terça-feira, 24 de julho de 2012

São Paulo sob estado de sítio


O Estado de São Paulo vive uma crise na segurança pública sem precedentes. O assassinato do publicitário Ricardo Prudente de Aquino pela Polícia Militar, semana passada, na capital, é apenas mais um episódio a manchar a atuação  de policiais sem nenhum preparo para o exercício de suas funções e de autoridades que, se fossem devidamente fiscalizadas, já estariam afastadas de seus cargos.
Os jornalões - até eles! - noticiam que a violência da PM paulista extrapola qualquer parâmetro civilizado - e que, infelizmente, só aumenta.
É como se aos policiais tivesse sido dada a incumbência de prender, julgar, sentenciar e executar qualquer um suspeito de qualquer crime. 
É a volta à barbárie, em pleno século 21, em pleno Estado de São Paulo, o mais rico da federação, o que pretende ser exemplo de um Brasil moderno, sofisticado, em linha com o Primeiro Mundo.
A Polícia Militar, essa excrescência da ditadura, precisa ser impedida de continuar com a sua política de extermínio de jovens pobres, geralmente negros, que há anos vem exercendo nas periferias das grandes cidades. 
Não é mais possível que toda a sociedade fique refém de policiais despreparados, violentos, cujo modus operandi é tão criminoso quanto o dos bandidos que dizem combater. 
Não é mais possível que toda a sociedade, a quem esses policiais deveriam servir, acabe sendo vítima de seus abusos e de sua prepotência.
Nenhum de nós, cidadãos comuns, que pagam seus impostos em dia, que obedecem as leis e tentam levar uma vida digna, tem culpa de o crime organizado ser tão forte em São Paulo - tão forte ao ponto de atemorizar uma força policial/militar de dezenas de milhares de integrantes.
Não fomos nós que deixamos o PCC se fortalecer, se espalhar, se transformar numa milícia bem armada e com capacidade para enfrentar e afrontar o Estado todo-poderoso.
A situação só chegou ao ponto que chegou, em que a facção criminosa combate ostensivamente a força policial, porque as autoridades responsáveis pela segurança pública, com a anuência do governador do Estado, falharam fragorosamente no seu trabalho, contando, é evidente, com a ajuda inestimável da tropa - desde soldados até oficiais.
À Polícia Civil também cabe grande parte desse descalabro - se a PM mata nas ruas, a Civil não fica atrás na violação dos mais elementares direitos humanos, com a prática revoltante da tortura "investigativa".
São todos responsáveis - jornalistas, radialistas, políticos, todos os que passaram anos e anos puxando o saco de sociopatas que, se São Paulo fosse mesmo esse paraíso de Primeiro Mundo que alguns procuram pintar, estariam mofando atrás das grades.
O fato é que a civilização está ainda muito distante das nossas terras. 
A cultura da violência e da impunidade se enraizou de tal modo entre nós que, por mais que se faça, muito tempo se passará até que ela mude para outra que contemple a Justiça, a tolerância e o respeito pela dignidade humana.
Enquanto isso, há pouco a fazer, a não ser denunciar essa situação de estado de sítio não oficial em que nos encontramos e esperar que o 7º Regimento de Cavalaria venha nos salvar dessa horda de bárbaros que nos cerca e nos asfixia. 

Mensalão: verdades e mentiras

Em junho de 2005, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusou o PT de “pagar mesada” a mais de 100 deputados da base aliada para que estes votassem a favor do governo no Congresso Nacional. Segundo ele, a “compra de votos” era feita com dinheiro público. Jefferson batizou o suposto esquema de “mensalão” e disse que o “cabeça” era o então ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu.
As denúncias de Jefferson jamais foram comprovadas. Nem ele, nem as três CPIs que trataram do assunto, nem o Ministério Público Federal, nem a Polícia Federal, nem as dezenas de investigações paralelas da imprensa e dos órgãos de fiscalização conseguiram reunir elementos que sustentassem as acusações.
Apesar disso, os adversários do PT (Folha, Veja, Demóstenes e cia.) mantiveram a farsa. E há sete anos repetem diariamente, a seus leitores e eleitores, que o “mensalão” existiu, que o PT é uma “organização criminosa”, que o governo Lula foi o “mais corrupto da história” e que José Dirceu era o “chefe da quadrilha”.
Contra a farsa, a mentira e a ficção, nossa arma mais poderosa são os fatos.
1. O PT pagou mesadas a parlamentares da base aliada.
MENTIRA
Fatos: O PT ajudou partidos aliados a quitar dívidas de campanha nos estados, relativas às eleições de 2002 e 2004. Em alguns casos, conforme assumido publicamente em entrevistas e depoimentos, a ajuda não foi declarada à Justiça Eleitoral. Nunca houve pagamentos mensais.
2. O dinheiro era para comprar votos de deputados da Câmara Federal.
MENTIRA
Fatos: Nem Roberto Jefferson, nem as investigações posteriores, nem a denúncia do Ministério Público ao STF conseguiram estabelecer ligações entre as datas dos depósitos bancários e as votações na Câmara. Pelo contrário: existem datas em que os saques coincidem com derrotas do governo em votações importantes.
3. Houve desvio de dinheiro público.
MENTIRA
Fatos: As transferências para que aliados quitassem dívidas de campanha, que a mídia chama de mensalão, não envolveram dinheiro público. O dinheiro veio de empréstimos feitos junto aos bancos privados Rural e BMG. Por absoluta inconsistência, a acusação de desvio de dinheiro público contra os principais nomes do processo, entre eles José Dirceu, já foi derrubada no STF.
4. Para “bancar o esquema”, o BMG recebeu benefícios do governo.
MENTIRA
Fatos: Todas as instituições de fiscalização e controle, entre elas o TCU (Tribunal de Contas da União), atestam que não houve qualquer favorecimento ao BMG.
5. O “mensalão” foi o “maior esquema de corrupção da história do Brasil”.
MENTIRA
Fatos: Não houve “mensalão” e não houve esquema de corrupção. Se houvesse, estaria longe de ser o maior da história. O livro A Privataria Tucana, lançado no final do ano passado, fala em falcatruas de bilhões de dólares ocorridas durante as privatizações do governo FHC. O livro está fartamente documentado e virou best-seller, apesar de a mídia e seus articulistas fazer de conta que o livro não existe.
No Tatianeps

Brasil cria 1 milhão de empregos com carteira assinada no primeiro semestre


“Em todo o governo Dilma, foram abertos 3 milhões de postos de trabalho

Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual

O mercado formal de trabalho manteve ritmo moderado em junho, abaixo dos dois anos anteriores, e criou 120.440 empregos, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje (23) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No primeiro semestre, foram abertas 1.047.914 vagas com carteira assinada, elevação de 2,76% sobre o estoque de dezembro. Em 12 meses, a expansão é de 4,08%, com acréscimo de 1.527.299 postos de trabalho. Em todo o governo Dilma, de janeiro de 2011 a junho deste ano, foram criados 3.064.257 empregos, crescimento de 8,54%.

Os resultados de junho perdem para os de 2011 e 2010 (melhor ano da série histórica do Caged), e superam os de 2009, ano em que a crise atingiu mais fortemente o Brasil. Isso também se repete na comparação com o primeiro semestre. Nos últimos dois anos, foram criadas pouco mais de 1,4 milhão de vagas em cada período, acima deste ano (1 milhão de janeiro a junho). Mas o resultado de 2012 supera de longe o da primeira metade de 2009, quando a criação de empregos formais não chegou a 300 mil. O salário médio de admissão (R$ 1.002,64) ficou 5,9% acima de igual período de 2011.”

Segundo o ministério, o emprego formal no primeiro semestre cresceu em todos os setores de atividade econômica, com destaque – em números absolutos – para o setor de serviços (469.699 vagas, expansão de 3,05%). As maiores taxas de crescimento foram do setor agrícola (8,69%), que abriu 135.440 postos de trabalho, e da construção civil (7,13%), com 205.907. O comércio teve saldo de 56.122 vagas (0,66%). A indústria de transformação abriu 134.094 empregos (1,64%).
O saldo de junho é resultado de 1.732.327 admissões, o segundo maior total para o mês, e de 1.611.887 desligamentos, maior número para o período. A agricultura foi responsável por metade das vagas criadas (60.141, expansão de 3,71%), com destaque para o cultivo de café. O setor de serviços abriu 30.141 postos de trabalho (0,19%), e a indústria de transformação, apenas 9.968 (0,12%), resultado considerado "modesto" pelo próprio governo.
O total de empregos celetistas no Brasil chegou em junho a 38.759.504. Destes, 15,8 milhões estão no setor de serviços, 8,5 milhões no comércio, 8,3 milhões na indústria de transformação, 3 milhões na construção e 1,7 milhão na agropecuária.

Desespero na mídia amiga tucana: salário médio de admissão aumenta 5,9% no primeiro semestre de 2012


Agência Brasil

“O salário médio de admissão no primeiro semestre do ano supera em R$ 56 o valor pago no mesmo período de 2011 - já considerada a inflação, o que corresponde a ganho real de 5,9%. A informação é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgado hoje (20).

Nos primeiros seis meses do ano passado, os trabalhadores eram contratados com salário de aproximadamente R$ 946. No mesmo período de 2012, o salário passou para R$1.002. Os estados com os maiores ganhos salariais foram Acre (13,4%), Sergipe (9,9%) e Pará (9,1%), todos acima da média nacional. Por outro lado, o crescimento do salário admissional foi menor em Roraima (2,3%), Rondônia (4,1%) e Pernambuco (4,3%). São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal são as unidades da federação com os mais altos salários de admissão, entre R$ 1.141 e R$ 1.030 - os únicos estados em que ultrapassa R$ 1 mil. Em último lugar, ficou o salário pago na Paraíba, de R$ 768.”

domingo, 22 de julho de 2012

A ética. Um homem desperta num galpão abandonado e, confuso, descobre estar amarrado à cadeira. À sua frente, um desconhecido dá início a um estranho discurso sobre sua ética particular de trabalho até que a conversa assume um novo e tenso contexto. Assista o vídeo


A_ética from Pablo Villaça on Vimeo.


Elenco: Carlos Magno Ribeiro, Ílvio Amaral, Jota Dângelo.
Direção e roteiro: Pablo Villaça
Produção: Ioná Nogueira, Maurício Canguçu
Fotografia: Marco Aurélio Ribeiro
Montagem: Carlos Canela
Música: Felipe Fantoni, Márcio Brant
Figurinos: Ana Lima Souza
Assistente de Direção: Pedro Silveira
Assistente de Fotografia: Diogo Lisboa
Assistentes de Produção: Rafaella Fantauzzi, Euber Silva, Marcos China, Carlos Magno Ribeiro
Som Direto: Eduardo Teixeira
Design gráfico: Jeanne Oliveira
Still: Gabriel A. Karam
Continuísta: Pedro Silveira
Maquiagem: Freddy Mozart
Câmera: Marco Aurélio Ribeiro, Diogo Lisboa
Making of: Daniel Good God
Tradução: Bruno Carvalho

Corrupção, mensalão e eleição



Existem três tipos de corruptos.


1- o flagrado, filmado, gravado, testemunhado, documentado etc, 2 – o acusado, julgado e condenado sem nenhuma prova pela imprensa – seja pra vender mais jornal, seja para derrubar presidentes, e 3 – o corrupto desconhecido que, portanto, só vai nos interessar quando for descoberto.


Os 38 réus a serem julgados a partir de 2 de agosto pelo Supremo Tribunal Federal, foram reunidos num pacote de processos batizado de “mensalão” durante o festival pirotécnico de factóides promovido pela imprensa em 2005. Quem não se lembra que durante mais de 6 meses, acusações sem provas, palpitaria novelesca e uma enxurrada de sensacionalismo barato inundaram as páginas de todos os jornais, revistas e canais de TV acusando, julgando e condenando o governo Lula de cabo a rabo? Foi uma bola de neve sem pé nem cabeça que paralisou o governo, derrubou ministros e quase conduziu o país a um desastre institucional.


Nem impeachment, nem fracasso, Lula venceu, convenceu e manteve o projeto de governo avançando nas mãos de Dilma. 7 anos depois, num Brasil mudado para melhor, surgem muitos sinais da inconsistência do formato e conteúdo daquelas acusações.


vídeo que detonou o festival de linchamentos batizado de “mensalão” em 2005, sabemos agora graças à CPI do Cachoeira, que foi produzido pelo bicheiro a pedido de Demóstenes Torres para incriminar José Dirceu, atingir o PT e dar um golpe de estado em Lula.


Hoje podemos acompanhar as sessões de uma CPI em nossos computadores. Até em nossos celulares! Qualquer um pode acessar o áudio de centenas de horas gravadas pela polícia federal envolvendo Cachoeira e Demóstenes. Gravações revelam a associação criminosa entre o bicheiro o editor da revista Veja!!! Só isso já merece uma CPI exclusiva! E que fosse corajosa, voltando no tempo até os acordos de concessão firmados entre a ditadura militar e Roberto Marinho na década de 60!


A cada dia que passa, a teoria do “mensalão” se sustenta menos. O Tribunal de Contas da União acaba de considerar regulares os contratos do Banco do Brasil com as agências de publicidade de Marcos Valério. Também ficou demonstrado que o PT fez empréstimos bancários legais para pagar dívidas de campanha. Suas e de outros partidos da base aliada. Essa decisão do TCU alivia o peso nas costas dos juízes do STF invalidando o argumento “desvio de dinheiro público” – que é um dos pilares da teoria do “mensalão”. Outro pilar – o de que havia periodicidade de pagamentos de acordo com votações a favor dos projetos do governo no congresso – nunca passou de uma fantasia. Ora, um governo eleito por uma coligação de partidos que formaram uma bancada aliada que recebeu cargos e ministérios, não precisaria pagar pelo apoio destes mesmos deputados. Não tem lógica!


Os réus do chamado “mensalão” respondem a diferentes acusações. Uns podem ser condenados ou parcialmente. Outros absolvidos ou parcialmente. Mas duvido que se prove o tal “esquema mensal”… que “desviava recursos públicos”, que era orquestrado por Lula, Genoíno ou Zé Dirceu … e que deixou algum deles rico. E é isso que interessa estabelecer de uma vez por todas.


Certamente os juízes do STF reconhecem, com seus botões, que este processo bizarro só encontra parâmetros na idade média quando bruxas ardiam em praça pública. Mais do que ao tal “mensalão e mensaleiros”, certo mesmo é que estarão julgando a si próprios. E à instituição que representam. Sucumbirá o Supremo à pressão do PiG, levando consigo nossa democracia ralo abaixo, direto ao esgoto? Pois se embarcarem no charlatanismo denuncista da grande imprensa melhor esquecermos de vez todas as conquistas pós regime militar e nos conformarmos em voltar a ser uma republiqueta de bananas, governada por uma elite estacionada na escravatura e sustentada por uma famiglia de mafiosos midiáticos.


Sabemos que o julgamento do mensalão será usado pelo PiG para defender os muros de São Paulo contra o que consideram um inimigo mortal: o PT. É somente disso que se trata. Impedir que Haddad seja eleito e, pior ainda, faça um bom governo. Impedir que o PT tome a cidadela e devolva a cidadania a 3/4 da população que o PSDB mantém enlatados em vagões de trem há duas décadas…



Segundo a última pesquisa Datafolha, 45% dos paulistanos não conhece Haddad. Dividem suas preferencias entre Serra e Russomano. É triste notar que um país continental como o nosso seja informado por essa imprensa podre e que um candidato da envergadura de Haddad – que ficou à frente de um ministério tão importante quanto o da Educação por 10 anos – não seja conhecido por 45% da população da maior cidade do Brasil. É triste admitir que Haddad depende da campanha obrigatória na TV pra se fazer ver. Um ministro que revolucionou a educação e promoveu a inserção de milhões de brasileiros pobres nas universidades.


Voltando ao tema “julgamentos”. Os inocentes do grupo dos “mensaleiros”, caso este seja o veredicto para alguns, serão justiçados, a mídia obrigada a retratar-se além de indenizá-los? É pedir muito? Você acha mesmo?