sábado, 3 de novembro de 2012

HÁ UM CONLUIO ENTRE PROCURADORES DO MPF E A REVISTA VEJA ?



OU A REVISTA MENTE AO PUBLICAR MATÉRIA CONTENDO O TEOR SIGILOSO DE UM 'SUPOSTO' DEPOIMENTO ?


Segundo a Revista, Marcos Valério sabe de "tudo". Obviamente que esse "tudo" é o que possa ser usado contra Lula e o PT, pois isso é o que interessa a Revisteca. A Revista VEJA agoniza, consumida pela sua falta de credibilidade e jornalismo de esgoto que pratica. Seus proprietários estão apavorados com a perda de RECEITA proveniente da Prefeitura de São Paulo. Com Fernando Haddad, vai secar a fonte do fornecimento de exemplares de revistas e livros (sem concorrência) que garantiram até hoje "polpudos recursos públicos" que sempre 'retribuíram' as matérias favoráveis que a revisteca publicou para Kassab e para o tucanato. Daqui a DOIS ANOS, Veja vai perder também os recursos do governo do Estado de São Paulo, pois os tucanos serão derrotados na disputa em 2014. 

No FINADOS do ano de 2015, a REVISTECA já estará morta e enterrada. +

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Os partidos de esquerda e a ideologia do povo








A Rede Globo faz tudo por IBOPE para sua programação, e também faz tudo para tentar derrubar as esquerdas, Lula, o PT e o povo brasileiro. Mas essa é a última eleição que conseguiu ainda um pouco de êxito em seu golpismo. 

A grande mídia é golpista e faz o jogo do capital, que é a quem pertence. Mas os tempos estão mudando. Cada vez mais fortemente as redes e movimentos sociais estão colocando sua voz e sua posição para serem ponderadas. Os próprios partidos de esquerda deverão, também, assumirem posições mais claras. Ou serão abandonados e substituídos por outros que estejam com maior sintonia com os anseios de igualdade e justiça social que reclama o povo. O povo é naturalmente ideológico, não partidário. E essa ideologia está no conceito de igualdade e de justiça social que faz parte da natureza humana.

O STF não pode julgar o PT. Quem julga o PT é o povo!








O PT não foi julgado pelo STF no julgamento do mensalão. Foram julgados membros do PT e de alguns outros partidos.  Assim como não foram julgados (ainda!) os membros do mensalão do PSDB, conhecido como Mensalão Mineiro.

Não se deve confundir. Se um policial mata alguém, ou comete crime de corrupção, não é toda a corporação culpada.

Vergonhoso foi o papel da grande mídia, que bateu o quanto quis no PT, como se o PT fosse o culpado, fez um enorme circo juntamente com o STF em cima das eleições, em evidente crime eleitoral, e silencia até agora quanto ao Mensalão Mineiro.

O julgamento do povo, nas urnas, foi a melhor resposta que se deu à grande mídia e a um STF despreparado e claramente fazendo o jogo da direita, em um julgamento político, com os holofotes da grande mídia venal iluminando o estardalhaço dela, da mídia, e evidenciando o despreparo de nossos ministros até para aplicar dosimetria de pena.  Uma pena.

De qualquer forma, creio que o governo do PT teve também isso de bom: o mensalão!

Ele só existiu porque o governo PT não tinha um procurador apelidado de “engavetador-geral -da-república”, como ocorreu em todos os governos anteriores ao PT, principalmente no do PSDB-FHC, que, até hoje, não teve seu mensalão julgado, e nem mesmo investigada a compra de votos para a reeleição de FHC.

No governo PT a Polícia Federal pode trabalhar, e, por isso, tivemos o mensalão (além de diversas operações contra a corrupção histórica no Brasil).

Tomara que continue assim. Tomara que o governo PT continue permitindo que a Policia Federal investigue e que a Procuradoria Geral da República denuncie. Esse é o único caminho, sem sectarismos, para tentarmos acabar com a corrupção no Brasil.

O que incentiva a corrupção são fatos como esse do mensalão mineiro. Trinta e oito réus ainda impunes.

Apenas espero que o STF não faça com os réus do PSDB (que também tem Marcos Valério como coordenador do “valerioduto” mineiro), o que fizeram no julgamento do mensalão: que não violem o devido processo legal, nem faça o mesmo circo com a grande mídia.

Aliás, dos 38 réus do mensalão mineiro, apenas dois serão julgados pelo STF, Eduardo Azeredo e um outro que tinha cargo eletivo, que de fato tem foro especial. 

Os demais, já tiveram o processo desmembrado e foram para a primeira instância, para serem julgados pelo Juiz Natural, conforme reza o Código dos Ritos, desmembramento que foi negado no mensalão, pelo mesmo relator, o herói Joaquim Barbosa, em clara demonstração de sua “justiça” de dois pesos e duas medidas.

Como eu disse no início, om PT não foi julgado pelo STF no julgamento do mensalão, ali, naquele julgamento viciado e tangido pela mídia, foram julgados membros de diversos partidos, inclusive do PT. Mas, não foi o PT.

O julgamento do PT se deu nas urnas. A resposta paulistana, do povo paulistano, foi a resposta adulta de quem não se deixa conduzir pelos donos da mídia golpista nacional, que precisa ser regulada.

A mídia conspira contra a República



A Veja, o Globo, a  Folha e o Estadão deram, na data de hoje, 01/11/2012, o pontapé inicial da campanha oposicionista para o pleito presidencial de 2014.



Golpisticamente repercutem matéria em que Marcos Valério teria prestado novo depoimento ao Ministério Público Federal no fim de setembro, onde teria citado o ex-presidente  Lula e o ex-ministro Antonio Palocci.

O que querem, com isso, é a fomentação de algo maior que um golpe midiático. Querem ver sangue nas ruas.

Esse é o tipo de golpismo rasteiro que sempre fizeram, tipo uma erva daninha que plantam agora para tentar colher os frutos do veneno em 2014.  Isso lembra mais ou menos o que ocorreu com julgamento político-judicial vergonhosamente levado a efeito pelo STF, já que é difícil acreditar que seus integrantes, em sua maioria, não participam dolosamente desse desenredo.

Estou realmente preocupado.  Não porque a mídia possa ganhar eleições através de sua oposição virulenta: basta olhar o mapa das últimas eleições e veremos que os partidos da direita e da extrema-direita saíram claramente derrotados e, não fosse a própria cisão existente nas esquerdas, o “sapeca-iáiá” que a direita tomou teria sido ainda mais retumbante.

O que me preocupa é o abismo que a campanha que está começando a ser engendrada pela grande mídia, que usa dos jornais escritos e televisionados à teledramaturgia, possa cavar entre as camadas mais pobres e as mais ricas no Brasil, bem como a intensidade de ódio nessas diferenças, não as reais, mas aquelas ideologicamente manipuladas e distorcidas pela campanha midiática.

A Venezuela viveu isso.  Em 2002 teve golpe com a participação dos EUA contra Chavez, que durou três dias, e os venezuelanos estiveram muitas vezes à beira da guerra civil provocada justamente pela mídia golpista que pertence ao capital e às oligarquias, e eles estão ensandecidos com a derrota acachapante nessas eleições aqui no Brasil, porque intimamente sabem, mas não confessam, que elas prenunciam  que as esquerdas continuarão no poder após 2014, e mais fortalecidas.

Por isso, nada deve ficar sem resposta.  Coisas como essas, não podem, receber nosso silêncio ou nossa omissão.  Isso na verdade, é  uma conspiração.  Conspiração contra o povo, contra a Democracia e contra a República.

Temos que usar as redes e os movimentos sociais, assim como a militância de todos os partidos de esquerda que estejam comprometidos com o povo e com a democracia deve manter-se alerta e ativa.

Basta de golpes midiáticos no Brasil!

Assessor de Dilma acusa Globo de fazer política


“No momento em que a Globo se mostra receosa em relação a uma eventual proposta para democratizar a comunicação, Marco Aurélio Garcia a acusa de partidarismo. “Quando você tem uma emissora que dedica 19 minutos do seu principal noticiário para fazer um resumo do mensalão às vésperas do segundo turno ... não é uma questão que passa batido para nós”; comandada por Ali Kamel, emissora diz que "só faz jornalismo"

A Rede Globo, assim como os principais meios de comunicação do País, estão unidos contra uma eventual proposta que parta do governo para democratizar os meios de comunicação, a exemplo do que ocorreu com a Ley de Medios argentina, que entra em vigor em 7 de dezembro. Tanto Globo, Abril, Folha e Estado já dedicaram reportagens contra o que acusam ser um golpe contra a democracia.

Neste contexto, o assessor para Assuntos Internacionais da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, entrou no debate. E acusou a Globo de agir de forma partidária. Leia na coluna de Mônica Bergamo, da Folha:

CLIMA
Marco Aurélio Garcia, assessor de assuntos internacionais do governo Dilma Rousseff, é direto ao criticar a mídia no julgamento do mensalão: "É isso: eu estou falando da TV Globo", disse ele em entrevista à rádio BandNews FM no domingo das eleições. "Houve concretamente uma tomada de posição por parte de analistas", o que, segundo ele, vai além dos limites de órgãos de concessão pública. "Vamos ter claro: não estou me referindo a jornais, mas a órgãos de concessão pública."


CLIMA 2
Garcia referiu-se ao resumo que o "Jornal Nacional" fez do mensalão no dia 23 de outubro, quando mais da metade de seus 32 minutos foi dedicada a um balanço do julgamento. "Quando você tem uma emissora que dedica 19 minutos do seu principal noticiário para fazer um resumo do mensalão às vésperas do segundo turno (...) Não é uma questão que passa batido para nós."


CLIMA 3
Procurada pela coluna, a TV Globo diz que "não tem lado e só fez jornalismo".

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Por que Gilmar Mendes censurou programa da TV Câmara

Primeiras análises pós-eleitorais



Judith degolando Holofernes, de Caravaggio

É com alegria que o Cafezinho se depara com uma enorme quantidade de boas notícias e números para analisar. A esquerda brasileira experimentou um vigoroso crescimento nessas eleições, o qual foi confirmado e consolidado no segundo turno. A direita, como sempre amparada pela mídia, tentou dar o golpe do mensalão. Às vésperas de um pleito que movimentaria 140 milhões de eleitores, os jornalões, impressos e TV, continuavam focando o noticiário no julgamento do STF, o qual se prestou a este triste papel. Pois bem, o povo demonstrou, mais uma vez, que não se deixa mais manipular por sensacionalismo barato. A mídia e a oposição pagaram um preço, pelo jeito, alto demais pelo mensalão, que não se revelou um produto tão eficiente como pensaram. Agora, têm uma batata quente nas mãos. Terão que sustentar, ad infinitum, um julgamento de exceção, realizado sem base nos autos, que violou princípios fundamentais do direito constitucional, e transformou o STF numa tribuna partidária e política, ferindo a Constituição. O STF agrediu politicamente, com muita virulência, um partido político, e ele não tem o direito de fazer isso. Um partido político, um governo, são instituições democráticas, e que, diferentemente, do STF, são chanceladas pelo sufrágio popular.  Tem de ser respeitadas! Um partido político, sobretudo um partido de massa, como o PT, não é apenas um partido político, mas também o receptáculo sagrado dos anseios do povo, que vota em representantes da referida legenda. Não entender isso é fechar os olhos para a democracia.
Abaixo, seguem uma série de análises sobre diversas notícias, opiniões de colunistas, estatísticas, gráficos eleitorais.
Na segunda-feira, a Folha trouxe excelentes infográficos sobre a evolução dos partidos nessas eleições. Nos dias seguintes, ela tratou de inventar formas mirabolantes para apontar algumas “vitórias” da oposição. Mas as urnas são implacáveis. PSDB, DEM e PPS perderam em todos os níveis: em número de eleitores, em quantidade de cidades, em vereadores, perderam São Paulo. E o PT, na via contrária, assistiu a um notável crescimento, em todas as frentes.
É importante lembrarmos que o crescimento no número de vereadores implica, segundo uma fórmula da ciência política até hoje insuperável, em aumento no número de deputados estaduais e federais no pleito seguinte. Confiram os gráficos abaixo:






Mensalão e PT: Minha teoria de que o mensalão acabou ajudando eleitoralmente o PT, que me parecia meio maluca, mas com alguns pontos consistentes, agora ganha, com os resultados das urnas, contornos mais sólidos. Ela se baseia na seguinte premissa: o pobre (ou seja, maioria do eleitorado) não faz essa ligação partidária e emocional entre os réus do mensalão e os candidatos do PT que disputavam eleições. Para ele, o Supremo, liderado por um negão implacável, está condenando poderosos pela primeira vez, e o responsável por mais essa “conquista” democrática é novamente Lula. A era lulista foi coroada com um STF vingador, bem a gosto do vulgo, o que serviu para fortalecer mais ainda o campo lulista. Quem nomeou Joaquim Barbosa? Enfim, o povo, como diria Pascal, tem opiniões sempre muito saudáveis…
Quem é o analfabeto?: Segunda-feira, Ancelmo Gois publicou a seguinte nota em sua coluna:
Na verdade, o analfabeto político aqui, com todo respeito, é Ancelmo Gois. O pedreiro demonstrou sabedoria, porque ele intuiu que seria melhor votar pensando em propostas do que influenciado pelo sensacionalismo da mídia em torno do mensalão. Ele entende que política é luta e os adversários de Haddad, nos partidos e na mídia, ainda são piores que os “mensaleiros”. Mas ele não votou em Haddad pensando que o prefeito irá roubar, e sim que a história do mensalão não tinha nada a ver com o pleito municipal. Assim como o eleitor de Serra não deixou de votar nele porque o presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, é réu no processo do mensalão tucano, assim o pedreiro não deixou de votar em Haddad por causa de julgamento do mensalão petista.
Merval e o sonho de Aécio: É impressionante a falta de moderação de Merval Pereira quando ventila a nova utopia dos tucanos da mídia. Uma aliança entre Eduardo Campos e Aécio Neves. Hoje, em sua coluna, Merval volta a sugeri-la:
Uma aliança entre o PSB e o PSDB de Aécio Neves formaria chapa com força nas principais regiões, mas difícil será um dos dois abrir mão da cabeça de chapa.
Uma aliança hipotética no segundo turno é previsível caso Campos decida investir mesmo na carreira solo em 2014. O senador Aécio Neves pretende concorrer mesmo que a presidente Dilma continue com sua popularidade alta como hoje, sem grande abalos econômicos a enfrentar. Estaria semeando uma colheita para quatro anos depois.
Resta saber se o governador Eduardo Campos se resignará a disputar espaço com o PT e o PMDB por mais quatro anos, na esperança vã de vir a ser o candidato da coligação em 2018.
Evidentemente, Campos, que não é bobo, vai cozinhar essa história o máximo possível, porque ela lhe rende louvaminhas na mídia. Provavelmente se deixará fotografar ao lado de Aécio, bebendo cerveja e rindo, e assim cultivará sua imagem junto à esta enorme e influente classe média que lê os grandes jornais.
Nem direi que a aliança entre Campos e Aécio é algo impossível. Eu diria improvável, sobretudo porque seria uma estupidez inominável de Campos deixar um campo político vitorioso e ascendente para aliar-se a outro, derrotado e em declínio. Sem contar que o PSB, mesmo tentando se afirmar como uma esquerda não-petista, mais sofisticada, com uma estética mais classe média, sendo um partido de quadros e, portanto, mais autoritário, coeso e controlável, mesmo assim, o PSB está anos luz do PSDB, com seu programa privatista e conservador, com suas alianças preferenciais com DEM e PPS. Campos vai cozinhar a história, que lhe rende elogios, e lhe dá algum cacife para negociar melhor posicionamento do partido no governo de coalizão, mas seria incompetente se se aliasse a Aécio em 2014. Se o fizesse, aconteceria o seguinte: afundaria junto com os tucanos, porque mesmo que Aécio se aliasse a cinco Eduardo Campos, Dilma continuaria imbatível.
CPI do Cachoeira:  os governistas estão dispostos a prorrogar os trabalhos por mais 45 dias, e a quebrar mais sigilos. A oposição quer prorrogar por mais 180 dias e quebrar mais 500 sigilos. Parece-me que a oposição quer fogos de artifício, e dispersar o foco, que é investigar o núcleo do esquema, e daí deixar o trabalho para a Polícia Federal e o Ministério Público.  A Folha tenta pintar o quadro, como faz desde o início da CPI, como se fossem os governistas que quisessem “melar” a CPI, ou impor uma “pizza”. Ora, não foram os governistas que criaram a CPI? Nunca a manipulação da notícia foi tão doida como no caso da CPI. Uma hora lemos que se trata de uma CPI governista, outra hora que os governistas querem “enterrá-la”. Na verdade, é uma CPI autêntica, realmente explosiva, que pode chamuscar todas as forças políticas, mas que para ser efetiva, tem de ser focada no núcleo do esquema, e não ser convertida numa outra espécie de CPI do fim do mundo.

A vida em branco e preto




Vários desses analistas políticos que ilustram com seu saber as páginas dos jornalões aproveitaram a eleição municipal e a derrota dos tucanos paulistanos para defender a instauração do bipartidarismo no país. Segundo eles, não existe democracia no mundo com tantos partidos funcionando e o sistema de dois partidos, um mais "progressista" e outro mais "conservador" poderia acabar com grande parte das mazelas do nosso sistema partidário.
Eles destacam a influência deletéria das agremiações nanicas, muitas delas simples balcões de negócios, que vivem apenas para vender seu "apoio" em tempo de eleição ou fora dele.
Dizem ainda que com apenas dois partidos a tarefa do eleitor para escolher o seu candidato ficaria mais simples.
Como não faço parte desse time de especialistas, não vou me ater em detalhes técnicos para refutar essa ideia de transformar o mundo político brasileiro num imenso painel em branco e preto.
Prefiro apenas observar que o bipartidarismo é uma redução grosseira dos esforços que o homem vem fazendo através dos séculos para aperfeiçoar a vida em sociedade.
Oportunistas vão sempre existir, não importa quantos partidos existam.
No tempo da "gloriosa", o país viveu sob o reinado do bipartidarismo.
A Arena, sustentáculo da ditadura, chegou a ser chamada de "maior partido do Ocidente" tal o número de espertalhões e arrivistas que ingressaram na agremiação.
E o MDB, o partido "oposicionista", era um guarda-chuva multicolorido, que abrigava todas as tendências, desde a esquerda então proscrita até conservadores que estariam muito bem do lado governista se não tivessem, por razões variadas, sido escorraçados de lá.
O fato é que o bipartidarismo não funcionou no Brasil. Toda eleição ganhava um caráter plebiscitário: quem era a favor dos militares votava na Arena, quem era contra a ditadura, votava no MDB. Pouco importava o candidato, sua história, sua ideologia política.
Talvez haja mesmo excessos no sistema partidário brasileiro. Mas se formos ver, das mais de 30 agremiações que existem, apenas uma meia dúzia delas pode ser chamada de partido político.
São essas que contam e são essas que o eleitor deve fortalecer, não apenas votando nas siglas ou nos candidatos, mas procurando saber as diferenças entre, por exemplo, o PSDB, que nasceu para representar a social-democracia em nossa terra e virou a mais frondosa árvore da direita nativa, e o PT, que nasceu para ser socialista e hoje é 99% social-democrata.
cronicasdomotta.blogspot.com.br/2012/10/a-vida-em-branco-e-preto.html

Brasil: a inflexão histórica que precisa ser feita


Nos últimos 20 anos de governo social-democrata, o Brasil melhorou graças à continuidade de quatro pilares: a democracia, a responsabilidade fiscal, a generosidade das bolsas e uma política econômica de crescimento. Esses pilares estão se esgotando.
A democracia se esgota porque não foi capaz de fazer a reforma política, não implantou um sistema ético para o financiamento de campanhas e não barrou a corrupção.
A responsabilidade fiscal se esgota porque a reforma do Estado não foi feita, não houve controle dos gastos nem mudança na gestão pública.
A generosidade social começou ainda no governo militar, com a aposentadoria rural. Mas foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em seu segundo mandato, que adotou a concepção das bolsas, transferindo renda para 4 milhões de beneficiários. O ex-presidente Lula ampliou esse número para 12 milhões e elevou o valor do salário mínimo em taxas superiores às da inflação. A presidente Dilma Rousseff ampliou ainda mais os beneficiários, com o programa Brasil Carinhoso. Mas os programas de pura transferência de renda não estão sendo capazes de induzir a emancipação da população pobre.


NO MESMO PADRÃO

O crescimento econômico manteve-se com o mesmo padrão básico: ampliação da produção, exportação de commodities agrícolas ou minerais e produção de bens industriais para o mercado interno; sofrendo, no entanto, uma desindustrialização em função da âncora cambial, da falta de competitividade, do custo Brasil e da falta de capacidade para a inovação. Esse modelo não foi capaz de dar o salto para uma economia de alta tecnologia, com respeito ao meio ambiente e estruturalmente distributiva, pelo qual o propósito da economia não seja apenas aumentar o PIB, mas aumentar o bem-estar da população.
Há um esgotamento nos quatro pilares da social-democracia brasileira, sendo necessária uma inflexão que permita completar a democracia com uma reforma política, criando mecanismos que tornem a corrupção impossível, eliminando a influência do poder econômico nas eleições. A responsabilidade fiscal precisa ser completada por reformas na gestão pública, na política fiscal e no controle dos gastos públicos. A generosidade das transferências de renda precisa ser substituída pela emancipação da população, para que nenhuma família brasileira precise de ajuda. E a economia precisa incorporar o equilíbrio ecológico e a distribuição de renda.
O fim das eleições municipais deveria ser o ponto de partida para o debate dessa inflexão. Mas, aparentemente, esse radicalismo não entrará nos debates. Vamos continuar discutindo sobre como avançar na direção de um modelo em esgotamento, com a mesma política de satisfazer os interesses imediatos de corporações, sem olhar o longo prazo, sem fazer a necessária inflexão histórica.

Por: Cristovam Buarque é professor da Universidade de Brasília e Senador pelo PDT/DF..vejabemvb

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mídia derrotada mais uma vez pelo PT de Lula


Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho

“Perderam para Lula em 2002.

Perderam para Lula em 2006.

Perderam para Lula e Dilma em 2010.

Perderam para Lula e Haddad em 2012.


A aliança contra Lula e o PT montada pelos barões da mídia reunidos no Instituto Millenium sofreu no domingo mais uma severa derrota.

Eles simplesmente não aceitam até hoje que tenham perdido o poder em 2002, quando assumiu um presidente da República fora do seu controle, que não os consultava mais sobre a nomeação do ministro da Fazenda, nem os convidava para saraus no Alvorada.

Pouco importa que nestes dez anos tenha melhorado a vida da grande maioria dos brasileiros de todos os níveis sociais, inclusive a dos empresários da mídia, resgatando milhões de brasileiros da pobreza e da miséria, e dando início a um processo de distribuição de renda que mudou a cara do País.

Lula e o PT continuam representando para eles o inimigo a ser abatido. Pensaram que o grande momento tinha chegado este ano quando o julgamento do mensalão foi marcado, como eles queriam, para coincidir com o processo eleitoral.
Uma enxurada de capas de jornais e revistas com quilômetros de textos criminalizando o PT e latifúndios de espaço sobre o julgamento nos principais telejornais nos últimos três meses, todas as armas foram colocadas à disposição da oposição para o cerco final ao ex-presidente, mas a bala de prata deu chabu.”
Aetigo Completo, ::AQUI::

Mídia, corrupção e opinião pública


Venício A. de Lima, Observatório da Imprensa
“A cobertura homogênea que a grande mídia vem fazendo do julgamento da Ação Penal nº 470 – paralelo ao período de campanha eleitoral – e os resultados das eleições municipais de 2012 recolocam a questão da formação da opinião pública, da percepção que ela tem sobre a corrupção e das consequências políticas dessa percepção, em particular na decisão do voto.

Em artigo anterior, neste Observatório, (“Poder da mídia, contradições e (in)certezas“) – reproduzi resultado e comentário do Ibope sobre pesquisa comparada que registrou as “preocupações dominantes” dos brasileiros nos anos de 1989 e 2010. Diz o comentário:

“Apesar das constantes notícias sobre o assunto, o combate à corrupção também preocupa menos o brasileiro: de 20% passou a ser citada por 15% dos entrevistados.”
Perguntava, então: qual a relação da queda da preocupação do brasileiro com a corrupção e as “constantes notícias” – uma verdadeira campanha de moralidade seletiva e criminalização da política – veiculadas na grande mídia desde 2005?
Ao contrário do que o artigo possa ter sugerido, não há resposta simples para essa questão.

Pesquisas sobre corrupção
O livro Corrupção e Sistema Político no Brasil,organizado pelos professores Leonardo Avritzer e Fernando Filgueiras, do Centro de Referência do Interesse Público (CRIP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lançado recentemente pela editora Civilização Brasileira, é uma coletânea de análises de resultados de pesquisas nacionais – realizadas em 2006, 2008 e 2009 – que investigam o tema da corrupção em variadas dimensões.
Artigo Completo, ::AQUI::

Bob Fernandes/ Outra vez a Opinião Pública derrota a opinião publicada

Barões da mídia já temem o monstro que criaram no STF



As elites já temem efeito no ordenamento jurídico do país dos excessos no julgamento da Ação 470. Não é para menos. O rol de barbaridades cometidas com a nossa Constituição põe a perigo garantias individuais. E a principal vítima, foi princípio da “presunção da inocência”. Agora, perante o STF, são todos culpados, sem provas em contrário.

Talvez seja por isso que os barões da mídia, através da Folha de São Paulo,Valor Econômico e O Globo, começaram a reconhecer excessos cometidos pelo seu “herói”, o ministro Joaquim Barbosa, na dosimetria das penas dos réus do dito “mensalão petista”  (outros, mensalões, como o do PSDB e o do DEM um dia, quem sabe, podem baixar naquela Corte).

Começa assim o editorial “Para quem precisa”, publicado no dia 25/10 naFolha: “Penas de prisão deveriam, em tese, caber a criminosos violentos, para os demais, como no mensalão, conviriam severas penas alternativas”. Mas à frente, novo alerta: “As punições hão de ser drásticas, e seu efeito, exemplar, mas sem a predisposição vingadora que parece governar certas decisões (e equívocos) do ministro Joaquim Barbosa”.

Na mesma linha, e o dia seguinte (26/10), matéria do Valor, com o título “Pena de Valério é maior que de Chico Picadinho”, alerta o Supremo Tribunal Federal para os exageros cometidos no julgamento do “mensalão”, ressaltando que a punição ao publicitário Marcos Valério equivale àquelas de criminosos que cometeram crimes hediondos como “Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por planejar o assassinato de seus pais a pauladas em 2002, enquanto dormiam, e do famigerado Chico Picadinho, condenado a 30 anos de prisão pelo homicídio e esquartejamento de duas mulheres nas décadas de 60 e 70”.

Finalmente, em O Globo 27/10, Merval Pereira, escreve em sua coluna o artigo: “O Voluntarismo de Barbosa” (http://migre.me/bnkL8), em que critica a sanha condenatória do ministro.  “Quando ele (Barbosa) critica nosso sistema penal e se põe claramente a favor de penas mais duras, dá margem a que acusados vejam nele um carrasco e não um juiz”.

Ficção e realidade

Um dos diálogos que compõe uma das cenas do filme “A Casa dos Espíritos”, de Isabel Allende, expõe parte do temor das elites, de perda do controle sobre os verdugos.  Na cena o ator Jeromy Irons interpreta o senador Esteban Trueba. A conversa se dá na sede do Ministério da Justiça, entre Esteban e um coronel nos primeiros dias da ditadura de Augusto Pinochet. Esteban é um rico proprietário de terras, senador pelo Partido Conservador, ele apoiou o golpe, mas foi supreendido com a prisão da filha, Blanca Trueba (Winona Ryder), por seu romance com o líder de esquerda, Pedro Segundo (Antônio Banderas).

Por que minha filha foi presa ontem a noite?

-       Responda! Onde está minha filha?
-       Dê-me a chave do seu carro.
-       Fechamos o Congresso. Fim dos privilégios dos congressistas.
-       Vocês estão todos loucos!
-       Quem acha que estabeleceu contatos com seus generais?
-       Quem estabeleceu o elo com os americanos?
-       Que dinheiro e reputação garantiu armas para vocês?
-       Sabe quem sou eu?
-       E você prende minha filha… e quer confiscar o meu carro?
-       Quero falar com o ministro.
-       Fale comigo.
-       O ministro!
-       Não há mais ministro!
-       Agora você fala comigo.
-       Entendeu?
-       Quer encontrar sua filha?
-       Preencha o formulário.
-       Você e seus amigos ainda têm o poder econômico.
-       Mas nós governamos o país.
-       Agora… dê-me a chave do carro.



As elites do Chile que apoiaram o golpe contra o presidente Salvador Allende em 11 de setembro de 1973 talvez não acreditassem que o regime de Pinochet fizesse da brutalidade sua regra de governo. Números oficiais dão conta de 60 mil vítimas do regime, sendo 3.227 mortos. No Brasil as elites abriram a caixa de Pandora nove anos antes, em 1964.  As consequências ainda estão em discussão através da Comissão da Verdade. A tortura ainda persiste como regra em nosso sistema policial e os números da violência em São Paulo demonstraram a falência da Polícia Militar (outra herança da ditadura), no combate à criminalidade.

Mas, tal e qual o persongem Esteban Trueba, do romance de Isabel Allende, o que espanta mesmo as elites é a possibilidade de que um de seus filhos seja vítima do monstro que soltaram nas ruas para reprimir a plebe.

Já pensou o STF pega gosto, e com apoio da opinião publica, engata uma quinta marcha e faz os personagens da “Lista de Furnas”,  aqueles citados  no livro “Privataria Tucana”, de Amaury Júnior, e também os envolvidos no “Mensalão do PSDB” e no “Mensalão do DEM”, passarem uma temporada no xilindró?

Dilma: no primeiro ano do Pronatec, 720 mil alunos se matricularam no ensino técnico


Paula Laboissière, Agência Brasil
“Ao comentar o primeiro ano do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (29) que cerca de 720 mil alunos já se matricularam no ensino técnico. “Queremos ampliar esse número ainda mais”, completou.

No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma lembrou que o Pronatec amplia o acesso ao ensino técnico oferecido em escolas federais e estaduais e também em escolas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industria (Sesai) e do Serviço Nacional do Comércio (Senac).

“Com o Pronatec, queremos que o país, cada vez mais, tenha uma geração de jovens com formação técnica de qualidade, capazes de melhorar nossos produtos e serviços e contribuir para ampliar a competitividade da nossa economia”, destacou.

Para a presidenta, o programa também auxilia na redução da evasão escolar, uma vez que fortalece o ensino médio integrado, direcionado para a formação profissional, o que torna a escola mais atraente para os alunos.

“O Pronatec oferece à economia uma mão de obra da mais alta qualidade, porque as disciplinas do curso técnico são integradas às disciplinas do ensino médio regular, proporcionando maior embasamento científico e tecnológico para o estudante”, explicou.

Segundo Dilma, o governo está expandindo a Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica. Este ano, a previsão é que 76 novas escolas técnicas federais comecem a funcionar. Até o final de 2014, expectativa é que mais 132 escolas federais sejam entregues.

De acordo com a presidenta, o Senai está investindo R$ 1,5 bilhão, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para construir 53 novas escolas e modernizar e ampliar 251 escolas já existentes. Outra estratégia consiste em um acordo com o instituto alemão Fraunhofer na tentativa de montar 85 centros de inovação e de serviços tecnológicos.

“Todo o nosso esforço é para qualificar os nossos jovens e nossos trabalhadores em todo o país e aumentar a competitividade das nossas empresas, o que ajuda a melhorar os salários dos trabalhadores e a fazer a renda das famílias crescer ainda mais”, ressaltou Dilma.”

O SAQUINHO DE BOLAS, OS GUARANI-KAYOWAS E REGINA DUARTE


Nos antigos colégios internos era comum a realização de “assembléias”, onde diretores, professores e convidados transmitiam lições de moral e cívica. Numa dessas assembléias, em meu tempo de ginásio, ouvi uma história interessante (muitas ilustrações orais usadas pelos palestrantes o eram).

Falava de duas mulheres, a patroa viúva e a empregada solteira. As duas com forte dose de religiosidade. Num dado momento a patroa propôs a empregada que cada uma delas tivesse um saco e ali depositassem uma bola cada vez que pecassem. Ao final do ano saberiam qual das duas era a mais pecadora, ou apenas a pecadora.

A patroa viúva vivia em casa a maior parte do tempo e a empregada após o seu trabalho ia se encontrar com o namorado.

Ao final do ano, no momento de contar as bolinhas, a empregada chegou à sala arrastando um saco pesado ao contrário da patroa um saco leve. Ao virar o seu saco para contar as bolas a empregada espantou-se, pois nenhuma bola caiu e de repente o saco se mostrou vazio. O saco vazio da patroa, ao contrário, deixou cair 365 bolas, simbolizando 365 “pecados”.

Segundo o palestrante e ante o espanto de ambas um anjo desceu até o centro da sala e diante das duas ajoelhadas e contritas, explicou o fato. As 365 bolas que não caíram do saco da empregada, haviam sido postas ali por ela, sumiram por um motivo simples. Nas noites em que saíra com o namorado e (vou usar a expressão do palestrante) tiveram “relações carnais”, houve em cada dia um ato de amor. Ao contrário, na única vez que “pecou” (vou usar outra vez a expressão do palestrante, que certamente quis dar maior ênfase ao “pecado”), a patroa o fez por hipocrisia com “um amigo da família”, já que toda a “pureza exibida apenas encobria pensamentos sujos”.

É característica das nossas elites políticas e econômicas. A presunção da “pureza”, que aqui pode ser substituída por mais que hipocrisia, mas por absoluta desfaçatez e não em “relações carnais”, mas no aspecto político de dominação. Se vê isso muito hoje em igrejas neopentecostais, que no simples trato de questões do cotidiano se transformam em agentes do conformismo e do fanatismo religioso a serviço de interesses dos senhores.

A crítica pública a uma pessoa só tem sentido ser for conseqüência de uma atitude, um desempenho, se for política. Do contrário se ganha um cunho pessoal, meramente pessoal  não tem razão de ser. Acaba não sendo crítica.

A situação dramática dos índios brasileiros, agora com repercussão internacional face à chacina contra Guarani-Kaiowás, é a mesma que transformou o general Custer e sua cavalaria em herói de vários filmes de John Wayne dizimando índios para que o “progresso” pudesse chegar. Há uma prática de longos anos de criminalizar o índio, de transformá-lo em bárbaro, em um ser cruel e atrasado e a mania de catequizá-lo com as idéias do “homem branco”. Não busca transformá-lo em branco, mas em escravo, ir eliminando os povos nativos, no caso do Brasil por exemplo, enquanto o tal progresso não passa do transgênico/veneno que comemos todos os dias nas tecnologias capitalistas de empresas como a MONSANTO, associada a boçais que permanecem assim desde o primeiro pingo de vida no Planeta, falo dos latifundiários. E são parte do governo na tal base aliada.

O genocídio que se estende a todas as nações indígenas do Brasil, como em outros países, como antes nos EUA, é o mesmo, por exemplo, que criminaliza muçulmanos, negros, pobres, que despeja Pinheirinhos e que implanta modelos cosméticos, mas violentos de “pacificação”, sem que o trafico de droga, alvo das UPPs, sofra um só arranhão. Permaneça intacto, até com a cumplicidade dessa aberração chamada Polícia Militar, inaceitável num estado dito democrático.

Pessoas. Marilyn Monroe num determinado momento de sua carreira, quando atingiu o ápice, fez uma declaração interessante e definitiva sobre determinadas situações que viveu. “Agora não preciso mais fazer trabalho de blow job em donos de estúdio para conseguir papéis. Sou uma mina de ouro para eles”.

Quando o privado se mistura ao público a crítica à pessoa é correta, necessária e importante para que se possa ter a real dimensão do problema, refiro-me à questão dos índios, ao genocídio impune, com guarida no STF (Supremo Tribunal Federal) e, especificamente a ex-atriz Regina Duarte. É necessária porque a pessoa se transforma em instrumento da classe dominante por si e por seu mau caratismo.

Tentar compará-la, por exemplo, em qualquer plano, a Marilyn Monroe seria um ato de insanidade, o problema é outro. O blow job é um expediente usado e pode ser em si, ou como conceito de forma de ser. O que em muitos momentos é um ato de amor vira um aríete a serviço dos donos.

“Tenho medo, estou com muito medo”. Foi uma declaração da ex-atriz feita em 2002, pouco antes da eleição de Lula, atendendo a um pedido de FHC. Protagonizou situações constrangedoras ao ex-presidente, quando ainda senador e  era a principal “cabo eleitoral” de FHC em São Paulo. Constrangedoras do ponto de vista público e do ponto de vista familiar.

Entre atores é considerada por muitos como “mau caráter”, por ter usado todos os expedientes para alcançar papéis, até consolidar uma situação, ou seja, a hipocrisia da patroa e sua única bolinha que acabou se transformando em 365 bolas.

Celso Furtado, um dos maiores pensadores do País, do mundo, fez uma constatação importante já no final do século XX. “A revolução feminista foi a mais importante revolução do século XX”. Segundo ele, maior que a própria revolução bolchevique. Estendia-se ao mundo inteiro e trazia, como trouxe, a mulher para o centro do palco, tirava-a da condição de espectadora para a de protagonista do processo político e econômico.

Quem vê as fotos de Ernesto Chê Guevara em camisas dos mais variados tipos, cores, etc, muitas vezes não percebe que o capitalismo se apropriou do Chê e o transformou em lucro, o que não diminui sua extraordinária importância histórica e seu exemplo de conduta como “lutador do povo” (expressão criada por César Benjamin). Mostra a amoralidade do capitalismo.

Ao perceber a ascensão da mulher ao centro do protagonismo político e econômico o capitalismo se apropriou dessa conquista fantástica, para criar a mulher objeto. Ou seja, a liberdade da mulher continua sendo uma luta para que possa ser mulher e não mercadoria. O machismo é bem mais que ser senhor de alguma mulher, mas é manter intocado o sistema capitalista preso ainda à Idade Média, agora a Idade Média da Tecnologia, os castelos complexos dessa tecnologia. São simples – exploradores e explorados.

Regina Duarte nesse contexto é mercadoria. Ao comparecer a um seminário da Sociedade Interamericana de Imprensa está vendendo sua imagem (ou o que resta dela) à defesa da “liberdade de expressão”, a intocabilidade das famílias que controlam a mídia de mercado no País. Ou seja, lutando para o JORNAL NACIONAL continue sendo o símbolo de um poder que se criou na ditadura militar e tem o telespectador em tudo o que envolve a GLOBO, o grupo, estou tomando-o aqui como síntese, na conta de idiota, ou “Homer Simpson”, o ingênuo que acredita piamente em tudo o que se lhe é passado em nome do patriotismo, do modelo, do sistema. Ou defendendo as mentiras largamente demonstradas de VEJA e todo o contexto que significa mídia como braço do capitalismo, da classe dominante.

Na novela ROQUE SANTEIRO, de um dos maiores autores teatrais do País, Dias Gomes, a moça de um cabaré, o cabaré da cidade, sonha com um rico fazendeiro se apaixonando por ela e levando-a, depois do pedido de casamento, para sua grande fazenda. No último capítulo o fazendeiro se materializa em Tarcisio Meira e a moça, Isis de Oliveira alcança seu sonho.

Latifundiários desprezam o romantismo/crítico que Dias Gomes imprimiu ao fato, para simplesmente comprar quem se dispõe ao blow job.

A mercadoria/latifundiária Regina Duarte é, neste momento, o principal porta-voz da barbárie capitalista contra os índios Guarani-Kayowas. Não entende nada de revolução feminista e nem do papel da mulher na construção de um modelo alternativo que, entre outras coisas, exclua a barbárie, a vitória pelo blow job, ou aquele em que o blow job seja um ato de amor como o da empregada/trabalhadora. Bem longe da hipocrisia da patroa.

E até na visão do anjo segundo a historinha.  
juntosomsfortes

Original  Carta capital, autor Laerte Braga