sábado, 5 de fevereiro de 2011

Entre a cruz e a constituição


Autor: Marcelo Druyan 
No dia 15 de janeiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma declaração oficial sobre o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.
De acordo com o texto – que também trata de outros temas relacionados ao PNDH3 – a CNBB rejeita a criação de mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União [1], pois considera que “tal medida intolerante pretende ignorar nossas raízes históricas”.

RAÍZES HISTÓRICAS

Nenhuma sociedade culta e democrática cometeria o desatino de ignorar suas raízes. A participação da Igreja Católica na história do Brasil, que começa com a missa celebrada em 26 de abril de 1500, é parte de nosso patrimônio cultural. Você pode ignorar a religião, se quiser; mas não pode voltar as costas à própria história.
O problema é que a CNBB erra o alvo. A questão dos símbolos religiosos não remete a uma discussão sobre raízes, mas, sim, a uma reflexão sobre momentos históricos.
Houve um tempo em que a Igreja Católica e seus símbolos viveram uma relação de simbiose com o Estado. O Império oficializou, tardiamente, essa ligação.
Em 1824, Dom Pedro I outorgou nossa primeira Constituição (que foi solenemente jurada na Catedral Imperial, pertencente à ordem dos frades carmelitas). A Carta Magna consagrou o Estado confessional e limitou o culto das demais religiões.
Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo.
E mais:
Art. 95. Todos os que podem ser Eleitores, abeis para serem nomeados Deputados. Exceptuam-se
III. Os que não professarem a Religião do Estado.
Este é o panorama da relação Igreja e Estado antes e durante o Império.

ESTADO LAICO

A Constituição Republicana de 1891 institui o Estado Laico:
Art 72 – A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes:
§ 7º – Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados.
Daí em diante, as demais constituições (com exceção da “polaca”, em 1937) citam explicitamente a separação entre Estado e Igreja (1934, 1946, 1967, 1988).

MOMENTO HISTÓRICO

A cultura de um povo não é determinada ou revogada por leis. Ao contrário, as leis, de forma geral, refletem um determinado momento histórico e cultural.
Com o advento da modernidade e, mais recentemente, do multiculturalismo; o rigor quanto ao aspecto laico do Estado tornou-se uma necessidade, quiçá uma exigência, para todos os países democráticos.
Em que pese a participação da Igreja Católica na cultura brasileira – O Brasil é o maior país católico do mundo, com 73,8% da população, segundo dados do IBGE – o fato é que O ESTADO já não é confessional. Aqui, não se tratam de raízes históricas, mas de um preceito constitucional, reflexo de um momento bastante diverso daquele que inspirou a Carta Imperial.
Indo além, é necessário salientar que a ostentação de símbolos religiosos em repartições públicas é uma tradição do Estado e, não, da Igreja. Portanto, cabe ao Estado, em primeiro lugar, avaliar o peso de suas “raízes históricas” frente ao contrapeso do momento histórico.

INTOLERÂNCIA

A retirada dos símbolos religiosos dos estabelecimentos da União não é uma tentativa de revogar a cultura religiosa da maioria dos brasileiros, mas apenas de SEPARÁ-LA da esfera pública. Portanto, também não se trata, como quer a CNBB, de um ato de intolerância.
Muito pelo contrário.
Quando o Estado não privilegia a iconografia de uma religião em detrimento das demais, torna notório que não advoga por particularismos. Simbolicamente, acentua seu caráter laico que, na base, prega a tolerância e o pluralismo religiosos, a liberdade de crença e não crença.

MUITO BARULHO POR NADA

A questão deveria ser simples e incontroversa. A retirada dos símbolos religiosos dos estabelecimentos da União é justa e constitucional. Permaneceram, até hoje, como um componente inercial do Estado confessional, alimentado pela indiferença do poder público e pela passividade da sociedade civil.
Todavia, a Igreja Católica reage como se a retirada dos símbolos fosse o equivalente ao bombardeio do Vaticano! Ou, como alegam alguns, o início de uma perseguição contra símbolos religiosos que culminaria – pasmem – na demolição do Cristo Redentor, numa espécie de versão tupiniquim do taleban. 
É irracional! Existe todo um Brasil do lado de fora dos estabelecimentos públicos. Com tanto espaço disponível, por que  tamanha polêmica por alguns centímetros nas paredes da União? Por que a insistência em demarcar território em um ambiente onde territórios não devem ser demarcados? 
A retirada dos símbolos não fere as raízes históricas do catolicismo, tampouco é gesto de intolerância. Por outro lado, confirma positivamente o laicismo e suas representações. E retrata, com sinceridade democrática, um momento histórico em que a Igreja já não tem poderes institucionais para intervir em assuntos e aspectos do Estado.

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[1] Objetivo estratégico VI:
Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado.
Ações programáticas:
c)Desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Bule Voador
 .

Governo de transição é única saída viável no Egito, dizem analistas

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A única solução viável para a crise no Egito seria a criação de um governo de transição que inclua a oposição e não coloque em risco a estabilidade do país, afirmam especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

Tariq Saleh, BBC Brasil

Segundo o analista político egípcio Ziad Moussa, do Centro Al Ahram de Estudo Políticos e Estratégicos do Cairo, o país passa por um momento de indefinição sobre quem poderia assumir o poder no lugar do presidente Hosni Mubarak. Moussa também acredita que a oposição está claramente dividida entre as opções de uma transição gradual e outra imediata.

“As manifestações chegaram a um ponto em que não se sabe qual será o próximo passo. Se Mubarak sair, alguém com forte liderança teria que assumir para fazer essa transição e reformas políticas”, disse Moussa por telefone.

Para ele, o Egito não pode permanecer imerso em indefinição por muito tempo:

“Há obrigações internacionais, há a economia e a vida cotidiana. Os protestos precisam ter uma ideia clara de para onde irão e sore que passos tomar. E precisam definir logo o que exatamente querem.”
O ativista e analista político Basem Fathy, diretor da Academia de Democracia Egípcia no Cairo, salientou que um levante pró-democracia é direito da população, mas deve ser feito com responsabilidade.

“O diálogo não deve ser abandonado, deve haver uma negociação para fazer uma transição gradual sob pena de vermos um endurecimento do atual governo e oposição.”
Matéria Completa, ::Aqui::

Homofobia em preto e branco

Glauco Faria e Thalita Pires, Revista Fórum / CartaCapital


“No último 14 de novembro, quatro menores de idade e um jovem de 19 anos agrediram fisicamente, utilizando até lâmpadas fluorescentes, três pessoas que caminhavam na avenida Paulista, em São Paulo. No mesmo dia, um estudante foi xingado e baleado por um militar do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, logo depois do fim da Parada Gay carioca. Ainda que as imagens da agressão paulistana tenham chocado, isso não evitou que, 20 dias depois, outros dois jovens fossem vítimas de nova agressão, na mesma avenida. E, no dia seguinte, que imagens de um circuito de segurança mostrassem outro caso na mesma região.

É provável que quando você estiver lendo esta matéria novos casos de violência homofóbica terão ocorrido. Casos notórios como os descritos acima trouxeram à tona a preocupação com a segurança e a proteção da vida de homossexuais no país, embora boa parte da sociedade ainda queira evitar a questão, banalizada e invisível durante a maior parte do tempo. Agressões que têm a orientação sexual como motivação são constantes no Brasil. Não existem dados oficiais a respeito, mas levantamento realizado pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais contabiliza 198 homicídios com motivações homofóbicas em 2009. Em 2010, esse número já chegaria a 205. Segundo o antropólogo Luiz Mott (Universidade Federal da Bahia/UFBA), até 15 de dezembro, o número atingia a marca de 235 mortes, o que colocaria o Brasil na primeira posição entre os países que realizam algum tipo de levantamento.

A evolução da violência é preocupante, e a subnotificação dos casos indica que esse índice pode ser muito maior. Nem sempre as vítimas denunciam os crimes dos quais são vítimas, muitas vezes pelo fato de os algozes serem pessoas conhecidas. “A maioria das vítimas tem algum tipo de relação ou vínculo com o agressor, sendo um familiar, amigo, vizinho ou colega de trabalho. E esse agressor tem uma nítida impressão de impunidade, mesmo sabendo que está cometendo um crime”, conta Franco Reinaudo, da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual da prefeitura de São Paulo.

Reinaudo se refere ao Mapa da Homofobia, elaborado pela administração paulistana com base em um serviço de denúncias, que ajuda a traçar um mapa das agressões homofóbicas na cidade. Alguns dados merecem destaque e podem ter pontos em comum com outros municípios brasileiros. “Pode-se constatar a intolerância dentro do ambiente doméstico, já que 22% das agressões físicas acontecem dentro de casa. Quando a vítima nos procura por conta da homofobia familiar, é porque foram expulsos da residência em função de o pai ou a família descobrirem que são homossexuais”, relata. “Existem alguns casos emblemáticos, como o de um pai que martelou a mão do menino por conta da sua homossexualidade, e a comunidade ficou a favor disso. Outro caso foi de uma mãe que pediu para o companheiro dela estuprar a filha quando descobriu que era lésbica, para que ela `virasse mulher`.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Surge o Partido Militar Brasileiro em busca de espaço no Congresso

José Orenstein, Estadão.com.br


“Nós vamos invadir o Congresso”, afirma o capitão da Polícia Militar de Ourinhos (SP), Augusto Rosa. Mas antes que alguém se assuste com uma nova investida da caserna no Parlamento, ele completa: “Pela via democrática. Pelo sufrágio universal”.

O capitão Augusto é o idealizador do Partido Militar Brasileiro, o PMB. No último dia 29 de janeiro foi realizada a convenção nacional do partido, que já tem estatuto aprovado e mais de 5 mil pré-filiados nos 27 Estados do Brasil – a Constituição exige pelo menos 101 membros-fundadores em nove Estados. O próximo passo para oficialização é, segundo o Capitão Augusto, levar a documentação à Brasília, onde ele aterrissa neste domingo, 6 de fevereiro, para publicar no Diário Oficial a demanda. Na segunda-feira ele faz o requerimento ao Tribunal Superior Eleitoral e o registro no cartório de notas.

“Onde existe o caos, é o militar que dá jeito”, afirma o capitão, exortando sua categoria. Ele lembra que a instituição militar – que inclui os policiais, bombeiros, a Aeronáutica, Exército e Marinha – é das mais bem vistas pelo povo, segundo pesquisas. “Num país eminentemente cristão, nós somos considerados mais confiáveis que a Igreja Católica!”, exclama.

A ideia da criação de um partido militar começou a ser acalentada pelo capitão após algumas tentativas de candidatura como suplente de deputado estadual. Em 2003 então juntou simpatizantes e foi estudar como se cria um partido. Oito anos depois, a ideia deu certo.

“Somos mais de 1 milhão no Brasil – e em todos os mais de 5 mil municípios”, conta o capitão Augusto sobre a presença militar no País. O partido já tem diretórios organizados nas 27 unidades da Federação. E, dentro do partido, a tão importante hierarquia militar é deixada um pouco de lado. “Tem soldado que é presidente de diretório e general que é assessor dele”, afirma. E se diz surpreendido ainda pelo fato dos militares proveninentes das Forças Armadas terem aderido à sua ideia. Segundo o capitão 70% dos pré-filiados são dessa carreira.”
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Charge do Bessinha

Velhas perguntas, novas respostas: O que é que as mulheres querem?



Atire a primeira pedra o machão que nunca fez tal indagação. Em um mundo onde cada vez mais procuramos as respostas para os dilemas da nossa existência nas páginas do Google, seria essencial se encontrássemos um guia definitivo que nos norteasse pelos terrenos tortuosos moldados pelas vontades femininas. E para saber isso o que é preciso? Isso mesmo: ouvir as mulheres. A questão é que não precisa ser nenhum expert em relacionamentos para chegar a tal conclusão. E só o que têm rolado por aí são receitas de bolo de como ser o homem ideal atendendo a todas as necessidades das mulheres. Obviamente, se essas dicas infalíveis funcionassem não haveria corações solitários no mundo e blogueiros de relacionamentos não teriam público.
Como estamos falando de soluções online para o mistério, fiz uma pesquisa rápida numa ferramenta que costuma ser o elixir – de confiança duvidosa – das pessoas aflitas: o Yahoo Respostas.
Deparei-me com essa pergunta:
A perguntinha vai direto ao ponto e, por sinal, eu adoraria ler a pesquisa que essa colega lusitana está desenvolvendo. Mas vamos às respostas que destaquei para vocês:

Aí está um dos maiores arquétipos dos anseios femininos: a princesa à espera da felicidade que virá com o amor ideal. Fala sério, estamos em 2011, você acredita mesmo que os desejos de uma mulher se resumem a isso? Simples assim? Bom, vamos em frente.
Esse aí já é um exemplo mais adulto da princesa acima, digamos que ela já provou um pouco do que é a realidade e embora o texto dela tenha alguns clichês (afinal, acordar a cada dia deveria ser a meta de todos!), dá para notar uma visão mais ampla do conceito anterior. Ainda assim, é uma visão bem simplista e romântica da mulher.
E por fim:
O ponto de vista aqui já é bem mais realista. Ela fala de amor sem ser romântica, afinal amor não é apenas flores, corações e caixas de chocolate. Amor tem muito mais a ver com carinho, confiança e companheirismo. Outro ponto excelente que ela tocou foi a questão da beleza, que é algo individual, algo dela para ela. A mulher nem sempre precisa se produzir para agradar o namorado barrigudo ou para sair na balada e causar com os “gatinhos”, muitas vezes tudo o que uma garota quer é se sentir bonita, cheirosa e poderosa para ela mesma, provando assim algo para ela mesma. E quanto ao dinheiro… Bem, não é tudo, mas ajuda um bocado e todos sabemos disso.
A resposta que melhor se encaixa com a visão que tenho das vontades femininas é a seguinte:
O que existe de diferente nessa resposta? Não está caracterizada a figura masculina nela enquanto todas as outras respostas faziam um link entre a felicidade da mulher e o papel do homem em sua vida. A presença de um homem, ou melhor, de uma companhia (afinal, casais gays também passam por problemas conjugais) não precisa necessariamente ser a causa de uma mulher satisfeita, mas sim a consequência. E vai por mim, uma garota mal resolvida pode pegar o George Clooney (ouvi dizer que ele era sexy) e reclamar de seus cabelos grisalhos.
(And she snores!)
Mas então, o que as mulheres querem: romance ou pegada?
Quando Nelson Rodrigues afirmou que uma mulher ideal deve ser uma dama na mesa e uma p*** na cama, homens aplaudiram e feministas espumaram pela boca. Mas a recíproca é quase verdadeira, e esse é o grande barato de entender as mulheres: elas são dinâmicas, voláteis e mudam de vontade como os canais de uma TV a cabo nas mãos de um adolescente entediado.
Tem dia que elas querem romance, que se abra a porta do carro, que se planejem viagens à Toscana ou pelo menos a um chalezinho numa serra próxima. Existem dias que elas querem um cretino que lhes arranquem a roupa com ímpeto (mas sem rasgar lingeries!) e que lhes deitem na cama com o rosto contra travesseiro e o corpo nu e vulnerável à devassidão de seu consorte. Logo após o sexo ela pode lhe abraçar e começar a traçar planos financeiros para o futuro e na manhã seguinte, ao acordar, você pode estar de frente a uma mulher que alimenta sua independência trabalhando atrás de um laptop trajando meias brancas, óculos de grau e calcinha de ursinho. E você, brother, o que realmente precisa é conhecer a tua garota, saber entender suas fases, seus momentos e se vestir de acordo com a ocasião.
Existem várias mulheres dentro de uma só e quando você começar a entender isso poderá saber aproveitar ao máximo o multifacetado universo feminino e assim, quando você estiver pegando uma, na verdade estará pegando várias.
E vocês, leitoras, o que vocês querem?
Por Gabriel Bonadies
Dona Girafa

A terceira lâmina

Alckmin joga no lixo promessas dele e de Serra para os otários de SP (55%)

Eleitor tucano protesta
Depois de adiar os planos do Metrô, o governo do Estado colocou obras viárias importantes na "geladeira". Estão congeladas a conclusão da Avenida Jacu-Pêssego e até obras prometidas na campanha eleitoral pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), como a ponte entre Santos e Guarujá e a duplicação da Rodovia dos Tamoios. E o pior: não há mais prazo para entrega.
A justificativa é a reavaliação de contratos e prioridades. Com custo estimado em R$ 3,6 bilhões, as promessas são repetidas há décadas e foram resgatadas na gestão anterior do governo estadual. Além das cifras bilionárias, são intervenções importantes para milhões de paulistas.
A mais cara delas é a duplicação da Rodovia dos Tamoios, prometida desde os anos 1990. O início das obras chegou a ser anunciado para o segundo semestre de 2009, com custo estimado em R$ 2,7 bilhões, o que não ocorreu. Alckmin afirmou durante campanha que seria a primeira de seu governo, com início programado para o mês passado. O licenciamento ambiental está preparado, mas ainda não há prazo para licitação. A obra, assim como a da ponte, permanece em "fase de estudos técnicos", segundo a Secretaria de Transportes.
O caso é parecido ao da ponte entre Santos e Guarujá. O projeto foi anunciado pela primeira vez há 47 anos e, desde então, abandonado e retomado várias vezes. A última foi em março de 2010, quando o ex-governador José Serra (PSDB) apresentou maquete da ponte e anunciou que abriria licitação em um mês. As intervenções durariam 30 meses após assinatura do contrato, ao custo de R$ 700 milhões. Alckmin reafirmou na campanha o compromisso de fazer a obra, mas agora, com a revisão das prioridades, não há mais previsão para contrato e licitação.
Outra obra sem prazo para terminar é o prolongamento da Avenida Jacu-Pêssego, que liga Guarulhos a Mauá, cortando a zona leste de São Paulo. A avenida foi entregue ainda incompleta em outubro, após investimentos de R$ 1,9 bilhão, o dobro do estimado no início. Na época, a adequação da iluminação - ainda feita por geradores - foi prometida para o mês seguinte. Já a construção de alças de acesso à pista e das vias marginais seria concluída em março deste ano. As obras estão paradas e o governo assume que não há mais prazo para conclusão.
A interligação da via até a Avenida dos Estados, prometida pelo ex-governador Alberto Goldman (PSDB) para março ao custo de mais R$ 200 milhões, também tem data de entrega indefinida. Segundo a Dersa, "os contratos firmados estão sendo revistos", com o objetivo de "verificar aspectos de natureza técnica". Só depois da revisão é que serão retomadas, com prazo mínimo de quatro meses.
Paulo Saldaña e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo
By: Esquerdopata

"Por que formar universitários pobres?"

Fernando Haddad
"Editorial do Estadão é sempre peça cômica. Ontem bradavam o "Colapso do ENEM", o exame nacional que agora, com o SISU, se tornou a ponte direta do estudante pobre à universidade. Na Folha, com seus truques de estilo, usaram o mesmo trocadilho que o Boris Casói para acusar de "Inépcia" o INEP, órgão responsável pelo exame; pro Casói, é "Uma verrrrgonha" o anúncio de que seria criado um órgão para cuidar apenas do ENEM, não vendo nisso o reconhecimento de sua importância e provável crescimento ao longo dos próximos anos.
Tenho folheado esses dois jornalões diariamente durante todo o último ano e não me lembro de neles ter lido qualquer análise sobre o significado do ENEM, o que ele representa para a educação no país. Não apenas porque agora, com o SISU, integra a rede universitária federal, que cresceu enormemente nos anos Lula, com a rede pública de ensino médio, dando materialidade ao discurso do excelente Fernando Haddad de que educação tem que ser pensada de forma sistêmica, envolvendo a valorização de todas as idades e todos os atores do processo (alunos e professores; gestores e financiadores; acesso e qualidade). Mas também pela qualidade mesma do sistema de avaliação, que é o maior exame de ensino médio do mundo, com 4 milhões de estudantes avaliados em 1.700 cidades.
Ao contrário, só se veem críticas, e pesadas, à aplicação dos testes ou ao sistema eletrônico de inscrições. O site do SISU ficou lento por três dias (mas o número de servidores foram dobrados e o problema solucionado), os candidatos podiam ver as notas de outros durante vinte minutos (vinte minutos!!!, e o problema foi solucionado), houve erro na prova do ENEM (em 0,25% das provas!!!!) e pedem que o exame inteiro seja refeito. Hoje, com a divulgação da lista de aprovados no SISU, a manchete focava nas 176 vagas (de um total de 83.125!!!!) que não despertaram interesse dos mais de 2 milhões de inscritos.
Tudo parece um grande fracasso quando numa geladeira cheia de Serra Malte o míope investigador só vê as três latinhas de Belco batendo nelas com o nariz. A educação no Brasil está, de fato, e os números mostram isso, encontrando um caminho de crescimento consistente, ampliando e democratizando o acesso e focando em qualidade, com valorização do professor e da infraestrutura.
Fernando Haddad, esse é o cara
Nada a ver com o que ocorreu mais ou menos uma década atrás, quando o MEC, para turbinar índices de aumento de vagas no ensino superior, tornou-se um balcão de licenciamento de armadilhas universitárias privadas, muitas das quais fecharam as portas pouco depois (por não ter qualidade para cumprir exigências acadêmicas) deixando alunos a ver navios, sem diploma e com um débito considerável pelas mensalidades pagas durante alguns anos.
Tem que melhorar o site do SISU? Sim, mas esse é o menor dos problemas. O engraçado é que os jornalões não percebem que as consecutivas derrotas políticas que colecionam têm a ver, também, com essa incapacidade de enxergar a realidade. Conseguem, no máximo, e a custo de muito ódio, manter fiéis aqueles que só sabem do mundo por meio desses mesmos jornais, sem qualquer contato com a realidade vivida por outras classes sociais, ou em outros lugares do país. Outro dia, na Folha disseram que o Haddad estava "sob observação", pois Dilma teria se reunido com ele para que explicasse os tais problemas do SISU. Uma interpretação no mínimo exótica de um fato totalmente dentro da normalidade, mas que denota o teor das notícias: a virtualidade que gostariam que existisse, não a realidade. Ainda mais lembrando que a Dilma, logo que foi eleita, declarou que concentraria a atenção em saúde e segurança pública, pois a educação, segundo ela, "estava encaminhada".
Mas o mundo não está de todo perdido, ainda existe sinceridade e pureza de coração. O filósofo Luiz Felipe Pondé, em sua coluna na "Ilustrada", declara peremptoriamente: "Para alguns, universidade é coisa de elite e pronto, e só assim realiza bem sua função. Sou um desses.". Aí desfila um discurso confuso, que eu não sei bem o que quer dizer, sobre o fato de que a democratização do ensino vem com o "barateamento do produto", referindo-se às más faculdades privadas, ou "a abertura de universidades às centenas e em quase toda esquina, quase sempre com qualidade duvidosa. 'Universidades a R$ 399,90 por mês'". Não que todas essas instituições tenham deixado de existir, mas não é mais o boom de outros tempos. E, não custa lembrar, o investimento em pesquisa (a elite da universidade, por assim dizer) cresceu mais de dez vezes no governo Lula, com resultados comprovados.
O colunista não leva em conta que o Brasil já dá sinais de que para um desenvolvimento sustentável precisa formar milhares de engenheiros, médicos, etc. etc. Por que não ter médicos e engenheiros (e outros profissionais de nível superior) de "origem humilde"? Desconfio que essa resposta não leremos nem na Folha nem no Estado."
Maurício Ayer 
By: As árvores são fáceis de achar

“Tonga da Mironga do Cabuletê”?

Lembra da música do Vinicios de Moraes? então leia abaixo, entenda e veja que interessante!
Ano de 1970.
Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco “A Arca de Noé”, fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino.
Encontram o Brasil em pleno “milagre econômico”, que milagre… a censura estava em alta, DOPS, ato 5, torturas… a Bossa Nova em baixa.
Opositores ao regime pagando com a liberdade e com a vida o preço de seus ideais.
O poeta Vinicios é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music.
No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria.
Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois.
Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles “tonga da mironga do cabuletê”, que significa “o pêlo do cu da mãe”.
O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta.
Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves.
Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa.
E o poeta ainda se divertia com tudo isso: “Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô”.

Os partidos no novo Congresso




Não existem diferenças reais de opinião na sociedade que justifiquem tamanha fragmentação partidária.
Por Marcos Coimbra.

O jeito tucano de governar::depois do preconceito contra os gordos, agora é contra os míopes





Carol Rocha


Professores selecionados em concurso da rede estadual afirmam que também foram reprovados na perícia médica, mas por uso de óculos. Anteontem, a reportagem relatou o caso de cinco professores que disseram ter sido vetados nesse mesmo concurso --que selecionou 9.304 docentes-- por serem obesos.


Atuando como temporária com estabilidade no Estado há três anos, Andressa dos Santos, 27 anos, diz que foi reprovada pela perícia por ter de trocar as lentes dos óculos. Ela tem 1,75 grau de astigmatismo e 0,75 de miopia.

"Segundo o médico do Departamento de Perícias Médicas do Estado, os meus óculos estavam ultrapassados. Passei em consulta com outro oftalmologista, e ele disse que não tenho problemas na visão que justifiquem o fato de eu não poder exercer meu trabalho", afirma a professora, que questiona o fato de estar apta apenas para atuar como temporária. Agora.
terror do nordeste

Aviões não tripulados começarão a monitorar fronteira


O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta-feira (4) que Vants (veículos aéreos não tripulados) devem começar a operar na fronteira do Paraná com o Paraguai ainda neste mês. O objetivo é reforçar o combate ao crime na fronteira.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Auto flagelo - I

...e tenho que aguentar, fazer o que???





By: Kibe Loco

Ratzinger deixou de ser doador de órgãos após ser eleito

Joseph Ratzinger era doador de órgãos, mas após ser eleito chefe da Igreja Católica como Bento XVI a sua inscrição na lista alemã de doadores foi cancelada, informou esta quinta-feira a Rádio Vaticano na sua edição em alemão.
O programa de rádio indicou que a informação foi transmitida por carta pelo secretário de Bento XVI, Georg Gaenswein, ao médico católico alemão Gero Winkelmann, que nos últimos anos vinha escrevendo artigos e sublinhando em conferências nos quais promovia as doações de órgãos que o papa também era doador.
«É verdade que o papa possui um cartão de doador de órgãos, mas é também verdade que com a escolha do cardeal Ratzinger como chefe da Igreja Católica, o cartão ficou obsoleto», escreveu Gaenswein ao médico alemão.

Alckmin: Ortiz é um homem "corretíssimo" e "austero"

O Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo condenou o engenheiro José Bernardo Ortiz (PSDB), presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), a pagar multa por contratar servidores sem concurso quando era prefeito de Taubaté, em 2004. Em votação unânime, na terça-feira, os desembargadores da 2.ª Câmara de Direito Público acolheram parcialmente recurso do Ministério Público que pedia a condenação de Ortiz por "atos de improbidade que atentam contra os princípios da administração pública".
Há duas semanas, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) o nomeou para a presidência da FDE, Ortiz atacou o Ministério Público - segundo ele, "gerido por pessoas que não entendem de administração pública". Agora, por ordem do TJ, terá de pagar valor equivalente a quatro vezes a remuneração que recebia como prefeito, sanção prevista no artigo 12 da Lei 8429/92 (Improbidade).
O Ministério Público recorreu ao TJ. "Não se concebe que o administrador público simule circunstâncias ou deixe de adotar as medidas necessárias a fim de caracterizar uma necessidade temporária de excepcional interesse público. É notório que tal comportamento não revela apenas falta de habilidade administrativa, mas sim uma verdadeira desonestidade administrativa", acusa o promotor. "Mediante fraudes no processo de seleção, o apelado admitia quem bem quisesse, lançando mão da coisa pública para atender os seus interesses pessoais."

Gastos sociais com educação e saúde são os que mais contribuem para alta do PIB, diz Ipea




Os tucanos não veem assim.Para os tucanos, o governo bom é aquele que corta recursos referentes aos gastos sociais.


Da Agência Brasil


Nenhum gasto público social contribui tanto para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) quanto os que são feitos em educação e saúde. Cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB. O mesmo valor gasto na saúde gera R$ 1,70.

aparelhamento à moda demotucana

Kassab e Alckmin abrigam aliados

Ex-secretário de Planejamento de José Serra (PSDB) na Prefeitura e no governo paulista, Francisco Luna foi nomeado para integrar o conselho de administração da São Paulo Urbanismo pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Integrantes do colegiado recebem jetom de R$ 6 mil mensais. Ele já faz parte, desde dezembro, do conselho da SP Obras, ganhando outros R$ 6 mil de jetom.

No governo estadual, Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou o ex-deputado federal tucano Lobbe Neto, que não conseguiu a reeleição, como presidente da Fundação Prefeito Faria Lima, ligada ao Estado e com cargo também remunerado. 
Jornal da Tarde

Dilma entre a grande e a pequena política

Dilma entre a grande e a pequena política


O governo de Dilma está recém no começo: um mês e três dias. Avança firme, mas cautelosamente. Este é um governo que tem estratégia e projeto nacional. Projeto que define a posição do Brasil na geoeconomia e na geopolítica mundial e que valida o nosso lado interno com a necessária erradicação da miséria e da ampliação dos direitos da cidadania. Como substrato econômico, sertão relativamente consolidado, vai trabalhar para a indispensável e irredutível reformulação produtiva e financeira do país. Nesse projeto de ambição progressiva há um deslizamento visível: fazer da economia industrial, sob a liderança do Estado, o centro do desenvolvimento brasileiro.