sábado, 22 de janeiro de 2011
A Inveja só Incide sobre os Vivos
"Por mais que vivamos juntos, e nos vejamos sempre, é por um modo como vago, e passageiro: as cousas nem por estarem muito perto se vêem melhor, e os Heróis o que os faz mais visíveis, é a distância, e desproporção dos outros homens em que os põem as suas acções; não só os homens, mas ainda os sucessos, quanto mais longe vão ficando, mais crescem, e nos vão parecendo maiores, até que os vimos a perder de vista, e muitas vezes da memória; porque no tempo também há um ponto de perspectiva, donde como em espelho vão crescendo todos os objectos, e em chegando a um certo termo, desaparecem.
Matias Aires, in 'Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens e Carta Sobre a Fortuna'
Congresso quer fazer reforma política
“Pesquisa obtida com exclusividade pelo Congresso em Foco mostra qual é a agenda que os parlamentares consideram prioritária para 2011. A alteração do atual sistema político eleitoral e a reforma tributária são as prioridades apontadas
Rudolfo Lago, Congresso em Foco
Eterno compromisso nunca assumido de fato, a reforma política tem finalmente chances reais de sair do papel em 2011. Apontada como prioridade na agenda da presidenta Dilma Rousseff, ela agora conta com o apoio também dos parlamentares que formarão o novo Congresso, a partir de 2 de fevereiro. É o que revela pesquisa do Instituto FSB, cujo conteúdo foi obtido peloCongresso em Foco. Realizada desde 2008, a pesquisa do Instituto FSB tem como objetivo inicial verificar os hábitos e preferências dos deputados e senadores na sua relação com a mídia. Essa parte da pesquisa já foi publicada por outros veículos. Mas, além disso, o instituto resolveu pesquisar junto aos parlamentares o que eles pretendem priorizar na agenda legislativa para este ano. É essa parte da pesquisa que o Congresso em Foco publica agora com exclusividade.
A pesquisa demonstra sintonia entre as prioridades eleitas por Dilma e as escolhidas pelos deputados e senadores. De forma espontânea, 66% deles estabeleceram a reforma política como tema prioritário de votação no primeiro semestre. E 49% escolheram a reforma tributária. São também essas duas reformas as prioridades eleitas pelo Poder Executivo. Dez por cento apontaram o Código Florestal e 7% a PEC 300, que estabelece o piso salarial dos policiais militares e bombeiros.”
Matéria Completa, ::Aqui::
Os males do serrismo
O fenômeno, pequeno em inserção popular mas relevante no plano político, depende de tudo dar errado para Dilma e os novos oposicionistas.
Por Marcos Coimbra.
Não há partidos ou movimentos políticos exclusivamente bons ou unicamente ruins, se os considerarmos em seu tempo e lugar. Na vida real das sociedades, eles são uma mistura de coisas boas e más, de acertos e erros (salvo, é claro, exceções como o nazismo).
Tudo é uma questão de proporção, do peso que o lado ruim tem em relação ao bom. São bons os movimentos políticos e os partidos (bem como as tendências que existem no interior de alguns), cuja atuação tende a ser mais positiva para o País, seus cidadãos e instituições. São os opostos aqueles que fazem o inverso, que agem, na maior parte das vezes, de maneira negativa.
Tome-se o serrismo, um fenômeno pequeno, do ponto de vista de sua inserção popular, mas relevante no plano político. Afinal, não se pode subestimar uma tendência tucana que conseguiu aprisionar o conjunto de seus correligionários, mesmo aqueles que não concordavam com ela (e que eram maioria), e os levou a uma aventura tão fadada ao insucesso quanto a recente candidatura presidencial do ex-governador José Serra. E que tem, além disso, tamanha super-representação na mídia, com simpatizantes espalhados nas redações de nossos maiores veículos.
Por menor que seja sua base social e inexpressiva sua bancada parlamentar, o serrismo existe. E atrapalha. Muito mais atrapalha que ajuda.
Neste começo de governo Dilma, recém-completada sua primeira quinzena, o serrismo já mostra o que é e como se comportará nos próximos anos. Os sinais são de que será um problema para todos, seja no governo, seja na própria oposição.
Vem da grande imprensa paulista (uma insuspeita fonte na matéria), a informação de que seus integrantes estão revoltados com a trégua que outras correntes do PSDB estariam dispostas a oferecer à presidenta. Em vez da “colaboração federativa” buscada pelos governadores tucanos e as bancadas afinadas com eles, os serristas querem “partir para o pau”.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), expoente máximo da tropa de elite serrista, dá o mote, ao afirmar que o PSDB deveria ser duro contra Dilma desde já, de forma a ser uma referência oposicionista no futuro. O pano de fundo do que propõe, percebe-se com facilidade, é posicionar o serrismo (de novo!) para a sucessão de Dilma.
Segundo as informações disponíveis, a primeira meta do grupo de José Serra (cujo tamanho, diga-se de passagem, é ignorado) é aproveitar-se da tragédia das chuvas na região serrana do Rio para golpear a presidenta, responsabilizando-a pela ocupação caótica de encostas e outras áreas de risco nas cidades atingidas. Para esses personagens, seria a incompetência de Dilma, à frente do PAC, a causa de tantas mortes e sofrimento. Ou seja, vão tentar vender a versão de que, se ela fosse melhor gerente, nada teria acontecido.
Em nossa permissiva cultura política, não há surpresa no oportunismo da proposta. Ninguém se espanta que alguém faça um jogo como esse, que queira tirar dividendos de uma catástrofe e que, para isso, torça fatos e procure enganar os incautos. Todos nos acostumamos com essa falta de seriedade.
Mas até os mais céticos ficam perplexos com o contraste entre o que dizem agora os serristas e o que foi a campanha que fizeram na eleição de 2010.
Ou será que ninguém ouviu José Serra se apresentar como “verdadeiro continuador” de Lula? Que não viu Serra evitar qualquer crítica ao ex-presidente, dizendo que concordava com ele e que nada mudaria em seu governo (a não ser aumentar o salário mínimo para 600 reais e conceder uma 13ª parcela do Bolsa Família aos beneficiários)?
Derrotado, o serrismo virou oposição intransigente, e quer levar os grupos vitoriosos de seu partido com ele. Enquanto esteve à frente do governo de São Paulo, buscou a boa convivência e a colaboração com o Planalto, avaliando que, ao agir dessa maneira, aumentava suas chances na sucessão de Lula. Agora que não tem escolha, se exime de qualquer compromisso e parte para o pau.
É pouco provável, no entanto, que consiga arrastar o restante do PSDB e os demais partidos de oposição para a radicalização anti-Dilma. No fundo, o serrismo apenas tenta preservar algum espaço em um cenário cada vez mais desfavorável para seus propósitos.
É só se tudo der errado, seja para a presidenta, seja para as novas forças oposicionistas, que o serrismo tem sobrevida. Sua aposta é o fracasso de todos.
Marcos Coimbra
Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Também é colunista do Correio Braziliense.
viaTerror do nordeste
A MÍDIA E AS DROGAS
Qualquer ser que já tenha lido algum jornal alguma vez na vida, identificará nesta matéria o que a Folha quis transparecer. Desencontro no Governo e mais, que havia no reduto petista, um cidadão que vai contra o pretendido pela sociedade. Penalizar fortemente os traficantes.
Não importa que o corpo da matéria esteja correto e não tendencioso. Os jornalões sabem que a maioria do público fica somente com a manchete estampada, e a impressão que ela passa.
Então, é importante passar a imagem que alguém no governo não é severo contra a droga.
Mas a Folha não menciona, porque óbvio, não vem ao caso, que seu padrinho mór, defende a descriminalização das drogas.
FHC percorre o mundo falando besteiras sobre isso. Claro que durante a campanha presidencial passada, não abriu o bico. E a imprensa também não se incomodou em perguntar. Preferiram criar caso sobre a tal liberação do aborto, que Dilma nunca foi a favor. Mas que a mulher do sacrosanto Serra, já fez.
Clique aqui para ver FHC defendendo a maconha.
Clique aqui para ver como foi a artimanha da mídia sobre as drogas.
Clique aqui para ver que hipocrisia é o metiê tucano.
Anais políticos
Papa manda "apagar" da história um pedófilo de batina
Fotos como esta estão proibidas nos seminários católicos |
O Vaticano determinou que os seminários e outras instalações católicas no mundo eliminem as fotografias, pinturas e outras recordações do padre Marcial Marcel, condenado por vários crimes de pedofilia e pai de vários filhos em diferentes países. Ele havia sido considerado pelo Papa João Paulo II um "modelo e guia da juventude", e chegou a ser cogitada sua canonização. Maciel morreu há dois anos, aos 88 de idade, depois de expulso de suas funções pelo Vaticano e enviado de volta a seu México natal.
Sua congregação, os "Legionários de Cristo", entretanto, não foi punida pelos crimes do fundador. Juan G. Bedoya, em matéria para "El País" de 24 e 25 de dezembro de 2010, afirma: "Protegido por João Paulo II e admirado por cardeais da Cúria vaticana por sua capacidade de mobilização e porque lhes aportava bastante dinheiro, o fundador legionário foi expulso de Roma a caminho de seu México natal tão logo tomou posse o sucessor do Papa polonês, Bento XVI. Foi o único castigo que recebeu em vida o carismático fundador".
O comissário pontifício que assinou o decreto punitivo proibe que os seguidores de Maciel festejem as datas de seu nascimento, batismo, ordenação sacerdotal. Somente a data de sua morte, o 30 de janeiro de 2008, será "dia dedicado à oração". Entre as fotos agora proibidas estão especialmente aquelas em que Maciel aparece ao lado do Papa anterior, sempre recebendo gestos de afeição. Também estão proibidas as referências públicas ao padre-fundador, que não pode mais ser chamado de "nosso Pai", como ocorria, mas apenas citado como "fundador da Legião de Cristo". Os escritos de Maciel não mais estarão à venda.
Apesar de tudo, reconhece-se a "liberdade pessoal" daqueles que queiram conservar "de maneira privada alguma fotografia do fundador, ler seus escritos ou escutar suas conferências gravadas".
A congregação reúne dezenas de milhares de fiéis pelo mundo, inclusive 800 padres, 61 dos quais ordenados na Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma, no Natal passado.
By: Terra Brasilis
60 perguntas que farão de você um Ateu
•Se Deus nos ama tanto e quer que estejamos com ele, por que ele poria nossas almas em risco ao deixar a difusão de sua palavra a cargo de seres humanos falíveis, mentirosos e pecadores? Será que um professor deixaria um dos alunos assumir seu lugar se isto pusesse em risco o futuro da classe?
•Se Satanás é o Pai da Mentira, como podemos ter certeza de que ele não enganou os cristãos e fez com que eles o adorassem como deus e rejeitassem o verdadeiro deus?
•Se Deus lançou o Diabo no inferno e o inferno é um lugar de castigo eterno, sem perdão, por que nos ensinam que o Diabo anda por aí nos tentando e nos possuindo? Um carcerário que deixa seus prisioneiros saírem para matar e roubar seria demitido por incompetência.
•Se Satanás consegue entrar até nas igrejas e fazer com que as pessoas tenham pensamentos impuros durante os cultos, como os cristãos podem ter tanta certeza de que ele não influenciou a redação e a composição da Bíblia segundo seus interesses?
•Deus pensa? Por que um ser que já sabe de tudo precisaria pensar?
•Se o Universo está em todo lugar por definição, por que é que tem gente que vive perguntando “de onde veio o Universo”? Ele não pode vir dele mesmo… ou pode?
•Se Deus é onisciente, como ele poderia ter se arrependido de sua criação?
•Se a alma é imaterial e o corpo é material, como é que a alma fica ligada ao nosso corpo?
•Por que Deus mandou o dilúvio para eliminar o mal da Terra? Não funcionou! O mal voltou logo em seguida. Deus já deveria saber que isto iria acontecer, então por que ele se deu ao trabalho?
•Se Deus é imutável, porque ele precisou “mudar as regras” enviando-se Jesus na Terra?
•Por que um deus todo-poderoso teve que se tornar carne para poder se sacrificar em seu próprio nome, de modo a livrar sua criação de sua própria ira? Será que Deus, em sua sabedoria infinita, não teria uma solução menos primitiva?
•Se tudo é “parte do plano de Deus”, como dizem os crentes, então Deus planejou todas as desgraças, todas as catástrofes e todos os nossos pecados e não precisamos sentir culpa por nada nem fazer nada para corrigir as coisas.
•Porque os teístas dizem que eu preciso vasculhar todos os lugares do universo e não achá-lo para dizer que Deus não existe, se eu só precisaria não encontrá-lo em apenas um lugar, visto que é onipresente?
•Se Deus não é a causa da confusão, o que dizer da Torre de Babel?
•Cristãos dizem que se um bebê morrer, ele vai para o céu. Por quê então são tão contrários ao aborto, se isso privaria todas as crianças de irem para o Inferno?
•Como Deus pode ter emoções (ciúme, raiva, tristeza, amor…) se ele é onipotente, onisciente e onipresente? Emoções são uma reação, mas como Deus pode reagir a algo que ele já sabia que iria acontecer e até planejou?
•Deus nunca me deu os brinquedos que pedi quando criança, mas, se eu pedir para ir para o inferno, será que ele vai me atender?
•O verdadeiro islamita não deve fazer nada que Maomé não tenha feito. Houve até uma discussão sobre se islamitas poderiam comer mangas. O que, então, estavam aqueles fundamentalistas fazendo naqueles aviões?
•Por que Deus permite que uma criança nasça se ele já sabe que ela vai para o inferno? Onde está seu amor infinito?
•Como podemos ser felizes no céu sabendo que pessoas que amamos estão sofrendo no inferno? Um crente me disse que as memórias que temos dos entes queridos são apagadas para não sofrermos no céu. Mas se perdemos nossa memória, não deixamos de ser nós mesmo?
•Muitas pessoas acreditam em fantasmas. Então porque as pessoas só vêem fantasmas de pessoas ou bichos de estimação mortos? Porque não Neanderthais ou dinossauros? Não haveria um baita fantasma de um brontossauro para quem pudesse ver?
•Por que Deus abriu o Mar Vermelho para que Moisés tirasse os judeus do Egito mas não abriu os portões dos campos de concentração?
•Por que dizem que temos livre arbítrio se só há duas opções: seguir a Deus e ir para o céu ou desobedecer e ir para o inferno?
•Em Isaías 40:28 diz “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?”. Então como é que os católicos dizem que Deus descansou no sétimo dia no Gênesis?
•Adão e Eva tinham umbigos?
•Judeus tradicionais dizem que o nome de Deus é impronunciável e por isso o chamam de Javé ou JHVH. Como é que então alguém pode ser acusado de falar seu nome em vão se ninguém sabe qual é?
•Por que Deus é do sexo masculino?
•Se você nasce retardado, sua alma também é retardada? E se você fica retardado depois de velho?
•Se o homem é feito à imagem de Deus, então Deus tem pênis?
•Por que precisamos rezar se Deus já sabe de tudo o que vamos dizer e do que precisamos? Será que ele gosta que nos humilhemos diante dele?
•Por que danos ao cérebro podem mudar nossa personalidade se nossa essência está na alma?
•Cristãos adoram dizer o quanto Jesus se sacrificou por nós. Mas se ele era Deus, então como ele não sabia que em 3 dias estaria no céu para nos governar? Se ele está lá e vivo, o que exatamente ele sacrificou?
•Se o design de Deus é tão inteligente, porque os homens possuem mamilos?
•Como Adão e Eva podiam saber que era errado comer da Fruta do Conhecimento se só ao comê-la saberiam o que era bom e mal, certo e errado?
•Se Deus detesta tanto o prepúcio que manda que os homens sejam circuncidados, por que ele os criou assim?
•Como podemos ofender a Deus se não é possível surpreendê-lo?
•Se a reencarnação é real, porque é que a população mundial continua crescendo? De onde vem todas essas almas novas?
•Em 1 Coríntios 15:50 diz “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção”. Como Jesus pôde então ascender ao reino de Deus se ele mesmo é carne e sangue?
•Por que Deus criou o Mal (Isaías 45:6-7) se ele não quer que o pratiquemos? Por ele cria as pessoas que já sabem vão para o inferno?
•Se algum dia houver transplantes de cérebro, a alma irá junto com ele?
•Por nós já não nascemos sabendo tudo sobre Deus, por que temos que descobrir qual é a religião certa e ainda decifrar seus enigmas?
•Por que a genealogia de Jesus passa por José se ele não era seu pai? E por que há duas genealogias diferentes, já a partir do pai de José?
•Por que quase todas as descrições de Deus equivalem à não-existência (incorpóreo, imaterial, incompreensível, invisível, imperceptível etc.) ?
•Por que Deus não aparece a todo mundo e nos convence de sua existência? Por que ele só se revela de maneira tão duvidosa e tão obscura?
•De acordo com Mateus 5:17, Jesus não veio abolir a Lei e os profetas, apenas completá-los, e que nem uma vírgula deverá ser alterada enquanto existirem céu e terra. Como Jesus ainda não voltou, a Lei ainda está valendo, portanto, por que não saímos por aí queimando bruxas, apedrejando adúlteras e crianças desobedientes, matando homossexuais, excluindo gente que trabalha aos sábados (enfermeiras, médicos etc.), aspergindo sangue nos altares, arrancando a cabeça de passarinhos e sacrificando pessoas a Deus (Levítico 27:28) ?
•Se os crentes aceitam que Deus sempre existiu, por que eles não aceitam que o universo sempre existiu?
•Que deus de infinito amor aceitaria sacrifícios humanos, inclusive de seu próprio filho e dos filhos de suas criaturas?
•Se Jesus era Deus em forma humana, ele morreu para nos salvar dele mesmo?
•Se os cristãos dizem que não podemos afirmar que as ações de Deus são más porque ele tem um plano divino e, sendo Deus, está fora de nossa compreensão, então também não podemos afirmar que Deus é bom. Deus seria amoral? Se a moral é algo subjetivo, que varia conforme a época e a cultura, como podemos definir se Deus é bom ou mau?
•Por que Deus criaria gente que não acredita nele e depois os puniria por ser aquilo que ele os fez?
•O que é o “plano de Deus”? Um deus onipotente e onisciente não precisa planejar nada. Isto é coisa de criaturas limitadas, que não conhecem o futuro. Se Deus tem um plano, então ele é limitado como nós.
•Por que precisamos de um corpo se nossas almas podem fazer tudo o que fazemos e até melhor?
•Se Jesus não era filho de José, porque sua árvore genealógica nos evangelhos é traçada até ele?
•Como pode um deus de infinito amor e misericórdia assistir a bilhões de seus filhos queimar por toda a eternidade?
•Como Deus julga os que viveram antes de a Bíblia ser escrita?
•Como é possível que uma alma queime? Elas não são entidades espirituais? Seria um “fogo espiritual”? Para que Deus se daria todo este trabalho para torturar seus filhos queridos? Como é possível acreditar em que Deus seja tão bárbaro que só se acalma com a morte e a tortura dos que o contrariaram?
•Se tudo faz parte do plano de Deus, que diferença faz rezar ou não?
•Por que Deus permite que crianças nasçam só para morrer logo em seguida?
•Por que Deus não proibiu Adão e Eva de comer da outra árvore mágica?
•Porque Deus possui quase todas as características de algo que não existe? Por exemplo: imaterial, incorpóreo, incompreensível, invisível, inexplendorável, etc…
Autor: The Infidel Guy
Tradutores: Fernando Silva e Alenônimo
•Se Satanás é o Pai da Mentira, como podemos ter certeza de que ele não enganou os cristãos e fez com que eles o adorassem como deus e rejeitassem o verdadeiro deus?
•Se Deus lançou o Diabo no inferno e o inferno é um lugar de castigo eterno, sem perdão, por que nos ensinam que o Diabo anda por aí nos tentando e nos possuindo? Um carcerário que deixa seus prisioneiros saírem para matar e roubar seria demitido por incompetência.
•Se Satanás consegue entrar até nas igrejas e fazer com que as pessoas tenham pensamentos impuros durante os cultos, como os cristãos podem ter tanta certeza de que ele não influenciou a redação e a composição da Bíblia segundo seus interesses?
•Deus pensa? Por que um ser que já sabe de tudo precisaria pensar?
•Se o Universo está em todo lugar por definição, por que é que tem gente que vive perguntando “de onde veio o Universo”? Ele não pode vir dele mesmo… ou pode?
•Se Deus é onisciente, como ele poderia ter se arrependido de sua criação?
•Se a alma é imaterial e o corpo é material, como é que a alma fica ligada ao nosso corpo?
•Por que Deus mandou o dilúvio para eliminar o mal da Terra? Não funcionou! O mal voltou logo em seguida. Deus já deveria saber que isto iria acontecer, então por que ele se deu ao trabalho?
•Se Deus é imutável, porque ele precisou “mudar as regras” enviando-se Jesus na Terra?
•Por que um deus todo-poderoso teve que se tornar carne para poder se sacrificar em seu próprio nome, de modo a livrar sua criação de sua própria ira? Será que Deus, em sua sabedoria infinita, não teria uma solução menos primitiva?
•Se tudo é “parte do plano de Deus”, como dizem os crentes, então Deus planejou todas as desgraças, todas as catástrofes e todos os nossos pecados e não precisamos sentir culpa por nada nem fazer nada para corrigir as coisas.
•Porque os teístas dizem que eu preciso vasculhar todos os lugares do universo e não achá-lo para dizer que Deus não existe, se eu só precisaria não encontrá-lo em apenas um lugar, visto que é onipresente?
•Se Deus não é a causa da confusão, o que dizer da Torre de Babel?
•Cristãos dizem que se um bebê morrer, ele vai para o céu. Por quê então são tão contrários ao aborto, se isso privaria todas as crianças de irem para o Inferno?
•Como Deus pode ter emoções (ciúme, raiva, tristeza, amor…) se ele é onipotente, onisciente e onipresente? Emoções são uma reação, mas como Deus pode reagir a algo que ele já sabia que iria acontecer e até planejou?
•Deus nunca me deu os brinquedos que pedi quando criança, mas, se eu pedir para ir para o inferno, será que ele vai me atender?
•O verdadeiro islamita não deve fazer nada que Maomé não tenha feito. Houve até uma discussão sobre se islamitas poderiam comer mangas. O que, então, estavam aqueles fundamentalistas fazendo naqueles aviões?
•Por que Deus permite que uma criança nasça se ele já sabe que ela vai para o inferno? Onde está seu amor infinito?
•Como podemos ser felizes no céu sabendo que pessoas que amamos estão sofrendo no inferno? Um crente me disse que as memórias que temos dos entes queridos são apagadas para não sofrermos no céu. Mas se perdemos nossa memória, não deixamos de ser nós mesmo?
•Muitas pessoas acreditam em fantasmas. Então porque as pessoas só vêem fantasmas de pessoas ou bichos de estimação mortos? Porque não Neanderthais ou dinossauros? Não haveria um baita fantasma de um brontossauro para quem pudesse ver?
•Por que Deus abriu o Mar Vermelho para que Moisés tirasse os judeus do Egito mas não abriu os portões dos campos de concentração?
•Por que dizem que temos livre arbítrio se só há duas opções: seguir a Deus e ir para o céu ou desobedecer e ir para o inferno?
•Em Isaías 40:28 diz “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?”. Então como é que os católicos dizem que Deus descansou no sétimo dia no Gênesis?
•Adão e Eva tinham umbigos?
•Judeus tradicionais dizem que o nome de Deus é impronunciável e por isso o chamam de Javé ou JHVH. Como é que então alguém pode ser acusado de falar seu nome em vão se ninguém sabe qual é?
•Por que Deus é do sexo masculino?
•Se você nasce retardado, sua alma também é retardada? E se você fica retardado depois de velho?
•Se o homem é feito à imagem de Deus, então Deus tem pênis?
•Por que precisamos rezar se Deus já sabe de tudo o que vamos dizer e do que precisamos? Será que ele gosta que nos humilhemos diante dele?
•Por que danos ao cérebro podem mudar nossa personalidade se nossa essência está na alma?
•Cristãos adoram dizer o quanto Jesus se sacrificou por nós. Mas se ele era Deus, então como ele não sabia que em 3 dias estaria no céu para nos governar? Se ele está lá e vivo, o que exatamente ele sacrificou?
•Se o design de Deus é tão inteligente, porque os homens possuem mamilos?
•Como Adão e Eva podiam saber que era errado comer da Fruta do Conhecimento se só ao comê-la saberiam o que era bom e mal, certo e errado?
•Se Deus detesta tanto o prepúcio que manda que os homens sejam circuncidados, por que ele os criou assim?
•Como podemos ofender a Deus se não é possível surpreendê-lo?
•Se a reencarnação é real, porque é que a população mundial continua crescendo? De onde vem todas essas almas novas?
•Em 1 Coríntios 15:50 diz “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção”. Como Jesus pôde então ascender ao reino de Deus se ele mesmo é carne e sangue?
•Por que Deus criou o Mal (Isaías 45:6-7) se ele não quer que o pratiquemos? Por ele cria as pessoas que já sabem vão para o inferno?
•Se algum dia houver transplantes de cérebro, a alma irá junto com ele?
•Por nós já não nascemos sabendo tudo sobre Deus, por que temos que descobrir qual é a religião certa e ainda decifrar seus enigmas?
•Por que a genealogia de Jesus passa por José se ele não era seu pai? E por que há duas genealogias diferentes, já a partir do pai de José?
•Por que quase todas as descrições de Deus equivalem à não-existência (incorpóreo, imaterial, incompreensível, invisível, imperceptível etc.) ?
•Por que Deus não aparece a todo mundo e nos convence de sua existência? Por que ele só se revela de maneira tão duvidosa e tão obscura?
•De acordo com Mateus 5:17, Jesus não veio abolir a Lei e os profetas, apenas completá-los, e que nem uma vírgula deverá ser alterada enquanto existirem céu e terra. Como Jesus ainda não voltou, a Lei ainda está valendo, portanto, por que não saímos por aí queimando bruxas, apedrejando adúlteras e crianças desobedientes, matando homossexuais, excluindo gente que trabalha aos sábados (enfermeiras, médicos etc.), aspergindo sangue nos altares, arrancando a cabeça de passarinhos e sacrificando pessoas a Deus (Levítico 27:28) ?
•Se os crentes aceitam que Deus sempre existiu, por que eles não aceitam que o universo sempre existiu?
•Que deus de infinito amor aceitaria sacrifícios humanos, inclusive de seu próprio filho e dos filhos de suas criaturas?
•Se Jesus era Deus em forma humana, ele morreu para nos salvar dele mesmo?
•Se os cristãos dizem que não podemos afirmar que as ações de Deus são más porque ele tem um plano divino e, sendo Deus, está fora de nossa compreensão, então também não podemos afirmar que Deus é bom. Deus seria amoral? Se a moral é algo subjetivo, que varia conforme a época e a cultura, como podemos definir se Deus é bom ou mau?
•Por que Deus criaria gente que não acredita nele e depois os puniria por ser aquilo que ele os fez?
•O que é o “plano de Deus”? Um deus onipotente e onisciente não precisa planejar nada. Isto é coisa de criaturas limitadas, que não conhecem o futuro. Se Deus tem um plano, então ele é limitado como nós.
•Por que precisamos de um corpo se nossas almas podem fazer tudo o que fazemos e até melhor?
•Se Jesus não era filho de José, porque sua árvore genealógica nos evangelhos é traçada até ele?
•Como pode um deus de infinito amor e misericórdia assistir a bilhões de seus filhos queimar por toda a eternidade?
•Como Deus julga os que viveram antes de a Bíblia ser escrita?
•Como é possível que uma alma queime? Elas não são entidades espirituais? Seria um “fogo espiritual”? Para que Deus se daria todo este trabalho para torturar seus filhos queridos? Como é possível acreditar em que Deus seja tão bárbaro que só se acalma com a morte e a tortura dos que o contrariaram?
•Se tudo faz parte do plano de Deus, que diferença faz rezar ou não?
•Por que Deus permite que crianças nasçam só para morrer logo em seguida?
•Por que Deus não proibiu Adão e Eva de comer da outra árvore mágica?
•Porque Deus possui quase todas as características de algo que não existe? Por exemplo: imaterial, incorpóreo, incompreensível, invisível, inexplendorável, etc…
Autor: The Infidel Guy
Tradutores: Fernando Silva e Alenônimo
Opiniião e Cia.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
O primeiro erro do governo Dilma
O governo Dilma foi mal em seu primeiro grande teste. Ao menos do ponto de vista político. Amedrontado pela dimensão da tragédia nas serras fluminenses, comunicou-se mal e anunciou providências futuras que deixam a impressão de que foram engendradas apenas para acalmar a imprensa oposicionista.
Doce ilusão. A grande imprensa tucana não se deixará acalmar simplesmente porque está calmíssima. Segue um plano claro. Tudo o que fará será explorar o cada vez mais evidente medo do governo Dilma diante dessa besta midiática que tudo fez para inviabilizar o governo épico de Luiz Inácio Lula da Silva.
O primeiro grande erro do recém-empossado governo federal foi deixar que a imprensa jogasse em si a culpa pelas desgraças que se abatem sobre vários municípios por absoluta responsabilidade deles e dos governos estaduais, pois são as instâncias que podem atuar diretamente nas cerca de cinco mil cidades brasileiras.
De que adianta o governo federal prometer um sistema de informações metereológicas para antecipar às populações anualmente atingidas pelas tragédias de que devem fugir se o que precisam não é uma estratégia para antecipar a ocorrência das calamidades e, sim, para impedir que ocorram?
O fato é que Estados e municípios não apresentaram ao governo federal projetos de maior envergadura contra os desastres anuais provocados pelas chuvas de verão. Aliás, é um mistério a razão pela qual essas administrações parecem ter se acostumado a esperar que as desgraças ocorram.
Por razões políticas ou por prioridades diferentes das autoridades estaduais e municipais – sejam do partido que forem -, elas não consideram possível dar soluções imediatas às desgraças que as chuvas de verão causam todos os anos. Assim, continuam no mesmo passo de tartaruga de piscinões ou construção de casas populares fora de regiões de risco.
Se houvesse o mínimo risco de os Jardins paulistanos ou a Barra da Tijuca carioca serem atingidos por uma hecatombe que matasse centenas de dondocas e seus coronéis ou a mauricinhos e patricinhas, sem falar nas crianças bem-nascidas, o Brasil já teria se livrado desse problema há muito tempo.
É o mesmo que aconteceria com a Saúde ou com a Educação se não existissem planos de Saúde ou escolas particulares – hospitais e escolas públicos chegariam rapidamente ao Primeiro Mundo. As classes abastadas não aguentariam meia hora num hospital público dos que temos no Brasil, por exemplo.
Ao assumir o ônus político da desgraça, o governo Dilma ainda deseduca a população, que continuará sem saber de quem cobrar os transtornos que está sofrendo. Prefeitos e governadores continuarão apostando suas fichas em obras visíveis, entre as quais não estão obras contra enchentes e deslisamentos de encostas.
blog da cidadania
The Economist: Brasil se tornará sétima maior economia em 2011
Brasília Confidencial“Na edição especial “O mundo em 2011”, a revista semanal inglesa “The Economist”, projeta que o Brasil se tornará a sétima maior economia do planeta este ano, com Produto Interno Bruto (PIB) superior a US$ 2 tri de dólares.
Em 2002, o PIB brasileiro era de US$ 450 bilhões, o que garantia a 12ª posição no ranking das maiores economias do planeta, atrás de países como Coréia do Sul, México, Espanha, Canadá e Itália. Nações que, de acordo com a publicação britânica, serão deixadas para trás em 2011 pela economia nacional.
Atualmente, o Brasil já é a oitava maior economia global e teve PIB acima de US$ 1,9 tri em 2010. Para que salte para a sétima posição, será necessário desbancar a economia italiana, que nunca antes foi menor do que a brasileira. É é isso que acontecerá nos próximos 11 meses, segundo os analistas ingleses. Para eles, o PIB italiano não deve passar de R$ 1,8 tri neste período. Confira:
Ranking The Economist das maiores economias em 2011
1. Estados Unidos – US$ 14,996 tri
2. China – US$ 6,460 tri
3. Japão – US$ 5,621 tri
4. Alemanha – US$ 3,127 tri
5. França – US$ 2,490 tri
6. Reino Unido – US$ 2,403 tri
7. Brasil – US$ 2,052 tri
8. Itália – US$ 1,888 tri
9. Índia – US$ 1,832 tri
10. Rússia – US$ 1,737 tri
11. Canadá – US$ 1,616 tri
12. Espanha – US$ 1,337 tri
13. Austrália – US$ 1,190 tri
14. México – US$ 1,119 tri
15. Coreia do Sul – US$ 1,094 tri
O Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo, prevê que, uma vez que está em rápido desenvolvimento, o Brasil pode ser a quarta economia mundial em 2050, perdendo apenas para Índia (3ª), Estados Unidos (2ª) e China (1ª).”
Em 2002, o PIB brasileiro era de US$ 450 bilhões, o que garantia a 12ª posição no ranking das maiores economias do planeta, atrás de países como Coréia do Sul, México, Espanha, Canadá e Itália. Nações que, de acordo com a publicação britânica, serão deixadas para trás em 2011 pela economia nacional.
Atualmente, o Brasil já é a oitava maior economia global e teve PIB acima de US$ 1,9 tri em 2010. Para que salte para a sétima posição, será necessário desbancar a economia italiana, que nunca antes foi menor do que a brasileira. É é isso que acontecerá nos próximos 11 meses, segundo os analistas ingleses. Para eles, o PIB italiano não deve passar de R$ 1,8 tri neste período. Confira:
Ranking The Economist das maiores economias em 2011
1. Estados Unidos – US$ 14,996 tri
2. China – US$ 6,460 tri
3. Japão – US$ 5,621 tri
4. Alemanha – US$ 3,127 tri
5. França – US$ 2,490 tri
6. Reino Unido – US$ 2,403 tri
7. Brasil – US$ 2,052 tri
8. Itália – US$ 1,888 tri
9. Índia – US$ 1,832 tri
10. Rússia – US$ 1,737 tri
11. Canadá – US$ 1,616 tri
12. Espanha – US$ 1,337 tri
13. Austrália – US$ 1,190 tri
14. México – US$ 1,119 tri
15. Coreia do Sul – US$ 1,094 tri
O Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo, prevê que, uma vez que está em rápido desenvolvimento, o Brasil pode ser a quarta economia mundial em 2050, perdendo apenas para Índia (3ª), Estados Unidos (2ª) e China (1ª).”
Serra e Aécio - Vai e racha
Dora Kramer, O Estado de S. Paulo
“Até agora a relação entre os ex-governadores José Serra e Aécio Neves foi sempre em tese cordial e tensa na prática.
Pode ser só uma ligeira e quem sabe equivocada impressão de quem observa de longe os movimentos, mas daqui em diante a corda tende a esticar.
Pelo seguinte: Serra quer ser candidato a presidente outra vez e Aécio em 2014 também quer. E de verdade. Em 2006 e 2010 não jogou para valer, mas para se posicionar.
Por enquanto mesmo os serristas acham difícil o PSDB deixar de caminhar com Aécio, hoje visto como candidato natural. Tanto quanto Serra na eleição passada.
Pelo andar (tíbio) da carruagem dos tucanos, a batalha dar-se-á no campo da afirmação partidária no exercício da oposição.
Governadores de São Paulo e Minas Gerais, nenhum dos dois se opôs politicamente ao governo federal, alegando que como gestores dependiam da preservação de boas relações com Brasília.
Não usaram as respectivas forças políticas para sustentar a bancada congressual quando ela mais precisou em sua única vitória significativa: o fim da CPMF, alcançado com a persistência do DEM, a ajuda do PMDB e o engajamento da sociedade.
Por motivos diferentes, Aécio e Serra agiram por cálculo: o mineiro ciente de que a ruptura não faria bem ao projeto de manter o controle da província e o paulista crente que Lula retribuiria a gentileza pegando leve na eleição.
É possível que Serra tenha percebido o tamanho do equívoco e, por isso, cobra do partido agora oposição de verdade. Se o PSDB achar por bem responder ao chamado, é provável que Aécio se veja obrigado a atuar com assertividade oposicionista no Senado.
Os dois desobrigados das tarefas administrativas, ambos almejando o mesmo espaço, disputando hegemonia no mesmo partido com ressentimentos acumulados de parte a parte: um cenário nada propício à unidade.”
“Até agora a relação entre os ex-governadores José Serra e Aécio Neves foi sempre em tese cordial e tensa na prática.
Pode ser só uma ligeira e quem sabe equivocada impressão de quem observa de longe os movimentos, mas daqui em diante a corda tende a esticar.
Pelo seguinte: Serra quer ser candidato a presidente outra vez e Aécio em 2014 também quer. E de verdade. Em 2006 e 2010 não jogou para valer, mas para se posicionar.
Por enquanto mesmo os serristas acham difícil o PSDB deixar de caminhar com Aécio, hoje visto como candidato natural. Tanto quanto Serra na eleição passada.
Pelo andar (tíbio) da carruagem dos tucanos, a batalha dar-se-á no campo da afirmação partidária no exercício da oposição.
Governadores de São Paulo e Minas Gerais, nenhum dos dois se opôs politicamente ao governo federal, alegando que como gestores dependiam da preservação de boas relações com Brasília.
Não usaram as respectivas forças políticas para sustentar a bancada congressual quando ela mais precisou em sua única vitória significativa: o fim da CPMF, alcançado com a persistência do DEM, a ajuda do PMDB e o engajamento da sociedade.
Por motivos diferentes, Aécio e Serra agiram por cálculo: o mineiro ciente de que a ruptura não faria bem ao projeto de manter o controle da província e o paulista crente que Lula retribuiria a gentileza pegando leve na eleição.
É possível que Serra tenha percebido o tamanho do equívoco e, por isso, cobra do partido agora oposição de verdade. Se o PSDB achar por bem responder ao chamado, é provável que Aécio se veja obrigado a atuar com assertividade oposicionista no Senado.
Os dois desobrigados das tarefas administrativas, ambos almejando o mesmo espaço, disputando hegemonia no mesmo partido com ressentimentos acumulados de parte a parte: um cenário nada propício à unidade.”
Anatel dá licença para Telebrás atuar com banda larga
Sofia Fernandes, folha.com
“O Conselho Diretor da Anatel aprovou nesta quinta-feira a licença de comunicação multimídia para a Telebrás.
A autorização é indispensável para que a estatal venda internet banda larga para os provedores, dentro do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga).
A Telebrás encaminhou o pedido à Anatel no início de outubro, quando ainda tinha a pretensão de inaugurar as primeiras conexões do plano em dezembro de 2010. Atrasos na licitação de equipamentos retardaram o início para abril, segundo as atuais projeções do governo.
Com a licença, chamada SCM (Serviço de Comunicação Multimídia), a Telebrás está habilitada a atuar no mercado, vendendo conexão com preços mais baixos no atacado. A licença também permite que a Telebrás venda internet ao consumidor diretamente.”
Matéria Completa, ::Aqui::
Arcebispo de BSB pensa que Dilma foi eleita Papa
Há 1800 anos que a Igreja Católica deixou de ser universal e passou a ser romana.
O Concílio de Nicéia mandou para os infernos os cristão originais e ortodoxos. A partir daí os joanitas foram dizimados, entre tantas outras correntes. A aliança com o Poder Romano alçou a Igreja á Religião Oficial do Império.
Desde então a Igreja Católica caminha de mãos dadas com os poderosos do Mundo. Enche as burras de dinheiro. Tem um tesouro maior que a maioria dos países do Mundo e se de Direito já não divide e manda no Poder de cada Estado, é de fato um Estado dentro da Itália, com selo, moeda, banco, e empresas no mundo inteiro. Eu chegaria a dizer: a maior multinacional com sede na Itália.
Agora um de seus executivos, o Arcebispo de Brasília, Dom João de Aviz – a própria aristocracia – vem a público deitar falação.
Entre as pérolas que recolheu : “Não temos uma idéia clara de quem é Dilma do ponto de vista religioso. Ela precisa explicar melhor as suas convicções religiosas para que o diálogo possa progredir." Ora, Dilma foi eleita Presidente, e não Papa.
A outra pérola , entre tantas foi: “Mas não podemos considerar que a experiência religiosa esteja reduzida apenas à dimensão da consciência ou à dimensão pessoal... Por isso é que a Igreja Católica está recuperando a atenção à política." Já se sabe, cada vez que a Igreja , que nunca deixou de fazer política, se mete abertamente, termina em repressão e golpes, torturas e instabilidades políticas.
E por fim, mas não a última: “Há igrejas que têm compromisso fortíssimo com a arrecadação de dinheiro". kiakiakia. Essa então...a Igreja católica em 1800 anos não fez outra coisa a não ser pensar em dinheiro, propriedades e bens terrenos. Um dos pilares contra a Reforma Agrária neste País é a Igreja Católica, dona de latifúndios no Brasil á fora. Os laudêmios, os pagamentos por uso de terras e propriedades da Igreja; todo o lucro com a educação particular em todo o Brasil, sobretudo no interior; as Santa Casas; os cemitérios; as emissoras de rádio e TV que possui; casas paroquiais, ; terrenos. Sítios; chácaras; hotéis; o acordo trabalhista do governo brasileiro com o Vaticano...tudo ligado a dinheiro.
Por último, o príncipe dos sacerdotes, Dom João de Aviz, não soube dizer porque a Igreja católica perdeu tantos fiéis entre os pobres.
Porque, senhor Cardeal – à exceção dos dois Papas João, o 23 e o João Paulo I, a Igreja sempre fez opção pelos ricos e poderosos, que é onde está a grana e o poder.
By: Blog do Bemvindo
Por um Estado ateu
Walter Hupsel no Yahoo! Brasil
Ainda vivemos no século 19. Esta é a conclusão a que posso chegar quando, no primeiro respiro do novo governo, aparecem declarações de setores da Igreja Católica cobrando que a presidenta “explique melhor” o que pensa de assuntos caros à ordem eclesiástica, e o arcebispo primaz do Brasil dá um prazo de cem dias para Dilma “mostrar a que veio”. A título de provocação, poderíamos perguntar “se não, o que?”
Antes que alguém objete a minha colocação, dizendo que eles têm direto de falar em público, respondo que sim, eles têm direito. Entretanto, em se tratando de autoridades eclesiásticas, suas opiniões devem ser vistas como da instituição Igreja Católica, e não do fulano A ou B. Ou seja, nem bem começou o novo governo e a Igreja Católica já faz ameaças à presidenta, com a grande mídia dando repercussão ao caso.
A luta política se desenvolve em vários campos, em especial no simbólico e no semântico. Sempre se fala em Estado laico, que é aquele que não tem uma doutrina religiosa como norte. Este deveria estar longe da esfera religiosa, e vice-versa, respeitando todas as manifestações de fé e garantindo o tratamento isonômico.
Entretanto, como demonstram as matérias linkadas acima, o argumento vai sempre na direção que o Estado laico tem que absorver demandas de uma população, e que esta tem suas predileções e seus valores religiosos.
O risco, sempre alertado, é que uma democracia representativa se degenere na tirania da maioria. Os temas que incomodam os religiosos são postos embaixo do tapete, já que a maioria impõe sua agenda e seus valores, e os impõe a todos, independente de credo.
Se a maioria acha absurdo certos temas ou liberdades, teria ela o direito de vetá-los ao resto da população? Não, não tem este direito, por mais que representantes da Igreja Católica (e de outras) insistam. Respeitar o diferente não é apenas tolerá-lo e admitir sua existência. Implica, por exemplo, reconhecer o direito à existência pública, à diversidade de opiniões, e a aceitar que, em não compartilhando da sua visão de mundo, tem direito a uma vida que não a sua, com outros valores e atitudes.
Membros da Igreja Católica cobrarem da presidenta suas posições pessoais soa como chacota, mais ainda quando colocam isso como pré-condição para um diálogo. Também poderíamos perguntar: “Que dialogo e com quem”?
Para que haja diálogo, é necessária a predisposição das partes a ouvir a outra como igual e legítima e que exista a possibilidade de mudança de opinião. Que diálogo quer alguém que, presunçosamente, exige da presidenta que ela diga quais são os seus valores pessoais, as suas crenças? Há um reconhecimento do interlocutor? Ou mais importante, há a possibilidade de mudança de idéias e (pré)conceitos?
Só se for da presidenta, é isso que está implícito no tom do “ministro” da Igreja Católica. Do outro lado, a intenção parece ser a de saber “quem é a presidenta”, para que ela seja ou não coroada pelas autoridades eclesiásticas.
Por isso, digo que o Estado não pode ser laico, tem de ser ateu. Mais que uma mudança de palavra, é uma mudança de postura, uma luta no campo simbólico e no das idéias. O Estado ateu é aquele que deveria ter sido o laico, mas que nunca foi. Que respeita os credos e convicções pessoais, que os trata isonomicamente, mas que evita ao máximo que valores da esfera pessoal adentrem na esfera pública.
Isso implica retirar toda e qualquer menção a todo e qualquer deus dos documentos públicos. Implica, por exemplo, que não haja crucifixos nas repartições, nos tribunais, que a(s) igreja(s) legislem, regulem, punam apenas seus fiéis.
Do contrário, teremos uma espécie de teocracia social (não estatal), que faz com que o Brasil tenha uma das legislações mais atrasadas sobre aborto e casamento homossexual, entre outros temas que desagradam a maioria religiosa, mas que dizem respeito unicamente ao indivíduo. Nessa seara estamos atrás, por exemplo, do ultra-religioso Chile de Pinochet.
Só assim, com um Estado ateu, é que teríamos um Estado realmente laico, que aceita todas as cosmovisões, e não busca, por qualquer meio, decretar a sua. Muito menos cobra ou exige da autoridade civil seu posicionamento pessoal sobre temas “desagradáveis”, que alguns preferem ver embaixo do tapete, junto com aquela sujeira que também foi varrida para lá.
Esquerdopata
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
RESPOSTA AO PRECONCEITO SOCIAL
Crianças e adolescentes de lares beneficiados pelo Bolsa Família freqüentam cada vez mais as aulas, registram índices decrescentes de evasão escolar e mostram sensível melhora nos indicadores de aproveitamento e aprovação. Dados da Pnad/IBGE 2009 mostram que na faixa entre seis e 17 anos, eles frequentam, no mínimo, 85% das aulas todos os meses. Uma vez na escola, têm conseguido terminar o ensino fundamental e prosseguem no ensino médio. Cerca de 16 milhões de crianças, adolescentes e jovens, ou 40% do total dos alunos do ensino fundamental, provém de lares beneficiados pelo Bolsa Família. No Nordeste, esse índice chega a quase 50% das matrículas. Enquanto a taxa de matrículas cresce de forma inexpressiva entre os mais ricos do país (a rigor, apenas o crescimento vegetativo), entre os mais pobres a taxa aumenta em mais de 50%.(dados: Correio Braziliense; 19/01)
Comentários pelas ruas de SP
- Depois de tanta chuva, Alckmim anunciou a construção da hidroelétrica do Anhangabaú.
- Em SP não se fala mais direita e esquerda... agora é bombordo e estibordo!
- Se a São Silvestre fosse em janeiro, o Cesar Cielo ia humilhar!
- Depois do Airbag, os coletes salva vidas são os opcionais mais importantes nos carros de Sao Paulo.
- O melhor serviço de entrega em SP é do Submarino.
- Ninguém passa fome em São Paulo, Bolinho de Chuva é o que não falta.
- Vamos assistir a chuva lá em casa hoje??
- Quem acha que a água do mundo está acabando não mora em SP.
- Meu passeio ciclístico de hoje fiz de pedalinho.
- Agora, todo paulistano tem casa com vista para o mar.
- Tem carioca morrendo de inveja, agora São Paulo tem dois mares: Mar ginal Tiete e Mar ginal Pinheiros.
- A Dilma está lançando o BALSA-familia pra ajudar São Paulo
- Pelo menos a SABESP cumpriu o prometido: água e esgoto na casa de todo mundo.
- O Alckmim tá trocando o bilhete Único pelo bilhete ÚMIDO!!
- A Marta disse para o Alckmim: Relaxa e bóia!!!
- Em SP não se fala mais direita e esquerda... agora é bombordo e estibordo!
- Se a São Silvestre fosse em janeiro, o Cesar Cielo ia humilhar!
- Depois do Airbag, os coletes salva vidas são os opcionais mais importantes nos carros de Sao Paulo.
- O melhor serviço de entrega em SP é do Submarino.
- Ninguém passa fome em São Paulo, Bolinho de Chuva é o que não falta.
- Vamos assistir a chuva lá em casa hoje??
- Quem acha que a água do mundo está acabando não mora em SP.
- Meu passeio ciclístico de hoje fiz de pedalinho.
- Agora, todo paulistano tem casa com vista para o mar.
- Tem carioca morrendo de inveja, agora São Paulo tem dois mares: Mar ginal Tiete e Mar ginal Pinheiros.
- A Dilma está lançando o BALSA-familia pra ajudar São Paulo
- Pelo menos a SABESP cumpriu o prometido: água e esgoto na casa de todo mundo.
- O Alckmim tá trocando o bilhete Único pelo bilhete ÚMIDO!!
- A Marta disse para o Alckmim: Relaxa e bóia!!!
Brasil,mostra tua cara
Globo usa “minissérie” para atacar Lula
Era 1973. Tinha 13 anos quando assisti, pela primeira vez, a novela da Globo O Bem Amado. Trazia no elenco monstros sagrados como inesquecível Paulo Gracindo, talvez o maior ator brasileiro que vi atuar. Passava tarde da noite e eu, numa época em que jovens tinham regras, desafiava a família para assistir, mesmo tendo que acordar cedo no dia seguinte.
Era um tempo em que uma trama muito mais leve do que a da atual novela das oito tinha que ir ao ar às 22 horas por conta da rígida classificação da ditadura militar. Contudo, a inteligência do dramaturgo Dias Gomes conseguiu burlar a inteligência curta da censura veiculando uma trama que era uma analogia ao regime opressor durante seu período mais violento.
ESCRITO NA PRÓPRIA 'ISENTA': "Esse aeroporto parece rodoviária" é o bordão elitista do séc. 21
O aeroporto tá parecendo rodoviária
O FUNCIONÁRIO do supermercado empacota minhas compras. A freguesa se aproxima com sua cesta e pergunta: "Oi, rapazinho, onde fica a farinha de mandioca?". "Ali, senhora, corredor 3." "Obrigada." "Disponha."
A cena seria trivial, não fosse um pequeno detalhe: o "rapazinho" já passava dos quarenta. Teria a mulher uma particularíssima disfunção neurológica, chamada, digamos etariofasia aguda? Mostra-se a ela uma imagem do Papai Noel e outra do Neymar, pergunta-se: "Quem é o mais velho?", ela hesita, seu indicador vai e vem entre as duas fotos, como um limpador de para-brisa e... Não consegue responder.
Infelizmente, não me parece que a mulher sofresse de uma doença rara. Pelo contrário. A infantilização dos pobres e outros grupos socialmente desvalorizados é recurso antigo, que funciona naturalizando a inferioridade de quem está por baixo e, de quebra, ainda atenua a culpa de quem tá por cima.
Afinal, se fulano é apenas um "rapazinho", faz sentido que ele nos sirva, nos obedeça e, em última instância, submeta-se à tutela de seus senhores, de suas senhoras.
Nos EUA, até a metade do século passado, os brancos chamavam os negros de "boys". Em resposta, surgiu o "man", com o qual os negros passaram a tratar-se uns aos outros, para afirmarem sua integridade.
No Brasil, na segunda década do século XXI, o expediente persiste.
Faz sentido. Em primeiro lugar, porque persiste a desigualdade, mas também porque todo recurso que escamoteie os conflitos encontra por aqui solo fértil; combina com nosso sonso ufanismo: neste país, todo mundo se ama, não?
Pensando nisso, enquanto pagava minhas compras, já começando a ficar com raiva da mulher, imaginei como chamaria o funcionário do supermercado, se estivesse no lugar dela. Então, me vi dizendo: "Ei, "amigo", você sabe onde fica a farinha de mandioca?", e percebi que, pela via oposta, havia caído na mesma arapuca.
Em vez de reafirmar a diferença, reduzindo-o ao status de criança, tentaria anulá-la, promovendo-o ao patamar da amizade. Mas, como nunca havíamos nos visto antes, a máscara cairia, revelando o que eu tentava ocultar: a distância entre quem empurra o carrinho e quem empacota as compras.
"Rapazinho" e "amigo" -ou "chefe", "meu rei", "brother", "queridão"- são dois lados da mesma moeda: a incapacidade de ver, naquele que me serve, um cidadão, um igual.
Não é de se admirar que, nesta sociedade ainda marcada pela mentalidade escravocrata, haja uma onda de preconceito com o alargamento da classe C, que tornou-se explícito nas manifestações de ódio aos nordestinos, via Twitter e Facebook, no fim do ano passado.
Mas o bordão que melhor exemplifica o susto e o desprezo da classe A pelos pobres, ou ex-pobres que agora têm dinheiro para frequentar certos ambientes antes fechados a eles, é: "Credo, esse aeroporto tá parecendo uma rodoviária!". De tão repetido, tem tudo para se tornar o "Você sabe com quem está falando?!" do início do século XXI. Se o Brasil continuar crescendo e distribuindo renda, os rapazinhos, que horror!, ganharão cada vez mais espaço e a coisa só deve piorar. É preocupante. Nesse ritmo, num futuro próximo, quem é que vai empacotar nossas compras?
antonioprata@uol.com.br
Se o Brasil continuar crescendo e distribuindo renda, quem é que vai empacotar nossas compras? |
O FUNCIONÁRIO do supermercado empacota minhas compras. A freguesa se aproxima com sua cesta e pergunta: "Oi, rapazinho, onde fica a farinha de mandioca?". "Ali, senhora, corredor 3." "Obrigada." "Disponha."
A cena seria trivial, não fosse um pequeno detalhe: o "rapazinho" já passava dos quarenta. Teria a mulher uma particularíssima disfunção neurológica, chamada, digamos etariofasia aguda? Mostra-se a ela uma imagem do Papai Noel e outra do Neymar, pergunta-se: "Quem é o mais velho?", ela hesita, seu indicador vai e vem entre as duas fotos, como um limpador de para-brisa e... Não consegue responder.
Infelizmente, não me parece que a mulher sofresse de uma doença rara. Pelo contrário. A infantilização dos pobres e outros grupos socialmente desvalorizados é recurso antigo, que funciona naturalizando a inferioridade de quem está por baixo e, de quebra, ainda atenua a culpa de quem tá por cima.
Afinal, se fulano é apenas um "rapazinho", faz sentido que ele nos sirva, nos obedeça e, em última instância, submeta-se à tutela de seus senhores, de suas senhoras.
Nos EUA, até a metade do século passado, os brancos chamavam os negros de "boys". Em resposta, surgiu o "man", com o qual os negros passaram a tratar-se uns aos outros, para afirmarem sua integridade.
No Brasil, na segunda década do século XXI, o expediente persiste.
Faz sentido. Em primeiro lugar, porque persiste a desigualdade, mas também porque todo recurso que escamoteie os conflitos encontra por aqui solo fértil; combina com nosso sonso ufanismo: neste país, todo mundo se ama, não?
Pensando nisso, enquanto pagava minhas compras, já começando a ficar com raiva da mulher, imaginei como chamaria o funcionário do supermercado, se estivesse no lugar dela. Então, me vi dizendo: "Ei, "amigo", você sabe onde fica a farinha de mandioca?", e percebi que, pela via oposta, havia caído na mesma arapuca.
Em vez de reafirmar a diferença, reduzindo-o ao status de criança, tentaria anulá-la, promovendo-o ao patamar da amizade. Mas, como nunca havíamos nos visto antes, a máscara cairia, revelando o que eu tentava ocultar: a distância entre quem empurra o carrinho e quem empacota as compras.
"Rapazinho" e "amigo" -ou "chefe", "meu rei", "brother", "queridão"- são dois lados da mesma moeda: a incapacidade de ver, naquele que me serve, um cidadão, um igual.
Não é de se admirar que, nesta sociedade ainda marcada pela mentalidade escravocrata, haja uma onda de preconceito com o alargamento da classe C, que tornou-se explícito nas manifestações de ódio aos nordestinos, via Twitter e Facebook, no fim do ano passado.
Mas o bordão que melhor exemplifica o susto e o desprezo da classe A pelos pobres, ou ex-pobres que agora têm dinheiro para frequentar certos ambientes antes fechados a eles, é: "Credo, esse aeroporto tá parecendo uma rodoviária!". De tão repetido, tem tudo para se tornar o "Você sabe com quem está falando?!" do início do século XXI. Se o Brasil continuar crescendo e distribuindo renda, os rapazinhos, que horror!, ganharão cada vez mais espaço e a coisa só deve piorar. É preocupante. Nesse ritmo, num futuro próximo, quem é que vai empacotar nossas compras?
antonioprata@uol.com.br
via, aposentado invocado
O ESTADO BRASILEIRO É LAICO E A PRESIDENTE NÃO PRECISA EXPLICAR NADA , MUITO MENOS PARA OS PEDÓFILOS PROTEGIDOS PELO VATICANO
Dilma precisa explicar suas convicções, diz arcebispo
"Ministro" do Vaticano cobra posição em temas como aborto e homossexualismo
Segundo religioso, as ideias expressadas pela petista na campanha podem não ser o que balizará seu governo
Dom João Braz de Aviz, arcebispo de Brasília
UIRÁ MACHADO
DE SÃO PAULO
Alçado repentinamente à condição de um dos principais nomes da Igreja Católica no mundo, dom João Braz de Aviz, arcebispo de Brasília, afirma que a presidente Dilma Rousseff (PT) precisa explicar melhor o que pensa a respeito de certos assuntos caros à igreja.
"Não temos uma ideia clara de quem é Dilma do ponto de vista religioso. Ela precisa explicar melhor as suas convicções religiosas para que o diálogo possa progredir."
Segundo Aviz, 63, as posições sobre o aborto que Dilma expressou durante as eleições não necessariamente representam o que acontecerá sob seu governo: "Durante a campanha é uma coisa, e na prática o caminho às vezes é outro".
No dia 4, a igreja anunciou que o papa Bento 16 nomeou dom João prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Ele deve assumir o cargo, um dos nove "ministérios" da Igreja Católica, em fevereiro.
Na entrevista a seguir, Aviz também comenta o crescimento das igrejas evangélicas e critica o fato de algumas denominações terem "compromisso fortíssimo com a arrecadação de dinheiro".
Folha - Qual a sua avaliação a respeito do debate sobre o aborto durante as eleições? João Braz de Aviz - Foi um pouco ruim, porque a discussão dos bispos e de pessoas leigas ligadas à igreja apareceu com a exclusão de um partido [o PT]. Ou seja, havia uma definição de posição político-partidária muito clara [a favor do PSDB], e a Igreja Católica não sustenta isso.
Do outro lado, o que está à flor da pele é que uma imensa parte da população brasileira não aceita essa enxurrada de propaganda a favor do aborto que é feita de modo impositivo. Há um movimento de legalizar o aborto e considerá-lo um direito humano, o que é uma coisa muito difícil de a gente compreender.
Portanto, a posição dos bispos até estava correta, mas o que houve de dificuldade foi identificar apenas em um partido essa posição e aproveitar esse fato para uma escolha política.
No geral, o sr. considera que as eleições correram bem? O que se viu foi sobretudo um processo político muito maduro. O crescimento de um terceiro elemento [o PV, de Marina Silva] que não se identifica com as duas principais forças me parece muito positivo. Há um crescimento da consciência política e do diálogo democrático.
O sr. imagina que a igreja terá alguma dificuldade de diálogo com o governo Dilma? Claro que a gente sempre espera que o diálogo seja muito bom. Mas a verdade é que não temos uma ideia clara de quem é Dilma do ponto de vista religioso. Ela precisa explicar melhor as suas convicções religiosas para que o diálogo possa progredir.
O que sabemos é que Dilma mostrou flexibilidade com relação a temas importantes para a igreja. Mas também sabemos que políticos fazem isso: durante a campanha é uma coisa, e na prática o caminho às vezes é outro.
O que o sr. espera dela com relação a isso? Eu espero que as posições dela se aproximem das posições da igreja. Para isso, precisamos conhecer melhor o que pensa a Dilma presidente em relação a certos temas.
Não só o aborto, que teve destaque na disputa eleitoral, mas também quanto ao PNDH-3 [Plano Nacional de Direitos Humanos], que traz posições contudentíssimas para a igreja. Há aspectos muito bonitos com relação à questão social, mas temos aborto, homossexualismo, um monte de coisa que precisamos ver como vai ficar.
Eventuais diferenças não inviabilizariam o diálogo? Para que exista um bom diálogo, é fundamental que ela diga exatamente o que pensa para podermos avançar a partir daí. O fundamental é dar ao outro a oportunidade de ser ele mesmo, para o diálogo continuar. Se a posição dela for outra, tenho direito a uma atitude diferente.
Até o momento, não sabemos como será, pois ela assumiu a posição do ex-presidente Lula, que é impossível moralmente. Ele diz que tem uma posição pessoal como homem de fé e outra como presidente, como homem de Estado. Ora, a gente tem apenas uma moral, e não duas.
Muitas igrejas têm bancada no Congresso. Qual sua opinião sobre a separação entre religião e política e a possibilidade de mistura entre os dois campos? A separação entre igreja e Estado foi uma conquista e representa uma grande vantagem democrática em relação ao passado, quando havia a imposição da religião sobre o Estado.
O problema é que muitas vezes não fica claro se estão usando a afirmação do caráter laico do Estado para dizer que ele é ateu e que o cidadão religioso não tem lugar na discussão política. Aí já é complicado, porque é preciso haver liberdade religiosa e respeito a essas posições.
Esse equilíbrio é que ainda não apareceu, e o debate acaba sendo recheado por posições já tomadas de antemão.
Mas não podemos considerar que a experiência religiosa esteja reduzida apenas à dimensão da consciência ou à dimensão pessoal, como se não tivesse nenhuma função social. Por isso é que a Igreja Católica está recuperando a atenção à política.
Como o sr. vê o forte crescimento das igrejas evangélicas, em especial entre as classes mais baixas? Muitos desses movimentos religiosos mais modernos não exprimem uma fidelidade à doutrina do Evangelho como ela é -escolhem apenas partes e, às vezes, assumem compromissos com coisas que não são corretas. Por exemplo, há igrejas que têm compromisso fortíssimo com a arrecadação de dinheiro.
Por que essas igrejas têm tido mais êxito entre os pobres do que a Igreja Católica? Não sei dizer uma razão particular. Sei que, hoje, essas igrejas usam os meios de comunicação de maneira muito forte, com motivações psicológicas... Isso tem uma força sobre as pessoas, que têm uma dimensão religiosa grande no coração.
Mas a Igreja Católica não segue essa estrada. Há muito de proselitismo por trás [de outras igrejas], não só de verdade. E nosso caminho [da Igreja Católica] não é o proselitismo, é o testemunho.
O sr. poderia citar alguma em particular? Prefiro não citar nenhuma. O importante é mencionar o fenômeno. As pessoas sabem que isso existe.
Com todo respeito que tenho aos que assim se entregam, digo que isto para mim não faz o menor sentido, nem tem lógica. Passou-se o tempo em que eu deixava que outras pessoas pensassem por mim, ou me benzesse com água "benta". Agora dizem para mim, "a fé remove montanhas", remove? Acreditar por acreditar, prefiro a letra da música que diz, "fé cega, faca amolada".
Em outos tempos (século XIII), pelo pouco que disse aqui, eu seria declarado herege e queimado numa fogueira "santa" em praça pública pela Igreja Católica ou Protestante, e tudo feito em nome destas igrejas e de Deus.
"Ministro" do Vaticano cobra posição em temas como aborto e homossexualismo
Segundo religioso, as ideias expressadas pela petista na campanha podem não ser o que balizará seu governo
Sérgio Lima/Folhapress |
UIRÁ MACHADO
DE SÃO PAULO
Alçado repentinamente à condição de um dos principais nomes da Igreja Católica no mundo, dom João Braz de Aviz, arcebispo de Brasília, afirma que a presidente Dilma Rousseff (PT) precisa explicar melhor o que pensa a respeito de certos assuntos caros à igreja.
"Não temos uma ideia clara de quem é Dilma do ponto de vista religioso. Ela precisa explicar melhor as suas convicções religiosas para que o diálogo possa progredir."
Segundo Aviz, 63, as posições sobre o aborto que Dilma expressou durante as eleições não necessariamente representam o que acontecerá sob seu governo: "Durante a campanha é uma coisa, e na prática o caminho às vezes é outro".
No dia 4, a igreja anunciou que o papa Bento 16 nomeou dom João prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Ele deve assumir o cargo, um dos nove "ministérios" da Igreja Católica, em fevereiro.
Na entrevista a seguir, Aviz também comenta o crescimento das igrejas evangélicas e critica o fato de algumas denominações terem "compromisso fortíssimo com a arrecadação de dinheiro".
Folha - Qual a sua avaliação a respeito do debate sobre o aborto durante as eleições? João Braz de Aviz - Foi um pouco ruim, porque a discussão dos bispos e de pessoas leigas ligadas à igreja apareceu com a exclusão de um partido [o PT]. Ou seja, havia uma definição de posição político-partidária muito clara [a favor do PSDB], e a Igreja Católica não sustenta isso.
Do outro lado, o que está à flor da pele é que uma imensa parte da população brasileira não aceita essa enxurrada de propaganda a favor do aborto que é feita de modo impositivo. Há um movimento de legalizar o aborto e considerá-lo um direito humano, o que é uma coisa muito difícil de a gente compreender.
Portanto, a posição dos bispos até estava correta, mas o que houve de dificuldade foi identificar apenas em um partido essa posição e aproveitar esse fato para uma escolha política.
No geral, o sr. considera que as eleições correram bem? O que se viu foi sobretudo um processo político muito maduro. O crescimento de um terceiro elemento [o PV, de Marina Silva] que não se identifica com as duas principais forças me parece muito positivo. Há um crescimento da consciência política e do diálogo democrático.
O sr. imagina que a igreja terá alguma dificuldade de diálogo com o governo Dilma? Claro que a gente sempre espera que o diálogo seja muito bom. Mas a verdade é que não temos uma ideia clara de quem é Dilma do ponto de vista religioso. Ela precisa explicar melhor as suas convicções religiosas para que o diálogo possa progredir.
O que sabemos é que Dilma mostrou flexibilidade com relação a temas importantes para a igreja. Mas também sabemos que políticos fazem isso: durante a campanha é uma coisa, e na prática o caminho às vezes é outro.
O que o sr. espera dela com relação a isso? Eu espero que as posições dela se aproximem das posições da igreja. Para isso, precisamos conhecer melhor o que pensa a Dilma presidente em relação a certos temas.
Não só o aborto, que teve destaque na disputa eleitoral, mas também quanto ao PNDH-3 [Plano Nacional de Direitos Humanos], que traz posições contudentíssimas para a igreja. Há aspectos muito bonitos com relação à questão social, mas temos aborto, homossexualismo, um monte de coisa que precisamos ver como vai ficar.
Eventuais diferenças não inviabilizariam o diálogo? Para que exista um bom diálogo, é fundamental que ela diga exatamente o que pensa para podermos avançar a partir daí. O fundamental é dar ao outro a oportunidade de ser ele mesmo, para o diálogo continuar. Se a posição dela for outra, tenho direito a uma atitude diferente.
Até o momento, não sabemos como será, pois ela assumiu a posição do ex-presidente Lula, que é impossível moralmente. Ele diz que tem uma posição pessoal como homem de fé e outra como presidente, como homem de Estado. Ora, a gente tem apenas uma moral, e não duas.
Muitas igrejas têm bancada no Congresso. Qual sua opinião sobre a separação entre religião e política e a possibilidade de mistura entre os dois campos? A separação entre igreja e Estado foi uma conquista e representa uma grande vantagem democrática em relação ao passado, quando havia a imposição da religião sobre o Estado.
O problema é que muitas vezes não fica claro se estão usando a afirmação do caráter laico do Estado para dizer que ele é ateu e que o cidadão religioso não tem lugar na discussão política. Aí já é complicado, porque é preciso haver liberdade religiosa e respeito a essas posições.
Esse equilíbrio é que ainda não apareceu, e o debate acaba sendo recheado por posições já tomadas de antemão.
Mas não podemos considerar que a experiência religiosa esteja reduzida apenas à dimensão da consciência ou à dimensão pessoal, como se não tivesse nenhuma função social. Por isso é que a Igreja Católica está recuperando a atenção à política.
Como o sr. vê o forte crescimento das igrejas evangélicas, em especial entre as classes mais baixas? Muitos desses movimentos religiosos mais modernos não exprimem uma fidelidade à doutrina do Evangelho como ela é -escolhem apenas partes e, às vezes, assumem compromissos com coisas que não são corretas. Por exemplo, há igrejas que têm compromisso fortíssimo com a arrecadação de dinheiro.
Por que essas igrejas têm tido mais êxito entre os pobres do que a Igreja Católica? Não sei dizer uma razão particular. Sei que, hoje, essas igrejas usam os meios de comunicação de maneira muito forte, com motivações psicológicas... Isso tem uma força sobre as pessoas, que têm uma dimensão religiosa grande no coração.
Mas a Igreja Católica não segue essa estrada. Há muito de proselitismo por trás [de outras igrejas], não só de verdade. E nosso caminho [da Igreja Católica] não é o proselitismo, é o testemunho.
O sr. poderia citar alguma em particular? Prefiro não citar nenhuma. O importante é mencionar o fenômeno. As pessoas sabem que isso existe.
Comentário do Contramaré: Por que uma pessoa (católica, protestante, ou de outras modalidades) que acredita em Deus, prefere terceirizar a sua realação pessoal com esta divindade, e assim, delega aos outros (padres, freiras, pastores, bispos, papa) esta importante tarefa, que devia ser pessoal e intransferível.
Com todo respeito que tenho aos que assim se entregam, digo que isto para mim não faz o menor sentido, nem tem lógica. Passou-se o tempo em que eu deixava que outras pessoas pensassem por mim, ou me benzesse com água "benta". Agora dizem para mim, "a fé remove montanhas", remove? Acreditar por acreditar, prefiro a letra da música que diz, "fé cega, faca amolada".
Em outos tempos (século XIII), pelo pouco que disse aqui, eu seria declarado herege e queimado numa fogueira "santa" em praça pública pela Igreja Católica ou Protestante, e tudo feito em nome destas igrejas e de Deus.
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