sexta-feira, 31 de maio de 2013

A vítima do moralismo seletivo da mídia é o leitor

As corporações jornalísticas ignoraram o escândalo do Supremo e prestaram um desserviço a seus leitores.
A filósofa fala a verdade e leva pancadas da velha e viciada mídia
A filósofa fala a verdade e leva pancadas da velha e viciada mídia
As mordomias do STF são um assunto de grande interesse público. Elas revelam como a mais alta corte do país trata o dinheiro do contribuinte.
Não existe pudor, não existe parcimônia: os juízes viajam de primeira classe, e podem levar acompanhante desde que julguem “necessário”.
Como eles fazem as regras, é tudo legal – mas imoral e abjeto.
Essas mordomias são notícia de alta importância, naturalmente.
Mas não para a mídia, excetuado o Estadão, que revelou as mamatas. E isso conta tudo sobre o farisaísmo da mídia.
Notícia é o que serve a seus interesses particulares. O resto não é notícia.
Colunistas sempre rápidos em despejar sentenças moralistas vulgares sobre seus leitores simplesmente não tiveram uma palavra para o escândalo.
Fui verificar o que tinha a dizer, por exemplo, Ricardo Noblat, em seu blog. Nada.
Fui verificar o que tinham a dizer os colunistas do site da Veja, Augusto Nunes, Ricardo Setti e Reinaldo Azevedo. Nada, nada a nada, respectivamente.
Um tratamento bem diferente mereceu Marilena Chauí por dizer verdades que cabem a eles todos, campeões do pensamento rasteiro da classe média.
Reinaldo Azevedo, ao tratar do discurso em que Chauí criticou a classe média, fez questão de levianamente, sem dados e sem nada, invocar o dinheiro que ela ganharia por conta dos livros do MEC.
Havia apenas insinuação, havia apenas maldade, havia apenas a confiança de que seu leitor é tão tapado que vai aceitar o conto do MEC sem recibo e sem comprovação.
Tratamento bem diverso teve, do mesmo Azevedo, Maggie Thatcher. Numa eulogia disparatada, Azevedo afirmou, no grande final, que Thatcher morreu pobre.
Na pobreza de Thatcher estaria a prova suprema de suas virtudes de estadista.
Apenas a casa de Thatcher é avaliada em mais de 10 milhões de dólares, mas segundo Azevedo ela "morreu pobre"
Apenas a casa de Thatcher é avaliada em mais de 10 milhões de dólares, mas segundo Azevedo ela “morreu pobre”
Mais uma vez, Azevedo acreditou que é fácil engambelar seus leitores.
Porque apenas a casa de Thatcher na região mais nobre de Londres é avaliada em mais de 10 milhões de dólares.
Não é informação nova, e sim antiga.
Thatcher só não fez uma fortuna maior porque os problemas mentais logo a impediram, saída do cargo, de realizar palestras e dar consultoria a empresas como a Philip Morris.
O filho de Thatcher, Mark, amealhou uma considerável fortuna com comissões de grandes negócios feitos pelo governo da mãe com outros países.
Mas Thatcher morreu pobre no Planeta Azevedo, e Marilena, ela sim, é rica.
Moralismo, quando é seletivo, é hipocrisia mistura a cinismo. Destina-se não a corrigir desvios éticos, mas a tirar proveito da boa fé dos chamados inocentes úteis.
O escândalo do STF, ignorado pela mídia, é apenas mais uma página de um conjunto de atitudes em que a vítima é a sociedade.

O esquema Globo de publicidade e o uso da Bonificação por Volume


mídia conservadora
“O Grupo Abril e o Grupo Globo se sentem intocáveis e assumem sem complexo o controle absoluto de quase todos os veículos de comunicação”
Mais de 16 milhões de comerciais por ano e um relacionamento com 6 mil agências. Esse é um resumo do desempenho da Rede Globo junto ao mercado publicitário brasileiro, orgulhosamente exibido na página de internet da emissora.
Líder na arrecadação de verbas publicitárias entre todos os meios de comunicação, a Globotambém mostra sua força em cifrões. Somente em 2012, os canais de TV (abertos e por assinatura) das Organizações Globo arrecadaram R$ 20,8 bilhões de reais em anúncios, segundo informe divulgado pela corporação.
Por trás dos números, porém, se esconde uma prática que os grandes grupos de mídia preferem ocultar: o pagamento das Bonificações por Volume (BV), apontado por especialistas como um dos responsáveis pelo monopólio da mídia no país.
Monopólio
Desconhecidas pela grande maioria da população, as Bonificações por Volume são comissões repassadas pelos veículos de comunicação às agências de publicidade, que variam conforme o volume de propaganda negociado entre eles.
A prática existe no Brasil desde o início da década de 1960. Criada pela Rede Globo, seu objetivo seria oferecer um “incentivo” para o aperfeiçoamento das agências. Com o tempo, outros veículos aderiram ao mecanismo, que hoje é utilizado por todos os conglomerados midiáticos no Brasil.
O pagamento dos bônus, no entanto, é alvo de críticas de militantes do direito à comunicação, que argumentam que a prática impede a concorrência entre os meios de comunicação na busca por anunciantes. Isso porque, quanto mais clientes a agência direcionar a um mesmo veículo, maior será o seu faturamento em BVs.
Para o professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Venício Artur de Lima, a prática fortalece os grandes grupos, já que leva anunciantes aos meios que recebem publicidade. “Exatamente por terem um volume alto de publicidade é que eles (meios) podem oferecer vantagens de preço”, explica.
O resultado desse processo, segundo o professor, é a dificuldade de sobrevivência dos veículos de menor capacidade econômica, que não têm recursos para as bonificações. “Você compara um blog ou um portal pequeno com um portal da UOL, por exemplo. Não tem jeito de comparar, são coisas desiguais”, afirma.
Antes restrita às mídias tradicionais, as bonificações vão ganhando novos nichos. De acordo com agências de publicidade e com o presidente do Internet Advertising Bureau (IAB), Rafael Davini, atualmente o Google também utiliza BVs. Segundo informações do mercado, o Google seria hoje o segundo grupo em publicidade no Brasil, ficando apenas atrás da Rede Globo.
Líder em BVs
O exemplo mais forte da relação entre bônus e concentração, para o jornalista e presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, é o caso da televisão. “Todos os canais fazem isso, é uma forma de manter a fidelidade da agência de publicidade com o veículo. Só que, como a Globo é muito poderosa, a propina é muito maior”, diz.
De acordo com dados do Projeto Inter-Meios, da publicação Meio & Mensagem, a publicidade destinada à TV aberta em 2012 foi de R$ 19,51 bilhões. Cerca de dois terços desse valor ficaram com a Globo.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e editor da Revista Fórum, Renato Rovai, outro procedimento adotado pela emissora é o repasse antecipado dos bônus. “A Globo estabelece uma bonificação por volume de publicidade colocada e antecipa o recurso. Aí a empresa fica presa a cumprir esse objetivo. É assim que fazem o processo de concentração”, ressalta.
Borges critica ainda o silêncio midiático em torno do assunto. “É um tema-tabu, nenhum veículo fala. Como todo mundo utiliza, ninguém pode reclamar. Fica todo mundo meio cúmplice”, dispara.
Regulamentação
Em 2008, as bonificações foram reconhecidas e regulamentadas pelo Conselho Executivo das Normas Padrão (CNPE), entidade criada pelo mercado publicitário para zelar as normas da atividade. O CNPE classifica os bônus como “planos de incentivo” para as agências.
Dois anos depois, as bonificações foram reconhecidas também por lei. Elas estão previstas na Lei nº 12.232, que regulamenta as licitações e contratos para a escolha de agências de publicidade em todas as esferas do poder público. Segundo o texto, “é facultativa a concessão de planos de incentivo por veículo de divulgação e sua aceitação por agência de propaganda, e os frutos deles resultantes constituem, para todos os fins de direito, receita própria da agência”.
Para Renato Rovai, a aprovação do texto agravou o problema. “É uma corrupção legalizada. Nenhum lobby é legalizado no Brasil, mas o BV é”, critica o presidente da Altercom.
A Lei nº 12.232 também foi objeto de polêmicas durante o julgamento da ação penal 470, no caso que ficou conhecido como “mensalão”. Isso porque o texto original da lei permitia que as agências ficassem com o bônus, mas só para contratos futuros. Entretanto, uma mudança feita na Comissão de Trabalho em 2008 estendeu a regra a contratos já finalizados. O fato gerou discordância entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ayres Britto chegou a afirmar que as alterações foram feitas para beneficiar os réus do “mensalão”, acusados de peculato referente a desvios de Bvs.
Mudanças
Mudar a legislação, na avaliação do presidente da Altercom, é um passo fundamental para acabar com a prática das bonificações por volume. No entanto, são necessárias mais medidas para reverter o quadro atual da mídia no país. “É preciso mudar a regulamentação e criar um novo marco legal, incluindo as agências”, defende Rovai. Uma das propostas para isso é o Projeto de Lei de Iniciativa Popular para as Comunicações. Criado por organizações populares, o PL visa, dentre outros objetivos, combater o monopólio no setor e garantir mais pluralidade nos conteúdos.
Em seu artigo 18, o projeto propõe que “os órgãos reguladores devem monitorar permanentemente a existência de práticas anticompetitivas ou de abuso de poder de mercado em todos os serviços de comunicação social eletrônica”, citando “práticas comerciais das emissoras e programadoras com agências e anunciantes”. Para se transformar em um projeto de lei, a proposta precisa de um 1,3 milhão de assinaturas.

IGP-M aponta inflação de 0% em Maio e a Grande Mídia esconde a informação!

por Marcos Doniseti!

IGP-M acumulado em 12 meses caiu de 7,3% para 6,22%, mas essa informação também foi omitida pela Grande Mídia! 

Taxa de inflação despencou, mas a Grande Mídia esconde a informação do público a fim de desinformá-lo e fazer terrorismo a favor dos juros escorchantes. 

Uma notícia divulgada pela Grande Mídia nesta semana mostra o quanto ela adora esconder as boas notícias a respeito do país, em especial sobre a economia brasileira.


A FGV divulgou que a taxa de inflação, medida pelo IGP-M, do mês de Maio foi de 0%. 


Isso mesmo. E a Grande Mídia não deu destaque algum para essa informação. 

Porque?


Simples: É que a Grande Mídia está, há vários meses, fazendo uma campanha brutal para convencer os brasileiros de que a inflação está crescendo rapidamente e que para combatê-la é necessário que o Banco Central aumente rápida e fortemente as taxas de juros.


Afinal, a Grande Mídia e o sistema financeiro são muito próximos, tanto quanto unha e dedo. 


Os grandes grupos empresariais de comunicação do país (Globo, Veja, Folha, Estadão) participam intensamente desta campanha e com isso eles tratam de esconder da população toda e qualquer informação que vá contra os seus interesses políticos e midiáticos. 


E uma destas informações é a de que há vários meses os índices de inflação estão apontando para uma queda sensível da mesma.  


E a queda da inflação foi tão forte que chegamos a um índice de 0% para o IGP-M de Maio. 


Mas como é que essa informação foi divulgada? Em nenhum site de notícias da Internet eu vi a notícia de que a inflação de Maio tenha sido de 0%, segundo o IGP-M. 


E como eles conseguiram fazer isso? Divulgando outro número no lugar, que é o da inflação acumulada em 12 meses. E mesmo neste caso, foi escondida a informação de que essa também caiu sensivelmente. 

Então, vejamos como alguns sites divulgaram essa notícia:

1) Do R7:  Aluguel com aniversário em junho fica 6,22% mais caro

Índice que corrige a maioria dos contratos de locação fechou sem variação em maio

2) Do G1: Preço do tomate cai, e índice que reajusta aluguel fica estável em maio

TOMATE FICOU 14,06% MAIS BARATO PARA O CONSUMIDOR. EM 12 MESES ATÉ MAIO, O IGP-M ACUMULA ALTA DE 6,22%.



3) Do UOL: Aluguel - Inflação medida pelo IGP-M acumula alta de 6,22% em 12 meses:


http://economia.uol.com.br/noticias/infomoney/2013/05/29/aluguel-inflacao-medida-pelo-igp-m-acumula-alta-de-622-em-12-meses.htm


4) Do Estadão: Índice de reajuste do aluguel fica estável em Maio


Após a alta de 0,15% registrada em abril, o IGP-M, divulgado pela FGV, não variou neste mês


http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,indice-de-reajuste-do-aluguel-fica-estavel-em-maio,154968,0.htm

Notem que nestes quatro grandes sites de notícias NENHUM deles disse, claramente, que a inflação em Maio tinha fechado em 0%. E a maneira que eles encontraram para esconder isso foi a de dizer que a inflação tinha ficado 'estável' e a de informar a taxa de inflação anual, acumulada em 12 meses, que ficou em 6,22%. 

O que a Grande Mídia não informou, no entanto, é que até o mês anterior, Abril-2013, a inflação acumulada em 12 meses estava em 7,3%. Assim, por este critério, a taxa de inflação também teve uma queda sensível, de 7,3% para 6,22% em 12 meses. 

Mas a Grande Mídia também se 'esqueceu' de informar a população a respeito disso. 
Vejam que, até Abril deste ano, a inflação em 12 meses estava em 7,3% pelo IGP-M. Agora, em Maio, este índice caiu para 6,22%. Mas essa informação também não foi divulgada pela Grande Mídia.
guerrilheirodoanoitecer

quinta-feira, 30 de maio de 2013

FOI DEMITIDO? CONHEÇA SEUS DIREITOS E FAÇA O DINHEIRO DURAR.



Você sabe o que tem direito a receber em caso de demissão? 


Veja os valores que podem chegar ao seu bolso e aprenda a administrá-los da melhor forma 

Cortes no orçamento fazem o dinheiro durar mais, dando fôlego para a recolocação no mercado
O que você faria se fosse demitido amanhã? 

Não, sentar e chorar não é a melhor resposta, embora o impacto financeiro de uma demissão até justifique algumas lágrimas, principalmente para quem tem família. Você certamente sairia em busca de novas oportunidades, mas precisaria se manter até conseguir uma nova fonte de renda. 


Você tem reservas financeiras? Sabe o que seu empregador precisa pagar em caso de demissão? E quanto a administrar esses recursos? 


Conheça os seus direitos 


As quantias que o trabalhador com carteira assinada tem a receber são mais vultosas se a demissão ocorrer sem justa causa, como no caso de cortes na empresa. Se a demissão for por justa causa – por motivos mais graves, como abandono do emprego, violação de segredo da empresa ou embriaguez em serviço – os valores recebidos ficam bastante reduzidos. 


De todo modo, esses direitos podem ajudar o trabalhador a se manter até achar uma nova ocupação, principalmente se ele não tiver reservas financeiras. 


Para a demissão sem justa causa, são eles: 


- Saldo de salário: salário proporcional aos dias trabalhados no mês da demissão. Isto é, o salário mensal, dividido por 30 e multiplicado pelo número de dias trabalhados. 


- Aviso prévio indenizado: o empregador tem a opção de avisar ao trabalhador sobre a demissão com 30 dias de antecedência ou, o que é mais comum, pagar o salário referente a esses 30 dias sem que o empregado precise trabalhar. Trata-se, portanto, de uma indenização pelo aviso prévio não trabalhado. 


 - Aviso prévio indenizado proporcional: regulamentado no fim de 2011, trata-se de um adicional de três dias de aviso prévio para cada ano completo de trabalho do empregado naquela empresa, limitados a 60 dias (20 anos de casa). Assim, se o trabalhador teve cinco anos completos de empresa, terá direito a 15 dias a mais de aviso prévio ou de indenização a receber. Portanto, 45 dias no total. 


- Férias vencidas e um terço de férias vencidas: trata-se do salário e do abono (um terço do salário) de férias vencidas e não gozadas. Assim, se o trabalhador ainda estava para tirar férias no ano da demissão, deverá receber essas quantias integralmente, como se tivesse saído de férias. 


- Férias proporcionais e um terço de férias proporcionais: são as quantias referentes às férias relativas ao ano da demissão, ainda não vencidas, na proporção dos meses trabalhados. Para esse cálculo, inclui-se o período de aviso prévio como período trabalhado. Imagine, por exemplo, que as férias de um trabalhador demitido sempre vencessem em 1º de fevereiro, e que seu aviso prévio terminasse no início de agosto. Nesse caso, considera-se que ele trabalhou por seis meses de 12, a partir do aniversário de suas férias. Suas férias proporcionais corresponderão à metade (ou 6/12) do seu salário. O abono será um terço disso. 


- 13º salário proporcional: é o valor do 13º proporcional ao número de meses trabalhados no ano da demissão, a contar de 1º de janeiro e incluindo o período de aviso prévio. Segundo o exemplo anterior, se o aviso prévio do trabalhador terminou no início de agosto, significa que ele trabalhou por sete meses de 12. O 13º, portanto, corresponderá a 7/12 do salário normal. 


- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): quem é demitido sem justa causa tem direito a sacar o saldo do FGTS, incluindo o depósito correspondente ao aviso prévio e outras verbas pagas na rescisão. “O FGTS atualizado corresponde a aproximadamente um salário por ano”, diz o advogado Fabio Medeiros, sócio da área Trabalhista e Previdenciária do Escritório Machado Associados. Assim, se o trabalhador tiver trabalhado por cinco anos recebendo um salário de 6 mil reais por mês, seu saldo ao fim desse período seria de algo como 30 mil reais. 


- Multa de 40% sobre o saldo do FGTS: em demissões sem justa causa, o empregador também deve pagar uma multa de 40% do valor depositado no FGTS do trabalhador. Sobre o saldo de salário e o 13º proporcional são descontados INSS e imposto de renda, cujas alíquotas variam segundo as tabelas a seguir. As demais quantias são isentas de IR.  

Adicionar legenda

Fabio Medeiros lembra que pode haver ainda outros pagamentos, dependendo da categoria a que o trabalhador pertence. “Algumas categorias preveem gratificações ou bônus por tempo de serviço, ou ainda outras indenizações. São os sindicatos patronais e de trabalhadores que negociam essas condições em convenções coletivas”, explica. 


Apenas essas quantias seriam suficientes para garantir a sobrevivência de um trabalhador com cinco anos de casa por cerca de um ano. O cálculo das quantias depende da data de admissão, da data de demissão e do salário recebido pelo trabalhador enquanto esteve ligado à empresa. Se o salário tiver variado ao longo do tempo – com um aumento, por exemplo – o saldo do FGTS terá sido afetado. 


Veja na simulação a seguir, feita por Fabio Medeiros, quanto receberia um trabalhador demitido sem justa causa na seguinte situação: 


Data de admissão: 01/02/2008 

Salário mensal: 6 mil reais 
Data da demissão (último dia de trabalho): 18/06/2013 Último dia aviso prévio indenizado projetado 03/08/2013 


Se a demissão tiver sido por justa causa, o trabalhador deixa de receber: aviso prévio indenizado e aviso prévio indenizado proporcional, férias proporcionais e um terço de férias proporcionais, 13º salário proporcional, a multa de 40% sobre o saldo do FGTS, além de não poder sacar os recursos do fundo. 


Se tivesse sido demitido com justa causa, o mesmo trabalhador da simulação receberia, no total, apenas 11.086,48 reais. 


Seguro-desemprego 


Para ter direito ao seguro-desemprego, o trabalhador deve ter sido dispensado sem justa causa; estar desempregado ao requerer o benefício; ter recebido salários consecutivos no período de seis meses anteriores à data da demissão; ter sido empregado de pessoa jurídica por pelo menos seis meses nos últimos 36 meses; não possuir renda própria para o seu sustento e o da família; e não estar recebendo benefício de prestação continuada da Previdência Social, com exceção de pensão por morte ou auxílio-acidente. 


A quantidade de parcelas do seguro-desemprego depende do tempo trabalhado até a demissão. Quem trabalhou entre seis e 11 meses tem direito a receber o auxílio por três meses; entre 12 e 23 meses, por quatro meses; e quem tiver trabalhado por um período de 24 a 36 meses até a dispensa tem direito a cinco parcelas. Quem ganha acima de 1.817,56 reais invariavelmente receberá parcelas de 1.235,91 reais. 


Ou seja, o trabalhador do exemplo anterior, que recebia 6 mil reais de salário, teria direito a 6.179,55 reais de seguro desemprego (cinco parcelas de 1.235,91 reais). Essa renda se somaria aos 70.799,68 reais já recebidos, totalizando 76.979,23 reais. Se fosse demitido por justa causa, porém, esse trabalhador não teria direito ao benefício. 


Como sobreviver com esses recursos até se recolocar no mercado 


Confira as dicas dos especialistas: 


1. Não entre em pânico: “As pessoas tomam decisões muito ruins quando estão emotivas. É preciso ser racional. Se possível, planeje o que faria em caso de demissão antes que a situação aconteça”, diz Robert Stammers, diretor de Finanças Pessoais do CFA Institute. 


2. Chame a família para conversar: se você tem cônjuge e filhos, reúna-se com eles, pois todos terão que colaborar na faxina financeira e na redução de despesas. 


3. Refaça seu orçamento: especialistas em planejamento financeiro acreditam que é preciso cortar o máximo de gastos possível. “Diminua as despesas a patamares de sobrevivência. É uma operação de guerra. Melhor pecar por excesso do que por falta. Não dá para arriscar a educação dos filhos ou a prestação da casa própria, por exemplo”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos. 


4. Defina gastos essenciais, gastos supérfluos e aqueles que podem ser reduzidos: “Lazer é a primeira coisa a ser cortada”, diz Robert Stammers. Corte as saídas, as idas a restaurantes e reduza as despesas elásticas, como supermercado, energia elétrica, gás, telefone, plano de celular, TV a cabo ou mesmo a cobertura dos seguros. Assim será possível concentrar os recursos no que é essencial e não pode ser cortado, fazendo com que as reservas durem mais tempo. 


5. Mexa na reserva de emergência, mas não na previdência: se você tiver uma reserva de emergência para situações como essa, terá um fôlego financeiro extra. Especialistas recomendam que os recursos sejam suficientes para o sustento por um período de três a seis meses, no mínimo. As reservas voltadas para a aposentadoria só devem ser mexidas em último caso, antes que seja necessário se endividar. 


6. Se puder, aprimore-se, mas cuidado com o empreendedorismo: se houver fôlego financeiro, pode ser interessante passar por uma reciclagem profissional nesse período. Fazer contatos, então, é fundamental. Mas Reinaldo Domingos alerta para a tentação do empreendedorismo: “Arriscar todas as reservas para comprar uma franquia ou montar um negócio próprio pode ser um grande erro. Se a pessoa quer empreender, precisa de dinheiro tanto para o sustento da família quanto para o negócio. Até para não acabar endividada”, diz o educador financeiro. 


Por Julia Wiltgen 

Fonte Exame.com 

Para entender os problemas da CEF com o Bolsa Família


O Cadastro de Informações Sociais tem 200 milhões de registros, e serve para inúmeras finalidades, do pagamento do Bolsa Família ao seguro desemprego.
Para pagamento do Bolsa Família, a CEF utiliza parte desses dados em um sistema que funcionava desde 2.000. Há três anos, a CEF resolveu desenvolver um novo sistema, com tecnologia mais moderna.
Em abril houve a junção dos dois sistemas e se percebeu a existência de 700 mil registros duplicados. A CEF decidiu unificar as duas bases dando prioridade ao cadastro mais antigo. Assim, mesmo com a troca do sistema, os beneficiários continuariam com o mesmo cartão e o mesmo dia de pagamento ao qual estava acostumado.
À medida em que o cadastro era acertado, surgiram três situações distintas para os 700 mil nomes:
  1. A maior parte permaneceu com seu antigo cartão.
  2. Uma parte menor recebeu cartão novo, com data de pagamento posterior ao do velho cartão. Chegando no dia do pagamento, o dinheiro estaria disponibilizado.
  3. Uma parcela menor recebeu cartão novo com data de pagamento anterior ao do velho cartão. Haveria problemas apenas para esse subgrupo, de chegar na agência e o dinheiro não estar depositado.
Para impedir esse desconforto – específico do Grupo 3 -, a CEF decidiu antecipar em um dia – de sábado para 6ª - os benefícios de maio dos 700 mil.
Na 6ª feira – já efetuados os depósitos nas contas dos 700 mil – o movimento foi normal, até um pouco menor que no primeiro de pagamento de abril.
O início do pânico: 13 h do sábado
Até por volta das 13 horas de sábado, o movimento continuava normal. A partir desse horário, a sala de monitoramento começou a perceber um aumento não usual do movimento nas agências de alguns estados específicos. Foi solicitado que os gerentes levantassem o que ocorria.
Por volta das 15 horas, os gerentes começaram a informar a central de que corria o boato de que o BF seria encerrado na meia noite de sábado. Era o mesmo boato, uniforme, em 13 estados: Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Para, Amazonas, Amapá, Rio de Janeiro e Piauí. E nenhuma alteração nos estados restantes.
Aí começou a tomar corpo a suspeita de que os boatos haviam sido articulados.
Montou-se uma estratégia para, na segunda, com as agências abertas, os gerentes começarem um trabalho de esclarecimento, valendo-se da relação de confiança com os beneficiários do BF formada ao longo desses anos.
Na própria segunda, em entrevista ao programa “Bom Dia Brasil”, José Urbano, vice presidente de governo e habitação da CEF, procurou tranquilizar os beneficiários assegurando que nenhuma mudança havia sido implementada no Bolsa Família. Na 2ª à tarde, soube que haviam sido feitos os depósitos na 6ª para os 700 mil nomes duplicados. Indagado do fato de não ter dado essa informação na manhã de 2ª, Urbano explicou que não tinha sido informado dela, mesmo porque a decisão só se tornou relevante depois do medo.
No meio do caminho, ocorreu o desastre Maria do Rosário, Ministra-Chefe da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que insinuou que a oposição poderia estar por trás dos boatos. O que era uma discussão técnica, ganhou roupagens políticas.
Do lado da CEF permanece a convicção de que os boatos foram articulados.
Luis Nassif
No Advivo

E não é que os gênios do Copom subiram o juro?


Alexandre Tombini, presidente do BC:
uro alto, panaceia para todos os males
(Foto: Valter Campanato/ABr)
Pela segunda vez seguida, o Banco Central fez a alegria dos rentistas, dos especuladores e de todo o mercado financeiro, ao reajustar os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou, na noite de quarta-feira (29), a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 8% ao ano. A desculpa foi a mais esfarrapada possível: “O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano.”
Ora, que diferença fará mais 0,5 ponto percentual na taxa básica nos preços do atacado e do varejo? Nenhuma, nada, nadinha.
Em abril, o Copom iniciou esse novo ciclo de alta nos juros básicos, depois de quase dois anos sem aumento, e elevou a Selic para 7,5% ao ano. Desde agosto de 2011, a taxa  vinha sendo reduzida sucessivamente até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor nível da história. Nas três reuniões seguintes, em novembro de 2012, janeiro e março deste ano, o Copom optou por não alterar a taxa.
O aumento dos juros veio justamente no dia em que o IBGE anunciou que o PIB do país cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior.
Não é preciso ser nenhum gênio em economia para saber que, quando a atividade econômica está desaquecida, como mostra o PIB, o melhor a fazer é justamente o oposto do que o Copom fez: juro alto desaquece ainda mais a economia.
Essa história de que a inflação está alta é outra tremenda cascata. O IPCA, índice oficial, acumulado em 12 meses estava em 6,59% em março e em abril recuou para 6,49% - dentro da chamada banda de flutuação da meta inflacionária, que são 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo de 4,5%.
Como era de se esperar, a Fiesp esculhambou a decisão do Copom: segundo a entidade empresarial paulista, a alta do juro reduzirá a capacidade de crescimento da economia brasileira. “É preciso quebrar paradigmas, o Brasil precisa de um choque de competitividade, investimento e produção, e não da mesmice do aumento de juros”, disse o presidente da entidade, Paulo Skaf.
Mesma opinião tem o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, para quem o aumento da Selic vai prejudicar o crescimento econômico. “A elevação da Selic pela segunda vez consecutiva no ano é um desastre do ponto de vista econômico e social. Não existe a ameaça de descontrole inflacionário e vai frear ainda mais o ritmo do crescimento econômico, a expansão do crédito, o fortalecimento da produção e do consumo e a geração de empregos”, disse.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai no mesmo tom. Em comunicado, a entidade alegou que a elevação da taxa básica de juros impõe mais dificuldades para a indústria, que já está estagnada, retomar o crescimento. “Como acaba de mostrar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, a indústria permanece estagnada. Segundo a CNI, neste cenário, o aumento nos juros é ainda mais prejudicial ao setor, justamente o de maior capacidade de recuperação e de contribuição à retomada da economia. Sem uma participação expressiva da indústria, o país cresce pouco.”
Segundo a CNI, a inflação alta no Brasil decorre de problemas estruturais da economia brasileira, como o elevado custo dos serviços, setor que não sofre concorrência das importações e repassa rapidamente os aumentos de custos para os consumidores.
A entidade cobrou medidas complementares, além da política monetária, para lidar com o problema. “Para a CNI, a elevação isolada dos juros não é a melhor forma de enfrentar essa equação, porque prejudica a expansão dos investimentos e dificulta o aumento da oferta”, concluiu o comunicado.
A única notícia boa que trouxe a elevação da Selic é que, por causa da fórmula em vigor desde o ano passado, que atrelou a remuneração da caderneta de poupança aos juros básicos, o rendimento da aplicação subiu de 5,25% para 5,6% ao ano.
 De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a mudança na taxa Selic deixa a poupança mais rentável que a maioria dos fundos de investimento. Apenas nos casos em que os fundos cobram taxas de administração baixas e o dinheiro fica aplicado por mais tempo, a caderneta torna-se menos vantajosa.

A mídia pauta a PF?



Fernando Brito, Tijolaço

“O velho Brizola, volta e meia, saía-se com essa: tem cara de jacaré, tem couro de jacaré, tem boca de jacaré, como é que não é jacaré?
Lembrei disso agora cedo lendo a matéria de O Globo dizendo que “PF diz que tese do telemarketing perdeu força” na investigação da boataria sobre o Bolsa-Família.

Tese? Vamos reler o que as fontes do jornal disseram no dia 24 :
“Em menos de uma semana de investigação, a Polícia Federal descobriu indícios de que uma central de telemarketing com sede no Rio de Janeiro foi usada para difundir o boato de que o Bolsa Família, o principal programa social do governo federal, iria acabar”. 

A matéria dizia que a transmissão do boato era feita através de mensagem de voz.

Só que agora, quando a mídia e a oposição se juntam para dizer que a causa do boato foi a liberação dos pagamentos, a versão muda.

Houve a mensagem de voz, sim, dizem as fontes da direção da PF. Mas o número era inexistente. Leiam:

“Em depoimento ao chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Carlos Eduardo Miguel Sobral, a beneficiária teria dito que recebeu uma mensagem de voz no celular sobre o fim do programa. Mas, segundo o gabinete do diretor-geral, a partir de um rastreamento da ligação, os policiais chegaram à conclusão que o número de onde teria partido o telefonema é inexistente”.

Como assim? Como é que um número inexistente faz ligações? Um número oculto, disfarçado, trocado, sim. Mas inexistente?

E tem mais: se a afirmação de que a empresa era do Rio foi feita sem outras informações, é algo que só poderia ser concluído se, ao menos, houvesse a indicação do código 21 no número chamador.

(Detalhe: a fonte, segundo o próprio jornal, é do gabinete do Diretor Geral. Não é o “sub do sub do sub”)

Partindo do princípio de que a cobertura é honesta e que a versão é da direção da PF, será que não ocorreu aos repórteres perguntar como é que um telefone que não existe faz ligações?

Será que vivemos naquele thriller de terror “O chamado”?
Infelizmente, às vezes a  gente tem de pensar que De Gaulle tinha razão.”

domingo, 26 de maio de 2013

O reacionarismo insensível dos médicos brasileiros


Parece que essa montagem é de Alex Moreira. Ou não.

O passado desnecessário
Os médicos brasileiros contrários à vinda de médicos estrangeiros para atuar no interior desassistido ainda não perceberam que desejam modelar o futuro com pedaços do passado de má memória até para eles.
Quando a crise social e econômica bateu aqui de verdade, muitos médicos se foram em busca de alguma oportunidade nos Estados Unidos. Os dentistas brasileiros descobriram Portugal. A propagação do conceito de serem mais atualizados tecnicamente, à época, lotou seus consultórios com a clientela portuguesa. E levou mais dentistas daqui.
Dos anos 1980 para os 1990, a batalha foi intensa e incessante, com envolvimento diplomático, dos governos, médicos e dentistas, meios de comunicação, entidades científicas de um lado e do outro. As relações entre os dois países ficaram difíceis.
Os portugueses cobravam que os dentistas brasileiros se submetessem, para validação dos seus diplomas, a exame baseado no currículo local. Os brasileiros respondiam que o currículo português incluía, em detrimento do maior domínio técnico, matérias médicas não adotadas no Brasil. Atritos e impasse por mais de dez anos.
A recusa à vinda de médicos reproduz exatamente a posição dos portugueses, à qual nenhum núcleo médico, odontológico, intelectual ou outro deu apoio no Brasil. A diferença entre os fatos de lá e os de cá está só nos motivos. Já foi dito que os médicos brasileiros defendem o seu mercado, a tal reserva de mercado. Só os portugueses fizeram isso.
Os médicos daqui não querem saber do interior atrasado, não importa que mercado haja aí e que condições sejam oferecidas. Mesmo as periferias das cidades são incapazes de atraí-los no número necessário, como prova a procura para os hospitais e postos públicos. A mera recusa à contratação de espanhóis, cubanos e portugueses despreza ainda outra realidade inegável: a dos milhões deixados a sofrimentos que até conhecimentos médicos elementares podem evitar ou atenuar.
Responder à proposta do governo com grosserias, como tem feito o Conselho Federal de Medicina, não disfarça outra realidade. Médicos de alta reputação e entidades científicas e de classe têm insistido na adoção, para os recém-diplomados, de exame à maneira do que faz a OAB para dar status de advogado aos bacharéis em direito. O pedido do exame é o reconhecimento de que a proliferação de faculdades tem diplomado levas de médicos com despreparo alarmante.
* A coluna de Janio de Freitas comenta também outro assunto, mas eu a editei para não misturar alhos com bugalhos.

A Bolsa Família e a patética oposição


Álvaro Dias e Aloysio Nunes Ferreira, dois representantes
 consagrados da turma do contra no Senado:
na falta do que fazer, pedem "explicações" à Caixa 
(Foto: Antonio Cruz/ABr)
A tentativa da oposição, com grande ajuda da Folha, de imputar à Caixa a responsabilidade da corrida dos beneficiários do Bolsa Família às suas agências para sacar o benefício, é patética.
A Polícia Federal já identificou a origem da onda de boatos criminosos que deflagrou toda a confusão: uma empresa de telemarketing do Rio. Falta só descobrir quem pagou pelo serviço.
Os incríveis próceres oposicionistas, entusiasticamente ouvidos pela Folha, são unânimes em dizer que o fato de a Caixa ter liberado saques antecipados do Bolsa Família, na véspera do início dos boatos de cancelamento do benefício, foi a causa de tudo.
O argumento soa tão imbecil quanto a atuação política desse pessoal da turma do contra nesses anos em que veem seus planos de voltar a governar uma imensa senzala de sua resplandecente casa grande ficarem cada vez mais inexequíveis.
Segundo esclarecimentos dados pela Caixa, melhorias no cadastro de informações sociais permitiram que o pagamento de todos os benefícios do Bolsa Família fosse liberado no dia 17. O banco esclareceu ainda que a antecipação de saques já é autorizada em caso de calamidade ou de necessidade de melhoria de sistemas. Pela regra oficial, o pagamento do Bolsa Família ocorre de forma escalonada na segunda quinzena do mês. O banco informou ainda que o aumento no ritmo de saques só começou por volta das 13h de sábado (18). Na sexta-feira (17), a Caixa registrou 649.018 saques, número inferior às 852.602 retiradas feitas no primeiro dia de pagamento em abril.
Os boatos criminosos sobre o Bolsa Família provocaram corridas às agências e aos caixas eletrônicos em 13 Estados do Norte e do Nordeste. Segundo o comunicado da Caixa, para garantir o acesso aos benefícios e a integridade física dos correntistas, a instituição manteve o saque antecipado durante o fim de semana. No entanto, quem retirou o benefício fora do calendário só terá direito a um novo saque no próximo mês.
A turma do contra está fazendo o seu papel nessa sua tentativa desesperada de mostrar que não teve nada a ver com o assunto.
Para tanto, como sempre, conta com a ajuda inestimável da imprensa: foi a Folha quem "descobriu" a antecipação da liberação dos saques, editando a notícia como se a medida tivesse causado a confusão.
Mas falar as bobagens que os Álvaros Dias da vida andam falando é de uma inutilidade completa.
Ou melhor, ouví-los não deixa de ser útil: mostra o quanto estão desesperados e o quanto frágeis eles são, política e intelectualmente.
/cronicasdomotta

Conheça como é a formação de médicos em Cuba.


Por Renata Giraldi
Fonte: EBC
A polêmica gerada pela disposição do governo de contratar cerca de 6 mil médicos cubanos para trabalhar nas regiões mais carentes do Brasil é estimulada, entre outras razões, pela dúvida sobre a formação profissional deles (Juhan Sonin/CC)
Brasília – A polêmica gerada pela disposição do governo brasileiro de contratar cerca de 6 mil médicos de Cuba para trabalhar na atenção primária à saúde nas regiões mais carentes do país é estimulada, entre outras razões, pela dúvida sobre a formação profissional deles. Mas o governo cubano rebate as dúvidas com números. Em Cuba, há 25 faculdades de medicina, todas públicas, e uma Escola Latino-Americana de Medicina, na qual estudam estrangeiros de 113 países, inclusive do Brasil.

A duração do curso de medicina em Cuba, a exemplo do Brasil, é seis anos em período integral, depois há mais três a quatro anos para especialização. Pelas regras do Ministério da Educação de Cuba, apenas os alunos que obtêm notas consideradas altas em uma espécie de vestibular e ao longo do ensino secundário são aceitos nas faculdades de medicina.


Médicos cubanos que atuam no Brasil contam que, em Cuba, o estudante tem duas chances para ser aprovado em uma disciplina na faculdade: se ele for reprovado, é automaticamente desligado do curso. Na primeira etapa do curso, há aulas de biomédicas, ciências sociais, morfofisiologia e interdisciplinaridade.

Nas etapas seguintes do curso, os estudantes de medicina em Cuba têm aulas de anatomia patológica, genética médica, microbiologia, parasitologia, semiologia, informática e outras disciplinas. Segundo os médicos cubanos, não há diferença salarial entre os profissionais exceto pela formação – os que têm mestrado e doutorado podem ganhar mais.

De acordo com os profissionais cubanos, todos os estudantes de medicina passam o sexto ano do curso em período de internato, conhecendo as principais áreas de um hospital geral. A formação dos profissionais em Cuba é voltada para a chamada saúde da família: os médicos são clínicos gerais, mas com conhecimento em pediatria, pequenas cirurgias e até ginecologia e obstetrícia.

Porém, a possibilidade de contratar médicos cubanos gera críticas e ressalvas de profissionais brasileiros. Mas o governo brasileiro considera que a necessidade de profissionais e de garantia de saúde para toda a população brasileira deve prevalecer em relação às eventuais restrições aos estrangeiros.

No começo do ano, os prefeitos que assumiram os mandatos apresentaram ao governo federal uma série de demandas na área de saúde. Na relação dos pedidos apresentados pelos prefeitos estavam a dificuldade de atrair médicos para as áreas mais carentes, para as periferias das cidades e para o interior do país.