sábado, 7 de janeiro de 2017

MATANÇA EM MANAUS FOI UMA AMOSTRA EXTREMADA DA SEGREGAÇÃO SOCIAL GERADA POR UM SISTEMA MORIBUNDO

"Isso é um erro que não podemos cometer,
achar que esse massacre e essas rebeliões 
são simplesmente guerras de facções"
(ministro da Justiça Alexandre Moraes)


Qual a conexão entre o fato de que, numa região com baixa densidade demográfica como a Amazônia, pessoas precisem morar em palafitas (construções em áreas alagadas) e nela ocorra um massacre tão chocante como o ocorrido no presídio Compaj,  de Manaus, matando 56 presos, muitos deles degolados? 

Qual a conexão entre o massacre do Carandiru, cujo saldo foi de 110 presos mortos e nenhum policial participante vitimado (sem que nenhum destes últimos tenha sido verdadeiramente punido), além de tantos outros motins diários que ceifam presidiários e funcionários públicos, e o fato de que existem quase 700 mil presos alojados em presídios capacitados para a internação de pouco mais de 300 mil?

É a seguinte: vivemos numa sociedade que não tem o mínimo respeito pelos direitos humanos e trata os pobres como animais de carga, encarando seus assassinatos como episódios de ínfima importância. 

Por que há centenas de milhares de mandados de prisões expedidos a partir de sentenças já transitadas em julgado (caso todos estes condenados fossem presos, nem sequer caberiam nos presídios atuais) sem que a polícia consiga prender os condenados, com a ineficácia policial estimulando o monstruoso índice de violência, a ponto de a vida humana valer menos do que um aparelho celular? 

Por todos os motivos anteriores; mas, principalmente, porque vivemos numa sociedade que produz uma quantidade insuportável de criminosos graças a um conjunto de fatores (corrupção, desemprego estrutural, analfabetismo, favelamento, etc.) cujo traço comum é a miséria do capitalismo. 

Segundo relatório do Ministério Público, as empresas Umanizzare (o nome é uma ironia involuntária!) e Multi Serviços Administrativos recebiam R$ 4.709,78 por cada preso sob sua guarda em regime de terceirização. A presidente do STF, ministra Carmem Lúcia, afirmou que um preso em estabelecimentos penais do Estado requer cerca de R$ 2,4 mil, o que faz suspeitar de superfaturamento na Casa dos Mortos de Manaus, muito mais terrível do que a celebrizada pela obra-prima de Dostoievski.  

O conjunto de gastos com que a sociedade arca é enorme: a construção de presídio e sua manutenção física; energia e água; alimentação dos prisioneiros, roupas e lavanderia; remuneração dos agentes penitenciários e policiamento dos presídios, bem como toda a estrutura judiciária (funcionários, promotores de justiça, juízes, viaturas e escoltas para transporte de presos). Ou seja, o custo de um preso é elevadíssimo para os padrões médios de receitas de um cidadão brasileiro. 

Algumas dezenas de bilhões de reais são, neste sentido, retiradas da precária receita tributária; somadas aos custos da dívida pública e da pesada máquina administrava do Estado, pouco sobra para o contribuinte receber a contrapartida dos seus impostos na forma de serviços indispensáveis para a coletividade. 
É, repito, em função do imenso contingente de criminosos que nossa sociedade está produzindo e à existência de custos prisionais tão onerosos, que o Estado perdeu a capacidade de prender, causando sensação de impunidade que se constitui num combustível adicional para o crime.  

Dentro deste contexto, o tráfico de drogas movimenta bilhões de reais no Brasil inteiro, financia o crime organizado e concorre para o aumento de outras formas de criminalidade. Neste artigo já disséramos que a droga é uma mercadoria (clandestina) e que todas as mercadorias são drogas (oficiais). Só há uma maneira de se extirpar o tráfico de drogas como cancro social: a superação da própria mercadoria.  Tal princípio vale igualmente para as armas de fogo.
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SOBRE A CRÍTICA AOS DIREITOS HUMANOS
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Face à intensificação da escalada da violência e à incapacidade do Estado de enfrentá-la, surgem as mais diversas teses sobre o tratamento policial desta questão, na contramão do respeito os direitos humanos. 

É que a violência urbana (e até rural) está se tornando uma guerra civil não declarada tanto no Brasil (em todos os estados, o que demonstra não ser uma questão localizada e nem apenas de boa ou má administração) e em muitas regiões do mundo.

A desigualdade social brasileira e mundial se aprofunda. Segmentos excluídos da sociedade, que são grande parte da população (vale ressaltar que existem também delinquentes entre as chamadas classe média e alta, principalmente os corruptos de colarinho branco), derivam para o crime e para a barbárie, justamente por não terem consciência de quando, como, por que e por onde devem canalizar as suas insatisfações. A violência cega a nada leva de construtivo. 

Infelizmente, tal inconsciência é a base não apenas da barbárie, mas também, e principalmente, da existência da própria exclusão e da aceitação (até certo ponto) da opressão sistêmica. Afinal, a barbárie nunca foi e nem jamais será instrumento eficaz de transformação social.

Mesmo assim, continuam pipocando nas abordagens dos segmentos mais conservadores e melhor aquinhoados da sociedade as demagógicas críticas à supostamente injusta defesa dos criminosos por parte dos defensores dos direitos humanos, no que diz respeito às:
– condições carcerárias desumanas;
– aos assassinatos em motins nos presídios;
– à truculência da polícia, que, diante da incapacidade de uma prisão pelo Estado, passa a torturar, mandar bala a torto e direito, a executar suspeitos já rendidos, etc., o que, numa espiral de violência, acaba elevando também o número de mortos em suas fileiras. 
    Quando não se trata de policiais mancomunados com o crime a ponto de acobertarem com suas fardas ou distintivos o extermínio de concorrentes dos seussegundos patrões, são agentes que se desviam do dever para atuar como justiceiros, em contraponto à insegurança e às agressões sofridas pelas vítimas. Só que um erro não justifica outro nem lhes confere o direito de tomar a justiça em suas mãos.. 

    Os nazistas eram os maiores propagadores dessas teses, e todos sabemos no que deu. 

    Os comentários negativos contra defensores dos direitos humanos geralmente fazem chantagem emocional com a situação das vítimas de assaltos ou chacinas e suas respectivas famílias, como se certa fosse a primitiva lei do talião e errada, a civilização que penosamente construímos ao longo de milênios.

    Tal postura deriva de uma falsa dicotomia. A análise que parte de uma suposta oposição de tratamento entre vítimas e criminosos está contaminada por pressuposto equivocado, uma vez que tanto vítimas como criminosos sofrem, cada um do seu modo, com o resultado prático de uma negatividade social endógena (as relações sociais sob o capitalismo). 

    É evidente que não se podem proteger criminosos com a impunidade, mas nem por isto se justificam tratamentos cruéis e ignominiosos. 

    Devem, portanto, ser incisivamente repudiados os opositores dos direitos humanos que erigem a punição degradante como alternativa à impunidade, ao invés de terem a coragem e a dignidade de discutirem o que está subjacente a tal guerra civil não declarada entre excluídos e incluídos, reconhecendo que de uma sociedade intrinsecamente injusta (como é a capitalista, principalmente quando atinge o seu limite interno absoluto de expansão) não pode resultar a felicidade coletiva. 

    Afinal, quando se planta uma erva daninha, dela não se podem esperar bons frutos. 
    (por Dalton Rosadohttps://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2017/01/matanca-em-manaus-foi-uma-amostra-da.html

    quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

    "VIDA, PAIXÃO E AGONIA DOS JORNAIS IMPRESSOS"


    Há muito se profetiza o fim dos jornais impressos. 

    Um apressadinho trombeteou que, nos Estados Unidos, eles baixariam à sepultura em 2017. Bem, o ano começou e eles continuam lá, só que nem firmes nem fortes: Wall Street JournalNew York TimesThe Boston Globe, os mais prestigiosos e influentes veículos da terra do Cidadão Kane sofrem contínuas quedas na tiragem. 

    Foi no final da década passada que Francis Gurry, então cabeça da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, lançou a previsão furada do parágrafo acima. E também esta: “Os jornais no formato como os conhecemos hoje, vão desaparecer até 2040. Até essa data, todos os países do mundo devem fazer a transição do papel para o meio digital”. Gurry dizia que os sinais da mudança já se vislumbravam, como no fato de que as vendas de versões digitais de jornais superavam as registradas em bancas.

    Outro necrólogo dos jornais, Philip Meyer, professor da Universidade da Carolina do Norte, em seu livro The Vanishing Newspaper,  concedeu uns bons aninhos a mais para os jornais em papel nos EUA, antes de expirarem inapelavelmente.

    Segundo ele, de todos os meios antigos, são os jornais impressos os que mais espaço vêm perdendo para a internet, daí terem um encontro marcado com a morte no primeiro trimestre de 2043, “quando o último leitor estiver cansado e colocar de lado a última edição amarrotada”.

    Chutes de datas à parte, a tendência é inequívoca. Tanto que, no último mês de março, The Independent se tornou o primeiro jornal britânico a ser publicado apenas em versão digital.

    Na ocasião, El País, o jornal mais global em língua espanhola, anunciou que também preparava a transição para se tornar um veículo estritamente digital (o que não ocorreu até agora). E grandes jornais do mundo inteiro priorizavam em seus investimentos as melhoras nas edições digitais, sinal inequívoco de que não veem futuro nas edições impressas. 

    Até porque o modelo de negócios dos ditos cujos está implodindo, à medida que os leitores jovens vão atrás de notícias nos tabloides gratuitos e na mídia eletrônica. A internet, com sua vastidão, energia e imediatismo, deixa pra trás, ofegantes, os sonolentos dinossauros de papel.

    "ABAIXO A DITABRANDA!"

    No Brasil, à parte jornais influentes assassinados pela ditadura militar implantada em 1964, como o sólido Correio da Manhã, a mortandade impressa por motivos naturais já chegou. 
    Assim morre um jornal

    Um dos outrora mais importantes do país, o Jornal do Brasil, antes de estrebuchar de uma vez por todas promoveu, inutilmente, uma radical reforma gráfica, que trouxe como grande novidade um novo formato, o berliner (veja mais sobre isto no antepenúltimo parágrafo).

    Seguia receita usada por tradicionais periódicos europeus. Prático de manusear e carregar, mais agradável aos olhos das novas gerações, tal tratamento intensivo ao paciente terminal não deu, contudo, sobrevida nem a jornais bicentenários pelo mundo, que acabaram fechando.

    Outro cadáver, o do Jornal da Tarde, do Grupo Estado, em São Paulo, foi sepultado no final de 2012. O motivo do falecimento, segundo seu criador Mino Carta, foi ter perdido a própria razão de ser:
    "Toda a imprensa brasileira decaiu, mas a morte do jornal há de ser vista como conseqüência fatal da decadência do jornalismo impresso, cercado por forças novas, encaradas com perplexidade por este velho profissional, incapaz de imaginar o desfecho disso tudo".
    Uma das forças novas (por enquanto ainda imperceptível) a cercar o jornalismo impresso e a minar suas forças, não é digital e sim ideológica. O saudoso professor Perseu Abramo avaliou, emPadrões de Manipulação da Grande Imprensa, que o jornalismo precisa se libertar de seu pior inimigo, que é a própria imprensa tal como ela existe hoje. 

    O que é um jornal? Um punhado de cidadãos com dinheiro para comprar impressoras e montar infraestrutura de redação e distribuição para publicar o que eles querem que o público leia e não publicar o que eles não querem que o público leia, para o bem de seus próprios interesses econômicos, políticos e ideológicos. Numa palavra, manipulação das consciências. Perfeitamente democrático. Perfeitamente amoral.

    Abramo foi além, captando outra tendência que, vampirescamente, drenaria o sangue das jugulares dos jornais: a de que as classes dominadas não mais teriam motivos para acreditar ou confiar na imprensa, em papel ou digital, muito menos para seguir suas orientações:
    "Passariam a intensificar sua postura crítica, sua análise de conteúdo e forma, diante dos órgãos de comunicação. Por meio de seus setores mais organizados, contestariam as informações jornalísticas, fariam a comparação militante entre o real acontecido e o irreal comunicado, fariam a denúncia sistemática da manipulação e da distorção. Tomariam como uma de suas principais tarefas de luta a desmistificação organizada da imprensa e das empresas de comunicação". 
    Um episódio emblemático neste sentido foi o contundente e abrangente repúdio, nas redes sociais e em manifestação de rua, a um editorial da Folha de S. Paulo que, em fevereiro de 2009, minimizou os horrores do regime militar, afirmando ter havido no Brasil uma mera ditabranda
      
    UMA HISTÓRIA DE 2 MILÊNIOS

    Enquanto isto, ao redor das tumbas dos jornais finados, ecoam os sussurros da fascinante história da imprensa escrita.
    Acta Diurna, a vovó dos jornais
    O primeiro jornal de que se tem notícia no mundo foi criado pelo imperador romano Júlio César em 59 a.C., para divulgar suas conquistas militares e informar o povo da expansão do Império, fazendo embutir, como bom marqueteiro que era, muita propaganda pessoal nos relatos.

    Tratava-se da chamada Acta Diurna, publicado em grandes placas brancas de papel e madeira, que eram expostas nas principais praças das grandes cidades a fim de que as pessoas lessem de graça. Para escrevê-lo, surgiram os primeiros jornalistas, com a denominação de correspondentes imperais.

    O formato, semelhante ao dos outdoors atuais, foi adotado porque a fabricação do papel era muito onerosa utilizando-se a tecnologia então conhecida em Roma (desde 105 a.C. já se fabricava papel a partir de fibras vegetais na China, mas a novidade ainda não havia chegado no Mediterrâneo).

    Passamos então pela prensa de Gutenberg, inventada em 1438; e tivemos na Revolução Francesa o maior impulso de um dos mais antigos métodos de impressão, a tipografia, com a publicação de 1.500 títulos na época, duas vezes mais que no século e meio anterior a 1789. 

    Inventamos, nestes 578 anos transcorridos desde o surgimento da prensa, velocíssimos, nítidos e econômicos métodos de impressão em superfícies lisas ou não, chamados, entre outros, de off-set, flexografia, rotogravura, litografia, tampografia, xerografia.

    Ao chegarmos no ano de 2006, resolvemos diminuir o tamanho do velho jornalão, que ora xingamos de mastodonte. Os primeiros de menor tamanho circularam e ainda circulam pelo mundo e também no Brasil, denominados padrão berliner, imagens e textos curtos pipocando em seu formato de 47 x 37,5 centímetros, um pouco menor do que o tabloide.
    Jornal  de Marat, o mais emblemático da Revolução Francesa

    Ingressamos na era do plasma, um pedaço de papel eletrônico, espécie de plástico dobrável, para pôr no bolso. Uma tela portátil, denominada e-reader, de 12,2 por 16,3 centímetros. Impresso e alimentado via internet sem fio, a rotatividade das notícias é monitorada via digital. Encostamos a ponta da unha e pronto, temos sempre novas e novas notícias.

    Não há jornal impresso que resista ao furacão de avanços tecnológicos a que chegamos neste século 21 e das tempestades eletrônicas que se avizinham. 

    E os avanços ideológicos nas classes dominadas, estes igualmente carregam a alça do esquife dos jornais impressos rumo ao cemitério.
     (por Apollo Natali)https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2017/01/apollo-natali-vida-paixao-e-morte-dos.html

    VEREADOR NEGRO QUER ACABAR COM O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA EM SÃO PAULO

    Fernando Holiday, integrante do Movimento Brasil Livre que se elegeu vereador paulistano pelo DEM, vai apresentar uma proposta de revogação do Dia da Consciência Negra, data que São Paulo celebra em 20 de novembro; ele também quer acabar com as cotas raciais em concursos públicos municipais.

    Este blogue está aberto para quem quiser discutir tais iniciativas, desde que o faça com argumentos, ou seja, sem ofensas gratuitas nem panfletarismo. 


    Creio ser desnecessário lembrar que São Paulo é uma vitrine para o resto do Brasil; se o tal Holiday conseguir seu intento, é bem provável que brotem imitadores por aí como cogumelos. 
    Consequentemente, para os que forem contrários às bandeiras do tal Holiday, a hora de barrá-lo é agora.

    De resto, já que ele contesta radicalmente a figura histórica de Zumbi dos Palmares, aproveito para relembrar a visão que a arte deu do quilombola que travou heroica luta contra a opressão portuguesa. Foi uma verdadeira revelação para o adolescente que eu era quando a conheci. 

    Eis o áudio do LP então lançado, com os melhores diálogos e a extraordinária trilha deArena conta Zumbi (1965), peça de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri que, sem favor algum, pode ser considerada o melhor musical do teatro brasileiro em todos os tempos. 

    quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

    Recado de Ano Novo aos minions providos de dois neurônios e raciocínio binário-programável

     


    “Man kann den Hintern schminken wie man will, es wird kein ordentliches Gesicht daraus.“

    "A melhor maquiagem não faz da bunda um rosto apresentável."

    (Kurt Tucholsky)

    Inauguramos um novo ano, sem novidade nenhuma. De nada adiantarão os tais votos de São Silvestre, com augúrios de felicidade e de um tempo melhor para nossos entes queridos, se não tivermos capacidade de mudar. Está em nossas mãos o destino deste país e do futuro de nossos filhos e netos, mas precisamos começar a pensar com nossa própria cabeça e abandonar a crença ingênua em noticiários, sejam de que cor forem.

    Notícias em mídia são como jabutis no alto de uma árvore. Como lá não chegam sozinhos, alguém os colocou lá. Para entender o significado do noticiado, precisamos conhecer a história por trás dele. Por que foi tornado público? Com que intenção? Por que escolheram fulano para escrever a matéria? Por que hoje? Por que na primeira, segunda ou terceira página do jornal? Por que essa manchete? Por que esse lead? Se não tentar responder a essas perguntas, se tomar o conteúdo da notícia pelo seu valor de face, o leitor estará sendo engambelado!

    A maioria de vocês, minions, age assim. Vocês lêem um engodo e logo se revoltam. São irritadiços e extremamente impulsivos, o tipo de massa de manobra, "useful idiots", inocentes úteis manobrados por atores inescrupulosos, que usam o que é manifesto para alavancar o que é latente. É claro que a corrupção – o alcance do que é nosso por políticos e empresários de ética deformada – é um fato repulsivo, assim como o tráfico negreiro o era no século XIX. Só que quem monta o circo da comoção pública não está nem aí para o desvalor dessas condutas. Na verdade, sob outras circunstâncias, os manipuladores até as apoiariam com argumentos que vocês, almas binárias, engoliriam com o mesmo histrionismo demonstrado na reação a elas.

    Os ingleses enriqueceram com mão-de-obra escrava em suas colônias. Conseguiram com o ciclo do algodão compensar razoavelmente a crise da lã que quase pôs abaixo a sua indústria têxtil no séc. XVIII. Mas quando em 1774 a King's Bench declarou o trabalho escravo incompatível com o Common Law, a diplomacia britânica esmerou-se na imposição da proibição internacional do comércio escravo. Afinal de contas, sem mão-de-obra escrava nas plantações de algodão, os ingleses perdiam feio em competitividade para os franceses, os espanhóis e os portugueses.

    Tudo não passou de "business as usual". Assim, quando interceptavam navios negreiros em alto-mar, na maioria das vezes os ingleses não se davam ao trabalho de rebocá-los de volta à costa d'África. Afundavam os barcos com sua carga humana. Prevalecia a lei do menor custo. Em 1826, impuseram ao Brasil um tratado em que se acordou a proscrição do trabalho escravo. Este fazia parte de um pacote de medidas humilhantes vinculadas ao reconhecimento da independência do País pela coroa britânica. Em 1827, depois de indignados protestos do legislativo imperial, D. Pedro I foi obrigado a ratificar o tratado a bordo de um vaso de guerra inglês. E como o Brasil insistiu em descumprir o tratado, os ingleses anunciaram em 1845, por ato do parlamento (Bill Aberdeen), que perseguiriam embarcações irregulares até em águas territoriais brasileiras e submeteriam sua tripulação a cortes marciais britânicas. Na implementação dessa medida, chegaram a interceptar inúmeras embarcações absolutamente regulares e confiscaram sua preciosa carga. Houve troca de tiros entre navios da armada britânica e navios de guerra brasileiros, com óbitos só de nosso lado. Houve uma tentativa de invasão da Baía da Guanabara, rechaçada pela guarda costeira pátria. E sem a sanção da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, proscrevendo o comércio de escravos, a guerra contra a Inglaterra teria sido inevitável.

    Importante é lembrar que, por mais desprezível e desumano que seja a redução de semelhantes à condição de escravos, o discurso manifesto era só uma cortina de fumaça que escondia a intenção latente dos ingleses de submeter o Brasil a seus interesses econômicos e políticos. Ninguém vai por isso ser tolerante ou até bater palmas para o regime escravocrata que permeia nossa cultura de desigualdade até hoje, mas é preciso ser esperto e não deixar que outros nos ditem suas agendas para inviabilizar nosso país. Somos nós que temos que dar o rumo ao nosso desenvolvimento, em vez de moldá-lo aos desígnios estratégicos alheios, até porque quem nos quer impor a pecha de imorais não tem moral nenhuma para fazê-lo.

    A cruzada atual contra a corrupção assume essa mesma feição de ditado externo. A pauta de proibição de peita a funcionários estrangeiros, objeto de convenção da OCDE de que o Brasil é parte signatária, para dar maior pujança a seu comércio exterior, atende sobretudo às economias centrais, já que a prática da peita afeta majoritariamente governos periféricos. Não que não haja corrupção nas economias centrais. Ela existe fartamente, tanto no setor público, quanto no privado. O governo americano não teve problemas em depositar recursos classificados como de "cooperação técnica policial" em contas pessoais de autoridades do ramo no Brasil. As empresas norte-americanas corriqueiramente fazem lobby nada kosher com atores políticos do mundo inteiro. Mas ficam à margem da ação de sua Justiça. Afinal de contas, isso é um problema, nesse caso, de restrições legais à territorialidade. Mas quando se trata de nossas empresas estratégicas, os EUA estendem, com subserviente ajuda das nossas autoridades persecutórias, sua jurisdição ao infinito, punindo-as por atos estranhos ao território americano.  Como disse o vice-diretor do FBI, as práticas dessas empresas afetam a segurança nacional americana e repercutem no mercado internacional, no qual as empresas americanas também atuam.

    E nossas instituições bobinhas, com complexo de vira-latas, fazem de tudo para agradar ao governo americano, orgulhando-se de prêmios recebidos de instituições e revistas da metrópole. Fazem, com isso, o papel que se espera delas: sufocar a ousadia brasileira de ter um projeto nacional.

    Isso, claro está, não serve de perdão a nossos malfeitores corruptos, agora muito mais presentes no governo que se estabeleceu depois do golpe parlamentar turbinado pela meganhagem antinacional do complexo judiciário-policial e pela grande mídia comercial. Mas a resposta a nossas corrupções de cada dia deve ser dada no estrito atendimento aos interesses nacionais. Não pode destruir setores de nossa economia e tornar-nos um pária da globalização. Não pode inviabilizar a governação e anular todo o recente esforço de inclusão social. E nem pode transformar nosso sistema de Justiça num teatro de desmoralização de investigados. Temos de reagir de forma dura, mas preservando nossos ativos estratégicos – exatamente como eles, nossos autoproclamados parceiros, também fazem.

    Quem tiver culpa, que responda, mas com a dignidade que nossa constituição garante a todas e todos. Nenhum método de investigação torto justifica-se em função de pretenso "bem maior", pois não há bem maior que a dignidade da cidadania e o legítimo interesse estratégico nacional. É preferível um culpado ser inocentado porque não se logrou provar sua culpa dentro da lei, a culpar um inocente com métodos a seu arrepio.

    E, queridos minions, não entrem nessa onda populista de quem quer usá-los para reforçar seus privilégios no serviço público, sugerindo-lhes que são um povo cheio de dignidade lutando contra um bando de canalhas, porque, quando tudo acabar, só sobrará tapera e vocês não serão mais "um povo" orgulhoso do seu verde-amarelo, mas serviçais mal-pagos e desmoralizados do Grande Irmão do Norte.


    Oxalá que para nós todos, brasileiros e terráqueos de todas as colorações, a esperança vença em 2017 a injustiça, a traição e a prepotência!

    no http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2017/01/eugenio-aragao-um-soco-na-boca-do.html

    terça-feira, 3 de janeiro de 2017

    Indecisões na Vida - E na política

    indecisão
    Indecisões na vida

    Nada pior do que a indecisão. Corremos o risco de decidirem nossa vida por nós, que sabemos o que queremos. Muitas vezes não podemos nem discutir o que queremos.

    A indecisão é como a esquina de duas ruas para quem atravessa uma encruzilhada e se dirige para a esquina. Não volta para trás, não vai para a direita nem para a esquerda. Pára em frente à esquina e ali fica. Preciosos momentos em que reflete em círculos, sem decidir nada de sua vida. Não sabe o que fazer, ou se sabe, não sabe que lado ou rumo escolher. Há quem não tenha nada para decidir na vida! Pode empacar numa praia, num bar, num cinema, num shopping, mas jamais numa esquina, num deserto, no meio da selva ou no mar. Isso ser-lhe-ia fatal.

    Pôr uma banana numa gaiola e esperar que ela cante, vai nos levar um par de dias sem chegarmos a nenhum resultado. Depois ela apodrece sem dar nem um pio.

    E assim se divide a humanidade em dois grupos: Os que podem empacar e os que não podem, porque para os primeiros, isso não tem importância. Para os últimos, sim. Disso depende o futuro de sua vida.

    De todas as indecisões comuns a todos nós, algumas sobressaem pela sua importância: Namorar esta (e) ou aquela (e), casar ou não, fazer ou não um curso, trocar um emprego por outro, gastar numa compra ou economizar, abrir um negócio ou aplicar em outra coisa, seguir este ou aquele partido político, ter (fazer) ou não um filho.

    Nossa vida rege-se passo a passo desde que começamos a andar. Somos produto de todas as nossas ações. É um longo caminho em que vamos traçando o nosso caráter, tomando erros como acertos ou acertos como erros se nos equivocamos na apreciação, ou, de forma consciente e com bom índice de análise e crítica próprias, corrigindo o nosso perfil, a nossa identidade como ser humano. O que não vemos, a sociedade enxerga, e assim teremos amigos mais ou menos fiéis, mais ou menos amigos, mais ou menos inimigos.

    Costumamos varrer os nossos erros para debaixo de um enorme tapete. Outra forma, talvez mais adequada, é reciclar o lixo que produzimos através de correção. O saber pedir desculpas pode ser um bom começo. Isso lhe trará mais benefícios? Depende do que se quer na vida. Amigos não se compram, e num sistema social corrupto até se pode comprar muita coisa com dinheiro, mas o tempo costuma corrigir as coisas, e aqueles que se compram podem no futuro vir a denunciar-nos. É um risco como outro qualquer em negócios. Podemos passar toda uma vida mergulhada em erros e até morrer de forma tranqüila numa cama sem sentir dor alguma, remorso, arrependimento. Deus aparentemente não se intromete nessas coisas pueris da vida. Muitos nem acreditam que Deus exista.

    Mas falar de justiça após a morte é como perguntar a um morto quem o matou. Não sabemos nada do que acontece para lá dela. Como a morte é comum a toda a vida na terra, sem jamais ter havido exceção, poderíamos até presumir que houvesse justiça para quem atira com arma de fogo num animal selvagem apenas pelo prazer de matar, a que chamam despreocupadamente de “caçar”.

    Vem tudo isto a propósito de uma situação mundial que não tem paralelo na história. Vivemos a era da corrupção. Em todo o mundo o povo está indo para as ruas porque há uma crise econômica que só encontra paralelo na de 1929 que culminou na segunda guerra mundial em 1939.

    Helmuth Koln saiu do governo e descobriu-se que era corrupto posteriormente. Sarkosy da França, ex-presidente que perdeu as últimas eleições, está sob investigação pelo mesmo motivo. Um ex-presidente de Israel assediava e abusou de uma moça que trabalhava num departamento de estado e está preso. Uma ministra francesa fez uma compra de aviões para a União Européia e foi corrompida ou corrompeu. Na Grécia caíram vários governos e em Portugal, Itália, Espanha e por toda a Europa. O dono de um jornal famoso com sede em Londres utilizava escutas telefônicas para pressionar indesejáveis ou colunáveis e políticos. No norte de África o povo muçulmano não suportou anos e anos de despotismo e abriu a caça a ditadores que se escondiam nas páginas e nas suras do Corão para abusar de seus cidadãos.

    Descrentes das constituições que permitiam o aparecimento e o enriquecimento de políticos astutos, Islândia, Suécia, Noruega, Finlândia e Suíça usaram as redes sociais da Internet para aprovar, item a item, uma nova constituição que não permitisse que interesses escusos fossem beneficiados em detrimento dos interesses dos cidadãos. Saíram da crise.

    Os índices de corrupção em todo mundo são alarmantes. No Brasil, várias comissões parlamentares de Inquérito decorrem num senado que não faz retornar aos cofres públicos as enormes verbas desviadas e que tanta falta fazem para o desenvolvimento nacional. Um dia, o ministro Mantega terá que se explicar pela exorbitância dos juros cobrados a título de “conter a inflação”, e seu enriquecimento vasculhado em contas internacionais.

    Como estamos não estamos bem. Temos que mudar. Uma das opções parece ser a Democracia participativa, através de um primeiro passo: Exigir dos governantes uma nova constituição semelhante às dos países que já as adotaram. Nelas nada pode ser alterado sem que se proceda a nova votação.

    Não fique indeciso: Se deseja saber o que é a Democracia Participativa, Real, Verdadeira consulte


    Se deseja conhecer um modelo de nova constituição para o Brasil



    Rui Rodrigues

    segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

    VOCÊ É RICO POBRE OU MISERÁVEL? – (Decida)


    Sede do Banco Mundial - Washington
    VOCÊ É RICO, POBRE OU MISERÁVEL? – (Decida...)

    Ouvimos falar muito sobre pobreza , mas na realidade boa parte da humanidade não sabe o que ela realmente é, como é produzida, e, pior ainda, a propriedade a confiabilidade e a veracidade da definição de “pobre”. Para o Banco Mundial, pobre é todo aquele que vive com menos de 1 USD (Um dólar norte americano) por dia, embora hajam outros índices que completam a definição de pobreza. Sabendo-se que o custo de uma passagem de Ônibus anda á volta desse valor, constata-se facilmente que um trabalhador iria trabalhar mas não poderia pagar a passagem de volta: Esse dólar por dia só seria suficiente para pagar a passagem de ida. Além disso, não teria dinheiro para roupas, residência, água, energia elétrica, alimentação, diversão.
    Mas quem é o Banco Mundial?
    O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional que fornece empréstimos para países em desenvolvimento para programas de capital. Financiado pelos países mais ricos do planeta, cobram juros, é um grande negócio. O Banco Mundial é composto por duas instituições: o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID). O Grupo Banco Mundial abrange estas duas e mais três: Sociedade Financeira Internacional (SFI), Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI). Com o limite tão baixo do valor que define como necessário para que se deixe de ser pobre, repito, um miserável dólar por dia, os pobres deixam de ser pobres, pagam imposto de renda, as estatísticas desses países melhoram no conceito mundial, os governos ficam satisfeitos, o Banco engole bilhões de dólares de lucro dos investimentos, lucro esse que cresce a uma taxa média de 20% ao ano... Grande negócio!
    A definição de pobreza do Banco Mundial é uma mentira!
    A definição pode servir isso sim, para estabelecer um limite á miserabilidade, mas falta o limite superior que defina o que é “não ser pobre”. Quem vive com até um dólar por dia vegeta nas ruas de cidades dormindo no chão, não se locomove, ficando sempre no mesmo bairro, e gasta esse dólar em um pão e uns goles de cachaça para esquecer que é miserável... Basta andar pelas ruas de Paris, Nova York, Rio de Janeiro, S. Paulo, e nem vamos falar nos países asiáticos, do Oriente Médio, nem de África... Seria razoável definir a pobreza de outra forma: por País, em razão de um salário mínimo regional, o que ficaria mais próximo da realidade. Salário mínimo é o mínimo para não morrer de fome e se sustentar a si mesmo.
    As cifras atuais de pobreza, com base no Banco Mundial são de cerca de 1.100.000.000 de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia, e cerca de 2.700.000.000 de pessoas que vivem numa “pobreza moderada” porque ganham menos de dois dólares por dia (3,4 reais, o que coloca todos os que vivem no Brasil com um salário mínimo como “pobres moderados”). Mais razoável seria dizer que pobre é todo aquele que ganha até 3 dólares por dia, e nesse caso teríamos cerca de 4.000.000.000 de pessoas pobres no planeta, ou seja, sessenta por cento da população mundial é pobre... Isso mesmo... O mundo é eminentemente pobre e miserável.
    Os índices que nos mostram são políticos de conivência com os governos. Bancos e governos dividem entre si o botim das verbas públicas e as aplicam como desejam. As propagandas que emitem regularmente visam tranqüilizar a população, como “conversa para boi dormir”.
    Se quisermos acabar com este Status Quo da política internacional, devemos ter voz firme e ouvida nas Assembléias e parlamentos nacionais, através de voto pessoal e não representativo como tem sido em países que se “dizem” democráticos. Isso se faz através da Democracia Participativa . Não podemos esperar que governos “concedam” a seus cidadãos a prerrogativa de falar através de voto nas decisões mais importantes da nação, porque são enormes e ricos os interesses que motivam cidadãos a se candidatarem a falar, no governo, em nome dos cidadãos, mas vemos que usam seu poder para aumentar os próprios salários, dividir verbas, ocupar ministérios que fraudam descaradamente. Esses “representantes”, alguns ministros, aconselham presidências, como por exemplo, a “doar” verbas públicas a Bancos para “salvá-los” das crises – que não existiam, mas que por causa disso, apareceram.
    A maioria dos ministros de economia dos países mais ricos veio de instituições bancárias. Isso não é por acaso.
    Veja neste site como se pode ter um mundo mais justo com a Democracia Participativa. http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/

    Rui Rodrigues
     http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/voce-e-rico-pobre-ou-miseravel-decida

    DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, TOTAL, VERDADEIRA,



    Na Democracia Participativa, os Partidos Políticos podem ou não existir, como fonte de consulta, mas não são importantes, não têm importância alguma, e não elegem nenhum de seus membros para o Senado ou qualquer órgão público, exceto se por vontade cidadã através de votação, mas fica preso e amarrado à constituição sem poder feri-la ou alterá-la. É o povo que manda e diz o que quer pelo voto.  Não existem políticos tal como os conhecemos porque não têm poder algum. São apenas conselheiros, servidores públicos que podem ser deseleitos. O presidente é uma figura "decorativa" que não pode comprometer a nação internacionalmente sem consultar a população.
    Na Democracia Participativa, após as eleições, o voto pode ser retirado e quando apenas votarem menos de 50% dos eleitores possíveis se fará outra, o sistema deve ser revisto, o povo inquirido sobre o que tem que mudar, porque com menos de 50% de votantes, nenhum governo representa a população. Têm nos mantido iludidos, levando as votações adiante e elegendo-se sem representarem os cidadãos em sua maioria.
    Na Democracia Participativa verdadeira, completa, total, não há lugar para "comitês", representantes... O diálogo se faz através de perguntas e respostas de forma instantânea por votação usando as redes sociais ou sistema semelhante. 
    Como funciona a Democracia Participativa?
    Na Democracia Participativa, o governo se constitui dos órgãos que normalmente fazem parte de qualquer governo democrático do mundo. Cada povo poderá escolher qual o modelo que mais lhe convém, com os três poderes: Legislativo, Executivo e o judiciário. O sistema da democracia Participativa pode ter quantos ministérios forem desejados pelos cidadãos.
    São válidos os modelos democráticos tal como os conhecemos... Eis o que muda.
     1.     Todos os membros em cargos do governo são escolhidos por voto dos cidadãos interessados. A eleição se fará através de voto em Bancos 24 horas de Votação a serem criados, por Internet grátis em sites específicos ou até mesmo por dispositivo comum de comunicação, evitando-se assim “arranjos políticos” entre partidos, proteção de qualquer natureza ou compra de votos. O cidadão vota a qualquer momento sempre que achar necessário.
     2.     Os votos podem ser retirados (deseleger – desaprovar), o que amplia a cidadania democrática a muito mais do que votar apenas de quatro em quatro anos: Vota-se sempre que se desejar, a qualquer instante.

     3.    As leis são propostas ao Senado por qualquer órgão ou cidadão, para que sejam previamente aprovadas ou negadas por voto popular. Se a população achar que algum político ou ocupante de cargo no governo não atende os seus interesses, retira-lhe o voto dado e ele sai imediatamente sem necessidade de impeachment, quando a quantidade de votos que permanecem for inferior ao mínimo necessário para ocupar o cargo.
      4.   Qualquer lei ou ato de governo deve ser submetido a voto, o que inclui mas não se limita a: declaração de guerra; percentuais de aplicação de verbas publicas em educação, centros de pesquisa, infra estruturas, preservação do ambiente, saúde, segurança pública, transportes;  taxas de impostos,  e tudo o que normalmente se vota nos senados, câmaras, governos estaduais, prefeituras.
     5.    O processo de implantação da Democracia participativa começa com a aprovação popular, via NET, item por item, de uma Constituição que somente poderá ser alterada também por voto popular, impedindo a manipulação de interesses escusos de políticos. 
    Cada nação crescerá e se desenvolverá segundo sua capacidade e vontade popular de progredir, segundo o que acha mais importante. Esta é a verdadeira, real e única Democracia que de fato o é!
    Para Portugal e Brasil, existem neste site dois modelos para uma nova constituição, baseados na Constituição Suíça. Uma constituição não depende do tamanho do país, mas de sua vontade em ter o que deseja. O que se deseja deve estar escrito na constituição sem dúbias interpretações que justifiquem Atos institucionais ou Medidas Provisórias que deturpam a constituição. Se desejar mais informações leia por favor as páginas deste site e abaixo:

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     Outras considerações:
    Acreditamos na humanidade. Não acreditamos que a humanidade seja pecadora desde a nascença. Acreditamos na boa vontade entre homens e mulheres, Não acreditamos que a violência possa resolver algum conflito, porque nada nesta vida é eterno. A história Universal é prova do que dizemos.
    Não representamos nenhuma ideologia em particular, nem partido político, nem nenhum político, filósofo, religião, empresa ou nação. Nem a nós mesmos nos representamos. Pelo contrário, cada um de todos nós, que compomos a humanidade tem a sua consciência do que deseja de bem para si mesmo e para a humanidade.
    Acreditamos que o progresso do mundo, sem guerras nem violência de qualquer natureza, sem partidarismos, sem excessos, pode ser muito maior e proveitoso se os recursos dos impostos puderem ser canalizados para as maiores necessidades da população: Infra-estruturas, Saúde Pública, Trabalho, Transportes, Saúde, Pesquisa, Sustentabilidade, Educação. Tem sido enorme o desperdício de verbas em corrupção e guerras que atrasaram o progresso e a evolução da humanidade.
    Não vemos outra forma efetiva de melhorar o mundo senão através da palavra de cada ser humano expressa pelo voto instantâneo, dado ou retirado a qualquer instante, podendo eleger/deseleger e aprovar/desaprovar.
    Ideologias, algumas extremistas, e líderes que as seguem mais ou menos estritamente, demonstraram ao longo da história que não conseguiram resolver qualquer problema sério da humanidade.
    A palavra deve ser dada à humanidade independente.
    A humanidade espera a sua vez de falar e de se fazer ouvir.
    O mundo tem que provar que pode ser melhor.

    Como funcionaram os governos desde o inicio da humanidade até hoje?
    Os livros de História Universal contam a história da Humanidade. Uma consulta, mesmo simples, nos diz que desde cerca de 12.000 anos, o poder se estabeleceu pela necessidade de gerir grupos humanos que variavam de 60 indivíduos, no começo da humanidade, até cerca de 10.000 quando se descobriu a agricultura que permitiu a concentração maior de massas humanas, pela disponibilidade de alimento. Geralmente este poder de uma pequena parte do grupo sobre a maioria, foi exercido pela força das armas, ou pela submissão consentida, baseada na religião, que propagava a idéia de que o Rei ou soberano tinha origem divina. Muitos governos, ou quase todos os da antiguidade, como os de Roma, Grécia, Egito, eram baseados no poder divino de deuses folclóricos inventados para governar através de doutrinas dos religiosos que amedrontavam as populações com os poderes divinos. Quase todos os governos eram Teocracias, isto é, os chefes de governos eram também sacerdotes.
    Porém, cerca do ano 400 AC, apareceu na Grécia um modelo novo de governo: Em praça pública, aos cidadãos lhes era perguntado se apoiavam ou não uma lei do governo, um projeto de uma nova rua, de criação de impostos, e lhes eram explicadas as razões de sua necessidade. Levantando os braços, a população determinava pela maioria de braços levantados, o que apoiava ou não, se elegia, ou retirava de cargo público. Mas outros interesses, que não os da população, se impuseram, e um grupo que posteriormente foi identificado como “sofistas”, acabou com esta linda democracia. Era a Democracia Participativa, porque o povo participava dela. Deixou então de participar. O povo passou a assistir ao que os governos determinavam sem poder interferir. Cidadãos de todas as classes passaram a, passivamente, assistir à sua exploração sem terem uma palavra que pudessem gritar pelas ruas e lares, contrarias à vontade dos governos. Deram depois novos nomes a várias formas de governo, mas em nenhuma delas o povo tem realmente voz ativa, mesmo elegendo os seus “representantes” a cada quatro anos com voto isolado, órfão, ineficiente, solitário.
    Não podemos dizer que o mundo não evoluiu. Evoluiu sim, mas como os deuses eram guerreiros, e o poder exercido pela força inventou-se mitos de que a humanidade tinha sido “fabricada” com pecados originais e tinha sido castigada pelo deus criador. O deus guerreiro castigava e a humanidade tinha-lhe medo. Não só a deuses a humanidade tinha medo, mas também e de forma mais imediata ao governo com o seu poder das armas e de apedrejar, matar, confiscar bens, criar impostos extorsivos. Isto aconteceu até cerca do ano 1.500 de nossa era, quando o Feudalismo chegava ao fim. No Feudalismo, um senhor nobre era o “suserano”, submisso ao rei, que tinha terras doadas pelo rei, e governava essas terras e os escravos que pertenciam às terras e não podiam ser vendidos sem elas. Como as terras eram muitas e situadas em lugares diversos, cada suserano podia ter os seus “vassalos”, senhores daquelas terras, que recolhiam a maior parte dos lucros dos seus escravos, artífices e artesãos.
    De lá para cá, houve um movimento para que o povo fosse mais participativo, como a Revolução francesa do século XVI, que se baseava na liberdade, na Igualdade e na Fraternidade, mas não foi adiante. Em 1917, a humanidade assistiu a um novo amanhecer com a revolução russa instaurando o comunismo, mas em menos de cem anos, ficou reduzida a três países por não conseguir resolver os principais problemas da humanidade,
    A partir de 2008, assiste-se ao auge daquela forma de governo que se iniciou há cerca de 12.000 anos atrás: O capital das grandes empresas e dos Bancos domina os Partidos Políticos. Estes, com as verbas do capital dessas empresas e dos Bancos, indica os políticos que ocuparão os cargos no governo. Quando eleitos, dependem da vontade dos Partidos. Nos corredores dos palácios dos governos, existem indivíduos especializados a que chamamos de lobistas, que cuidam dos interesses daqueles Bancos e daquelas empresas que pagaram os custos da eleição dos representantes dos partidos... Todo o governo a serviço do capital das empresas e dos Bancos.
    Não há um só Lobby dos cidadãos nesses corredores. A corrupção é geral, instaurou-se a ditadura democrática de governos “democráticos”. Enquanto a Suíça e a Islândia usaram as redes sociais da Internet para aprovarem pelo voto dos cidadãos as suas constituições, ainda não completamente democráticas, e a Espanha reclama a sua oportunidade de ter uma constituição assim, aprovada popularmente; enquanto todo o Norte de África de tradição fortemente muçulmana pede a democracia plena aprendida pelas redes internacionais da NET, no restante do mundo assiste-se a dois panoramas: a dos três ou quatro pequenos países comunistas onde reinam ditadores que somente pretendem largar o poder quando morrerem; e uma imensa parte da humanidade, o restante, que, ou por ignorância como em África, ou com todo o conhecimento disponível, como na Europa, Oceania, Ásia e Américas, não perceberam ainda que seu padrão de vida esteja seriamente ameaçado, sua liberdade condicionada, o trabalho ocupando a maior parte de suas vidas, apesar dos distúrbios e movimentos recentes na Espanha, na Grécia, em Portugal, no Chile, na Inglaterra, e no rebaixamento dos governos dos EUA e da Inglaterra no índice de risco de aplicação financeira estabelecidos por agências especializadas na análise da capacidade de governos de honrar suas dívidas do capital.

    Então porque não existe ainda a não ser nos países nórdicos, Suíça e Islândia?
    Primeirto, porque criamos o costume de que quem está no governo manda, e não pode ser assim. isso é ditadura que não deixa os cidadãos se manifestarem nem ouvem o que o povo quer. Nem nos dias de propaganda para eleição. Político tal como os conhecemos, têm ambição desmedida e lhe damos o poder de continuar com essa ambição. São pachás e o povo o harén. 
    E não existe ainda porque há doze mil anos os governos se impõem sobre os cidadãos, ora movidos pela força, ora pela religião, ora pelo capital, ou simplesmente pela vaidade pessoal no poder. Estes quatro grandes motivos para a perpetuação do governo de uns poucos sobre multidões tem-se perpetuado, sem que, a cada novo governo, não ficassem os resquícios da inércia que movia os regimes anteriores. O povo, a população, os cidadãos, contribuem sempre para os governos na expectativa de que algum dia, um deles olhe devidamente para o povo e lhe pergunte o que o povo quer... Até hoje, está patente que isso só aconteceu em Atenas há 2.500 anos e mais recentemente na Suécia, Noruega, Finlândia, Suíça, Islândia, onde usam uma nova constituição aprovada - item a item - pelos cidadãos através de redes sociais. Sem medo de hackers, ou truques de políticos. Lá os políticos "indicam" aconselham, mas não governam porque não têm o poder de decidir. Quem decide é o povo. 
    A democracia participativa tem muitos segredos que nunca quiseram desvendar, e nunca foi devidamente explicada pelos professores. Parecia impossível até o advento da Internet e das redes sociais. Hoje vemos que é a mais fácil forma de governar, a mais simples, a mais eficiente, capaz de eliminar dos governos os vícios que os acompanham há milhares de anos. A democracia participativa obriga á consulta popular pelo voto. 
    Que cidadão votaria contra a melhoria das escolas e estabelecimentos de ensino, da educação, da saúde pública, das estradas, das infra-estruturas como água, esgotos, energia elétrica... Ou dos centros de pesquisa, da qualidade de vida, dos transportes, da preservação do planeta, da qualidade das plataformas continentais...?  
    Que cidadão votaria a favor de uma guerra sem motivo forte de antes ter sido atacado em seu próprio território? 
    Que cidadão votaria na porcentagem de impostos a ser aplicada sobre seu trabalho e seus lucros, sem primeiro ter aprovado o orçamento prévio que os justificasse? 
    Que cidadão votaria nos altos salários dos eleitos para o governo, em suas mordomias, se não os representam realmente?

    Rui Rodrigues
    no http://conscienciademocrata.no.comunidades.net/