perdem um trilhão de dólares para a evasão fiscal).
Tirando o fato de um crime custar cinco vezes mais à economia do que o outro, existe diferença entre o corrupto e o sonegador se eles praticam a mesma malandragem?
Mas a gente pode ir um pouco mas fundo nesse raciocínio e fazer com que ele fique dolorido.
Quem nunca deu aquela sonegada? Quem nunca pensou: ah, nem fudendo vou dar toda essa grana para o governo. O dinheiro some mesmo, melhor que fique comigo do que com político ladrão, até porque tô bem a fim de trocar de carro. Quem nunca comprou sem nota fiscal, ou vendeu imóvel por um preço menor no papel ou deu aquela ajeitadinha marota na declaração?
A despeito do que achemos que acontece com o dinheiro quando ele sai de nossas mãos e vai para o governo não nos é dado o direito de cometer um crime porque “faremos um melhor uso desse dinheiro”; assim como não é dado o direito a uma mãe de roubar leite para que seu filho possa se alimentar, ainda que esse segundo crime seja infinitamente menos imoral do que o da sonegação.
Como temos a ousadia de nos colocar em balaios diferentes do político que rouba grana do povo? “Sou homem, nada do que é humano é alheio a mim” (Terêncio, 170 A.C). Um conceito básico de moralidade é julgar a nós mesmos com os mesmos valores éticos que julgamos os outros, mas raramente fazemos isso. O sonegador se justifica silenciosamente: “sonego porque o governo roubaria esse dinheiro, e o governo não pode roubar. Isso é imoral”. Quais serão as justificativas do corrupto a fim de dar aquela moralizada no roubo? Ele certamente as tem, assim como o corruptor também construirá as suas.
A verdade é que o que todos queremos é um dinheiro a mais no bolso e justificamos dizendo que o dinheiro não chegaria mesmo a quem mais precisa dele – exatamente como o político, e em detrimento de dar uma chance para que esse dinheiro seja usado em projetos sociais, ou em saúde, ou em infra-estrutura ou seja lá onde for. A escolha é entre manter a grana com a gente para os mais devidos usos particulares ou dar uma chance para que ela seja usada em benefício da comunidade. A gente se ilude com a convicção de que ela pararia mesmo no bolso de algum político corrupto, então dane-se.
Podemos deixar a reflexão ainda mais dolorida se analisarmos a corrupção como um desvio de conduta, uma deslealdade com o próximo já que, ao sonegar, nem damos a oportunidade para que a grana seja usada em benefício de uma comunidade mais carente. Quem anda pelo acostamento da estrada está cometendo um desvio de conduta e dando uma banana para o camarada que, não indo pelo acostamento, terá que ficar mais tempo no trânsito porque o desvio de conduta do malandro do acostamento lá na frente vai virar funil e o funil deixa o trânsito ainda mais lento para o otário que não trafegou ilegalmente pelo acostamento.
Quem para em fila dupla está cometendo igualmente um desvio de conduta. Quem falsifica carteirinha estudantil também. Ciclistas que saem das ruas e vão para a calçada idem. Podemos continuar esse raciocínio indefinidamente. Que comportamento teríamos nós, os capazes de cometer desvios de conduta por menores que sejam, diante da chance de nos corromper? Existe diferença entre os mais variados tipos de desvios éticos? Existe uma tabela de peso moral para diferentes desvios? O pequeno pode, o grande não? Somos assim tão melhores do que o outro? Como saber de que forma agiríamos no lugar deles se burlar a lei não parece ser um problema no dia-a-dia?
Para todos os desvios sempre haverá uma explicação porque, afinal, não somos maus e eu precisei ir pelo acostamento porque estava atrasado e sinto muito se coloquei em risco a vida de alguém fazendo isso, ou se deixei o trânsito ainda pior para o cara que agiu corretamente, mas tento ir com atenção porque não sou uma pessoa má, apenas tinha um compromisso e o trânsito estava me ferrando.
No fim do dia fica apenas uma certeza: todos os desvios são criminosos e imorais ainda que justificáveis.
Então, temos duas opções. Ou paramos com esse discurso infantilizado, superficial e incompleto de que o problema do Brasil é político corrupto, ou mudamos de atitude, nos incluímos no problema e passamos a ser e executar as mudanças que gostaríamos de ver no país. Em vez de sair pela rua com cartazes “o problema do Brasil é a corrupção” talvez devêssemos fazer outros que digam “o problema do Brasil sou eu”.
Mas, mais importante, é entender que enquanto todos nós formos corruptos, corruptíveis e corruptores – em pequenos ou grandes níveis – as coisas dificilmente mudarão. Um pouco de hipocrisia talvez seja essencial para que vivamos em comunidade, mas altas doses de hipocrisia corroem uma sociedade — de cima para baixo.
http://blogdamilly.com/2014/10/06/o-corrupto-sou-eu/

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Liberdade econômica é liberdade política?


Martin Rowson, “Liberty Crucified”. New Humanist, 2008.
Boa parte das críticas dos liberais (no que tange à economia) com relação ao hipertrofiado Estado socialista/de esquerda é procedente. O problema é que o agudo senso crítico e ceticismo que têm para com aquele tipo de economia, esses mesmos liberais não adotam na hora de avaliar seu dogmático credo na super-liberdade econômica.
Chega a me assustar essa crença irracional de que liberdade econômica equivale a (ou conduz à) liberdade política. Que um país mais livre economicamente também é uma nação mais livre em termos políticos, nas garantias dos direitos e liberdades individuais em esferas não econômicas. Isso é um raciocínio “non sequitur” da pior espécie. E isso o próprio “Índice de Liberdade Econômica”, que adoram esfregar na cara de quem critica essa seita misesiana, serve para evidenciar.
Quem são os primeiros dois colocados no ranking?
Hong Kong (nº 1) e Singapura (nº 2).
Dois paraísos da liberdade econômica, não se o discute. Quer fazer negócios? Nessas duas cidades-estados isso lhe será facilitado como em nenhum outro lugar. E há desenvolvimento econômico-financeiro aí? Com certeza! Vertiginoso. Conspícuo em todo o redor.
Porém, essas duas cidades-estados, consideradas “as mais livres do mundo” em termos econômicos, são apenas “parcialmente livres” em termos políticos. E isso quem diz não sou eu, mas sim o Freedom in the World, um relatório anual, comparando país a país, publicado pela Freedom House (que não tem vínculo partidário), o qual o próprio Wall Street Journal (co-autor do Índice de Liberdade Econômica) chamou de “o Guia Michelin para o desenvolvimento da democracia” — em referência aos renomados guias publicados pela Michelin desde cerca de um século atrás. Como foi destacado, Hong Kong ainda não tem eleições diretas para o Legislativo nem para os principais cargos executivos, há denúncia de diminuição da liberdade de imprensa por meio de censura interna (uma sondagem levantou que mais de 60% dos jornalistas de Hong Kong reclamam disso), há acusações contra o aparelho policial (que responde a funcionários públicos ligados ao Partido), incluindo o uso violento de força contra protestantes pacíficos e a até perseguição política feita pela polícia. Em Singapura, por sua vez, há ainda mais restrições a direitos civis e permissões legais para a violação de alguns direitos fundamentais.
Como pode o Bahrein (12º no ranking 2012) ser “mais livre” do que a Holanda (15º) ou a Suécia (21º), a não ser de acordo com os critérios econômicos adotados para se classificar os países no Índice de Liberdade Econômica? O Bahrein? Um país cuja estrutura parlamentarista (com uma pseudoequivalência entre as duas câmaras) é questionado por mais de 70% da população, insatisfeita com a falta de representatividade? Mais livre? Jura?
Enfim, há diversos outros exemplos que demonstram como não há necessariamente uma relação entre liberdade político-civil e um nível de liberdade econômica referenciado pela política comercial de um país; sua carga tributária; o nível de intervenção estatal; a política monetária; a liberalização financeira; as políticas bancárias e financeiras; as políticas de mercado de trabalho; a proteção aos direitos de propriedade; as regulamentações empresariais, trabalhistas e ambientais; e o tamanho do mercado negro — todos estes, critérios utilizados para “ranquear” os países no ILE. Ou seja, para ser mais claro, é curioso que leis que imponham um salário-mínimo necessário à manutenção da dignidade humana, que regulem a preservação do meio-ambiente, e que exijam mais transparência nas contas das corporações tornem um pais “menos livre“, enquanto baixos impostos sobre os negócios, leis duras contra devedores (permitindo inclusive o confisco de sua casa para pagar o banco), e pouca ou nenhuma regulamentação quanto à saúde e à segurança dos trabalhadores tornem outro país “mais livre“. Nota: é interessante como os economicamente liberais acham muito bem-vinda a intervenção estatal, p. ex., 1) na hora de proteger o direito à propriedade privada e 2) na hora de fazer o cliente ou consumidor inadimplente pagar sua dívida na marra — ainda que a exigência deste fazer-pagar não raro implique passar por cima daquele primeiro direito.
Enfim, entendam, eu não sou favorável a Estados hipertrofiados, que interferem demais na economia. Na verdade, concordo com muitos dos argumentos da direita liberal, sobretudo no que tange à imensa e indecente carga tributária que somos obrigados a pagar. Mas tenho senso crítico e ceticismo bastantes para não cultivar o dogma de queliberalismo econômicoequivale ou leva a liberalismo político, garantidor de direitos humanos e liberdades civis fundamentais. Uma coisa não tem nenhuma relação de causa e efeito direto com a outra.
Por isso mesmo há tanto filha-da-puta egoísta que estufa o peito e anuncia com orgulho: “Eu sou liberal.”
Vejo com olhar crítico esse conceito de liberdade (dos economicamente liberais) que considera “ser livre” a vida numa sociedade que protege os direitos do empresário, do banqueiro, do especulador financeiro, do proprietário de terras etc., mas vê como “ser oprimido” o fato se estar sob um Estado que tenha TAMBÉM leis que protegem o trabalhador (do qual depende o empreendedor, aliás) e as partes hipossuficientes nas relações de negócio, bem como colocam a dignidade humana acima de uma dívida perante alguma instituição financeira — permitindo, p. ex., que se penhore quase todos os bens do devedor, MENOS o próprio teto em que vive com sua família.
O fato é que, se liberdade econômica é algo que prezo, enquanto humanista que sou, estes outros direitos e liberdades que mencionei também me são tão ou mais preciosos ainda.
No http://www.bulevoador.com.br/2012/06/liberdade-economica-e-liberdade-politica/

A elite mal informada: réplica às fabulações de Monica de Bolle

Eduardo Fagnani (1) 
Os aplausos são do blogueiro
Este artigo é uma réplica ao texto de Monica Baumgarten de Bolle (“Mentira tem perna curta”), recentemente publicado na página 3 da Folha de São Paulo(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/189886-mentira-tem-perna-curta.shtml).

Acreditando nos “princípios, valores e missão” que orientam a redação deste jornal – onde se lê, por exemplo, “defesa da liberdade de expressão, independência, espírito crítico, pluralismo e apartidarismo” –, submeti esta réplica aos crivos da Coordenação de Artigos e Eventos da Folha de São Paulo. “infelizmente, não nos será possível publicá-lo, diante da nossa disponibilidade limitada de espaço”, foi a resposta recebida.

Para não privar os leitores desta modesta contribuição ao debate democrático de ideias, num momento crucial em que dois projetos antagônicos para o país estão em disputa, resolvi publica-lo neste espaço.

As fabulações da diretora da Casa das Garças, em seu contorcionismo para defender a indefensável política econômica e social do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), inicia-se com a afirmação: “há quem ache que mentira repetida à exaustão torna-se verdade absoluta”.

De forma correta, afirma que nos anos 1990, o país fez o Plano Real, que levou a inflação de “inacreditáveis 900% ao ano para um dígito”. Mas, essa é apenas uma das faces da verdade. A outra, omitida, são os abissais custos econômicos e sociais implícitos no referido programa de estabilização.

Na época, a opção passiva pelo modelo liberal era justificada pela convicção de que “There Is no Alternative”. O Estado nacional foi demolido em consequência das privatizações e do endividamento crescente. A abertura comercial e a valorização do câmbio destruíram a indústria e desequilibraram as contas externas. A saída foi privatizar o patrimônio público e atrair o capital financeiro especulativo e volátil para acumular reservas cambiais. Para isso também elevaram os juros básicos da economia para patamares obscenos (superior a 40% ao ano em alguns momentos), ampliando o regozijo dos donos da riqueza que detêm os títulos públicos indexados à taxa Selic.

Os gastos com juros chegaram a patamares superiores a 8% do PIB (hoje está em torno de 4,5%) em alguns anos. Para o leitor ter uma ideia da inviabilidade de qualquer política social, observe-se, por exemplo, que isso representa quase 10 vezes mais que os gastos federais realizados pelo governo federal em saneamento ao longo dos oito anos dos governos de FHC.

Entre 1996 e 2003, a participação do gasto social federal na despesa total do governo central declinou dez pontos percentuais (de 60 para 50%), enquanto a participação das despesas financeiras cresceu 16 pontos (de 17 para 33%).

A dívida pública líquida dobrou em oito anos (de 30 para 60% do PIB). O aumento das despesas com juros motivou elevação da carga tributária (de 27% para 32% do PIB, entre 1995 e 2002). Sim, a carga tributária sobe significativamente na gestão FHC e não na gestão do PT, como se quer fazer crer.

Políticas econômicas e sociais são faces da mesma moeda. É fabulação pretender que “nos anos 1990, o Brasil instituiu os programas sociais que, junto da estabilização macroeconômica, começaram a tirar milhões de pessoas da miséria”. É verdade que com a estabilização monetária, entre 1994 e 1995, a pobreza extrema caiu de 13,6% para 9,3% da população total. Mas o contorcionismo tucano não informa que a taxa de pobreza permaneceu próximo desse patamar até 2002. Em 2013 chegou a 3,6%, quase três vezes menor que a herança da “social democracia” democrata-tucana.

Para a doutrina neoliberal, a “política social” se restringe aos programas focalizados nos “pobres”, pois são baratos (0,5% do PIB) e, portanto, funcionais para o ajuste macroeconômico. A busca do “bem-estar” social prescinde da geração de emprego, valorização do salário mínimo e políticas sociais que assegurem direitos na direção de uma sociedade homogênea.

Adepta desta visão, a diretora da Casa das Garças não menciona a destruição de 1,2 milhões de empregos formais entre 1995 e 1999. Ou ainda que, durante os governos de FHC, a taxa de desemprego subiu de 8,4 para 12,3%; a participação dos salários no PIB declinou de 35,2 para 31,4%; e a renda domiciliar per capita, a desigualdade social e o PIB real per capita ficaram estagnados.

Também não há menção aos retrocessos impostos nos direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários, para citar dois exemplos. Nesse último caso, para abater os ditos “vagabundos”, o Brasil passou a ser o campeão mundial no quesito severidade das regras de acesso da previdência social.

“E a história de o país ter quebrado três vezes?” Sua leitura é dissimulada e maledicente. Em 2001, quando a campanha eleitoral apenas engatinhava, culpa o “efeito Lula” pela quebradeira. Mas mentira tem perna curta. Basta ver que o chamado “Risco Brasil” durante os governos FHC foi sempre superior a 523 pontos, atingindo 1248 e 1445 pontos em 1998 e 2001. Em 2003 caiu para 468 e hoje está em torno de 201. Fica a pergunta: quando um país pede socorro ao FMI, o que significa? Que navega em céu de brigadeiro ou que quebrou? O leitor que julgue.

Finalmente, a autora afirma haver “quem subestime a capacidade de reflexão das pessoas” e faz “troça da inteligência alheia”. E sentencia: “o Brasil verdadeiro sabe pensar por si”. Embora não seja ponto pacífico dentre as lideranças do PSDB, nesse ponto concordamos. E foi o que fez o Brasil nos últimos anos.

(1) – Professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT/IE-UNICAMP).

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A incompetência tucana no Sistema Cantareira


Como a SABESP privatizada pelo PSDB não investiu, acompanhe agora como está gravíssima a situação do Reservatório Cantareira


Nível hídrico do Sistema Cantareira

Variação Anual/Semestral 2014 do Sistema Cantareira

2010 94,6
2011 86,1
2013 40,1
mar/14 15,3
abr/14 12
mai/14 8,2
01/06/2014 Com Volume Morto 22,4
jul/14 17,3
ago/14 13,1
set/14 9,1
16/10/2014 4,1

Variação Diária

09/10/2014 5,3
10/10/2014 5,1
11/10/2014    5
12/10/2014 4,9
13/10/2014 4,7
14/10/2014 4,5
15/10/2014 4,3
16/10/2014 4,1

A fala de Alckmin é importante, em um primeiro contexto, porque ela já contradiz fundamentalmente a tão reiterada promessa de que teríamos abastecimento pleno até Março de 2015, independentemente do que ocorresse.

O Governador, que discursou enquanto que já está tendo seu volume morto aduzido, comentou, em tom de “torcida racional”, que “é evidente que vem chuva”. Triste pensar que a medida mais consistente do Estado mais rico e tecnicamente preparado da federação para lidar com a adversidade seja esse ato de fé. Difícil fazer um paralelo com outra área de política pública em que se pudesse transferir o fator fundamental de seu sucesso para uma variável tão “independente”: talvez, na Educação, seria algo como esperar a melhoria global do desempenho escolar dos alunos com base no bom humor diário de cada um como o fator-chave.

O problema do discurso de Alckmin é que ele, simplesmente, não é verdadeiro. Por sinal, como há muito já se coloca, o fim dessa primeira cota de volume morto coincide com o segundo turno das eleições. Já imaginamos o perigo social, humanitário, econômico (e político) de colossais proporções caso não venha o referendo da Agência Reguladora para a extração de mais água ou se os técnicos do governo de São Paulo não forem capazes de concluir a nova improvisação.

Impressiona, então, o modo como a imprensa produz notícias, uma atrás da outra, sem conectá-las entre si minimamente para que venham a elaborar juízos críticos razoáveis sobre a situação. Não seria preciso, sequer, a convocação de especialistas: bastaria recuperar as próprias matérias para que se confrontasse o que diz o governador em um momento e o que afirma em outro, ou o que a SABESP noticia em um documento e o que publica em outro.

Digo que esse modo de produção jornalística – para além de toda a sua dimensão ideológica – acaba por se configurar como uma espécie de fordismo por se basear uma elaboração de informações e fatos como fins em si mesmos, como pequenas peças desconectadas de uma engrenagem muito maior – que, em razão desse afastamento, impedem com que o cidadão leia a matéria e seja capaz de compreender a gravidade do que está ocorrendo. Não importa, nesse modelo, se há alguma relação entre a peça anterior e a próxima, se são diferentes, se há contradição entre elas, se elas se suplementam. É irrelevante. Noticia-se um dado solto no ar, como uma mera obrigação jornalística, como um evento encerrado em si mesmo, sem vocação sistêmica. Não me parece difícil de defender o quanto isso inviabiliza o senso crítico do leitor e da sociedade de modo amplo, e o quanto isso cria barreiras para se intervir adequadamente no problema e para que identifiquemos com clareza os responsáveis – da cidade dos homens, e não da cidade de deus – pela crise. No final, quem se torna o operário do conhecimento, sem consciência hermenêutica e alienado da realidade material, não é ninguém menos do que eu e você.

Veja o antes (foto acima) e o depois (foto abaixo).


Como os tucanos tratam a CPI em São Paulo

Andrea Matarazzo: Police é um vagabundo


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