sábado, 26 de abril de 2014

Pesquisa revela que maioria não vê mulheres da vida real na TV

Vermelho


Realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão, a pesquisa Representações das mulheres nas propagandas na TV revela que 56% dos entrevistados, homens e mulheres, consideram que as propagandas na TV não mostram as brasileiras reais. Levantamento inédito mostra o conflito entre o que os espectadores veem e o que gostariam de ver nas publicidades exibidas na televisão.



Para 65% o padrão de beleza nas propagandas está muito distante da realidade das brasileiras e 60% consideram que as mulheres ficam frustradas quando não se veem neste padrão. Na percepção da sociedade, as mulheres nas propagandas são majoritariamente jovens, brancas, magras e loiras, têm cabelos lisos e são de classe alta.

Por outro lado, a maior parte dos entrevistados deseja que a diversidade da população feminina brasileira esteja mais representada: 51% gostariam de ver mais mulheres negras e 64% gostariam de mais mulheres de classe popular nas propagandas.


A pesquisa detectou ainda que:

- 80% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres brancas; e 51% gostariam de ver mais mulheres negras. 

- 83% veem as mulheres reais como sendo em sua maioria de classe popular, mas 73% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres de classe alta.

- 73% veem mais loiras do que morenas nas propagandas na TV, mas 67% gostariam de ver mais morenas.

- 83% veem mais mulheres com cabelos lisos nas propagandas na TV, mas maioria gostaria de ver mais mulheres com cabelos crespos/cacheados.

- 87% veem mais mulheres magras nas propagandas na TV; 43% gostariam de ver mais mulheres gordas.

- 78% veem mais mulheres jovens nas propagandas na TV, mas maioria gostaria de ver mais mulheres maduras.

A pesquisa Data Popular/Instituto Patrícia Galvão revela ainda que 84% concordam que o corpo da mulher é usado para promover a venda de produtos nas propagandas na TV; e 58% avaliam que as propagandas mostram a mulher como objeto sexual.

Além disso, 70% defendem punição aos responsáveis por propagandas que mostram as mulheres de modo ofensivo.


Especialistas veem demanda por propagandas mais atualizadas

Segundo avaliação da diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, a pesquisa revela que a percepção dos entrevistados, mulheres e homens, é clara: a propaganda veicula modelos ultrapassados. “A irrealidade da representação da mulher é percebida pela absoluta maioria e há uma clara expectativa de mudança. Aqui se revela um paradoxo: se pensarmos a partir da lógica de mercado, pode-se dizer que anunciantes e publicitários, em razão de uma visão arcaica do lugar da mulher na sociedade e de um padrão antigo de beleza, não estão falando com potenciais consumidoras”, aponta.

“Nós, mulheres negras, somos invisíveis para a mídia, que não enxerga que tomamos banho, usamos xampu, comemos margarina, fazemos serviços domésticos, e, em particular, somos pessoas com poder aquisitivo”, exemplifica Mara Vidal, vice-diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão. Para ela, existe aí “um racismo manifesto com relação à nossa capacidade, às nossas qualidades e ao nosso poder de compra”, pontua.

Para o diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, o principal mérito da pesquisa é mostrar como as empresas perdem dinheiro com a representação distante da realidade, uma vez que as mulheres movimentam hoje, no Brasil, um mercado consumidor de R$ 1,1 trilhão por ano e determinam 85% do consumo das famílias, segundo dados do próprio instituto. “Não estamos falando de um nicho consumidor, mas do principal mercado consumidor brasileiro. Então, há uma miopia do ponto de vista de oportunidades de negócios”, considera.


Sobre a pesquisa

Para a pesquisa Representações das mulheres nas propagandas na TV, encomendada ao Data Popular pelo Instituto Patrícia Galvão, foram realizadas 1.501 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país, entre os dias 10 e 18 de maio deste ano.

http://blogdocappacete.blogspot.com.br/

Campanha da polícia de Nova York vira piada na internet

Polícia de Nova Iorque é ridicularizada na internet. Em vez de publicar fotos com oficiais, internautas utilizaram campanha da polícia nova iorquina para denunciar abusos
Polícia de Nova Iorque é ridicularizada na internet. Em vez de publicar fotos com oficiais, internautas utilizaram campanha da polícia nova iorquina para denunciar abusos


As perguntas que não são feitas nas pesquisas eleitorais


Rompendo o tédio da rotina dos questionários elaborados pelos institutos de pesquisa, formulei seis perguntas cujos resultados me interessariam conhecer.


Pesquisas de opinião são orientadas, claro, e as eleitorais não constituem exceção. Se alguém deseja saber quem prefere maçã ou banana deve perguntar justamente isso, sem confundir o pesquisado com as opções de abacaxis e mangas. Muitas pesquisas eleitorais desorientam os entrevistados ao introduzir opções que nada mais são do que abacaxis e mangas, nomes de candidatos sabidamente estéreis no contexto eleitoral efetivo. Obtêm-se antes de tudo uma idéia da dispersão aleatória da preferência eleitoral, não as escolhas sólidas a aparecer com perguntas focadas no que está, de fato, em jogo.  Mas nada impede que se investigue se o freguês é mais afeito a frutas ácidas ou cremosas – um tanto mais geral e inespecífica do que a pergunta anterior.

Com maior ou menor generalidade o que importa é que há um mundo de interrogações adequadas ao conjunto das frutas, todas legítimas, respeitadas modestas regras de lógica. Simples, mas esquecido quando os institutos divulgam seus resultados, aceitos com sagrada intimidação. Na verdade, os mesmos tópicos das pesquisas podem ser investigados por inquéritos variados, nada havendo de interdito no terreno do mexerico.

Em pesquisas de opinião são fundamentais a representatividade da amostra dos pesquisados, a correção dos questionários e, concluindo, a leitura dos resultados. É intuitivo que em uma comunidade onde 99% são religiosos o inquérito não pode concentrar-se no 1% restante, exceto se o pesquisador estiver interessado justamente na opinião da extrema minoria de agnósticos que ali vivem. Isto respeitado, tudo bem quanto à representatividade dos números.

Mas a leitura dos resultados pode ser marota. Jogando uma moeda para o ar centenas de vezes, o número de experimentos em que ao cair a moeda mostrará a “cara” tende a ser o mesmo número de “coroas”. Ignorando quando e porque acontece uma ou outra coisa, deduz-se que a probabilidade de dar “cara” ou “coroa” é de 50%, ou seja, metade das vezes uma, metade, a outra. Em certos convescotes essa peculiaridade é chamada de “acaso”.

Mas essa é uma probabilidade diferente da que indica o futuro do clima, por exemplo. As chances de que chova nas próximas 48 horas não é derivada diretamente de uma série de 48 horas do passado, mas das condições em que milhares de 48 horas foram chuvosas: umidade do ar, regime de ventos, formação de nuvens, etc. explicam com relativo grau de precisão (a probabilidade) as variações climáticas. O que justifica o probabilismo é o conhecimento das particularidades associadas ao aparecimento do fenômeno “chuva”, não o mero fato de sua repetição. 

Pois a probabilidade derivada de uma série de pesquisas eleitorais é análoga à do jogo “cara” ou “coroa”, não à dos prognósticos atmosféricos. De onde se segue serem um tanto marotas as previsões de resultados eleitorais apoiadas em séries históricas, por mais extensas que sejam. A diferença é ontológica: uma eleição não é um jogo de “cara” ou “coroa”. A seguir, uma crítica, digamos, construtiva.  

Rompendo o tédio da rotina dos questionários elaborados pelos institutos de pesquisa, formulei seis perguntas cujos resultados me interessariam conhecer. Aí vão:

1 – o Sr(a) prefere:
    a) continuar com a presidenta atual (Dilma Roussef)
    b) voltar ao governo do PSDB (Aécio Neves)
    c) indiferente

2 – o Sr(a) votaria em alguém que:
       a) defende a manutenção do emprego de quem trabalha
       b) promete medidas impopulares
       c) indiferente

3) – o Sr(a) apóia o controle nacional do petróleo do pré-sal?
        a) sim
        b) não 
        c) indiferente

4) - A oposição atual representa seu ideal de governo?
     a) sim
     b) não
     c) indiferente

5) Em relação à distribuição de renda o Sr.(a) é:
     a) a favor
     b) contra
     c) indiferente

6) Os atrasos na conclusão de aeroportos e estádios demonstram que:
     a) a iniciativa privada não é confiável
     b) há sempre imprevistos em grandes obras
     c) indiferente


Escolhi agregar todos os votos “não sei/prefiro não responder”, brancos e nulos em uma única opção porque estou interessado somente nas escolhas claras. E indiquei o nome de dois candidatos na pergunta 1 porque este é o desenho do questionário e, conforme o manual da boa pesquisa, o entrevistado deve estar de posse das informações relevantes para responder corretamente. Naturalmente, os entrevistados com preferência por outros nomes ou por nenhum estariam representados na resposta c. 

O diabo é que ninguém acredita que os questionários dos institutos são apenas uma aproximação do que os eleitores perguntam a si mesmos, na hora do vamos ver. Por isso suas pesquisas ao final de uma corrida eleitoral se tornam mais diretas e econômicas, reduzindo o percentual de erro. Ainda assim, por vezes o palpite estatístico é desastrosamente equivocado. É quando o instituto, ao contrário de tentar replicar o que pensa o eleitor, busca fazer com que o eleitor pense como ele. Não dá certo.

Em meio ao racionamento, Sabesp mantém R$ 44 milhões para publicidade


Sem corte, publicidade da Sabesp tem R$ 44 milhões
Empresa diz que ação ‘é fundamental no momento de escassez hídrica’ e poupa propaganda da redução de R$ 900 milhões de seu orçamento

Fabio Leite - O Estado de S. Paulo

Embora tenha anunciado um corte de R$ 900 milhões no orçamento deste ano por causa da crise de falta d’água, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) manteve intacta, em R$ 43,7 milhões, a verba para gastar com propaganda. Os contratos com três agências de publicidade foram assinados no dia 26 de março.

Em nota, a Sabesp informou que "a campanha publicitária é de fundamental importância para conscientização da população neste momento de escassez hídrica". Desde fevereiro, a empresa tem veiculado peças publicitárias estreladas pelo apresentador de TV Rodrigo Faro para falar da crise do Sistema Cantareira, da campanha pela redução do consumo de água e dos investimentos feitos pela Sabesp nos últimos anos.

A licitação só foi concluída após o desfecho de um embate judicial envolvendo a agência Duda Propaganda, do marqueteiro político Duda Mendonça, que não concordou com a desclassificação no certame e travou na Justiça a homologação do resultado. Por ao menos seis meses, a publicidade da Sabesp estará dividida entre as agências Lew Lara, Fischer América e White Propaganda. Cada uma receberá R$ 14,6 milhões.

Valor anterior. O valor global, que pode chegar a R$ 87,4 milhões em um ano com a renovação dos contratos, é o mesmo que a Sabesp pagava nas contas de publicidade anteriores à crise de abastecimento. Em janeiro, o Estado noticiou que a companhia havia assinado, sem licitação, um contrato de publicidade no valor de R$ 22 milhões com a Lew Lara, alegando caráter emergencial, para divulgar campanha com enfoque na economia de água durante o verão.

A Lew Lara havia sido a primeira classificada no certame. Com os contratos de março, a contratação emergencial foi encerrada. Agora, a Sabesp pretende intensificar as campanhas de publicidade para explicar as ações que têm sido tomadas para tentar evitar o racionamento de água generalizado na Grande São Paulo.

Depois do plano de desconto para quem economizar água, a próxima medida deve ser a cobrança de multa para quem aumentar o consumo. A empresa aguarda a autorização da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) para aplicá-la. Enquanto isso, o nível do Cantareira, que abastece 47% da Grande São Paulo, continua caindo. Nesta sexta, 25, chegou a 11,4% da capacidade, novo recorde negativo.

A vaca, a opulência e a miséria


"Ignacio Ramonet denunciou que uma vaca europeia recebe 4 euros diários de subvenção enquanto uma pessoa na África vive com menos de 1 euro por dia! 

José Carlos Peliano, Carta Maior

Ignacio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique, denunciou que uma vaca europeia recebe 4 euros diários de subvenção enquanto uma pessoa na África  vive com menos de 1 euro por dia! Um escândalo que o levou a concluir que vale mais ser uma vaca europeia que um ser humano africano.

Nesse mundo marcadamente desigual, de fato, vale mais ser muitos outros caprichos da sociedade opulenta do que passar fome e viver à míngua. A dignidade humana perdeu o valor em contraste com as veleidades, prazeres e interesses do lucro pelo lucro, pela acumulação e pela riqueza.

Não que uma vaca não possa ver subsidiada para garantir uma adequada produção de leite para os europeus diante exatamente das vicissitudes dos diferentes mercados, condições climáticas e do panorama dos preços relativos estabelecidos.

Também a priori nada a opor que um africano não possa viver com menos de 1 euro por mês se esta quantia lhe garanta uma sobrevivência igualmente adequada na situação econômica do país em que viva.

Se e somente se essas disparidades entre indivíduos, países e regiões sejam acompanhadas e julgadas com humanidade e justiça nas mais diversas situações de vida. O que infelizmente não é o que acontece mundo afora. Entre a vaca e o africano passa um oceano de injustiças, desigualdades, opulência e miséria. O que falta de um lado necessariamente é o que sobra no outro.

Simples assim. A opulência de um país é o retrato da miséria do outro no mundo antes mercantilizado e hoje globalizado desde a produção até o consumo passando pelos direitos de posse e propriedade. A penúria que assola um país é a opulência que é acumulada noutro. O que distingue o ser humano da barbárie, seja esta primitiva ou contemporânea, é que a vida é inegociável, mas a riqueza não é.

Cada unidade produzida de bem ou serviço em qualquer parte do mundo já traz embutida a marca da desigualdade. O que sobra no produto de lucro é o que faz falta ao desempregado para conseguir ocupação, ao faminto para não ter de roubar uma galinha (e uma ação parar no Supremo), ao doente que não tem recursos para comprar medicamento. O capitalismo não existe sem lucro, mas ele é que separa os que têm e os que não têm. Ele é quem dá a forma e o tamanho da desigualdade. Quanto maior o lucro num quadro de desigualdade mais a desigualdade impera, se alastra, convulsiona.

Em texto anterior foi sugerido por nós um indicador para refletir ao mesmo tempo a riqueza e a desigualdade de um país. Uma simples relação entre magnitudes do Produto Interno Bruto (PIB) e de uma medida de desigualdade (coeficiente de Gini). A ideia é a de indicar o quanto de desigualdade equivale a um quanto de riqueza. Em outras palavras, numa determinada sociedade com relações sociais e de produção estabelecidas e vigentes quanto de desigualdade é gerada por unidade de produto ou riqueza. Abaixo informações que ilustram o indicador face aos comentários realizados até aqui.

As informações se referem ao produto e à desigualdade no Brasil e nos Estados Unidos por anos selecionados e em números índices. As fontes foram o IBGE e o Bureau of Labour Statistics. Os anos são 2001, 2005, 2009 e 2012. Os dados do produto são do PIB e os da desigualdade do coeficiente de GINI. Para o Brasil os números índices obtidos para o PIB foram 100; 113,2; 131,0 e 157,6 e para os coeficientes de GINI foram 100; 95,3; 92,8 e 91,0. Para os Estados Unidos 100; 112,2; 114,8 e 123,1 e 100; 100; 105,5 e 102,8 respectivamente.

Os valores do PIB e os números do GINI foram tomados a partir de 2001, ano em que se fixou como base de comparação, daí numerando-o com 100, um número índice a partir do qual os demais anos se referenciam. A relação final obtida, o indicador GINI/PIB, reflete o quanto de desigualdade medida pelo coeficiente de GINI equivale a uma unidade de produto medida pelo produto interno bruto. Se se quiser o indicador pode ser interpretado para uma compreensão mais fácil como o quanto de desigualdade é desencadeada ou gerada por unidade de produto de um país em determinado período de tempo.

Os indicadores GINI/PIB obtidos foram: Brasil – 100; 84,2; 70.8 e 57,7, e para os Estados Unidos – 100; 89,1; 91,9 e 83,5.

Em boa parte da década passada, a relação GINI/PIB decresce mais no Brasil do que nos Estados Unidos. Ou seja, para cada unidade de produto menos desigualdade foi gerada aqui no país do que no solo americano. Esse decréscimo, no entanto, se deveu mais ao aumento do PIB em todo o período do que à redução correspondente da desigualdade. O produto veio crescendo mais que a queda anual na desigualdade.

De todas as formas, a queda da desigualdade no Brasil equivaleu a três vezes mais a queda ocorrida nos Estados Unidos. Um bom resultado para nós muito embora essa queda tenha se dado a partir de magnitudes mais altas do GINI aqui do que lá – enquanto aqui em 2012 o GINI chega a 0,50 lá não passa de 0,38.

Enquanto isso, o crescimento do PIB no Brasil supera o dos Estados Unidos em duas vezes e meia no período praticamente decenal. É claro que não foi a redução do lucro aqui que permitiu a queda na desigualdade como a teoria identifica. No capitalismo essa iniciativa fica muitas vezes na mão do estado através das transferências de renda aos mais pobres e necessitados via tributos. No caso do Brasil foram os recursos pagos por impostos que puderam ser transferidos para programas sociais que ajudaram a melhorar as rendas dos mais pobres além de permitirem a entrada deles no mercado, fosse em ocupações novas fosse no acesso ao consumo.

O Brasil conseguiu a proeza de passar pelo período de 2001 a 2012 com a evolução de indicadores de riqueza e desigualdade em melhor situação que a dos americanos. É um marco na história dos dois países e em especial do nosso que viveu por muitos anos tendo os Estados Unidos como modelo de cultura, consumo e produção. O caminho ainda é longo para se atingir aqui os níveis de produção e desigualdade dos americanos, mas as bases estão lançadas e já começam a dar bons resultados."

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Quem fez convênio com a Labogen foi Serra, no Governo FHC



Publico essa informação do título, que você vê retratada na ilustração e que pode ser confirmada no Portal da Transparência do Governo Federal apenas para que se veja como a leviandade pode dar margem à injustiça.

Não significa dizer que estes convênios sejam desonestos ou que, por eles, José Serra tenha recebido qualquer vantagem indevida.

Só uma apuração detalhada poderia dar margem a se pensar algo assim e é exatamente o contrário disso que se está fazendo com o ex-ministro Alexandre Padilha.

Uma acusação irresponsavelmente espalhada, sem um mínimo de checagem e, até, de lógica, se não existirem outros elementos além do quase nada que foi divulgado.

Conheço apenas de vista o ex-Ministro Alexandre Padilha e ele sequer sabe quem eu sou.

Portanto, não posso dar nenhum testemunho sobre ele, mas posso olhar fatos.

Mas esta história do “executivo” que ele teria indicado, segundo os jornais publicam irresponsavelmente,  a uma empresa do tal doleiro Alberto Yousseff não fecha.

O tal “executivo” ocupou um cargo de quinto escalão no Ministério, de fato, mas de sexto escalão (os cargos têm, após o Ministro, os códigos NE, DAS 101.6, 101.5, 101.4 e, depois, o que ele tinha 101.3, na área de eventos).

O tal Marcus foi nomeado Assessor de Eventos em 2011, quando a remuneração não chegava a R$ 4 mil (hoje são R$ 4300), a partir de 17 de maio de 2011. E exonerado no dia 1° de agosto do mesmo ano.

Mesmo neste inexpressivo cargo, portanto, ficou por dois meses e meio ou, como se diz, nem esquentou a cadeira.

O tal documento da PF que os jornais usam como base falam de uma suposta indicação em em 28 de novembro de 2013.

E que André Vargas passa o contato do cidadão a Yousseff dizendo que Padilha o indicou. Indicou a quem, se é que indicaria alguém a quem demitira há mais de dois anos.

Se Padilha indicou, porque é André Vargas passa o contato do cidadão a Yousseff?

Este André Vargas, a quem o próprio Estadão chama de “bocão”, estaria “vendendo” uma indicação?

A única coisa que esta acusação — ou a troca de mensagens — prova é a de que André Vargas não tinha uma simples amizade casual com Yousseff.

Aliás, o comportamento deste deputado, como já se viu, é péssimo. Quem não cuida de sua própria reputação, vai cuidar da alheia?

Fernando Brito
No Tijolaço

PSTF : Partido do Supremo Tribunal Federal


Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

Um STF partidarizado é uma tragédia nacional. Esta é a principal conclusão que você pode tirar da decisão da ministra Rosa Weber por uma CPI exclusiva da Petrobras. Não vou nem discutir aqui se o melhor seria mesmo uma CPI exclusiva ou uma abrangente, na qual coubessem as propinas do metrô de São Paulo.Meu ponto é o STF como partido. O PSTF, Partido do Supremo Tribunal Federal.O drama é que, tomado de interesses políticos, o STF perde completamente o caráter técnico que deveria ter. E isso é um golpe avassalador na ideia da justiça como um conceito acima de interesses.
Machado de Assis escreveu que o maior pecado depois do pecado é a publicação do pecado. Já se imaginava, há algum tempo, que a justiça não fosse exatamente neutra. Agora, isto é amplamente conhecido.
As consequências da partidarização do STF são calamitosas.
Se uma decisão cabe a um juiz, você sabe antecipadamente como ele vai votar. Se houvesse uma casa de apostas jurídicas, não haveria jeito de você errar em seu palpite.
Caiu nas mãos da ministra Rosa Weber o veredito sobre a CPI. Dado o seu retrospecto – ela entrou para a história ao dizer que mesmo sem provas se achava no direito de condenar Dirceu – já se sabia desde sempre qual seria a escolha.
Deu a lógica.
Imagine que o caso parasse nas mãos de Lewandowski. Teríamos uma CPI abrangente.
Repito: não estou julgando aqui qual caminho é o melhor, se é que algum deles é bom. A discussão é sobre a negação da justiça representada pelo PSTF.
Pessoas pagam o preço disso. Dirceu, por exemplo. Joaquim Barbosa faz tudo que pode para atrapalhar a vida de Dirceu. O mesmo vale para Genoino, tratado como se fosse saudável como, para usar uma imagem cara a Nelson Rodrigues, uma vaca premiada, mesmo com o coração comprometido seriamente.
Dirceu e Genoino terão que esperar Joaquim Barbosa deixar a presidência do Supremo para se livrarem de uma perseguição inclemente.
Com o PSTF, o real perdedor é a sociedade.
A mim chamou a atenção, na votação dos embargos infringentes, como uma questão simples – uma segunda jurisdição está ou não na Constituição – foi tratada com caudalosos, eruditos, intermináveis pronunciamentos que simplesmente se anulavam.
Sim, estava. Ponto. Mas ministros como Gilmar Mendes e Luiz Fucs defenderam, em minúcias, a tese absurda de que a segunda jurisdição não estava na Constituição.
É, como se vê, um PSTF dividido.
Se há alguma coisa boa no julgamento do Mensalão, é que os brasileiros puderam ver quanto é precário o Supremo, a principal corte nacional.
Se ela é assim, imagine as cortes inferiores.
Não se trata apenas de reformar a justiça. Trata-se de reinventá-la no Brasil.
Quanto mais se conhece o STF, mais fica clara sua extraordinária falta de qualidade e de grandeza.
Agora mesmo, no calor da decisão de Rosa Weber, vazou a informação de que um filho dela trabalha na Globo, como jornalista.
É o segundo caso do gênero. Também um filho de Barbosa foi acolhido pela Globo.
Nada contra os filhos dos juízes do STF, mas como esperar imparcialidade dos pais se chegar a eles alguma decisão que diga respeito à Globo?
Alguém vai votar contra o empregador do filho? Quem acredita nisso, como disse Wellington, acredita em tudo. Há, portanto, conflito de interesses, dado o peso e considerada a folha corrida da Globo.
A tarefa urgente, essencial na reinvenção da justiça nacional é tirar o P do PSTF. Não pode ser um partido, ou a sociedade é alvo de intensa, cruel, insuportável injustiça.
http://blogdobepe.blogspot.com.br/2014/04/pstf-partido-do-supremo-tribunal-federal.html

Mulheres de meia-idade não transam?


A autora Helen Walsh pede que as mulheres de meia idade desafiem o sexismo
"O sexismo e o etarismo continuarão prosperando, a menos que comecemos a contestar e a reverter o ditame cultural de que a beleza é sinônimo de juventude
Helen Walsh, The Observer  / CartaCapital

A julgar pela série de cartas que se acumulam em minha caixa de entrada, o conteúdo sexual de meu último romance, The Lemon Grove [O pomar de limões], está dividindo opiniões. Não é tanto a ideia de uma madrasta dormindo com o namorado de sua filha que eriça as plumas; é sobretudo a ideia de que um adolescente possa desejar uma mulher de cerca de 45 anos.

 "Absurdo!", exclama uma mulher furiosa. Um leitor pergunta: "Isto não é apenas a realização de um desejo seu?" Talvez seja. Desde que devorei Lolita, no final de minha adolescência, tive consciência de uma representação desequilibrada e altamente sexualizada dos relacionamentos entre gerações na ficção.

Alguns de meus romances preferidos – Desonra, de Coetzee, A Humilhação, de Philip Roth, e Memória de Minhas Putas Tristes, de Gabriel García Márquez – apresentam homens mais velhos enamorados de garotas muito mais jovens.

 Mas temos de nos esforçar para citar mais que um punhado de textos escritos por mulheres que retratem mulheres mais velhas com desejo por jovens adolescentes. A norma nessas poucas obras que invertem a tendência – o brilhante Notes on a Scandal, de Zoe Heller, por exemplo – é que a mulher aberrante seja presa e punida, enfaticamente, por sucumbir a suas obsessões.

Desnecessário dizer que nenhum destino tão draconiano aguarda os protagonistas priápicos de Coetzee ou Roth. Seus velhos lascivos são punidos não por uma sentença de prisão, mas por um trágico e profundo lembrete das iniquidades da velhice. Com as mulheres na ficção, realmente parece ser o caso da arte imitando a vida – é tudo meio indecente, meio ridículo: quando você atinge certa idade deve manter sua sexualidade -- e seu corpo, portanto – sob ataduras. A mulher de meia-idade sexualmente ativa é há muito tempo retratada como uma figura cômica ligeiramente desesperada. Seja a Sra. Robinson de A Primeira Noite de um Homem ou a quintessência da mãe desejável como a mãe de Stifler (a Sra. Stifler tem um nome?) em American Pie, suas histórias são invariavelmente contadas da perspectiva do jovem garanhão.

Onde estão as histórias que projetam luz sobre as complexidades psicológicas das mães que eles querem levar para a cama ["milf" no jargão americano, ou "mãe que eu gostaria de f..."]. Se esse termo já não fosse suficientemente detestável, existe uma expressão também para as mulheres que saem com homens mais jovens – "cougars" [onças]. O Urban Dictionary define assim essas senhoras: "Qualquer pessoa, de uma vítima de túnel de vento alterada cirurgicamente a uma absolutamente triste e inchada velha tarada até uma verdadeira gata ou milf". A reverência à onça virtualmente exala da página:

"Especialmente as verdadeiras gatas, pois os rapazes encontram não apenas um barato sexual, mas muitas vezes uma garota com a cabeça no lugar". Fico feliz ao ver que os temas de meu romance atingiram o zeitgeist do homem pensante. Mas, seriamente, onça? Estou revirando meu cérebro para pensar em um nome equivalente para um homem de 45 anos que saia com uma garota de 17, mas tenho quase certeza de que não há um pejorativo.

É revelador de nossas opiniões sobre gênero e idade o fato de a diretora Sam Taylor-Wood talvez ser mais conhecida por seu relacionamento com Aaron Johnson, um ator cerca de 20 anos mais jovem, do que por sua estreia na direção indicada para o prêmio Bafta, Nowhere Boy. Mas aqui estamos, vivendo em uma era em que cada vez mais mulheres ocupam papéis influentes como guardiãs culturais. De colunistas a editoras e diretoras de teatro, as mulheres detêm importantes poderes de veto, assim como a luz verde. Como se explica, então, que essa variedade misógina de etarismo possa florescer irrestrita na cultura popular?

Em marcante contraste com o estereotipado Donas de Casa Desesperadas, o homem mais velho equivalente é descrito como distinto. Tony Soprano foi certa vez votado como um dos homens mais sexies da TV – e, está bem, diante da opção eu teria preferido James Gandolfini a Aaron Johnson em qualquer momento. Mas pode você imaginar que uma mulher tamanho GG, suada, com os cabelos ralos e as nádegas caídas, tivesse uma aclamação semelhante? Não é coincidência que nossa sociedade constrói e vilifica o corpo feminino envelhecido com a mesma generalidade impiedosa com que comemora e objetifica sua encarnação púbere.

Fomos rápidos ao expressar ira contra o reinado de abuso de Jimmy Savile ou os motoristas de táxi que atacavam garotas vulneráveis em Rochdale, mas nossa cultura ainda está casualmente à vontade com a sexualização de corpos femininos jovens. Nossa celebração do tamanho P, nossa aversão aos pelos púbicos e até a crescente tendência às vaginoplastias são sintomáticas de um desejo de levar o corpo feminino de volta a seu estado pré-púbere.

A depilação "à brasileira" é um visual emprestado da pornografia – pode haver um endosso de estilo mais maldito? Pelo menos a pornografia tem uma justificativa: o pelo atrapalha a visão que dá dinheiro. Boa tentativa, mas talvez nosso medo do pelo tenha menos a ver com o aspecto prático e mais com uma tentativa de postergar a maturidade feminina. No entanto, 2014 será supostamente o ano do pelo. Cameron Diaz e Gwynnie já se inscreveram.

 A otimista que há em mim espera que essa tendência seja ditada menos pelos caprichos da moda e mais por um gradual despertar para o fato de que há algo seriamente esquisito em uma mulher adulta com as partes pudendas de uma menina de 8 anos. Mas será preciso muito mais que uma posição sobre a depilação para contestar a percepção negativa da mulher que envelhece.

O sexismo e o etarismo continuarão prosperando, a menos que as mulheres comecem a contestar e a reverter o ditame cultural de que a desejabilidade e a beleza são sinônimos de juventude. Resistir à convenção poderia começar com uma compreensão de que tentar moldar a jovialidade em um corpo envelhecido é bastante inútil: os ingredientes principais da juventude – exuberância, descontração e curiosidade – não podem ser concentrados em uma substância ou uma injeção.

A atração de mulheres como Kristin Scott Thomas, Tilda Swinton e Michelle Obama está, em grande medida, em seu repúdio à juventude. São mulheres que claramente têm a cabeça no lugar. Sua beleza é de um tipo tranquilo, que não insiste em fazer o tempo recuar, mas existe firmemente em cada inflexão mutável da feminilidade. Todas essas mulheres possuem uma sexualidade que não é insincera ou apologética, mas investida da sabedoria, a confiança e, em última instância, o autoconhecimento que traz a maturidade."

Senador tucano ameaça governo federal 'se falar em Alstom'


Se quiserem investigar, que se investigue. Mas por que não fizeram antes? Evidentemente porque não há interesse. Mesmo porque, se o governo for falar em Alstom, nós vamos tocar em vários assuntos incômodos para o governo federal. A Alstom forneceu para o sistema elétrico federal, metrôs e trens”, disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) sobre a tentativa do PT de emplacar a CPI do metrô em SP

Brasil 247

Diante da pressão do PT para aprovar a CPI do Metrô, após negativa do STF de unir investigação no caso da Petrobras, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) ameaça: “Se o governo for falar em Alstom, nós vamos tocar em vários assuntos incômodos para o governo federal”.

A afirmação foi feita em entrevista ao blog do Ricardo Noblat. Leia:

O senhor será vice na chapa de Aécio?

Digo com toda sinceridade que o assunto não está sendo discutido. Estamos cuidando agora dos arranjos regionais, superando dificuldades em estados, fazendo composições.

Muitas vezes, o Eduardo Campos mostra mais vontade de ser presidente do que o Aécio Neves. Falta algo para engrenar?

Falta campanha.

Mas o Eduardo também não está em campanha...

Mas qual é o crescimento do Eduardo? Nenhum. Como nós também não temos. Porque não temos campanha eleitoral. Quem deve estar preocupada é a presidente (Dilma). Ela, apesar de toda exposição, está caindo.

Se o Eduardo for eleito, o PSDB vai fazer parte do governo dele?

Vamos fazer a eleição, primeiro. E tudo indica que estaremos juntos na disputa contra a Dilma, se a Dilma for para o segundo turno.

O PSDB sempre escondeu o Fernando Henrique em eleição. Fará outra vez?

Eu nunca escondi Fernando Henrique. Comecei minha campanha eleitoral para o Senado mostrando o Fernando Henrique. Na campanha do Serra em 2010, todas as vezes que o governo Fernando Henrique foi atacado ele foi defendido pelo próprio Serra.

Mas o partido vai defender as privatizações?

(Defenderemos) Tudo o que fizemos e deu certo. Os resultados são bons. Inclusive em relação à Petrobras. O PT mudou o que deu certo. O resultado foi a estagnação na produção do petróleo, o sufocamento financeiro, a perda de valor patrimonial e o endividamento da estatal.

O senhor falou em Petrobras. Está em discussão a CPI da Petrobras. Não é importante apurar também as denúncias do caso Alstom?

Se quiserem investigar, que se investigue. Mas por que não fizeram antes? Evidentemente porque não há interesse. Mesmo porque, se o governo for falar em Alstom, nós vamos tocar em vários assuntos incômodos para o governo federal. A Alstom forneceu para o sistema elétrico federal, metrôs e trens.

A CPI da Petrobras não terminará igual à do Cachoeira, sem resultado efetivo?

Quem inviabilizou a CPI do Cachoeira foram eles (os governistas). Quando começaram a aparecer grandes empreiteiras, como Delta, quem embananou a CPI foram os governistas. Agora a CPI da Petrobras vai ser um catalisador das investigações que estão em curso.

O governo acusa a oposição de fazer uso político da CPI.

Estamos em uma casa política. É papel da oposição fazer política de oposição, usando os instrumentos que temos nas mãos para isso. E a CPI é um deles.

Quem o PSDB indicará para a CPI?

Estou querendo pôr Alvaro Dias (PR) e Mário Couto (PA). O Alvaro tem muito vivência de Petrobras. Há muito tempo vem propondo requerimentos, investigações e diligências. O Mário é um bom esgrimista."

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Prefeitura lança Orçamento Participativo no Tubão, nesta sexta 25/04

Foto: Prefeitura lança Orçamento Participativo no Tubão

A prefeitura de Ubatuba lança no fim da tarde desta sexta-feira o Orçamento Participativo no Ginásio de Esportes Tubão, centro.

O encontro tem o objetivo de apresentar o programa para a comunidade ubatubense.

O Orçamento Participativo é um instrumento de transparência financeira e ética na gestão pública. 

Ele chega para democratizar a elaboração, a execução e a fiscalização orçamentária de Ubatuba.

O OP é um canal de diálogo do poder público com a sociedade onde a comunidade tem espaço para se informar, debater e decidir sobre o orçamento e as necessidades de seus bairros e regiões. 

Para facilitar e organizar a participação dos moradores no OP, a cidade foi dividida em oito regiões, que vão eleger conselheiros para representá-las.

O primeiro passo para colocar em prática o OP acontece nesta sexta-feira, dia 25 de abril, às 19 horas, no Ginásio De Esportes Tubão.

Compareça e participe diretamente da gestão da cidade!

A prefeitura de Ubatuba lança no fim da tarde desta sexta-feira o Orçamento Participativo no Ginásio de Esportes Tubão, centro.

O encontro tem o objetivo de apresentar o programa para a comunidade ubatubense.

O Orçamento Participativo é um instrumento de transparência financeira e ética na gestão pública.

Ele chega para democratizar a elaboração, a execução e a fiscalização orçamentária de Ubatuba.

O OP é um canal de diálogo do poder público com a sociedade onde a comunidade tem espaço para se informar, debater e decidir sobre o orçamento e as necessidades de seus bairros e regiões.

Para facilitar e organizar a participação dos moradores no OP, a cidade foi dividida em oito regiões, que vão eleger conselheiros para representá-las.

O primeiro passo para colocar em prática o OP acontece nesta sexta-feira, dia 25 de abril, às 19 horas, no Ginásio De Esportes Tubão.

Compareça e participe diretamente da gestão da cidade!
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É o Pré-Sal, meus camaradas! E a eleição...

Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre



Você quer saber de uma coisa: o que me emociona, o que me deixa confiante e satisfeito, o que me faz, a partir de agora, ter uma nova visão sobre os propósitos e a conduta da direita brasileira, da nossa generosa, isenta de preconceitos e democrática burguesia é, indelevelmente, sua enorme preocupação com os rumos e o destino da Petrobras, com o Brasil e com o povo brasileiro. Quando vejo homens do quilate moral e político de Aécio Neves, Agripino Maia, Álvaro Dias, Roberto Freire, José Serra, FHC — o Neoliberal I — e os tantos e quantos tucanos, demonistas e ex-comunistas do partido de aluguel conhecido como PPS, fico, realmente, a pensar: “Nossa! Como essa gente se preocupa com a Petrobras! Se preocupam de tal maneira que eu fico até comovido”.

E não é que de repente, não mais do que de repente, até mesmo os próceres e barões da imprensa-empresa também, em tom uníssono, começam a defender a Petrobras, o que me deixou completamente atônito, boquiaberto, porque ser surpreendido dessa forma não é para qualquer vivente comum, sem, antes, ter feito um exame completo no coração. Afinal, pessoas compromissadas com os interesses do País, com o povo brasileiro, a exemplo dos magnatas bilionários de todas as mídias em oligopólio, como o Octávio Frias, os irmãos Marinho (sempre esqueço os nomes deles), os filhos de Robert Civita, o Mesquita que tenta salvar o Estadão da falência, além de outros donos de empresas familiares espalhados de Norte a Sul pelo Brasil, realmente merecem todo o respeito e a atenção.

Há cerca de um mês tenho visto e ouvido uma verdadeira ode à Petrobras. O amor de espécies não tão raras porque ordinárias, como os tucanos, os demos, os ex-stalinistas de aluguel, juntamente com os magnatas bilionários da imprensa de negócios privados e seus empregados pela Petrobras é comovente, pois remonta o mesmo amor que seus ancestrais sentiram pela brasileiríssima estatal do petróleo nos idos anteriores à sua criação pelo estadista trabalhista Getúlio Vargas, em 1953, bem como em cerimônia de sua fundação até os dias de hoje. É uma beleza! Comove, sabe?  Nunca vi tanto pendor e nacionalismo.

Ao ler, ver e ouvir editoriais, matérias e opiniões dessa velha imprensa de mercado carcomida pelo tempo e corrompida pelos seus próprios interesses, percebe-se, rapidamente, que sua hipocrisia, cinismo e vocação para a manipulação e a mentira não tem limites. Para desconstruir a imagem do Governo trabalhista e macular a honra e a moral de lideranças petistas exemplificadas em nomes como o de Lula e Dilma, os tucanos e seus aliados, mancomunados com a imprensa alienígena que odeia secularmente o Brasil, tratam de atacar a Petrobras e, consequentemente, mexer com as emoções do povo brasileiro, que, desde antes de 1953 e durante a campanha do “O Petróleo é Nosso!” tem uma relação cívica com a megaempresa, que o leva ao sentimento de brasilidade e à condição de saber que é cidadão nacionalista. Sentimentos estes tão decantados pelos norte-americanos e elogiados pelas nossas “elites” colonizadas, provincianas e complexadas quando se trata de admirar o nacionalismo yankee.

Neste momento verme de ser e se sentir, os coxinhas infelizes e recalcados dessas paisagens tropicais fazem questão de esquecer a frase “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. Porque para a nossa medíocre burguesia somente é permitido, ou seja, tolerado, o nacionalismo dos europeus colonizadores e dos EUA, que ela, entusiasmada, além de servil e subalterna, aprendeu a admirá-los por intermédio dos filmes de Hollywood e de enlatados que eram e são transmitidos pelas televisões. São tantos séculos de lavagem cerebral através de gerações de coxinhas burgueses, que se torna muito difícil para tais pessoas olharem para si com autoestima e o sentimento e desejo de compreender que o povo brasileiro é capaz, inteligente, competente, trabalhador e corajoso.

Afinal, somos empreendedores por natureza e sempre soubemos nos virar em momentos difíceis de nossas vidas, bem como do País. Além disso, controlamos um território continental, e este fato, podem acreditar, não é para qualquer povo, pois sabemos que muitos povos perderam territórios e até hoje lamentam perante a história. Todavia, o Brasil tem uma “elite” perversa, autoritária e egocêntrica. Poder-se-ia dizer que é uma classe dominante quase esquizofrênica, e que é capaz, como já foi comprovado, de apoiar e ser cúmplice de invasão de gringo para que ela possa, por exemplo, derrubar um governo eleito, e, dessa forma, locupletar-se com a nova ordem política e ideológica imposta à força, como ocorreu, inquestionavelmente, em 1964, quando a direita efetivou um golpe civil-militar, que durou o tempo de 21 anos.

A direita partidária, a burguesia e a pequena burguesia (classe média) em geral sabem disso e trataram logo de emplacar a Petrobras como alvo para que o Governo trabalhista seja desmoralizado e, por sua vez, sinta o peso de sua “desqualificação” como gestor em um ano eleitoral. Trata-se do vale-tudo das eleições e, se a Petrobras cresceu por ter investido muito em todas suas áreas e segmentos, não importa, porque o que está a valer é Pasadena, mesmo os tucanos e a imprensa-empresa receberem informações da presidente da estatal, Graça Fortes, que, no Congresso, não deixou pergunta sem resposta, mostrou dados, índices e números, o que não foi o suficiente para os conservadores, pois a verdade é que esse pessoal que odeia o Brasil quer mesmo que a Petrobras exploda, como sempre quiseram desde quando a estatal foi fundada.

Agora, a estratégia da direita, à frente o candidato-playboy, Aécio Neves, é judicializar mais uma vez um processo político-eleitoral, pois o PSDB, o DEM, o PPS e o PSB, do quinta coluna Eduardo Campos, além da imprensa de mercado, não querem que a CPI seja ampla, ou seja, que sejam investigados os casos de corrupção bilionária da Alstom e Siemens, em São Paulo, e do Porto de Suape, em Pernambuco. A direita e os traidores do PSB querem apenas que seja investigada a Petrobras. A petroleira multinacional é considerada a “Geni” dos reacionários, ficam a jogar pedras, porque querem um Brasil VIP para as classes privilegiadas e um povo cativo e longe de sua emancipação.

Contudo, não somos ingênuos e sabemos, sem sombra de dúvida, que essa gente da oposição, na verdade, objetiva concretizar seus desejos mais abissais e inconfessáveis... A luta político-eleitoral e as falsas polêmicas, acusações e denúncias vazias repercutidas pela imprensa alienígena e corporativa têm, irrefragavelmente, o propósito de atacar o modelo de partilha do Pré-Sal. Exatamente isto, meus camaradas: o Pré-Sal, como combustível dos ataques ao Governo trabalhista e à Petrobras é o que move a oposição partidária, os grandes grupos empresariais nacionais e estrangeiros, e, especialmente, os magnatas bilionários de imprensa (privada), que desejam ardorosamente a volta dos tucanos ao poder, e, por conseguinte, retomar o processo de privatizações, extinguir a maioria dos programas sociais, diminuir os investimentos em infraestrutura, saúde e educação, para, desse modo, atender aos anseios do mercado financeiro internacional e dos países considerados desenvolvidos, que perderam muito dinheiro e influência com a diplomacia independente e não alinhada aos Estados Unidos e à União Europeia efetivada pelos presidentes trabalhistas Lula e Dilma.

É o Pré-Sal, estúpido! Como já disseram. É ele que está em jogo. E se os campos de petróleo das bacias de Campos e Santos estão a sofrer questionamentos de tucanos fundamentalistas do mercado e da imprensa entreguista, pois quase conseguiram desmantelar a megaestatal para vendê-la, é sinal que o modelo de concessão dos tempos de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — é o que agradava a todos aqueles que viviam da jogatina diária do mercado, bem como faziam com que os altos dirigentes das petroleiras internacionais em todo fim do dia abrissem champanhes para comemorar seus exorbitantes lucros e remessas em cima da riqueza brasileira, como o fazem até hoje quando auferem os lucros da Telebras e da Vale do Rio Doce, privatizadas e alienadas, pois vendidas por tucanos irresponsáveis e incompetentes a preço de banana.

É o Pré-Sal, coxinha de classe média com complexo de vira-lata e que pensa que vai ser um dia convidado para o baile dos ricos e depois bater com a cara na porta deles. É o Pré-Sal, pobre de direita, cuja maioria nem sabe o porquê de ser reacionário, mas compreende, lá no seu íntimo, que sua vida melhorou, em todos os sentidos, por causa dos governos trabalhistas e não por interferência dos governos do PSDB, que, além de irem ao FMI três vezes, humilhados, de joelhos, e com o pires nas mãos, não tiveram competência nem ao menos para criar empregos e, por sua vez, empregar o povo brasileiro.

Nem isso quanto mais elevar as reservas internacionais e colocar o Brasil em um patamar de importância internacional jamais experimentado em seus 514 anos de história. Ponto! O negócio é o seguinte: O senador tucano Aécio Neves no poder significa retrocesso e perda de investimentos, empregos e sossego. Exatamente isto: sossego. Porque ninguém vai ficar feliz ou satisfeito com o desemprego e o fim de dezenas de programas sociais que elevaram o padrão de vida do povo brasileiro, bem como permitiram o aumento exponencial do consumo, que, por seu turno, viabilizou a criação de empregos e também de pequenas e micros empresas, as maiores responsáveis neste País em criar postos de trabalho e gerar renda.

Aécio Neves representa o atraso, porque o novo que ele diz ser, na verdade, é mais velho e conhecido do que os currais eleitorais dos coronéis deste País. O novo é a revolução social silenciosa que o PT e os trabalhistas fizeram em apenas 12 anos. O povão sabe disso, pois passou a ter acesso ao que ele nunca pensaria um dia ter. Basta viajar, meus camaradas, pelo interior deste País para verificar o que eu afirmo, além de irem às favelas e às periferias para observar que até a vida dos miseráveis melhorou, afinal o IBGE constou que 36 milhões de pessoas saíram da miséria.

O Pré-Sal é do Brasil e não de um monte de burocratas fundamentalistas do mercado, a exemplo de Armínio Fraga, que pensam que a vida é feita de apenas números, gráficos e índices. Não mesmo. Atrás da matemática, da contabilidade, da administração e da economia existem pessoas com sonhos e desejos. Elas querem para seus filhos um mundo melhor e com serviços públicos de qualidade. E, terminantemente, não vai ser o PSDB de Aécio Neves e FHC, bem como seus aliados políticos, empresariais e midiáticos que vão favorecer o povo brasileiro.

Eles nunca fizeram isto. Jamais! Então, por que os emplumados colonizados agora o fariam? Por que este ano tem eleição? Não, meu camarada. A Casa Grande não ajuda a ninguém. Ponto! Em qualquer hora, lugar e tempo os proprietários da Big House vão continuar a edificar muros e valas para impedir o desenvolvimento sustentado e linear de todas as sociedades e nações. É o seu mais elementar vampiresco destino. Você não pode esperar da ferroada do escorpião a suavidade do sono quando te surpreende sem você perceber que dormiu.

Portanto, afirmo que a direita em qualquer parte do planeta quer um mundo usufruído por ela, que é conjunto das classes abastadas que ela representa. Por isto e por causa disto o ódio às camadas sociais mais baixas que ousaram, por intermédio de um governo popular e trabalhista, ascenderem, mesmo que modestamente, a uma vida de melhor qualidade.

Este é o real motivo de os ricos, os grandes conglomerados econômicos e financeiros e os partidos de direita, como o PSDB, detestarem o Lula, a Dilma, o Jango, o Brizola, o estadista Getúlio Vargas e a... Petrobras. Como as “elites” detestam o povo, automaticamente passam a detestar também a grande estatal brasileira e tudo aquilo que possa beneficiar o Brasil e diminuir seus poderes e influência.

O Pré-Sal é nosso! Já o teria dito, se fosse vivo, o escritor Monteiro Lobato. A CPI da Petrobras é mais uma farsa eleitoral. Realmente, estou muito comovido com o interesse e a preocupação dos tucanos e da imprensa de caráter golpista com o destino da Petrobras. É o Pré-Sal, meus camaradas! E a eleição. É isso aí.