sábado, 20 de novembro de 2010
Por que cresce o ódio racial da elite branca
Apesar das negativas da grande imprensa, é inegável que nos últimos anos o Brasil começou a operar uma forte distribuição de renda de um grupo étnico minoritário e privilegiado para outro amplamente majoritário e eternamente prejudicado na divisão da riqueza.
Por estar a serviço do setor privilegiado – pois, em última instância, pertence a ele –, a mídia corporativa meramente canaliza um sentimento de “revolta” de classe e racial desses setores da sociedade que, até há pouco, vinham ganhando a luta de classes – que alguns tentam apresentar como anomalia ou desejo de grupos políticos, mas que, em um país tão injusto, é mera conseqüência de sua realidade social.
Estudo recente, pois, explica o ódio da elite branca contra um governo que desencadeou esse necessário processo redistribuidor de renda em prol da maioria étnica brasileira que sempre ostentou condições de vida infinitamente piores do que as de uma casta branca e descendente de europeus.
Data Popular é uma instituição que, segundo diz sua mensagem institucional, dedica-se a produzir “Conhecimento de qualidade sobre o mercado popular no Brasil”. Ao entrar no site, a mensagem institucional inicial esclarece a que ele se dedica:
Bem-vindo ao mundo do carnê, do consórcio, do SPC.
Bem-vindo ao mundo do metrô, do buzão, da lotação, da CBTU, do seminovo zerado.
Bem-vindo ao mundo do vale-refeição, do PF e da marmita.
Bem-vindo ao mundo do supletivo, da escola de cabeleireiro e do curso de computação.
Bem-vindo ao mundo do celular pré-pago, da megasena.
Bem-vindo ao mundo do trabalho informal, da pensão do INSS, do despertador pras 5,
da mobilidade social.
da mobilidade social.
Bem-vindo ao mundo do Ratinho, Raul Gil, Bruno & Marrone, Banda Calypso, Calcinha Preta, MC Leozinho e da Rádio Tupi.
Bem-vindo ao mundo do supermercado com a família, da cervejinha gelada, da macarronada com frango, do financiamento da Caixa.
Bem-vindo ao mundo surpreendente da economia da base da pirâmide.
O trabalho mais recente do Data Popular, concluído nesta semana, busca prover com dados científicos o crescente interesse de grandes empresas por esse segmento em ascensão social, segmento no qual os negros sobressaem.
A renda da população negra no país atingiu R$ 544 bilhões. Segundo estudos recentes, desde 2007 a renda média per capita do negro cresceu 38% – o dobro da renda média do branco, que teve alta de 19% no mesmo período.
A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), feita pelo IBGE, deixa ver claramente como durante o governo Lula essa parcela amplamente majoritária – e “afrodescendente” – da população brasileira começou a ser resgatada da injustiça social em que foi mantida durante o século XX.
Segundo Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisa Data Popular, o “enriquecimento” dos negros é resultado do aumento da renda da população da base da pirâmide de renda do país: “tem mais negros nas classes C e D, que teve aumento maior de renda que nas classes A e B [no período analisado]”.
Esse estudo não precisaria ter sido feito para que os beneficiados pelo processo redistribuidor de renda percebessem-no. Quem está comprando mais bens de consumo durável, vestuário, alimentos, ou que está chegando a universidades na condição de primeiro universitário da família, bem sabe o que lhe está acontecendo – e inclusive votou para manter esse processo.
Além de subsidiar empresas interessadas no mercado de consumo de massas que o governo do PT fez surgir, o estudo serve para finalmente calar os que tentam atribuir tal processo a governos que trataram de impedi-lo ou àqueles que tentam negar que tal processo esteja ocorrendo.
blog da cidadania
UOL preocupado com futuro do Zé Chirico
Futuro de José Serra divide videntes e cientista político
O UOL Notícias convocou uma astróloga, um babalorixá, um numerólogo/tarólogo, uma médium que interpreta a borra de café e um cientista político para desvendar as palavras de despedida do político derrotado na última corrida presidencial: "não é um adeus, é um até logo". Eles respondem sobre as chances do tucano se lançar candidato e vencer as eleições de 2012 e 2014. Oficialmente, José Serra não tem agenda determinada para 2011.
Altercom avalia que O Globo atua como aliado da ditadura ao falar sobre torturas contra Dilma
Redação, Rede Brasil Atual
“A Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), que reúne empresários de veículos alternativos e blogueiros, lamentou a reportagem publicada nesta sexta-feira (19) por O Globo. O jornal fluminense teve acesso, por decisão do Judiciário, a documentos da ditadura militar (1964-85) sobre a presidente eleita Dilma Rousseff.
Para a Altercom, a matéria, que narrava que o grupo integrado pela presidente havia organizado assaltos a bancos, visa à criação de um “terceiro turno”, cuja tentativa de criação se deu tão logo foi confirmada a vitória da petista. “Dia sim, dia não, uma crise produzida e maquiada ganha as manchetes da mídia conservadora numa escalada ao mesmo tempo sôfrega e frívola”, lamenta a entidade em comunicado emitido nesta sexta.
No entendimento do grupo, trata-se de uma tentativa de minar a autoridade de Dilma antes mesmo da posse, numa aposta de que “uma vez Lula fora da cena política, não haverá força capaz de deter o trator oposicionista.” A Altercom entende que “o enredo dessa trama está para o bom jornalismo, assim como o rio Tietê para a preservação do meio ambiente.”
A reportagem de O Globo registra os depoimentos de Dilma, tomados sob tortura, quando a então militante de resistência à ditadura tinha 19 anos. Os documentos chamam Dilma de “Joana D'Arc da subversão” e indicam que ela “nunca se arrependeu.” No interrogatório promovido em 21 de outubro de 1970, em São Paulo, Dilma explicou os motivos de ter aderido à luta pela democracia: “Em função de uma análise da realidade brasileira, na qual constatou a existência de desequilíbrios regionais de renda, o que provoca a crescente miséria da maioria da população, ao lado da magnitude riqueza de uns poucos que detêm o poder e impedem, através da repressão policial, da qual hoje a interroganda é vítima, todas as lutas de libertação e emancipação do povo brasileiro. Dessa ditadura institucionalizada optou pelo caminho socialista".
A Altercom lamenta que o jornal tenha se valido de documentos de um regime que não tinha legitimidade. “É aberrante do ponto de vista do fazer jornalístico emprestar credibilidade ao que foi transcrito por um Estado terrorista, concedendo força de prova ao que uma mulher declarou sob tortura. Ademais, é um agravo à ética jornalística que uma mídia comercial ainda atue como aliada do extinto regime ditatorial, ao tomar seus documentos como válidos e legais.”
“A Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), que reúne empresários de veículos alternativos e blogueiros, lamentou a reportagem publicada nesta sexta-feira (19) por O Globo. O jornal fluminense teve acesso, por decisão do Judiciário, a documentos da ditadura militar (1964-85) sobre a presidente eleita Dilma Rousseff.
Para a Altercom, a matéria, que narrava que o grupo integrado pela presidente havia organizado assaltos a bancos, visa à criação de um “terceiro turno”, cuja tentativa de criação se deu tão logo foi confirmada a vitória da petista. “Dia sim, dia não, uma crise produzida e maquiada ganha as manchetes da mídia conservadora numa escalada ao mesmo tempo sôfrega e frívola”, lamenta a entidade em comunicado emitido nesta sexta.
No entendimento do grupo, trata-se de uma tentativa de minar a autoridade de Dilma antes mesmo da posse, numa aposta de que “uma vez Lula fora da cena política, não haverá força capaz de deter o trator oposicionista.” A Altercom entende que “o enredo dessa trama está para o bom jornalismo, assim como o rio Tietê para a preservação do meio ambiente.”
A reportagem de O Globo registra os depoimentos de Dilma, tomados sob tortura, quando a então militante de resistência à ditadura tinha 19 anos. Os documentos chamam Dilma de “Joana D'Arc da subversão” e indicam que ela “nunca se arrependeu.” No interrogatório promovido em 21 de outubro de 1970, em São Paulo, Dilma explicou os motivos de ter aderido à luta pela democracia: “Em função de uma análise da realidade brasileira, na qual constatou a existência de desequilíbrios regionais de renda, o que provoca a crescente miséria da maioria da população, ao lado da magnitude riqueza de uns poucos que detêm o poder e impedem, através da repressão policial, da qual hoje a interroganda é vítima, todas as lutas de libertação e emancipação do povo brasileiro. Dessa ditadura institucionalizada optou pelo caminho socialista".
A Altercom lamenta que o jornal tenha se valido de documentos de um regime que não tinha legitimidade. “É aberrante do ponto de vista do fazer jornalístico emprestar credibilidade ao que foi transcrito por um Estado terrorista, concedendo força de prova ao que uma mulher declarou sob tortura. Ademais, é um agravo à ética jornalística que uma mídia comercial ainda atue como aliada do extinto regime ditatorial, ao tomar seus documentos como válidos e legais.”
Globo fura a Folha e publica o 'lixo' do processo contra Dilma na Justiça Militar
O ex-ministro José Dirceu disse que o documento é "lixo puro".
- Desde quando ficha política conseguida sob tortura vale alguma coisa? Isso é lixo puro. Ficha conseguida por esses órgãos sob tortura e assassinato só não são jogados na lata do lixo porque fazem parte da história - disse José Dirceu.
Na mesma linha, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, também considerou o documento um "lixo". Mas, na opinião de Dutra, a divulgação não irá trazer desgaste para a nova presidente.
Do ponto de vista da realidade é lixo. Só não pode ser destruída por faz parte da historia. É ridículo querer transformar isso em um fato político. A divulgação dessa ficha não vai provocar desgaste nenhum à nossa presidente. Ao contrário, ela, e nós, temos orgulho de seu passado. Por esse tipo de ficha então o Vladimir Herzorg se suicidou? - questionou.
***
O jornal Folha de S. Paulo sofreu nesta sexta-feira (19) sua segunda e mais vergonhosa derrota em torno do episódio da liberação dos documentos militares sobre a atuação de Dilma Rousseff na resistência à ditadura. Primeiro, o jornal foi derrotado em sua intenção declarada de utilizar os documentos militares como arma eleitoral para prejudicar Dilma. Os documentos só foram liberados depois que a petista já havia sido eleita presidente. Agora, o jornal foi furado pela concorrência. Apesar de ter obtido os papéis com antecedência, a Folha viu o Globo revelar em primeira mão informações contidas na papelada produzida pela ditadura.
Documentos da ditadura dizem que Dilma 'assessorou' assaltos a bancos
BRASÍLIA - Liberados para consulta nesta quinta-feira pelo Superior Tribunal Militar (STM), os dezesseis volumes de documentos com páginas já amareladas e gastas que contam a história do processo movido pela ditadura militar contra a presidente eleita Dilma Rousseff descrevem a ex-militante como uma figura de expressão nos grupos em que atuou, que chefiou greves e "assessorou assaltos a bancos", e nunca se arrependeu.
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar contra os integrantes do grupo de esquerda VAR-Palmares, Dilma é chamada de "Joana D'Arc da subversão". "É figura feminina de expressão tristemente notável", escreveu o procurador responsável pela denúncia.
O GLOBO teve acesso aos autos a partir de autorização do presidente do STM, ministro Carlos Alberto Marques. A decisão foi assinada no mesmo dia em que o plenário da Corte liberou o acesso dos autos ao jornal "Folha de S.Paulo", que antes da eleição tentara consultar o processo. Dilma apresentou nesta quinta-feira um pedido para também ter acesso aos autos. O presidente do STM determinou que seja dada prioridade à requisição da presidente eleita. Ela já havia pedido acesso aos autos durante a eleição, mas ele fora negado.
Em depoimento à Justiça Militar, em 21 de outubro de 1970, Dilma contou ao juiz da 1ª Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Militar que foi seviciada quando esteve presa no Dops, em São Paulo. O auditor não perguntou quais tinham sido as sevícias. No interrogatório, Dilma explicou ao juiz por que aderiu à luta armada. O trecho do depoimento é este: "Que se declara marxista-leninista e, por isto mesmo, em função de uma análise da realidade brasileira, na qual constatou a existência de desequilíbrios regionais de renda, o que provoca a crescente miséria da maioria da população, ao lado da magnitude riqueza de uns poucos que detêm o poder e impedem, através da repressão policial, da qual hoje a interroganda é vítima, todas as lutas de libertação e emancipação do povo brasileiro. Dessa ditadura institucionalizada optou pelo caminho socialista".
Sem participação ativa nas ações
Os arquivos trazem ainda cópia do depoimento que Dilma prestou em 1970 ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), delegacia em que ela ficou presa e foi torturada. No interrogatório realizado no dia 26 de fevereiro daquele ano, Dilma, sob intensa tortura, segundo o depoimento, listou nomes de companheiros, indicou locais de reuniões, e admitiu que uma das organizações da qual fazia parte, o Colina, fez pelo menos três assaltos a banco e um atentado a bomba. Mas ressalvou que nem ela nem o então marido, Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, tiveram "participação ativa" nas ações.
No interrogatório no Dops, Dilma contou que o atentado a bomba foi praticado na casa do interventor do Sindicato dos Metalúrgicos em Minas Gerais, e que atingiu também a casa do delegado regional do Trabalho. As residências eram contíguas.
Em um trecho do depoimento, Dilma disse que uma de suas funções em organizações de combate à ditadura era organizar células de militantes. Teria sido encarregada de distribuir dinheiro aos grupos. O dinheiro teria sido arrecadado em ações dos movimentos.
Os documentos relatam que Dilma começou a ser "doutrinada para o credo ideológico marximalista" (sic) por Cláudio Galeno, em Belo Horizonte, quanto atuavam na Polop, em 1967. Anos depois, na VAR-Palmares, Dilma foi a São Paulo e assumiu atividade de colegas que estavam para cair (serem presos). Dilma foi professora de marxismo e em sua casa foram apreendidos materiais para falsificação, panfletos e livros considerados subversivos.
Antes de seguir para São Paulo, Dilma e o marido passaram pelo Rio, em 1969. Sem conseguir, de início, um aparelho para morar, viveram num hotel em Laranjeiras. A Polop, movimento em que atuavam, passou a se chamar Colina. Dilma traduziu livros para os companheiros e foi cobrir pontos e contatos. Foi usada certa vez como "araque", para atrair e despistar a atenção dos militares enquanto companheiros faziam reuniões.
Dilma era deslocada para outros pontos do país para fortalecer a atuação do Colina e arregimentar companheiros. Foi ao Rio Grande do Sul, onde a atuação de seu grupo era fraca e não havia militantes suficientes. Depois, foi cumprir o mesmo papel em Brasília e Goiânia.
Em junho de 1969, teria participado da reunião que tratou da fusão do Colina com a VPR, no Rio. Dilma contou que, em outro encontro, um companheiro falou da realização de uma "grande ação" que iria render bastante dinheiro para os cofres da organização. Essa ação, soube Dilma depois, tratava-se do assalto à residência de Ana Capriglione, ex-secretária do ex-governador Ademar de Barros.
Elogio à "dotação intelectual"
Num relatório sobre guerrilheiros da VAR-Palmares, o delegado Newton Fernandes, da Polícia Civil de São Paulo, traça um perfil de 12 linhas sobre Dilma. Segundo ele, ela era "uma das molas mestras e um dos cérebros dos esquemas revolucionários postos em prática pelas esquerdas radicais". O delegado diz que a petista pertencia ao "Comando Geral da Colina" e era "coordenadora dos Setores Operário e Estudantil da VAR-Palmares de São Paulo, como também do Setor de Operações".
"É antiga militante de esquemas subversivo-terroristas", diz o delegado. No texto, elogia a capacidade intelectual da guerrilheira: "Trata-se de uma pessoa de dotação intelectual bastante apreciável". No documento, o delegado pede a prisão preventiva de Dilma e mais 69 acusados de atividades subversivas contra o governo.
com textolivre
Homofobia é homossexualidade reprimida!!!
Trecho retirado de um documentário em inglês:
By: Lente de Aumento, via com textolivre
Geração de emprego bate recorde no ano
O Brasil registrou a criação líquida (saldo entre contratações e demissões) de 204.804 vagas de emprego com carteira assinada em outubro, informou nesta sexta-feira o Ministério do Trabalho e Emprego, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Com o resultado de outubro, o país acumula 2,406 milhões de vagas formais criadas no ano, um recorde histórico para os dez primeiros meses do ano. O melhor resultado anterior em período equivalente, de 2,147 milhões de empregos com carteira assinada, havia sido apurado em 2008.
O presidente Lula comemorou o resultado ao compará-lo com o dos Estados Unidos onde, segundo ele, foram abertas 60 mil vagas a menos no mesmo período.
"Não fiz tudo o que era preciso fazer, mas certamente fiz muito mais do que muita gente esperava", afirmou ele.
"Muita gente que passou pela presidência se pergunta: 'Como é que eu não pude fazer o que ele fez'", disse Lula se comparando aos ex-presidentes.
com textolivre
Vídeo de partido catalão mostra jovem tendo 'orgasmo' ao votar
Vídeo de ala de partido destaca que 'votar é um prazer'.
Objetivo é mobilizar jovens a votar no candidato do PSC.
A Juventude Socialista da Catalunha (JSC) lançou um vídeo que compara o ato de votar com um orgasmo. A ala jovem do Partido Socialista da Catalunha (PSC) tenta mobilizar os jovens a votar em seu candidato à reeleição à presidência do governo autônomo catalão, José Montilla.
O vídeo destaca que "votar é um prazer". Ele mostra a imagem de uma jovem que, após escolher a cédula do PSC, tem um orgasmo ao colocar o voto em uma urna.
By: G1
Proposta do PT destaca Estado laico e informação democrática
Brasil, Estado laico? |
A reunião do Diretório Nacional do PT realizada nesta sexta-feira em Brasília resultou na aprovação de uma proposta que traz entre seus destaques a "urgência da reforma político-institucional e da democratização da informação" e a ênfase ao "caráter laico do Estado brasileiro".
"No plano interno, está colocada a urgência da reforma político-institucional e da democratização da comunicação. Caberá ao partido, ainda, ajudar na renovação da cultura política do País", diz o texto divulgado ao final do encontro.
O documento continua ressaltando a necessidade de combater o "descrédito" com partidos e instituições e o "conservadorismo". "Respeitando a liberdade de imprensa e de expressão, o PT tem de realizar um debate qualificado acerca do conservadorismo que se incrustou em setores da sociedade e dos meios de comunicação. Medidas essenciais para superar o descrédito de amplos setores de nossa sociedade para com partidos e instituições".
A resolução aborda ainda o tema religião, que ganhou vulto ao final do primeiro turno da disputa presidencial e gerou cobranças a então candidata e agora presidente eleita Dilma Rousseff.
"Cabe ao partido, respeitando convicções religiosas e ideológicas, enfatizar o caráter laico do Estado brasileiro, defendendo todos aqueles segmentos da sociedade que foram e são historicamente discriminados".
A resolução, intitulada "Uma grande vitória", não deixa de cutucar a campanha feita pela oposição durante a disputa presidencial. A crítica é feita ao agradecer "milhões de brasileiros e brasileiras" e ativistas dos partidos e movimentos sociais que "saíram às ruas para eleger Dilma Rousseff e evitar a volta das forças do atraso, com seu discurso raivoso de extrema-direita".
O texto repete ainda a mensagem do discurso da presidente eleita na abertura do encontro petista, ao pedir o apoio da legenda para o futuro governo. "Ao PT caberá a complexa tarefa de ser a principal força de sustentação do Governo Dilma, ajudando a organizar e ampliar a participação da sociedade, especialmente a juventude, em favor das demandas político-populares".
O presidente da legenda, José Eduardo Dutra, destacou que a resolução "é uma posição do partido, que não diz respeito a propostas do governo".
By: Vermelho, via com textolivre
Em reunião de gatos-pingados, PSDB inicia divórcio do DEM
“O PSDB quer se livrar da companhia do DEM, seu principal e mais fiel aliado nos últimos 16 anos. Não deixa de ser uma atitude recíproca — líderes “demos” também já expuseram que o ex-PFL se cansou de ser um partido-satélite. Do lado tucano, o anúncio do divórcio ocorreu numa melancólica reunião da Executiva Nacional do PSDB, nesta quinta-feira (18), em Brasília.
Não se sabe se a decisão é definitiva, já que a reunião não contou com as lideranças de peso do tucanato. José Serra e Fernando Henrique Cardoso não deram as caras. Seis dos oito governadores tucanos eleitos em outubro faltaram. Aécio Neves, Tasso Jereissati, Arthur Virgílio e Álvaro Dias tampouco apareceram. Sobraram apenas os gatos-pingados para chorar a derrota eleitoral e trocar impressões sobre os rumos do PSDB.
Os poucos dirigentes presentes passaram recibo do fracasso. Teotônio Vilela, governador re-eleito de Alagoas, comprometeu-se a organizar um encontro, “quando possível”, com todos os governadores da sigla. A Executiva Nacional prometeu voltar a se reunir na quarta-feira, com a presença de tucanos de maior plumagem, como o senador Tasso Jereissati (CE) e o presidente do PSDB-SP, Mendes Thame.
Na reunião de ontem, o clima de desolação era geral. Sem discutir os erros estratégicos da campanha presidencial, a direção poupou tanto o candidato derrotado, José Serra, quanto a si mesma. De forma indireta, porém, revelou contrariedade com a demora de Serra em assumir sua candidatura. Por isso, já falam em lançar com antecedência de dois anos o candidato do partido às eleições presidenciais de 2014.
A proposta, defendida sobretudo pelo ex-presidente FHC, enfrenta resistência na ala serrista — e é o ponto em que os tucanos tentam se dissociar dos “demos”. O cálculo se baseia no seguinte pressuposto: se o DEM se encolheu com a parceria, o PSDB sai do consórcio com a fantasia desbotada. Aquela “velha roupa colorida” de partido moderno deu lugar à imagem de legenda conservadora, privatista e elitista. As baixarias adotadas pela campanha de Serra ao Planalto só fizeram cristalizar essa percepção.”
Matéria Completa, ::Aqui::
André Cintra, Vermelho.org
Não se sabe se a decisão é definitiva, já que a reunião não contou com as lideranças de peso do tucanato. José Serra e Fernando Henrique Cardoso não deram as caras. Seis dos oito governadores tucanos eleitos em outubro faltaram. Aécio Neves, Tasso Jereissati, Arthur Virgílio e Álvaro Dias tampouco apareceram. Sobraram apenas os gatos-pingados para chorar a derrota eleitoral e trocar impressões sobre os rumos do PSDB.
Os poucos dirigentes presentes passaram recibo do fracasso. Teotônio Vilela, governador re-eleito de Alagoas, comprometeu-se a organizar um encontro, “quando possível”, com todos os governadores da sigla. A Executiva Nacional prometeu voltar a se reunir na quarta-feira, com a presença de tucanos de maior plumagem, como o senador Tasso Jereissati (CE) e o presidente do PSDB-SP, Mendes Thame.
Na reunião de ontem, o clima de desolação era geral. Sem discutir os erros estratégicos da campanha presidencial, a direção poupou tanto o candidato derrotado, José Serra, quanto a si mesma. De forma indireta, porém, revelou contrariedade com a demora de Serra em assumir sua candidatura. Por isso, já falam em lançar com antecedência de dois anos o candidato do partido às eleições presidenciais de 2014.
A proposta, defendida sobretudo pelo ex-presidente FHC, enfrenta resistência na ala serrista — e é o ponto em que os tucanos tentam se dissociar dos “demos”. O cálculo se baseia no seguinte pressuposto: se o DEM se encolheu com a parceria, o PSDB sai do consórcio com a fantasia desbotada. Aquela “velha roupa colorida” de partido moderno deu lugar à imagem de legenda conservadora, privatista e elitista. As baixarias adotadas pela campanha de Serra ao Planalto só fizeram cristalizar essa percepção.”
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LULA É NOMEADO PARA RECEBER O PRÊMIO INDIRA GANDHI PARA A PAZ
NOVA DÉLHI, 19 NOV ( ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escolhido para receber o Prêmio Indira Gandhi para a Paz, o Desarmamento e o Desenvolvimento de 2010 em uma decisão de um jurado internacional presidida pelo primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
O presidente, que deixará o cargo em 31 de dezembro de 2011, foi premiado porque trabalhou "pelo reforço das relações entre as nações em desenvolvimento, e em particular por seu importante apoio à cooperação" entre Índia e Brasil, explicou Singh.
Ele também disse que o brasileiro se esforçou para adotar políticas com o objetivo de eliminar a fome e promover o crescimento do Brasil.
Lula já recebeu outras premiações internacionais, como o de "Estadista Global" em janeiro deste ano no Fórum Econômico Mundial, e o Prêmio Pela Paz 2008, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em maio do ano passado.
Criado em 1986, já receberam o troféu no passado o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev em 1987; o primeiro presidente da República Tcheca, Václav Havel, em 1993; o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, em 1997; e o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, em 2008.
O presidente, que deixará o cargo em 31 de dezembro de 2011, foi premiado porque trabalhou "pelo reforço das relações entre as nações em desenvolvimento, e em particular por seu importante apoio à cooperação" entre Índia e Brasil, explicou Singh.
Ele também disse que o brasileiro se esforçou para adotar políticas com o objetivo de eliminar a fome e promover o crescimento do Brasil.
Lula já recebeu outras premiações internacionais, como o de "Estadista Global" em janeiro deste ano no Fórum Econômico Mundial, e o Prêmio Pela Paz 2008, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em maio do ano passado.
Criado em 1986, já receberam o troféu no passado o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev em 1987; o primeiro presidente da República Tcheca, Václav Havel, em 1993; o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, em 1997; e o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, em 2008.
Brasil, mostra tua cara
Perita da ONU elogia Plano Nacional de Cultura mas cobra combate à exclusão e à discriminação
Paula Laboissière, Agência Brasil
“Após dez dias de visitas ao Brasil, a perita independente no campo dos direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Farida Shaheed, elogiou hoje (19) o Plano Nacional de Cultura. Para ela, a iniciativa representa um grande avanço na promoção e na proteção dos direitos culturais no país.
“A promoção dos direitos culturais ocupa um lugar privilegiado na agenda do Brasil”, disse, durante coletiva de imprensa. De acordo com Farida, foram dados passos significativos para proteger expressões culturais de grupos marginalizados como os afrodescendentes e os indígenas.
Entretanto, a representante da ONU destacou que ainda há exclusão e discriminação em relação a esses segmentos no Brasil e que o assunto precisa ser abordado de forma eficaz pelo governo. Segundo ela, é preciso adotar todas as medidas necessárias para prevenir futuros atos de intolerância.
“A promoção dos direitos culturais não é uma tarefa fácil, sobretudo em um país grande como o Brasil”, disse.
O relatório sobre a visita de Farida ao Brasil deve ser concluído no início de 2010. O documento será enviado ao governo brasileiro e, em seguida, publicado.”
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
"O Analfabeto Político" - Bertolt Brecht
Em tempos obscuros como os que vivemos nos dias de hoje, é sempre bom recordar e recitar Brecht...
Guerra cambial entre EUA e China é preocupante, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a manifestar ontem (17/11) preocupação com a guerra cambial entre Estados Unidos e China. Ao discursar na cerimônia de posse do novo presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson de Andrade, Lula disse que o protecionismo é ruim e injusto com os outros países.
“Estamos preocupados com o que está acontecendo nos EUA e na China. Duas economias do tamanho delas tentarem aumentar sua competitividade desvalorizando suas moedas não é correto e não é justo para o comércio internacional”, disse o presidente.
Apesar disso, Lula demonstrou confiança no diálogo iniciado na última reunião do G20. “É importante que a gente cuide desse problema cambial. Acho que eles entenderam o recado, o G20 deve tomar decisões, os ministros da economia devem se encontrar”, afirmou o presidente.
By: Opera Mundi
Endenda o que é a guerra cambial e como ela afeta o Brasil
A TV Vermelho selecionou alguns vídeos para ajudar a explicar o que é a guerra cambial e como ela afeta o mundo e, consequentemente, o Brasil. Além disso, você vai saber mais sobre o encontro dos G20, que terminou dia 12 na Coréia do Sul, e que buscou medidas para evitar um impacto ainda mais desastroso na economia mundial após o início da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos.
Via de regra a TV Globo insiste em esconder que os EUA são os verdadeiros culpados pela guerra cambial, colocando no alvo a gigante economia da China. Porém, a reportagem abaixo destoa um pouco desta linha editorial. De maneira muito didática e precisa explica como começou a guerra cambial e por que você deve se preocupar com ela:
Essa você nõa viu no JN - 'ENEM' tucano também teve gabaritos trocados
Pau que bate em Francisco também bate em Chico, e pau que bate no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) do governo federal também tem que bater no SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) do governo demo-tucano.
Na noite de quarta-feira, o secretário estadual da Educação, Paulo Renato de Souza (PSDB/SP), desdenhava do Ministério da Educação, querendo jactar-se de uma inexistente maior competência demo-tucana:
- Vamos mostrar que é possível aplicar uma grande prova sem ter problemas. No Saresp, são 26 cadernos de provas diferentes e não tivemos problemas. No Enem, são só quatro cadernos e deu no que deu. Ficou provado que não é possível realizar um vestibular nacional sem erros.
Hoje o tucano do bico grande teve que engolir suas palavras.
A diretoria regional da cidade de Assis recebeu gabaritos de respostas trocados, incompatíveis com o caderno de perguntas.
A Secretaria de Educação atribuiu o erro a Vunesp, empresa de processos seletivos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que foi responsável pela prova.
Política de arrocho salarial, com "gorjetas" apenas para uma minoria dos professores
O SARESP é uma versão paulista do ENEM. As diferenças é que o SARESP avalia o ensino fundamental (além do médio), e só é usado para avaliar as escolas, não servindo ao aluno como complemento/alternativa ao vestibular.
Os resultados são computados em um índice, onde os professores e demais funcionários das escolas mais bem avaliadas recebem uma "gorjeta" no salário, como forma de cala-boca, que o governo demo-tucano chama de bônus ou gratificação.
O problema da política de bônus paulista é que, em vez de premiar professores, na prática, castiga 80% do professorado, deixando-os sem reposição salarial, e apenas uma minoria de 20% recebe uma "gorjeta", como se fosse um "prêmio", mas que não é mais do que a obrigação, para aproximar de uma reposição salarial.
Em 2009, extravio de provas e denúncias de fraude
Na prova do ano passado, houve denúncias de fraude e pacotes com provas chegaram com exemplares a menos em alguns colégios. A suspeita é que cadernos tenham sido extraviados e divulgados antes do teste.
Na escola Benedito Aparecido Tavares, em Franco da Rocha (Grande São Paulo), houve a denúncia de que professores passaram cola aos alunos (ajudaram os alunos a resolver as questões), para ganharem o bônus.
A gestão José Serra (PSDB) disse que os problemas "eram pontuais" e que, onde houver comprovação de fraude, o resultado da unidade será anulado e passará a valer a média da região para o pagamento de bônus. Não se falou em refazer a prova e com o tempo, e o complacência da imprensa paulista para não atrapalhar a eleição de Serra e Alckmin, caiu tudo no esquecimento, bem diferente do sensacionalismo que fazem com o ENEM, por muito menos.
By: Os Amigos do Presidente Lula
A encrenca de uma coalizão muito ampla
PMDB quer ministério com mais peemedebistas e mais conservador
Não é bom ter o PMDB como amigo. Pior ainda tê-lo como inimigo. A presidente eleita, Dilma Rousseff, já deve ter percebido o tamanho do barulho que o PMDB faz e a enorme capacidade do partido de desferir golpes rápidos e certeiros em seus aliados, quando o assunto é participação na máquina do governo. Sozinho, o PT, com sua bancada de 88 deputados na Câmara, será incapaz de se contrapor a isso. E não parece ser do perfil da eleita dar nó em pingo d’ água, como conseguiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à base da estratégia uma no cravo, uma na ferradura.
Pragmático, o presidente Lula, já na formação de seu primeiro governo, acenou para a sociedade como se sua eleição tivesse sido o produto de uma aliança política mais ampla do que realmente foi. A escolha de ministros comprometidos com a política ortodoxa, no campo da economia, teve a compensação que poderia dar naquele momento, diante da grave crise econômica que o Brasil atravessava: a imediata execução do Programa Fome Zero, posteriormente Bolsa Família, que integrou todos os programas de transferência de renda existentes.
O lado mais curioso dessa ampla coalizão (do ponto de vista da diversidade ideológica dos partidos aliados) foi a solução dada por Lula à Agricultura. Lula tomou o agronegócio como prioridade de governo e manteve o Ministério da Agricultura nas mãos de pessoas ligadas aos grupos ruralistas, que deram ao seu governo mais trabalho do que apoio no Congresso. No outro lado da balança, manteve um Ministério do Desenvolvimento Agrário sempre nas mãos de ministros ligados a movimentos sociais pela reforma agrária. A síntese dessa contradição foi um grande apoio ao agronegócio, mas uma política ativa de crédito e transferência de tecnologia voltada para a pequena propriedade e para a agricultura familiar. O Ministério de Desenvolvimento Social trabalhou articuladamente com o MDA junto a essas famílias, que pelo menos no início do governo estavam inseridas nos bolsões de miséria sob a mira das políticas sociais do governo. Agora já devem ter subido um pouco na escala social.
Dilma define políticas públicas antes de escolher nomes
Lula manteve sob permanente conflito o Ministério da Defesa, no segundo mandato sob a batuta de Nelson Jobim, e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, primeiro sob Nilmário Miranda, depois sob Paulo Vannucchi, ambos comprometidos com o “direito à memória e à verdade”, ou seja, o esclarecimento das mortes, desaparecimentos e torturas ocorridas durante a ditadura militar (1964-1985). Mais do que seus antecessores, Jobim intermediou as pressões dos militares para deixar as coisas como estão.
No segundo governo, Lula levou às pastas da Economia essa lógica do confronto. Caiu Antonio Palocci, que manteve no Ministério da Fazenda os quadros do governo de FHC e a formulação de política ortodoxa, e colocou Guido Mantega, “desenvolvimentista” – mas com o contraponto de Henrique Meirelles no Banco Central. Acabou dando certo durante a crise a política de forte intervenção do Estado na economia, via Mantega, e de curva muito lenta de declínio dos juros, via Meirelles. Mas o câmbio certamente pagou por isso.
No primeiro mandato, o confronto nas posições de política econômica incluiu também a Casa Civil, sob o comando de José Dirceu. A guerra, aí, não era apenas entre posições sobre política econômica diferentes, mas uma disputa pelo poder no governo e no PT. Com a queda de Palocci e a ascensão de Dilma à Casa Civil, esse foco de conflito diluiu-se e mais tarde, no auge da crise, houve um grande movimento de consenso entre Fazenda, Casa Civil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em torno de medidas anticíclicas que se mostraram mais eficientes do que a política ortodoxa adotada no governo anterior como resposta a sucessivas crises internacionais.
O bloco que está sendo articulado pelo PMDB com os pequenos partidos de direita na Câmara pretende puxar o governo para um ministério não apenas com muitos pemedebistas, mas mais conservador e menos progressista, em relação à dosagem feita por Lula. Para o PT, existe a opção de fazer também um bloco à esquerda, com os pequenos partidos de esquerda, mas ainda assim organizaria um bloco menor do que o conseguido pelo PMDB.
Resta saber como Dilma reage a esse tipo de pressão. Até o momento, pelas notícias saídas da equipe de transição, ela parece não ser partidária da lógica do conflito, que definiram, ao fim e ao cabo, os resultados do governo Lula. Dilma tem feito primeiro as formulações de políticas públicas. Os nomes, ao que tudo indica, virão depois de definido o rumo que ela quer para cada área. Na política econômica, já deixou claro que não trabalhará com a contradição entre política econômica heterodoxa e política financeira ortodoxa. É certo que o Brasil é outro – e Lula assumiu sob um quase default -, mas a presidente eleita declarou, com todas as letras, que perseguirá uma política de juros menores. O presidente do BC terá de se adequar a isso. Tem expressado também que aprofundará as políticas sociais de transferência de renda. Agora, é ver com adequa as políticas à escolha dos nomes.
A articulação de setores do DEM para incorporar o partido ao PMDB é assunto que, nesse momento, voltou para a gaveta. A avaliação feita pelo partido, na reunião da Executiva ocorrida na terça-feira, é a de que a articulação foi comprometida pela precipitação de alguns setores. Isso teria de ser articulado com muita habilidade, sob pena de provocar grandes resistências de diretórios regionais. E foi o que acabou acontecendo.
O interesse mais imediato na história é do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. E a quem a maioria atribui a culpa de ter levado o partido a apoiar José Serra, contra a convicção de quadros políticos importantes, de que o tucano paulista teria poucas chances de vitória. O filme do prefeito está um pouco queimado. E a discussão do que fazer com o partido foi adiada para depois da posse do novo Congresso.
Maria Inês Nassif
By: Boca no Trombone
Qual será a manchete da Folha?
por Mair Pena Neto, em Direto da Redação
Qual será a manchete da Folha de S.Paulo quando tiver acesso aos autos do processo da ditadura contra a presidente eleita Dilma Rousseff, garantido pelos ministros do Superior Tribunal Militar? “Dilma participou do assalto a cofre de Ademar de Barros”, “Dilma tomou parte de assalto a banco que resultou na morte de inocentes”, “Dilma delatou companheiros”?
Qualquer que seja a escolha do jornal paulista diante do que poderá constar no processo, qual será a intenção de publicá-la? Fiz a mesma pergunta aqui neste espaço, antes do segundo turno das eleições presidenciais, quando estava evidente o objetivo da Folha de tentar interferir na votação de 31 de outubro com algum fato que pudesse macular a imagem da então candidata. E a repito agora, com Dilma eleita, para tentar compreender até onde está disposto a ir o jornal na sanha de deslegitimar a candidata escolhida pela maioria do povo brasileiro.
Não há nenhum problema em recuperar o passado de pessoas públicas, mesmo que este as denigra, desde que baseado em fatos e fontes confiáveis. Apresentar o papa Bento 16 como ex-integrante da juventude nazista, por exemplo, é indiscutível, pois imagens e registros atestados historicamente o comprovam. Isso não impede que os católicos o reconheçam como líder máximo da sua Igreja, contextualizando o ocorrido no tempo e no espaço.
O problema no caso de Dilma é que a Folha parece afoita em dar vazão a registros que foram obtidos em circunstâncias excepcionais. Dilma não compareceu a uma delegacia para prestar esclarecimentos, acompanhada de seu advogado, e nem respondeu a um processo legítimo. Muito do que consta nos autos de seu processo provavelmente foi obtido enquanto estava pendurada num pau de arara ou sentada na cadeira do dragão sendo barbaramente torturada.
Uma publicação jornalística com o mínimo de seriedade teria que levar isso em conta e não reproduzir simplesmente o que diz um processo suspeito, produzido por um governo que rompeu a ordem constitucional do país e adotou a tortura como instrumento de obter confissões, contrariando os princípios mais básicos dos direitos humanos. Foi esta conduta que os jornais adotaram quando a ditadura tentou apresentar a morte do jornalista Vladmir Herzog como suicídio. Ninguém, talvez com exceção da empresa que publica a Folha, aceitou a versão como verdade. O que provinha da ditadura não era confiável sob nenhuma hipótese.
Confissões sob tortura não têm valor jurídico. E reproduzi-las pura e simplesmente, escudando-se no fato de se tratarem de documentos oficiais, seria de uma leviandade ímpar. Outro agravante de tal divulgação seria legitimar a ditadura militar, um dos períodos mais cruéis e trágicos da história brasileira, confiando exclusivamente na veracidade dos documentos que produziu. O Brasil ainda não fechou a página do que se passou naqueles 25 anos para aceitar passivamente fatos originados nos porões do regime.
Não espero que a Folha não o faça. O jornal publicou coisa muito pior, como a ficha falsa de Dilma antes mesmo de a campanha começar. Talvez seja até uma tentativa de encontrar algo que repare a “barriga” do jornal ao publicar, sem nenhum critério de verificação, a tal ficha, proveniente de um site de ultradireita. Ou então, iniciar um terceiro turno, apresentando as armas para o combate sem tréguas que desempenhará nos próximos quatro anos.
Seja qual for o propósito, ele parece tudo, menos jornalístico. O empenho do jornal se coaduna muito mais com os seus próprios interesses do que com os interesses do país. Seja lá o que contiverem os autos, a sua publicação servirá, sobretudo, para diminuir ainda mais o tamanho da Folha de S.Paulo, que já saiu bem reduzida da recente eleição.
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