sexta-feira, 31 de julho de 2020

A 'GRIPEZINHA' DO BOLSONARO É A PIOR EMERGÊNCIA DE SAÚDE GLOBAL DESDE 1948


A948

A Covid-19 é a pior emergência sanitária decretada pela Organização Mundial de Saúde em seus 72 anos de existência.

A afirmação foi feita hoje (2ª feira, 27) pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Segundo ele, as cinco anteriores ficaram muito aquém em termos de gravidade.

Tedros lembrou que, quando tal status foi atribuído ao novo coronavírus, seis meses atrás, havia apenas 100 casos da doença fora da China e nenhuma morte. Hoje são 16 milhões de contaminações no mundo inteiro e 640 mil óbitos. 

As medidas de combate recomendadas continuam sendo as mesmas até hoje
— detectar os casos;
— isolar os suspeitos e confirmados;
— cuidar dos enfermos; 
— manter distância entre as pessoas, evitando aglomerações e locais fechados;
— higienizar as mãos;
— usar máscaras. 

O diretor do programa de emergências da entidade, Michael Ryan, complementou:
"Onde essas medidas são seguidas, os casos caem. Onde elas não são, os casos sobem. 
E se você diminuir as medidas, o vírus volta. Então, trata-se de quão depressa os governos agem quando essas concentrações pequenas de novos casos aparecem".
E a pergunta que não quer calar continua a mesma: até quando nos acumpliciaremos com o extermínio de dezenas de milhares de brasileiros que ainda tinham anos de vida pela frente e foram vítimas da sabotagem premeditada de um presidente desequilibrado e incapaz, que primeiramente negou a gravidade da pandemia e depois induziu seus fanáticos e imbecilizados seguidores a apostarem numa panaceia fajuta?

Quantos mais morrerão inutilmente porque os poderosos não cumprem seu dever de afastá-lo: 
— seja pelo rosário de crimes de responsabilidade que ele cometeu e continuará cometendo até ser impedido;
— seja pelos crimes eleitorais aos quais ele deve o mandato que desonra e achincalha incessantemente;
— seja pelas gravíssimas suspeitas de crimes comuns que pesam sobre ele e sua prole;
— seja pelos eloquentes indícios de que ele não está mentalmente capacitado para o exercício do cargo?

Quando, inquirido a respeito dos números assustadores da contagem de cadáveres, ele respondeu com o emblemático E daí?, disse também que não era coveiro.

Estava certo, pois o valoroso coveiro enterra os mortos, não os produz. Então, a qualificação correta para Bolsonaro é mesmo aquela que está na boca do povo: genocida.

E aqueles que têm poder para deter o genocídio mas preferem fechar os olhos às evidência gritantes de que, por força da pandemia e da depressão econômica, este país explodirá muito antes da eleição presidencial de 2022, queiram ou não, não passam de cúmplices de genocídio(por Celso Lungaretti)

UMA DICA PARA O TRUMP E O BOLSONARO ENTENDEREM POR QUE ESTÃO AMBOS EM QUEDA LIVRE: "É O VÍRUS, ESTÚPIDOS!"


UMA DICA PARA O TRUMP E O BOLSONARO ENTENDEREM POR QUE ESTÃO AMBOS EM QUEDA LIVRE: "É O VÍRUS, ESTÚPIDOS!"

kennedy alencar
TOMBO DO PIB NOS EUA É LIÇÃO PARA O BRASIL,
QUE SEGUE O MESMO RUMO NA PANDEMIA
Se faltava mais um dado para provar que a economia só vai se recuperar com uma resposta eficiente ao coronavírus, não falta mais. 

Anunciada na manhã desta 5ª feira (30), a impressionante retração de quase 10% do crescimento econômico dos Estados Unidos no segundo trimestre é a prova de que a solução para manter vivos empregos e empresas é priorizar o combate à pandemia. 

"A economia nunca se recuperará completamente até nosso país controlar o vírus. Nunca foi uma escolha entre a saúde pública e a economia", diz o governador de Nova York, Andrew Cuomo, em post no Twitter

A queda do Produto Interno Bruto dos EUA no segundo trimestre foi de 32,9%, se anualizada. Na comparação com o primeiro trimestre, que é a forma como o Brasil afere esse dado oficialmente, o tombo ficou em 9,5%. 

"A queda do PIB estadunidense foi a maior registrada desde a década de 40, o que mostra a gravidade do quadro e a extensão da crise. É uma queda comparada às observadas em período de guerra. Para aqueles que ainda não se convenceram, isso mostra claramente quão grave é o quadro do momento", diz Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional e professora da Universidade Johns Hopkins, em Washington. 

Segundo Monica, esse resultado reflete "algumas das medidas sanitárias mais restritivas" e também o auge da pandemia em Nova York e em outros Estados da costa leste dos EUA, onde muito da indústria está concentrada". 

Mas ela ressalta que todos os números por setores específicos mostram queda generalizada e têm a ver "com a má gestão da crise de saúde pública, que inevitavelmente traz repercussões horrorosas sobre a economia". 

Num cenário de "epidemia nos EUA absolutamente fora de controle, mais efeitos econômicos negativos são esperados pela frente", avalia. 

"Se usarmos os EUA como um espelho do Brasil, país que está indo na mesma linha, vai acontecer a mesma coisa. O Brasil vai sofrer muito em decorrência da má gestão da crise de saúde pública, porque as duas coisas estão entrelaçadas. Há estimativas de queda do PIB brasileiro em 2020 de 8% a 10%, podendo ser até um pouco pior a depender do andamento da pandemia nos próximos meses", afirma Monica de Bolle. 
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TRUMP SUGERE ADIAR ELEIÇÕES  A forma irresponsável e incompetente como os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro lidam com o coronavírus tende a piorar a situação econômica nos EUA e no Brasil, porque faz com que a pandemia dure mais tempo num quadro agudo do que em países que agiram com maior rigor sanitário. Trump e Bolsonaro dinamitam, simultaneamente, os esforços de recuperação econômica e a saúde de estadunidenses e brasileiros. 

Do ponto de vista eleitoral, o número do PIB dos EUA no segundo trimestre deverá minar ainda mais a chance de reeleição de Trump e favorecer o candidato democrata Joe Biden. Fica cada vez mais evidente para o eleitorado que o presidente americano é parte do problema, não da solução. 

As eleições estadunidenses vão acontecer em 3 de novembro, mas será possível votar antecipadamente e pelo correio, modalidades criticadas por Trump com frequência. As pesquisas apontam dianteira de Biden nos estados decisivos para formar maioria no Colégio Eleitoral. 

Na manhã desta 5ª feira (30), Trump foi ao Twitter para repetir a teoria conspiratória de que haverá fraude em massa com votação via correio e sugerir o adiamento das eleições até que a população possa votar com segurança. Adiar as eleições é algo que não tem a menor chance de acontecer. 

O presidente estadunidense parece buscar desculpa para eventual derrota. Ele já disse que vai esperar o resultado da eleição para ver se o aceita. Ao abusar de bravatas diversionistas, Trump cria mais divisão política no país, desperdiçando uma energia que deveria ser gasta para combater a covid-19, que já matou mais de 150 mil estadunidenses. 

Como diria James Carville, é o vírus, estúpidos!

Qualquer semelhança com o Brasil e suas 90 mil mortes não é mera coincidência. (por Kennedy Alencar)







VARGAS, DE INSPIRAÇÃO FASCISTA, FAZIA-SE PASSAR POR "PAI DOS POBRES". SERÁ ESTE O EXEMPLO QUE O BOZO DECIDIU IMITAR?



vinícius torres freire
BOLSONARO, O COMUNISTA
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Jair Bolsonaro fez caravana pelo Nordeste. 

Fez um minicomício em São Raimundo Nonato, sul do Piauí, cidade que está no quinto daquelas de menor desenvolvimento humano do país, segundo o ranking da Firjan, mas que muito progrediu nos anos lulistas. 

Inaugurou uma obra de abastecimento de água em Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, ainda mais pobrinha que sua vizinha piauiense.

De dezembro de 2019 a junho de 2020, o Nordeste foi a única região em que Bolsonaro ganhou algum prestígio, segundo o Datafolha. Quando se trata de renda, apenas entre as famílias que ganham menos de dois salários mínimos o presidente ganhou pontos.

Os economistas de Bolsonaro querem tributar o 1% mais rico do país, embora também desejem uma CPMF, que não pega só a elite, pega 1%, pega geral, imposto especialmente detestado por banqueiros.

Paulo Guedes propôs um tributo que deve aumentar o custo de serviços consumidos pelos mais ricos (escola e saúde privadas, advogados etc.), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços. Seus economistas dizem pelos jornais que querem diminuir as deduções de saúde e educação no Imposto de Renda (em geral, coisa de ricos).

Querem tributar lucros e dividendos, o que vai mexer com profissionais que são empresas de si mesmo no Simples, entre outros, além de pegar parte do dinheiro que rendem aquelas ações da Bolsa. 

Querem uma alíquota de IR maior do que 27,5% para pegar quem ganha mais de R$ 36 mil (que está no 1%), como disse a esta Folha Guilherme Afif Domingos, assessor de Guedes, como se fora um líder do Occupy Faria Lima.

Guedes quer criar um Bolsa Família ampliado. É verdade que o dinheiro extra do seu Renda Brasil é por ora apenas um catadão de recursos de outros programas sociais. Mas já poderia discutir o assunto com sociólogos de esquerda.

Como todos os governos da esquerda que domina o Brasil faz 30 anos (de acordo com Guedes), Bolsonaro se alia ao PP e suas variantes de ontem, hoje e sempre. 

Pelo menos desde abril, corre o boato de que alguns de seus generais querem mais obras públicas, intervenção do Estado. O presidente aceitou a contragosto a reforma da Previdência, coitado.

O presidente agora ataca não apenas Sergio Moro, ex-cruzado e trânsfuga do bolsonarismo, mas também a Lava Jato e o lava-jatismo, tal como petistas. Por isso ganhou um Fora, Bolsonaro do Vem pra Rua, parte marchadeira da frente que depôs Dilma Rousseff.

Com essa ficha, um Jair qualquer passaria por comunista ou esquerda lixo nas redes insociáveis da extrema-direita. Não é bem o caso, né, mas os planos de gastos e impostos do governo têm interesse político.

A CPMF não vai passar, repete Rodrigo Maia, mas Bolsonaro (e o próprio Maia) vão levar adiante a tributação dos mais ricos? 

A fim de abrir espaço para um programa de renda básica mais gordo e não mexer no teto, vão confiscar parte dos salários dos servidores federais (além de juízes e procuradores. Militares inclusive?)?

O protesto do 1% (ou dos 10%) vai derrubar parte relevante da reforma tributária? Ou vai ter reforma na marra e o Congresso vai pagar o preço de aumentar os impostos da classe média (como quase todos os ricos se chamam)?

Como não se trata de um governo normal ou racional, é difícil discutir direito tais assuntos. Mas as realidades da penúria e da sobrevivência político-eleitoral vão fazer Bolsonaro trombar com essas questões. 

Como dizia a propaganda do Exército, chega um momento em que o jovem tem de escolher a sua carreira. (Vinicius Torres Freire)