sábado, 20 de abril de 2013

“Não vou ser preso" " Roberto Jefferson diz que Joaquim Barbosa busca “aplauso de botequim”, fala que Lula não sabia do mensalão e afirma sua tese era “política” ...



Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG- Partido da Imprensa Golpista) não mostra!


Em entrevista, Roberto Jefferson diz que Joaquim Barbosa busca “aplauso de botequim”, fala que Lula não sabia do mensalão e afirma sua tese era “política”; na prática, revela-se um poço de contradições e assume seu lado fanfarrão

A poucos dias de ser julgamento na Ação Penal 470, a do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, delator do esquema, partiu para cima dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Em entrevista à Folha, ele disse que não aceita condenação e falou que o ministro Joaquim Barbosa busca “aplauso de botequim”.

Disse ainda que Lula não sabia, contradizendo seu próprio advogado. E afirmou que sua tese sobre o mensalão era “política” e foi vitoriosa no efeito que causou. Resumindo: ele assume seu lado fanfarrão.

Sobre Joaquim Barbosa
A meu ver, o ministro Joaquim Barbosa joga para a galera. Ele não sentencia no direito. O negócio dele é aplauso em botequim, ele gosta disso. O Joaquim devia se inscrever em partido político, daria um grande candidato. Eu o receberia no PTB de braços abertos.

Os demais ministros
Os outros não têm esse negócio. A tradição da casa não é essa. Vai ser todo mundo absolvido? Não acredito. Mas não será uma sentença política. O Ayres Brittoé amicíssimo do governador de Sergipe, Marcelo Déda. Foi feito ministro por ele e não é comprometido. O Marco Aurélio, o Gilmar Mendes... O Ricardo Lewandowski, apesar da relação com o PT, tem uma postura independente.

Sobre eventual condenação
Tenho certeza de que serei absolvido. Se é justo, não pode me condenar. Eu não aceito uma condenação. Não se aplica à minha conduta. Eu não me vendi. Não serei condenado e não serei preso. Não serei preso, escreve isso aí.

Os R$ 4,5 milhões que ele próprio recebeu
Nem tudo é mensalão. Não acredito que o João Paulo tenha se vendido, acho absurda a acusação. Ele não tem nada a ver com esse troço. Foi lá, pegou R$ 50 mil e resolveu um problema da vida dele, mas não vendeu voto.

Lula sabia?
O Lula custou a agir, custou a acreditar. Mas minha impressão é que ele não sabia. Tenho grande admiração por ele. É um grande político, não abandona os amigos. O Lula vai continuar sendo o Lula. Ele é povo, tem a catinga do povo.

A tese do mensalão
O Ministério Público apostou na minha tese, mas não estou preocupado que ela prevaleça. Minha denúncia era política, e eu sou vitorioso no efeito e na consequência que ela causou. A imprensa tratava o PT como se fosse o único partido bom, o filete de água limpa no cano de esgoto. Isso acabou. Mas não torço pela condenação de ninguém.

Sintonia Fina - com ContrapontoPIG, via ajusticeiradeesquerda

O que está em jogo em 2014?




Nas eleições de 2014 estará em jogo a consciência de um povo que sabe o que conquistou e o que não pode perder. “Somos um povo em batalha, em luta, que decidiu não apenas lutar pelas conquistas dos últimos anos, mas viver em país com menos desigualdade e com melhor distribuição de renda". 
 
A vitória em 2014 é importante para consolidar um projeto de uma grande pátria - A Pátria Amada dos povos da América do Sul, tão massacrada pelo irmão egoísta do Norte. 

Mesmo não satisfeito com este governo Dilma, preciamos afastar o mal maior, que é o mal de um governo subviente ao EUA e capital transnacional. E precisamos evitar uma ditadura midiática liderada pelos corvos da Rede Globo. 

E por isso, faço a pergunta fundamental: por que Dilma deve ser reeleita em 2014? Veja algumas razões:
1. Pleno emprego.
2. Mais de 95% dos díssidios coletivos com aumentos reais (acima da inflação).
3. Aumentos reais do salário mínimo.
4. Maior poder de compra do salário mínimo em 35 anos.
5. Menor desigualdade social (índice de GINI) dos últimos 53 anos.
6. Criação de centenas de Escolas Técnicas.
7. Criação de dezenas de Universidades.
8. Milhões de estudantes se formando pelo PROUNI.
9. Milhões de cidadãos tendo sua primeira moradia através do Minha Casa Minha Vida.
10. Aumento de mais de 350% no número de pessoas com diploma superior nos últimos dez anos.
11. Cotas socias e étnicas.
12. Reserva de 50% das vagas nas Universidades para estudantes oriundos do ensino público.
13. Aumento substancial da renda dos salários como proporção do PIB.
14. Controle pleno da inflação, que é hoje quase a metade do que era nos desgovernos do PSDB.
15. Desoneração tributária federal TOTAL dos produtos da cesta básica.
16. Redução nas contas de luz.
17. Milhares de obras de infraestrutura sendo feitas em todos os cantos do Brasil.
18. Comparação, em qualquer área que se queira analisar, entre os governos do PT e os desgovernos do PSDB.
Etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc e etc...

Geleia geral política: Eduardo Campos, MD e as eleições de 2014


Roberto Freire, deputado federal pelo finado PPS, entusiasmado cabo eleitoral de Campos e que tenta atrair Serra e Christovam Buarque para o palanque do governador de Pernambuco.  Sua nova legenda, o MD, nasce prestando grande serviço ao país: o fim do uso indevido do termo "socialista" em sua última legenda
A Câmara Federal aprovou uma lei que desestimula parlamentares a trocar de partido para a criação de legendas de ocasião eleitoral.

Apesar de alguns políticos terem reclamado do posicionamento da maioria, a aprovação de uma regra que torne a infidelidade partidária um movimento político que não se configure em vantagem para oportunismos às vésperas das eleições e fortaleça as instituições, é positiva.

A Democracia necessita de instituições fortes e sólidas, os partidos políticos não podem ser meros instrumentos de luta eleitoral e serem criados ou fundidos para beneficiar "A" ou "B", aproveitando-se de anomalias que permitem, por exemplo, que parlamentares ao migrarem façam crescer a participação do fundo partidário ou o tempo de TV.

Valem-se desse vale tudo aqueles que pretendem tirar vantagem de legislações falhas e colocar a frente de interesses coletivos, seus projetos pessoais.

Partidos podem e devem ser criados, à medida da demanda da sociedade e de seus grupos organizados, mas devem obedecer regras claras e razoáveis. Como está é que não deve continuar, nem como linha que auxilie o governo, ou como manobras de adversários com olhos aguçados no pleito de 2014.

Uma reforma política-eleitoral deve fortalecer partidos, punir a infidelidade partidária e estabelecer o financiamento público de campanhas, no mínimo.

Mas o assanhamento da velha oposição e de novos opositores, faz parecer à opinião pública que a política é jogada de maneira desorganizada e que o embaralhamento de nomes, novos partidos e neo oposicionistas é parte da cena de geleia geral criada para confundir, não para esclarecer.

Pois bem, quem ouve ou lê as recentes declarações do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes, histórico personagem da esquerda brasileira, confundido por esta desorientação maquiavélica, não seria capaz de lembrar que Campos era, até o último carnaval, defensor e aliado do governo Dilma.

O governador pernambucano percorre estados para encontrar-se com oferecidos aliados, da direita, para pavimentar sua campanha presidencial.

São figuras do quilate de Roberto Freire, José Serra e Jarbas Vasconcellos.

Campos chegou a afirmar que nasceu perseguido pela direita e vê o mesmo voltar a ocorrer: “eu nasci fugindo com minha mãe da ditadura de direita. Agora estão fazendo igual. Não tem limites”.

Mas ultimamente o neto de Arraes tem se encontrado com figuras políticas que estavam do outro lado da batalha ideológica durante a ditadura militar e perseguiram sua família...

A barafunda política brasileira atinge em cheio o partido do personagem do momento, eleito pela mídia como novo candidato capaz de derrotar Dilma, Lula e o PT.

Os irmãos Cid e Ciro Gomes, colegas de partido, foram taxativos sobre o mandatário de Pernambuco:
“Quem defende elevação de taxa de juro é banqueiro. Ele está encantado pela direita”, disse Cid Gomes à Folha de São Paulo.
“[Campos] é zero de ideia.”faz um discurso também reacionário quando vai conversar com empresários reacionários de São Paulo”. “Vamos disputar com a Dilma pela direita?”, afirmou Ciro Gomes, também na Folha de São Paulo

Pois é, justamente, sobre isso que tem se empregado Campos: pedir juros mais altos e fazer encontros furtivos, pela direita.  De uma hora para outra, virou estrela da mídia, que já o absolveu pelo seu engajamento nas campanhas e governos de lula e Dilma.

Esta geleia geral política não é para ser degustada neste momento, mas seu preparo é dosado para ficar pronta na porta das eleições presidenciais de 2014. Desvirtuar pessoas e estabelecer regras partidárias e eleitorais lenientes com o oportunismo e o descompromisso programático e coletivo das instituições, são alguns dos ingredientes lançados nesta receita indigesta.

Em tempo: o lançamento do novo partido controlado pelo deputado federal de São Paulo, Roberto Freire, o Mobilização Democrática, síntese do atual rebuliço que vigora na política brasileira, criado para atrair políticos de outras agremiações, como Christovam Buarque (PDT), José Serra (PSDB), Pedro Taques (PDT) e até Randolfe Rodrigues (PSOL) e para apoiar Eduardo Campos, ao menos servirá para acabar, de uma vez por todas, com uma falcatrua de Freire: sua nova legenda não terá no nome o termo "Socialista", utilizado indevidamente no finado PPS...

Em tempo 2: O surgimento do MD para fim tão específico pode significar a falência, lenta e gradual, da candidatura de Aécio Neves e do PSDB, afinal Roberto Freire se mostrava um entusiasta de uma chapa encabeçada pelo neto de Tancredo Neves, assim como portava-se como fiel seguidor do socialismo, e até chegou-se a cogitar a fusão de PSDB, DEM e PPS...
palavrasdiversas

Vice de Alckmin diz que violência é 'epidêmica' após filha sofrer ataque



Vice de Alckmin, Guilherme Afif Domingos
(PSD), afirma que violência é 'epidêmica'
em São Paulo após filha sofrer ataque


“A filha do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), foi alvo de um ataque ontem ao tentar escapar de um assalto no Morumbi, zona oeste da capital paulista. Seu carro blindado foi atingido por dois tiros.

Após o assalto, o vice-governador afirmou que o Estado vive uma "epidemia de insegurança". Afirmou que ele e "pessoas próximas" já foram alvo de criminosos.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Viera, declarou neste mês que se sentia seguro na cidade de São Paulo.

Maria Cecília Domingos Sayoun, 33, levava o filho de dois anos para a escola, por volta das 7h40, quando foi abordada por dois homens.

Segundo seu depoimento, um dos criminosos entrou na frente do veículo, enquanto o outro, ao lado do carro, anunciou o assalto. Os dois portavam revólveres.

A abordagem ocorreu no cruzamento da rua Dr. Flávio Américo Maurano com a Dr. Getúlio de Paula Santos, a cerca de 1 km da entrada do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual e próximo de uma ladeira conhecida como reduto de crimes.

Segundo o depoimento da vítima, quando notou que o criminoso saiu da frente do carro, ela acelerou o jipe Land Rover e fugiu do local.
Os assaltantes atiraram e dois disparos atingiram o veículo --um no capô e outro no para-brisa, na altura da cabeça da motorista. Nenhuma bala atravessou a blindagem.

Após a tentativa de assalto, ela voltou para sua casa, também no Morumbi, e depois foi com o marido registrar um boletim de ocorrência no 89º DP (Jardim Taboão). O carro passou por perícia no local e foi liberado.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a vítima foi orientada a ir a outra delegacia para tentar reconhecer os criminosos por meio do banco de fotos da polícia.

Até a conclusão desta edição, ninguém foi preso.”
Foto: Alessandro Shinoda, 2010/Folhapress

Maiorias silenciosas



É preciso provocar nosso reportariado, reafirmando o princípio da liberdade / Foto: Arquivo Agência Estado

Mesmo com a democratização e a abertura política alcançadas, ainda cabe perguntar: e a ética dos jornalistas? Não basta dizer que são obrigados por seus patrões a deixarem de lado os preceitos da profissão. Parece que esses profissionais assumiram, nem que paulatinamente, a ideologia neoliberal, com todas as suas consequências


Será necessária a ação política (no sentido estrito) para que se possa falar de “partido político”? (...) Muitas vezes o Estado-Maior intelectual do partido orgânico não pertence a nenhuma das frações, mas opera como se fosse uma força dirigente superior aos  partidos e às vezes reconhecida como tal pelo público. Essa função pode ser estudada com maior precisão se se parte do ponto de vista de que um jornal (ou um grupo de jornais), uma revista (ou um grupo de revistas) são também eles “partidos”, “frações de partido” ou “funções de um determinado partido”. Veja-se a função do Times na Inglaterra, a que teve o Corriere della Sera na Itália e também a função da chamada “imprensa de informação”, supostamente “apolítica”, e até a função da imprensa esportiva e da imprensa técnica.”
(GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a Política e o Estado Moderno. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1976, pp. 22-23.)  

Com o fim da ditadura, a imprensa brasileira, que vivera confortavelmente sob aquele regime e não se importava tanto com o Estado forte, inclusive na economia, passa à defesa do Estado mínimo, mudança que, naturalmente, não se dá de súbito, como num passe de mágica. Um novo ideário vai se constituindo no final dos anos 1970, início dos 1980, no momento da afirmação de uma conformação empresarial jornalística claramente fundada no mercado – conformação que, por certo, influencia decididamente os jornalistas do ponto de vista de sua ideologia, de sua compreensão do mundo. Isso terá consequências de longo curso. Queremos tratar desse aspecto neste texto.

A burguesia brasileira, intimamente associada ao capital internacional, compreende nesse imediato pós-ditadura que já é hora de modificar aspectos do Estado montado no Brasil após os anos 30 do século 20, destituindo-o de suas funções econômicas diretas tanto quanto pudesse. Os proprietários dos meios de comunicação, que compõem então um setor econômico dinâmico, que integram a burguesia brasileira, não são, obviamente, indiferentes a esse movimento, e incorporam-se a ele, particularmente a partir da Constituinte. O Estado mínimo passa a ser um dos objetivos da velha mídia, e ganha maior consistência com a afirmação do neoliberalismo em escala mundial.

O neoliberalismo, como se sabe, foi a resposta a uma crise do capitalismo, modo de produção que tem uma incrível capacidade de responder a crises. Não se aceitava mais a receita keynesiana. Chega com sua visão de que ao Estado cabe tão-somente assegurar a espontaneidade do mercado, verdadeira matriz revolucionária de todo desenvolvimento – ou, se quisermos ser mais precisos, matriz essencial da acumulação capitalista. O Welfare State soçobrava nessa nova fase. Não era mais funcional ao sistema, embora funcional, aqui, possa parecer inadequado, porque ele é resultado da luta dos trabalhadores, também.
O neoliberalismo reclamava, ao contrário do que se diz, um Estado forte. Mas forte em sua capacidade de reprimir os trabalhadores, diminuir o poder dos sindicatos, forte na contenção dos gastos sociais e na restrição às intervenções diretas do Estado na economia, generoso no socorro ao mercado quando necessário, capaz de promover reformas fiscais indispensáveis aos investimentos capitalistas e, muito importante, um Estado que considerasse a desigualdade algo muito saudável, útil ao desenvolvimento capitalista. Do ângulo de quem pensasse ao menos o Welfare State, para não nos referirmos ao pensamento socialista, uma fórmula profundamente cruel para todas as populações, e em especial para os trabalhadores.”

O avanço do arbítrio



Fonte: Ibope – Dez 2012

Mauricio Dias, CartaCapital

"Os adeptos da judicialização da política sustentam o estandarte de que cabe ao Supremo Tribunal Federal “errar por último”. O lema foi resgatado, agora por oportunismo, dos tempos em que a República brasileira engatinhava e se equilibrava nas influentes formulações de Rui Barbosa.

Rui falou “causa finita”. Era o bastante. Mas, com o tempo, a tese tornou-se biombo de perigos agora palpáveis.

“O Supremo está se tornando uma fonte de insegurança jurídica, contrariando em momentos jurisprudenciais estratégicos a codificação legal e processual existente no País e alargando o território delegado ao arbítrio do juiz”, alerta o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos.

A população aprova o STF? O Ibope testou essa questão pela primeira vez, logo após a votação do dito “mensalão do PT”. O resultado não confirma (tabela). O tribunal alcançou apenas 54 pontos. O que pensar da mais alta Corte de Justiça do País com esse número modesto de credibilidade?

No tempo em que dava mais publicidade às palavras, o ministro Luiz Fux tentou tranquilizar os intranquilos, temerosos da “supremacia judicial”, com a justificativa de que o Supremo agia com “respeito aos demais Poderes”.

Mas não se trata disso. Trata-se daquilo identificado pelo professor Wanderley Guilherme como “alargamento do subjetivismo e inversão processual” visível em alguns tópicos, como, por exemplo, a teoria do domínio do fato, perigosíssima para os réus quando sustentada na hipótese de que quanto mais poderoso o criminoso menor o número de evidências ilícitas contra ele. “No limite – ironiza o professor –, se não há prova nenhuma, o acusado, definitivamente, é criminoso.”

Há, ainda, a tese do ministro aposentado Ayres Britto proferida no auge do poder por estar sentado na cadeira da presidência do STF. Foi quando sustentou não competir à acusação provar que alguém participou de um crime pela via do conhecimento da existência dele, mas sim ao acusado demonstrar que não sabia.

Ao lado das incongruências das teorias há o incômodo das contradições factuais. É o que ocorreu com o ministro Celso de Mello, que, em 1995, sustentou, em longo voto, que apenas o Congresso tinha poderes para cassar o mandato de um parlamentar. Já agora considera que cabe ao STF, no caso da Ação Penal 470, o processo do “mensalão”, errar por último, tendo como parâmetro o voto anterior: estava certo antes ou está certo agora? Ele espalha a insegurança.

Wanderley Guilherme não deixa passar ao largo a “pegadinha” preparada por Joaquim Barbosa perante a imprensa convidada para a audiência concedida aos presidentes de três associações de juízes (Ajur, Anamatra e AMB). Pela primeira vez, Barbosa permitiu a presença da imprensa no gabinete dele.

“É condenável falar genericamente de conluios entre juízes, advogados e desembargadores. Eles agora já não podem estar seguros de que conversas privadas, ocasionalmente envolvendo acordos legais, venham a se tornar inviáveis pela exposição pública, prejudicando legítimos interesses”, diz Wanderley Guilherme.

Para ele, “o precedente criado foi leviano, sem medir consequências negativas para o exercício da Justiça”.

Como relator da Ação 470, Barbosa provocou outro dano ao negar julgamento em primeira instância à maioria dos réus. Wanderley Guilherme dos Santos é enfático nesse ponto: “Não foi uma decisão corriqueira ou menor dar as costas a um princípio universal de Direito, pela necessidade de revisar eventual erro judicial”.

P.S.: A festa de JB na presidência do STF -custou 185 mil reais. Foi paga pelas -associações acima citadas. O roteiro musical foi cuidadosamente selecionado por ele.”

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Partidos novos e velhos viram balaio de gatos



 Partidos novos e velhos viram balaio de gatos
Enquanto, em Brasília, o rolo compressor da base aliada do governo federal aprova na Câmara projeto para dificultar a criação de novos partidos, em São Paulo, o PSDB velho de guerra promove novas cenas explícitas de disputa fraticida entre serristas e alckmistas, desta vez pela direção do diretório municipal.
Quando tudo parecia acertado para que um fiel escudeiro de José Serra, o vereador Andrea Matarazzo, fosse eleito presidente do diretório municipal como uma espécie de premio de consolação para o ex-governador, que se sente escanteado e ameaça deixar o partido, três secretários do governador Geraldo Alckmin se juntaram para derrotá-lo e elegeram em seu lugar o ex-deputado Milton Flávio, que é de Botucatu.
O clima esquentou, e até a PM e a Guarda Civil tiveram que ser chamadas, segundo a coluna de Sonia Racy, no "Estadão" desta quinta-feira. Milton Flávio é funcionário de José Anibal, secretário estadual de Energia, antigo desafeto de Serra, e foi eleito com o apoio dos secretários Bruno Covas, de Meio Ambiente, e Júlio Semeghini, do Planejamento.
O acordo para a eleição de Matarazzo havia sido costurado entre o governador e o ex-governador com a benção do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas na hora da votação virou tudo. Sob os gritos de "traidor" e "judas", o vereador teve que deixar rapidamente o local da eleição e ainda tentou falar com Alckmin, mas o governador não atendeu ao telefone.
O pano de fundo da disputa paroquial é a longínqua eleição municipal de 2016, em que todos já se apresentam como pré-candidatos.  Se ainda faltava algum bom motivo para Serra abandonar o ninho tucano, e se bandear para o MD (Mobilização Democrática), que seu aliado Roberto Freire criou para abrigá-lo, ao fundir o PPS com o PMN, a toque de caixa, antes da votação na Câmara na noite de quarta-feira, que restringiu a criação de novos partidos, agora não falta mais.
Em comum acordo com Serra, o deputado federal Roberto Freire criou o MD para apoiar a candidatura presidencial do governador pernambucano Eduardo Campos, do PSB. Depois da nova rasteira que tomou dos tucanos, agora nada impede que José Serra se lance candidato a governador pelo MD justamente contra Alckmin, que tenta nova reeleição e, por tabela, ofereça um palanque forte para Eduardo Campos em São Paulo. O PT, que ainda não escolheu seu candidato a governador, assiste a tudo de camarote.
É só o que falta para agitar ainda mais o balaio de gatos em que se transformou a estrutura partidária no país, com novos e velhos partidos se dividindo, fundindo ou multiplicando, de casuísmo em casuísmo, a cada nova temporada eleitoral.
Estão em jogo os 3 mil segundos diários de propaganda eleitoral na TV e o rateio dos R$ 293 milhões do Fundo Partidário. Quem mais se habilita?
Ricardo Kotscho

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A demagogia de Alckmin e a redução da maioridade penal



Para tirar o foco da crise de segurança em São Paulo, o governador dá sua cartada oportunista.
crianças
Não há ardil político mais primário que o de criar um fato para ocultar uma crise de popularidade. E, para isso, não existe melhor estratégia que a demagogia. A ação de um demagogo não se baseia nas reais necessidades da população e sim em seus mesquinhos interesses para a manutenção de seu poder. O demagogo — chamado de “adulador do povo” por Aristóteles — explora os sentimentos do eleitorado, seus anseios mais primitivos.
Quem melhor se encaixa nesse perfil é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. No que se refere à segurança pública, ele parece viver seu “inferno astral”. A quantidade de homicídios no estado aumentou vertiginosamente, expondo, mais uma vez, a existência de uma facção criminosa e de um grupo de extermínio, ao que tudo indica, formado inclusive por policiais militares. Como explicar essa conjuntura? Como responder às críticas de que em seus mandatos houve estímulo à violência policial, sem que, com isso, ninguém se sentisse em paz? Como interromper essa crise de popularidade?
A solução é fácil: propor uma mudança que atenda tais instintos. Surge, então, um bárbaro crime de um adolescente contra um jovem de classe média, Victor Hugo Deppman. E o governador aparece com o discurso autoritário: diminuição da maioridade penal — agora sob o disfarce do aumento do prazo de internação.
A sensação de alarme gera a ideia de que é preciso combater com violência os criminosos que atacam a sociedade. Alckmin, o demagogo, percebendo isso, sem qualquer amparo em estudos sérios ou dados confiáveis, lança a proposta de recrudescimento penal, com mais encarceramento, como uma panaceia.
Geraldo
Geraldo
Não há em sua proposta nenhuma demonstração clara de que uma parcela significativa dos latrocínios e homicídios é cometida por adolescentes. Não há nenhuma indicação estatística de que o problema da criminalidade seja esse. O que há é uma exploração do pânico, com a finalidade de desviar o foco da crise. Fingindo ser um homem sensível à dor dos que foram vítimas de adolescentes, ele oculta sua inconfessável finalidade: atribuir o aumento da violência à alegada tibieza da lei.
A diminuição da idade penal, ou o aumento do tempo de internação, é uma medida que não resolverá o problema. Os estudos de criminologia demonstram que o recrudescimento da lei não produz o efeito desejado. Exemplo disso é a extorsão mediante sequestro, que era um crime raro no Brasil até o começo dos anos 80, apesar de ter pena mais branda que a atual. Em 1990, após casos de repercussão, foi aprovada a Lei dos Crimes Hediondos, que aumentou severamente a pena e agravou seu regime de cumprimento (progressão de pena e livramento condicional). Apesar disso tudo, não houve diminuição desses crimes.
Fala-se muito, nesse debate, em reincidência. Por acaso a prisão diminui a reincidência? Obviamente que não – ao contrário, ela causa efeitos deletérios nos condenados, de modo a inviabilizar cada vez mais sua “reinserção social”. Por isso, para os menores, a medida socioeducativa é muito mais eficaz, desde que bem executada. Também é uma falácia que a maioria dos países adota a maioridade abaixo dos 18 anos. Segundo pesquisa da ONU, na legislação de 57 países, apenas 17% funcionam dessa maneira.
A proposta do governador se baseia na exceção, já que menos de 1% dos internos da Fundação Casa, em São Paulo (antiga Febem) cometeu latrocínio. Não há insensibilidade humana mais deplorável do que a de se valer da dor da vítima e do medo da população para lançar um projeto oportunista, que ao invés de visar os reais interesses do estado ou do país, tem como único e inconfessável fim a manutenção do poder de um demagogo.
José Nabuco Filho
No DCM

Globo ataca governo venezuelano com dados manipulados



Não sei porque ainda perco tempo, mas enviei o e-mail abaixo para O Globo. Como a linha editorial não será modificada, peço que divulguem.
Por Victor Leonardo

O Globo - erros nas últimas 3 edições‏

Prezada Senhora Sandra Cohen
Editora de Mundo de O Globo
Já é sabido que o jornal O Globo não nutre qualquer simpatia pelo governo do presidente venezuelano Hugo Chávez, e tem se esforçado a formar entre os seus leitores opinião contrária ao chavismo – por exemplo, entrevistando o candidato Henrique Caprilles sem oferecer ao leitor entrevista com o candidato Nicolás Maduro em igual espaço. Isto por si já é algo temerário, mas como eu não tenho a capacidade de modificar a linha editorial do jornal, resigno-me. O problema é que o jornal tem utilizado sistematicamente dados um tanto quanto estranhos na sua tarefa de formar a opinião do leitor. Sou professor de Economia da Universidade Federal Fluminense e, embora não seja “especialista” em América Latina, conheço alguns dados sobre a Venezuela e não poderia deixar de alertá-la quanto aos erros que têm sido sistematicamente cometidos.
Como parte do esforço de mostrar que o governo Chávez deixou a economia “em frangalhos”, o jornalista José Casado, em matéria publicada em 15/04/2013 (“Economia em frangalhos no caminho do vencedor”) informa que o déficit público em 2012 foi de 15% do PIB. Infelizmente, as fontes desta informação não aparecem na reportagem (apenas uma genérica referência a “dados oficiais e entidades privadas”!!!), uma falha primária que nem meus alunos não cometem mais em seus trabalhos. Segundo estimativas apresentadas para o ano de 2012 no “Balanço Preliminar das Economias da América Latina e Caribe”, da conceituada Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o déficit foi de 3,8% do PIB, ligeiramente menor do que no ano anterior, mas muito inferior ao apresentado pelo jornal. Caso o jornalista queira construir a série histórica para os resultados fiscais para a Venezuela (e qualquer outro país do continente), pode consultar também as várias edições do “Estudio Económico” também da Cepal. Para poupar o seu trabalho: a Venezuela registrou superávit primário de 2002 a 2008: 2002: 1% do PIB; 2003: 0,3; 2004: 1,8; 2005: 4,6; 2006: 2,1; 2007: 4,5; 2008: 0,1; e déficit nos anos seguintes: 2009: -3,7% do PIB; 2010: -2,1; 2011: -1,8; 2012: -1,3. O déficit é decrescente, mas bem distante dos 15% do PIB publicados na matéria. Afirmar que o déficit público na Venezuela corresponde a 15% do PIB tem sido um erro recorrente, e também aparece na matéria intitulada “Onipresente Chávez”, publicada na véspera, também no caderno “Mundo” do jornal O Globo em 13/04/2013. A este propósito, tenho uma péssima informação a lhe dar: diante de um quadro fiscal tão saudével, o presidente Nicolás Maduro não precisará realizar ajuste fiscal recessivo, e terá condições de seguir com as políticas de seu antecessor.
A matéria do dia 15/04/2013 possui ainda outros erros graves. O primeiro é afirmar que existe hiperinflação na Venezuela, e crescente. Não há como negar que a inflação é um problema grave na Venezuela, mas O Globo não tem dispensado o tratamento adequado para informar os seus leitores. A inflação na Venezuela tem desacelerado: foi de 20% em 2012, contra 32% em 2008 (novamente utilizo os dados da Cepal). Tudo indica que o jornalista não possui conhecimento em Economia, pois a Venezuela não se enquadra em qualquer definição existente para hiperinflação – a mais comumente utilizada é de 50% ao mês; outras, mais qualitativas, definem hiperinflação a partir da perda da função de meio de troca da moeda doméstica, situações bem distantes do que ocorre na Venezuela.
Outro equívoco é afirmar que “não há divisas suficientes para pagar pelas importações”. A Venezuela acumula superávits comerciais e em transações correntes (recomendo que procure os dados - os encontrará facilmente na página da Cepal). Esta condição é algo estrutural, e a Venezuela é a única economia latino-americana que pode dar-se ao luxo de não precisar atrair fluxos de capitais na conta financeira para financiar suas importações de bens e serviços. Isto decorre exatamente das exportações de petróleo.
O problema, Senhora Sandra Cohen, é que os erros cometidos ao expor a situação econômica venezuelana não se limitam à edição do dia 15/04, mas tem sido sistemáticos e corriqueiros. Como parte do esforço de mostrar que o governo Chávez deixou uma “herança pesada”, a jornalista Janaína Figueiredo divulgou no dia 14/04 (“Chavismo joga seu futuro”) que em 1998 a indústria respondia por 63% da economia venezuelana, e caiu para 35% em 2012. Infelizmente, a reportagem comete o erro primário que o seu colega José Casado cometeu: não cita suas fontes. Em primeiro lugar, a informação dada pelo jornal é que a Venezuela era a economia mais industrializada do globo terrestre no ano de 1998. Veja bem: uma economia em que a indústria representa 63% do PIB é super-hiper-mega-industrializada, algo que sequer nos países desenvolvidos foi observado naquele ano, nem em qualquer outro. E a magnitude da queda seria digna de algo realmente patológico. Como trata-se de um caso de desindustrialização bastante severo, procurei satisfazer a minha curiosidade, fazendo algo bastante corriqueiro e básico em minha profissão (e, ao que tudo indica, o jornalista não fez): consultei os dados. Na página do Banco Central da Venezuela encontrei a desagregação do PIB por setor econômico e lá os dados eram diferentes: a indústria respondia por 17,3% do PIB em 1998, e passa a representar 14% em 2012. Uma queda importante, sem dúvida, mas algo muito distante da queda relatada por sua jornalista. Caso a senhora, por qualquer juízo de valor que faça dos dados oficiais venezuelanos, quiser procurar em outras fontes, sugiro novamente a Cepal, (Comissão Econômica para América Latina e Caribe). As proporções mudam um pouco (21% em 1998 contra 18% em 2007 – os dados por lá estão desatualizados), mas sem adquirir a mesma conotação trágica que a reportagem exibe. Em suma: os dados publicados na matéria estão totalmente errados.
O erro cometido é gravíssimo, mas não é o único. A reportagem ainda sugere que a Venezuela é fortemente dependente do petróleo, respondendo por 45% do PIB. Novamente, a jornalista não cita suas fontes. Na que eu consultei (o Banco Central da Venezuela), o setor petróleo respondia por 19% do PIB em 1998, contra pouco mais de 10% em 2012. Como a Senhora pode perceber, a economia venezuelana se diversificou. Não foi rumo à indústria, pois, como eu mesmo lhe mostrei no parágrafo acima, a participação desta última no PIB caiu. Mas, insisto, a dependência do petróleo DIMINUIU, e não aumentou como o jornal tem sistematicamente afirmado.
A edição de 13/04/2012, traz outros erros graves. Eu já falei anteriormente sobre os dados sobre déficit público apresentados pela matéria assinada pelo jornalista José Casado (“Onipresente Chávez”). A mesma matéria afirma que a participação do Estado venezuelano representa 44,3% do PIB. O conceito de “participação do Estado na economia” é algo bastante vago, e por isso era importante o jornalista utilizar alguma definição e citar a fonte – mas isto é algo, ao que tudo indica, O Globo não faz. Algumas aproximações para “participação do Estado na economia” podem ser utilizadas, e as mais usuais apresentam números distantes daqueles exibidos pelo jornalista: os gastos do governo equivaliam a 17,4% do PIB em 2010 (contra 13,5% em 1997) e a carga tributária em 2011 era de 23% (contra 21% em 2000), nada absurdamente fora dos padrões latino-americanos.
Enfim, no afã de mostrar uma economia em frangalhos, O Globo exibe números simplesmente não correspondem à realidade da economia venezuelana. Veja bem: eu nem estou falando de interpretação dos dados, mas sim de dados que equivocados!
Seria importante oferecer ao leitor de O Globo uma correção dessas informações – mas não na forma de errata ao pé de página, mas em uma reportagem que apresente ao leitor a economia venezuelana como ela é, e não o caos que O Globo gostaria que fosse.
E, por favor, nos próximos infográficos, exibam suas fontes.
Atenciosamente,
Victor Leonardo de Araujo

Nota:
Muito bom, mas O Globo não vai dar o braço a torcer, porque a pauta com as baboserias é elaborada em Washington.
O Casado é mero executor.
Mário Augusto Jakobskind
No Rede Democrática

Vozes da divergência




Revela-se, no Supremo, a preocupação sobre a apropriação excessiva do poder por um ministro
A aparente serenidade no Supremo Tribunal Federal dilui-se e, em seu lugar, apareceram as divergências e os sinais da tensão que antecede a nova etapa da ação 470, ou julgamento do mensalão.
O surgimento simultâneo ontem, em diferentes publicações, de revelações de três ministros do STF sobre sua discordância com o ministro Joaquim Barbosa estava longe de ser apenas coincidência. Indicava, isso sim, a percepção conjunta da necessidade dessas atitudes públicas. A concessão, por oito a um, do dobro do prazo para apresentação dos últimos recursos pelas defesas explica parte das divergências expostas. Mas ainda há o complemento, com o tratamento a ser dado aos recursos finais.
Na afirmação, feita pelos três ministros, de que a Joaquim Barbosa não cabe decidir sozinho um agravo interposto contra ele próprio, revelava-se a preocupação instalada no STF: a apropriação excessiva do poder por um ministro, a ponto de até decidir em causa própria um agravo contra ele, além de relegar atribuições do plenário, implicaria, provavelmente, em restrição ao pleno direito de defesa. Ninguém esperava que Joaquim Barbosa concedesse o prazo pedido pelas defesas, como não concedeu ontem, com seu voto negativo.
Os ministros Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski e um terceiro, que pediu a omissão do nome, não foram os únicos a externar tal preocupação. O ministro Celso de Mello os precedera, com opinião similar. Mas é certo que a divergência já incluía ao menos outras duas vozes do tribunal.
As divergências e a tensão agora constatáveis explicam, por exemplo, a ansiedade do ministro Gilmar Mendes pela conclusão rápida da ação 470, com o argumento sem sentido de que "o Brasil não pode continuar refém desse julgamento". E ainda, como a Folha noticiou ontem, com sua declaração de que "é no mínimo naífico [ingênuo]" crer que os recursos das defesas possam mudar decisões do Supremo.
Se não há tal possibilidade, de que serviria o direito constitucional aos recursos? Pelo visto, só para mostrar que o juiz Gilmar Mendes já prejulgou as novas defesas. Caso o ilustre ministro admita esclarecer a plebe a respeito, não precisa fazer cerimônia no uso do seu patético pedantismo vocabular. A plebe também sabe ir ao dicionário.
Pró-abuso
De Marcos Mendonça, em campanha estilo Fux para substituir João Sayad na presidência da Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura de São Paulo: "O governo do Estado é o principal financiador e tem que ser um grande aliado".
É tudo o que a TV Cultura e o governo não devem ser. Ela é do Estado, não do governo. Financiada pelo povo do Estado, não pelo governo. Não pode haver proposta de administração menos ética do que a "aliança" da TV com o governo: é uso de dinheiro público em benefício de políticos e de partido.
Dito e feito
As manifestações contrárias a Margaret Thatcher em sua morte, admiráveis pela sinceridade contra a hipocrisia, lembra a atitude única do jornalista Hélio Fernandes na morte do general e ex-ditador Castello Branco, em 1967. Em minucioso artigo na primeira página da sua "Tribuna da Imprensa", Hélio acusou todas as violações de hierarquia, da Constituição que o militar jurara respeitar, a conspiração, o descumprimento dos compromissos assumidos mesmo já no poder. Hélio não dispensou nada ao repassar a vida pública de Castello Branco.
Hélio Fernandes sabia o que o aguardava. E recebeu. Foi preso e mandado para Fernando de Noronha. Hoje, sem a edição impressa da "Tribuna", tem um blog. Com a mesma gana.
Janio de Freitas
No fAlha

Juro e tomate: o molho azedo do laissez-faire



Saul Leblon, Carta Maior

“O aumento da taxa de juro de 0,25%, na reunião do Copom desta 4ª feira, a rigor não muda um centímetro do cenário econômico.

Nem é tragédia, nem significa a salvação da lavoura.

Não resolve nenhum dos desafios colocados ao desenvolvimento do país.

É mais um sinal de satisfação aos mercados para dizer que a ortodoxia não tem o monopólio da cautela em relação ao comportamento dos preços.

Se e quando necessário, o governo age. O recado mira 2014.

Os interesses rentistas e a mídia que os vocaliza certamente farão uma leitura diferente.

Desde já esfregam as mãos e flexionam os músculos.

Tem 45 dias até a próxima reunião do Copom para calibrar uma nova escalada, ancorada num poder de difusão capaz de pautar o país e o governo.

Seria precipitado dizer qual será o vilão da vez.

Mas eles conseguem um.

A instabilidade climática que indexou o país ao tomate nas últimas semanas veio para ficar.

O Brasil é o quinto lugar do planeta mais alvejado por desastres climáticos na última década.

O semi-árido nordestino vive desde outubro uma das piores secas em meio século.

Sendo um dos cinco maiores produtores agrícolas do planeta, o país convive com comida cara numa momento em que as cotações internacionais perdem fôlego, por conta da estagnação global.

Desde agosto do ano passado, segundo o IBGE, bebidas e alimentos acumulam alta da ordem de 16% no país.

A deflação mundial das commodities bateu em 9% no mesmo período, diz a FAO.

A resposta ortodoxa para eventos climáticos extremos será sempre a mesma.

‘Sobe o juro!’.

Não importam os efeitos.

Tampouco as causas.

A ausência de uma política estatal de estoques de alimentos, por exemplo, acentua a vulnerabilidade ao clima desordenado.

O Brasil é conhecido pela pujança de sua agricultura (de custos sociais e ambientais nem sempre computados no saldo da eficiência).

A safra de grãos deste ano deve girar em torno de 180 milhões de toneladas.

Nos últimos 20 anos o país aumentou em 175% a produção graneleira (com a ressalva anterior).

Como, então, fica refém de uma alta de preços, que acua o governo em descompasso com a tendência mundial?

Tido como um dos cinco maiores celeiros do mundo, o Brasil simplesmente não dispõe dos ditos celeiros para intervir no abastecimento.

A rede pública de armazéns foi privatizada e sucateada nos governos Collor e FHC.

Nunca mais foi recomposta.

A tarefa de formar estoques foi transferida à iniciativa privada, gerando fenômenos desconcertantes.

Sem ter onde armazenar safras recordes, regiões produtoras ‘guardam’ milhões de toneladas em caminhões, que atravessam o país todos ao mesmo tempo.

A frota de armazéns ambulantes cria congestionamentos cinematográficos.

Imediações dos portos fazem a alegria da mídia conservadora no auge da safra.

A mesma mídia que no passado aplaudiu a extinção das políticas de abastecimento e a privatização da armazenagem.

Não só.

O Nordeste nesse momento pode ter seu rebanho bovino dizimado pela seca.

Falta milho para o gado.

A região brasileira mais vulnerável ao clima –e ao mesmo tempo, a mais previsível-- não dispõe de uma rede de armazéns capaz de evitar o cíclico sacrifício de seus rebanhos.

O déficit de armazenagem no país é da ordem de 25 milhões de toneladas.

Concentra-se em dois polos: no Centro-Oeste, hoje a maior região produtora de grãos; e no Nordeste, a mais vulnerável e carente de abastecimento.

Coisas dos livres mercados.

Esta semana, quando já galgava o patíbulo do Copom, o governo, finalmente, decidiu redefinir a atuação Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A ordem é para a Conab recuperar o tempo perdido.

E espetar armazéns estatais estratégicos em todo o território nacional.

Dos 17.962 armazéns disponíveis no Brasil apenas 4% são públicos.

O restante o governo aluga.

Gasta R$ 300 milhões por ano com isso.

Não é uma jabuticaba brasileira.

Nas últimas décadas, a supremacia neoliberal colonizou a agenda do desenvolvimento.

A terceirização das responsabilidades do Estado aos ditos ‘livres mercados’ contaminou a esfera da segurança alimentar.

Nações, sobretudo as mais pobres, e organismos multilaterais, foram incentivados a renunciar ao comando da soberania alimentar.

A ordem era transferir aos livres mercados –‘mais eficientes e ágeis’– a incumbência do suprimento.

Se o mercado mundial é capaz de atender a demanda just-in-time, e a preços mais competitivos, por que carregar estoques estratégicos de custos onerosos?

A formação dos preços deveria fluir livre do intervencionismo; a salvo de politicas de abastecimento; sem o ruído dos estoques reguladores estatais.

O laissez-faire moderno materializa-se nas bolsas de mercadorias e na roleta dos contratos futuros, que deveriam servir de garantia ao produtor. Mas foram capturados pelo apetite insaciável dos fundos especulativos. 

A crise financeira do 2º semestre de 2007 em diante, e a fulminante espiral dos preços agrícolas que se seguiu , puniu exemplarmente a crendice nas virtudes dos livres mercados.

No ápice da escassez e da fome, nações e organismos internacionais viram-se desarmados para intervir.

Onde estavam os estoques?

Onde continuam a repousar.

Em celeiros das grandes corporações que dominam o comércio agrícola mundial e mantém sigilo especulativo sobre os volumes. Business.

A alta do juro nesta 4ª feira condensa essa trama oculta de interesses e engodos.

Os ingredientes compõem o molho azedo do laissez-faire.

O jogral tomateiro conhece a receita, mas não admite.

O governo, ao mexer na Conab, dá mostras de saber a origem do mico.

Resta saber qual das duas lógicas predominará até a próxima reunião do Copom, em 30 de maio.

A ver.”

Episódio editado de seriado é tirado do ar por fazer menção ao atentado de Boston



Emissora tirou do ar episódio editado
que remete a atentado em Boston
Imagem: Reprodução

Redação, PortalIMPRENSA

"A Fox tirou de seu canal de TV e de seus sites o episódio “Turban Cowboy", da série de animação “Uma Família da Pesada”, após trechos independentes terem sido editados um dia depois das explosões na Maratona de Boston para parecer que o atentado fazia parte do episódio.

De acordo com a Reuters, no clipe editado, duas cenas são fundidas ao episódio, como a do personagem principal dirigindo bêbado através dos corredores para tentar vencer a Maratona de Boston.

A segunda cena editada mostra o personagem se tornando, sem saber, amigo de um extremista que lhe entrega um celular. Quando Peter tenta usar o celular, explosões são ouvidas.

Um porta-voz da Fox disse que os funcionários da rede estavam trabalhando com o YouTube para retirar os clipes editados, que viraram um viral na internet. Não se sabe quem enviou os clipes.

Em sua conta no Twitter, o criador da série, Seth MacFarlane, escreveu que o vídeo é “abominável”. "O clipe editado de 'Uma Família da Pesada' circulando é abominável. O incidente foi um crime e uma tragédia, e meus pensamentos estão com as vítimas", afirmou.”

Assista ao vídeo:


quarta-feira, 17 de abril de 2013

O povo não é bobo: tucana é a Rede Globo!


Há exatos três anos, fiz
 um post aqui comentando a cara de pau da Rede Globo de aproveitar seu aniversário de 45 anos para fazer um vídeo safado remetendo descaradamente à campanha presidencial do tucano José Serra - ao pisar e repisar sete vezes a palavra "mais" em míseros 30 segundos (além de incluir "Brasil, muito mais"), aludindo ao mote "O Brasil pode mais", slogan eleitoral do PSDB naquela ocasião. Teve gente que ironizou, dizendo que a esquerdalha tava procurando chifre em cabeça de cavalo, pois a emissora não tinha culpa de completar 45 anos justo em ano de eleição presidencial, sendo 45 o número do PSDB.


Mas criar um vídeo "institucional" de aniversário da empresa com artistas falando coisas que não têm nada a ver com isso, como "mais educação e saúde", pareceu palanque explícito. Tanto que a Globo vestiu a carapuça e tirou o vídeo do ar, passando o vexame de dizer que ele havia sido feito em 2009 quando, descobriu-se, tinha sido feito mesmo naqueles dias de campanha eleitoral. Coisa feia.

Pois bem, três anos depois, o mesmo golpe volta a ser aplicado: na terra do tucano Aécio Neves, a Globo Minas, cuja emissora regional completa 45 anos em 2013, resolveu ressuscitar a campanha nacional cancelada em 2010 e usar o gigantesco 45 (com a palavra "anos" bem pequena) nos carros de reportagem da emissora. Abaixo, foto de alguns carros da empresa estacionados na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte. Não basta bolinha de papel e tomate. Tem que vestir a camisa (da campanha). Alguém aí consegue imaginar do que a Globo será capaz até as eleições de 2014?

Globo 45 e PSDB: TUDO A VER!

No: futepoca