A extrema direita nos Estados Unidos ampliou durante o governo Obama a agressividade de seus ataques. Em 2009 um oficial reservista da Marinha, Dale Robertson, fundou o Tea Party uma organização populista responsável por organizar protestos contra a lei do reinvestimento, reformas da saúde além de exigir maior rigor no combate a imigração e militarização do combate ao terrorismo. O Tea Party não possui um número expressivo de filiados, entretanto a sua força localiza-se no poder deste reduzido grupo formado por políticos, jornalistas, ancoras de TV e radio, líderes religiosos fundamentalistas e milionários incluindo David Koch controlador da petrolífera Koch uma poderosa empresa possuindo atuação internacional.
Outro membro destacado do Tea Parte é Sarah Palin conhecida por defender os interesses do setor petrolífero no Ártico – Palin foi governadora do Alaska – fato dificultado, segundo a ex-governadora, por ecologistas radicais. A respeito deste tema Sarah Palin culpou os ecologistas pelo derramamento de óleo no golfo do México associando este acidente as dificuldades legais de exploração no Alaska obrigando, estas restrições, a exploração petrolífera em áreas oceânicas profundas.
Ampliando o radicalismo de suas posições Palin criou durante as eleições de 2008 uma campanha na qual o símbolo mostrava uma mira de fuzil relacionando esta ao estado e nome do deputado que deveria ser derrotado. Dentre estes parlamentares encontrava-se o nome da representante do Arizona Gabrielle Giffords baleada no último dia 8 de janeiro.
Giffords destacava-se por representar a defesa da ampliação do uso da energia solar nos Estados Unidos para a geração de energia elétrica tendo patrocinado o projeto da lei solar em 2009 recentemente aprovada no Congresso. Através desta lei os Estados Unidos estabelecem uma política de utilização da energia solar aplicando um cronograma de investimentos e criação de usinas solares. Este setor – indústria da energia solar – movimentou nos EUA em 2009 – segundo a Solar Energy Association - a exportação de 723 milhões de dólares em tecnologia e equipamentos assumindo ainda a instalação de usinas no valor de 2 bilhões de dólares.
Gabrielle Giffords também defendeu o projeto da usina solar de Solona no Arizona um investimento de 1,4 bilhões de dólares para iluminar 70 mil residências em 2013. Naturalmente os críticos do projeto criticam os custos elevados destas usinas e convenhamos apresentam-se mesmo elevados. E qual seria o motivo?
A tecnologia para fabricação dos painéis solares encontra-se – em sua maioria – registrada em nome dos grandes oligopólios petrolíferos – A BP apresenta-se na condição de maior fabricante mundial de painéis solares – estes preferem cuidar de suas atividades originais ficando a alternativa energia do sol para a publicidade.
As leis solar e do reinvestimento possibilitaram a criação de benefícios fiscais para a pesquisa desta tecnologia contribuindo para a redução no valor do equipamento. O discurso da extrema direita dos EUA alega desperdício de recursos públicos os defensores mostram vantagens para o meio ambiente.
Os dois lados – industria da energia solar e petrolífera – apresentam-se na condição de defensores da segurança energética dos EUA. O primeiro prometendo independência do petróleo importado e geração interna de empregos o segundo garantindo a manutenção da economia graças ao controle das áreas de produção. Entre os dois uma economia nacional em crise com elevados custos militares possuindo uma poderosa indústria bélica. E qual a posição dos fabricantes de armamentos?
A indústria de armamentos não deseja perder terreno apoiando – inclusive – a eleição dos defensores da energia solar conforme observou-se na eleição de Gabrielle Giffords através do apoio da fabricante dos aviões não tripulados Advanced Ceramics recentemente incorporada a Bae Systens empresa com vasta ficha de acusações de corrupção. Bilhões envolvidos, nesta estória não existem santos.
Apresentado este quadro preocupa-me a situação do Brasil entorpecido nesta mistificação do pré-sal. A nova legislação brasileira para o setor petrolífero de forma cristalina sinaliza para nossa condição de exportador de matéria prima necessitando para este fim o investimento em tecnologia para exploração em áreas profundas. Esta tecnologia será desenvolvida – em grande parte – por empresas instaladas no Brasil, mas possuindo a matriz fora de nosso território. O caso da General Eletric é gritante. A Petrobrás será a controladora de parcela mínima dos campos, entretanto será responsável por sua manutenção e piorando isso tudo quando este petróleo perder sua condição comercial o Brasil será importador de tecnologia das chamadas energias alternativas. É preciso ampliar o debate a respeito da política econômica do petróleo brasileiro com urgência.
Wladmir Coelho
By: Política Econômica do Petróleo
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