sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tragédia no Rio mostra a tragédia da comunicação no Brasil



Ontem pela manhã (fato), jovem do sexo masculino (fato) invade escola na Zona Oeste do Rio (fato), atira contra vários estudantes (fato), matando alguns deles (fato) e ferindo outros (fato). Em seguida ele atira contra a própria cabeça (suposição) e morre (fato).
Emissoras de rádio e TV e portais de grandes grupos da mídia partem para uma cobertura sensacionalista do fato (fato), entrevistando pais e mães (de preferência estas) desesperados (fato) para conquistarem audiência (fato) e aumentarem market share (meta).
O povo (essa entidade que sempre joga o verbo para a terceira pessoa, pois nunca nos inclui) gosta disso (fato?). Pelo menos é o que alegam responsáveis pela cobertura. "Se não dermos, a concorrência dá", argumentam.
Mas a exposição sensacionalista de um fato, sua transformação em espetáculo midiático, pode estimular a reprodução dos fatos, como ocorre nos Estados Unidos (fato).
A mídia vai encarar a suposição como uma possibilidade de mercado (fato) que talvez aumente market share (meta).
Outros vão morrer (fato), mas a grande mídia se importa com tudo, exceto os fatos (fato).
By: Blog do Mello

A tragédia no Rio e uma juventude em transe

Sete de abril de 2011 ficará marcado em nossa história como o dia em que um fenômeno que já vinha se anunciando fez do Brasil um país assustador. O jovem que entrou naquela escola em Realengo, no Rio, e disparou contra dezenas de pessoas, matando até crianças, não tinha razões pessoais para fazer o que fez. Agiu por ódio.
Ódio da juventude. Eis um fenômeno que vem se tornando cada vez mais visível desde a campanha eleitoral do ano passado.
Hordas de jovens, no dia em que terminou a eleição presidencial, em 31 de outubro, manifestaram ódio na internet contra negros e nordestinos, culpando-os pela vitória de Dilma Roussseff. Jovens passaram a perpetrar seguidos ataques a homossexuais na via pública, ataques que visavam exterminar as vítimas. No dia da posse de Dilma, jovens pregavam seu assassinato por um franco-atirador…
Agora, neste dia trágico, o Brasil se vê na contingência de ter que implorar por sangue humano para salvar a vida de crianças inocentes.
É emblemático que a tragédia do atirador tenha ocorrido dentro de uma escola. Ainda que a instituição não tenha relação com o que moveu o atirador, o ocorrido simboliza a situação comatosa da educação no Brasil. A escola brasileira jamais foi um ponto de apoio àqueles que, acima de tudo, precisam de orientação para a vida, mas que não recebem nem o básico.
Este país não tem problemas ideológicos e religiosos como têm os Estados Unidos, por exemplo, onde esse tipo de barbaridade ocorre amiúde. O pior que podemos fazer é confundir o que acontece em um país em que o ódio tem uma origem com o que aconteceu por aqui, onde a origem pode até existir, mas provém da perda de valores humanistas por uma geração.
Assistindo ao primeiro capítulo da nova novela do SBT, Amor e Revolução, que versa sobre a ditadura militar, comentei no Twitter como era espantoso lembrar que há poucas décadas este país tinha uma juventude idealista que se dispôs a morrer pela pátria e pelos seus semelhantes acalentando anseios de justiça social.
Não sei o que fizemos com os nossos filhos e netos. Tornaram-se seres avessos a sentimentos, mais frios, mais cínicos, mais hipócritas, sem ideais, materialistas até o âmago. Até nas relações amorosas, hoje cultua-se o sexo muito mais do que o amor. Meninas querem ser “cachorras”, meninos querem ser “bad boys”.
O culto ao ter em lugar de ao ser, a prevalência avassaladora do materialismo, do consumismo e da falta de respeito ao semelhante são o zeitgheist brasileiro, o espírito assustador de uma época em que, cada vez mais, a sociedade brasileira precisa parar, pensar e repensar os seus valores enquanto ainda há tempo, se é que tempo ainda há.
blog da cidadania

'‘Amor e Revolução’ instalará a Comissão da Verdade

Há uma horda organizada invadindo blogs e sites a fim de espalhar uma invenção sobre a nova – e explosiva – novela do SBT, Amor e Revolução: teria “fracassado” no primeiro capítulo (!) porque a audiência da emissora durante a sua exibição permaneceu onde sempre esteve naquele horário (22:15 hs.), no terceiro lugar (7 pontos no Ibope), atrás de Globo (20 pontos) e Record (12 pontos)......

'O Verdadeiro Rosto da História


O verdadeiro rosto da história afasta-se veloz. Só podemos reter o passado como uma imagem que no instante em que se deixa reconhecer lança um clarão que não voltará a ver-se. «A verdade não nos escapará» - esta palavra de Gottfried Keller caracteriza com exactidão, na concepção da história que têm os historicistas, o ponto em que o materialismo histórico realiza o seu avanço através dessa imagem. Irrecuperável é, com efeito, toda a imagem do passado que corre o risco de desaparecer com cada instante presente que nela não se reconheceu. (A feliz notícia trazida pelo ofegante historiógrafo do passado sai de uma boca que, talvez no próprio instante em que se abre, fala já no vazio.) 
Walter Benjamin, in 'Teses Sobre a Filosofia da História'

Água Viva no aquário Sea Life em Koenigswinter, Alemanha


Foto: Rolf Vennenbernd, AFP

Charge do Aroeira

Como respeitar a inteligência do leitor

Entre 7/4/2001 e 31/3/2011, o jornal espanhol El País publicou nada menos de 3.085 matérias em que o Brasil é protagonista ou em que é referido, seja por suas políticas públicas, seja por sua cultura, sua economia, seja por seus eventos e também por seus desafios. Publicou editoriais sobre os êxitos do país no campo da mobilidade social, festejou os triunfos de o país ser escolhido para sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, além de não deixar ao sereno a escolha da cidade do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos de 2016 – batendo não apenas Tóquio e Chicago, mas também Madri. E acompanhou com notável interesse a trajetória política de Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos meses que antecederam sua eleição de presidente do Brasil......

Ex-Procurador Geral da República corrige Esgotegu

O ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza esclareceu que o “relatório final” da Polícia Federal, publicado pela imprensa (Revista Época) como se fosse referente à ação penal do chamado "mensalão", é parte de outro inquérito aberto em março de 2007, de número 2.474, que tem também como relator o ministro Joaquim Barbosa, e que tramita no STF em “segredo de justiça”. Não vai influir no julgamento do processo principal, que já está perto do fim. 


Com informaçõe do Jornal do Brasil

Nos EUA, Lula lembra divergência pública com presidente da Vale

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que o processo de substituição no comando da Vale deve ser encarado com naturalidade e lembrou das divergências públicas que teve com Roger Agnelli durante seu governo.
“Todo mundo sabe que eu tinha uma divergência pública com o Roger, que era de fazer investimentos no Brasil”, disse Lula, em Washington, ao ser questionado por jornalistas após participar como orador de um evento promovido pela Microsoft.
“Quando ele comprou navios na China, eu fiquei muito chateado. A teoria dele de que não poderia construir siderúrgica para não competir com os clientes era equivocada, porque a gente vendia minério de ferro com a China e depois a gente importava aço da China. Então era melhor que a gente produzisse o aço e exportasse para a China.”......
A Câmara dos deputados aprovou por 285 votos a 54, na quarta-feira, o acordo entre o Brasil e o Paraguai para aumentar o repasse financeiro feito ao país vizinho pelo consumo do excedente de energia produzida na usina hidrelétrica de Itaipu......

quinta-feira, 7 de abril de 2011

De pai para pai, Marcelo Tas

publicado, originalmente, em 6 de abril de 2011 às 11:31
Prezado Marcelo Tas,
Ouvi, preocupado, entrevista que a sua filha, Luiza, concedeu ontem ao Estadão por conta de você ter mostrado a foto dela e citado o seu nome em seu programa, o CQC, após entrevistar o deputado Jair Bolsonaro pela segunda vez. Então, você revelou que a menina é homossexual e afirmou ter orgulho dela......

Latuff: Pena de Morte no Brasil

Alcoolismo compromete a compreensão de piadas, mostra estudo

Quem consome álcool em excesso prejudica sua capacidade de entender piadas: uma sequela neurológica que também compromete a competência social, tanto na vida privada como na profissional.
Cerca de 2,5 milhões de pessoas na Alemanha são dependentes de álcool. Além das doenças típicas resultantes – incluindo cirrose hepática, pancreatite e danos musculares e cardíacos – o excesso alcoólico modifica sobretudo o metabolismo cerebral.
O resultado são alterações de comportamento, também manifestadas em pequena escala. Por exemplo: um indício de alcoolismo é a perda da capacidade de compreender piadas.
Piada como instrumento de medição
Quem "toma umas e outras" a mais acaba não achando mais graça em muita coisa – foi a constatação da neuropsicóloga Jennifer Uekermann, após uma pesquisa feita em conjunto com cientistas britânicos. As anedotas deixam as pessoas alcoolizadas simplesmente perplexas, pois a região do cérebro encarregada do processamento do humor não reage mais à "pegadinha" final, que dá a graça à narrativa.
Piadas são um dos instrumentos utilizados pelos neurologistas para descobrir se e como os dependentes de álcool processam emoções e estímulos sociais. A seleção de 24 anedotas apropriadas para a pesquisa foi trabalho duro, que coube a Uekermann. "Fiquei responsável por escolher as piadas na internet: para isso li umas 20 mil. E elas tinham que preencher certos critérios, como não se dirigir contra minorias."
Uma questão era se os dependentes do álcool reagem a emoções nos rostos ou na linguagem falada. "A partir desses estudos que também realizei, passou a interessar-me o que se passa na cabeça de outras pessoas quando, por exemplo, são confrontadas com uma história ou uma anedota", explica a neuropsicóloga. Pois, afinal de contas, as piadas são caricaturas de interações sociais.
As duas fases da graça
Em termos científicos, o processamento do humor ocorre em duas fases. Primeiro, há a descoberta de uma incongruência e o seu esclarecimento. Em segundo lugar, vem a capacidade de também perceber a farsa como algo cômico. E isto depende da competência do ouvinte de se colocar na pele de outra pessoa, o que os neuropsicólogos denominam theory of mind.
Sob este aspecto, os pesquisadores britânicos apresentaram piadas incompletas a 29 alcoólicos e 29 pessoas saudáveis, dando-lhe como tarefa escolher a linha final adequada, entre quatro alternativas apresentadas.
Do primeiro grupo, poucos captaram a essência das piadas: sua cota de acertos foi de apenas 68%, contra 90% entre os não-alcoólicos. Um fato que denota deficit funcional-cognitivo, explica Uekermann.
Humor privado e profissional
Entre as diversas regiões do cérebro responsáveis pela decodificação do humor, a principal é o córtex pré-frontal. Situado na região da testa, ele desempenha funções-chave na convivência humana, entre elas o processamento de estímulos sociais e os processos mnemônicos no planejamento e na solução de problemas.
Portanto, o fato de o córtex pré-frontal não reagir a uma piada – independentemente de o indivíduo cair na gargalhada ou não –, denota problemas no contato com outras pessoas, tanto na vida profissional quanto privada.
Os resultados dessa pesquisa formam para Uekermann a base de um treinamento de competência social no contexto da terapia do alcoolismo, "de modo a facilitar o dia-a-dia para os alcoólatras, diminuindo suas dificuldades interpessoais", explica.
Mesmo tendo que lidar forçosamente com o cômico, por motivos profissionais, a neuropsicóloga não desaprendeu o riso. "Em geral, ainda sou capaz de rir com vontade – em especial de mim mesma. Mas, assim, de piadas normais, é difícil rir depois desse trabalho."
Dá para entender perfeitamente, vindo de alguém que teve que medir o "fator divertimento" de 20 mil anedotas.
Klaus Deuse (av)
Revisão: Roselaine Wandscheer 
Deutsche Welle
Nonato Amorim

Água que vem do "nada"


Filtro H2O Pure produz água a partir da umidade do ar, por meio de processo de compressão e condensação.

Brasil 247 / Rede da Sustentabilidade

Pode parecer mágica, mas não é. A indústria mineira HNF, com sede em Belo Horizonte, criou um filtro que consegue fabricar água a partir de nada mais do que o ar. A invenção, chamada de H2O Pure, lembra um filtro convencional, à primeira vista. A diferença é que, em seu interior, o aparelho é capaz de retirar a umidade do ar e transformá-la em água pronta para beber por meio de um processo de compressão e condensação do ar. No fim do processo, a máquina filtra o “orvalho” criado dentro dela para, aí sim, transformá-lo em água potável.

Segundo a empresa criadora do projeto, quanto mais úmido for o local onde a máquina estiver, mais água ela é capaz de produzir. Por dia, a máquina consegue gerar até 40 litros. O preço ainda não é o melhor do mundo: ela custa R$ 6,5 mil, mesmo assim, vários estabelecimentos já adquiriram. O “filtro mágico” também já foi encomendado por outros países. Com isso, o fabricante admite, é possível que o preço caia.”

Charge do Frank

Espírito viajante


Num passado bem recente, o então candidato oposicionista à Presidência da República - alguém ainda se lembra dele? - fez uma série de afirmações que beiravam o preconceito e explicitavam a ignorância contra países vizinhos ao Brasil. E até hoje é comum se ler ou ouvir críticas às viagens internacionais que o ex-presidente Lula fazia, como se elas integrassem um bem elaborado roteiro turístico - e não os deveres de um chefe de Estado consciencioso.....

O pânico gerado pelo aumento no Bolsa Família


Blog do Sakamoto

A partir deste mês, os beneficiários do Bolsa Família receberão aumento médio de 19,8% nos repasses, podendo chegar a 45,5% – para quem tem filhos de até 15 anos. Isso significa um pagamento de R$ 32,00 a R$ 242,00, com valor médio de R$ 115,00 – que, como sabemos, é uma fortuna sem tamanho. Ao todo, cerca de 50 milhões de pessoas serão beneficiadas.

A queda de Roger, O Fabuloso


FOI-SE O HERÓI PRÓ-CÍCLICO QUE QUASE QUEBROU A VALE
Carta Maior


Um dos heróis pró-cíclicos dos mercados e da mídia conservadora, expoente da galeria dos 'brilhantes executivos' que dão certo quando tudo dá certo, ou seja, quando os mercados de sua atuação estão na fase de alta do ciclo, Roger Agnelli era tido como intocável na presidencia da Vale, a maior mineradora do mundo. Sem ele, seria o caos; privatizada pelo tucanato em 97 por um valor equivalente ao lucro obtido em apenas um trimestre de 2010, a Vale pós-Agnelli viraria farelo, advertiam seus fiéis ventríloquos na mídia.

 As ações desabariam; a diretoria toda da empresa se demitiria em solidariedade ao big-big boss; quiçá a China nunca mais compraria minério do país. Não foi bem assim. Defenestrado pela Presidenta Dilma, mas não substituído pelo 'preferido' dos mercados, e sim por um nome de confiança do governo, o herói pró-cíclico virou passado sem que as ações da empresa desabassem; ficaram estáveis. A solidariedade da diretoria não ocorreu. Mais que isso, o mito do gestor fantástico dissolveu-se horas depois pela divulgação de fatos até então suavizados pelo jornalismo 'isento'. Por exemplo: em 2007, Roger, o fabuloso, insistia em adquirir a mineradora suiça Xstrata. Bateu de frente com a oposição ferrenha de outro executivo da empresa, Murilo Ferreira, responsável então pela área de fusões e aquisições. O negócio acabou suspenso, mas Ferreira, desgastado, pediu demissão logo em seguida. Aspas para o Valor de hoje: "... se tivesse acontecido, a aquisição ia se mostrar um desastre. Avaliada em US$ 90 bilhões, à época, a Vale teria se endividado em US$ 50 bilhões (para fazer a compra defendida por Agnelli).

 Com a crise do mercado financeiro, no fim de 2008, o valor da Xstrata encolheu para menos de US$ 14 bilhões..." Ou seja, a Vale teria quebrado. Em tempo, o novo presidente da mineradora escolhido por Dilma é justamente o desafeto competente que impediu Agnelli de enterrar a Vale num mar de dívidas: Murilo Ferreira. Quem sabe agora a empresa deixe de ser uma ponte neocolonial encravada na economia brasileira e passe a agregar valor ao minério nacional Sob o reinado do herói pró-cíclico, o Brasil vendia ferro bruto à China e importava trilhos chineses para a expansão das suas ferrovias.Colosso!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vê uma Raikkonen e... como não tem cachaça?



Era uma padaria dessas metidas a besta. Tomando um café para encarar uma sessão de cinema – que se revelaria chata à beça e exigente daquela ingestão de cafeína para manter-me acordado – desfrutei da conversa alheia.

Chegam à mesa ao lado três homens, um mais moço, na faixa dos 30, outro na casa dos 50, e o terceiro, saindo dos 60. Preferem a mesa do lado de fora, "que é mais fresco", inclusive por uma garoa intermitente.

Eles se provocam até que algum deles atira a pergunta para o garçom:.......

terça-feira, 5 de abril de 2011

Para entender a matéria da Época

Um dos princípios jornalísticos mais sagrados à velha mídia é o do gancho – ou seja, uma matéria sai quando tem algum fato novo que justifique sua publicação.
Com poucas novidades, trata-se de um "cozidão". O lide da matéria está no pé.
"As provas reunidas pela PF constituem a última esperança do ministro Joaquim Barbosa e da Procuradoria-Geral para que o Supremo condene os réus do mensalão. Nos últimos anos, as opiniões dos ministros do STF sobre o processo modularam-se ao ambiente político – que, sob a liderança simbólica e moral do ex-presidente Lula, fizeram o caso entrar num período de hibernação. Alguns ministros, que em 2007 votaram por acatar a denúncia do Ministério Público, agora comentam reservadamente que as condenações dependem de "mais provas". Hoje, portanto, o Supremo se dividiu. Não se sabe o desfecho do processo. Sabe-se apenas que, quanto mais tempo transcorrer, maior a chance de absolvição dos mensaleiros. Se isso acontecer, a previsão feita por Delúbio Soares, num passado não tão remoto, num país não tão distante, vai se materializar: o mensalão virará piada de salão. Será o retorno da ficção: era uma vez um país sério".
É aí que a matéria se entrega. O que a matéria tem de novo, não é relevante; o que tem de relevante, não é novo. E isto faz toda a diferença.
Segundo a revista, as informações constam do relatório adicional solicitado pelo Ministro Joaquim Barbosa à Polícia Federal.
Há que se conferir melhor, mas as informações novas são as seguintes:
1. O aparecimento de um filho de Marco Maciel na história.
2. A inclusão da filha de Joaquim Roriz.
3. A inclusão de Aécio Neves, em algo que não tem nenhum desdobramento maior: uma cota de patrocínio de um evento que existiu, aconteceu e foi pago. Um factóide.
Todos os demais fatos, anunciados bombasticamente pela Época, são antigos e provavelmente já constam do inquérito inicial, que serviu de base para instruir o relatório de Joaquim Barbosa. A saber:
1. O caso do segurança de Lula. Matéria de 2006, do Estadão.
2. Os assessores de Pimentel, demitidos por ele na época.
3. O financiamento da festa de posse de Lula e outras despesas de campanhas, admitidas publicamente por Delúbio Soares.
Ou seja, os fatos retumbantes são velhos; e os fatos novos são irrelevantes. Se todos os fatos relevantes já estavam no relatório de Joaquim Barbosa, qual a razão para o "cozidão"? O fato de, segundo o Estadão, a denúncia de Barbosa provavelmente ser rejeitada pelo STF, por inepta.
Dias atrás o Estadão publicou matéria dizendo que o julgamento do "mensalão" não daria em nada. A matéria é do repórter Felipe Recondo, do dia 27 de março passado.
Sob o título "Pressões no STF criaram ilusão de condenação", a matéria diz que na época a denúncia de Joaquim Barbosa foi aceita na íntegra, passando a impressão de que não tinha furo, devido à matéria do Globo, sobre a troca de mensagens entre os Ministros Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Ocorre que tinha muitos furos.
Diz a matéria do Estadão:
"Quando essa suspeita foi divulgada, houve um clima de constrangimento. O julgamento ficou pasteurizado. De acordo com integrantes da Corte, nenhum ministro sentiu-se à vontade para discutir à exaustão cada ponto da denúncia. O melhor a fazer, disse ao Estado outro integrante do STF, era acelerar a conclusão do julgamento em favor da abertura da ação.
Nesse cenário, o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, teve o trabalho facilitado. A denúncia foi recebida praticamente na íntegra e criou a impressão de que a investigação não tinha furos. Hoje, ministros dizem que vários pontos do inquérito seriam derrubados facilmente se o julgamento tivesse transcorrido em clima de normalidade".
Na outra retranca – "Ônus de absolvição será maior para Barbosa" a matéria diz:
"É unanimidade entre os ministros do Supremo que, dos 38 réus que serão julgados, poucos serão os condenados. Como responsável pela ação penal, o ônus de absolver figuras-chave do esquema do mensalão poderá recair, em última instância, sobre Joaquim Barbosa.
Quando o processo chegar ao fim, será preciso lembrar, por exemplo, que o Ministério Público, responsável por produzir as provas necessárias para a condenação, pode ter falhado. Ou que o Supremo Tribunal Federal tem como fundamento a abnegada proteção do indivíduo ante os Poderes - o que no jargão jurídico é definido como garantismo. Assim exige provas cabais para condenar alguém e não aceita uma condenação mesmo que as evidências sejam claras. Ou ainda que a denúncia recebida em 2007 já podia esconder furos, mas que o STF preferiu não atacá-los naquele momento".
O que provavelmente aconteceu? Para requentar o tema, passaram-se algumas informações adicionais para Época que – seguindo o velho modelo de Veja – requentou o cozidão, procurando criar um fato novo. A intenção é criar novo constrangimento entre os ministros.
Luis Nassif

Charge do Aroeira

PSDB repete tática vitoriosa

O jagunço S. Guerra anuncia a continuação dessa tática que vem trazendo vitórias e mais vitórias ao PSDB: dizer ao povo brasileiro que ele é burro e não sabe votar. Talvez um dia passe pela cabeça dos manés a ideia de formular um programa de governo diferente e viável que possa levar alguém a votar no PSDB por achar suas propostas melhores.

Os mercenários de Folha e Globo e o “direito” de discriminar

A parte que mais choca do quarteto de impérios empresariais que controla quase toda a comunicação no Brasil são os mercenários contratados para assassinar reputações e induzir preconceitos de todos os tipos, sobretudo raciais, de classe e regionais.....

O islã é o diabo. Ou será a religião?

Uns malucos do Dove World Outreach Center - numa tradução livre, Centro da Pomba de Ajuda ao Mundo - decidiram criar o "Dia Internacional do Queime o Alcorão".

Amparados no delirio de um sujeito autodenominado pastor sênior, Terry Jones, de uma cidadezinha da Florida, EUA, chamada Gainesville, estes radicais decidiram partir para o ataque.
Já queimaram um exemplar do Alcorão - livro sagrado dos muçulmanos - em praça pública, provocando protestos no mundo árabe-islâmico.
A reação foi imediata. Só hoje, em Candahar - sul do Afeganistão, confrontos de religiosos com tropas da ONU mataram 9 pessoas e deixaram mais de 70 feridos.
O islã é o diabo
O tal pastor sênior - fico imaginando como deve ser um pastor junior! - diz em seu site que o Islã é uma religião do demônio. Mandou colocar na entrada da igreja uma tabuleta com os dizeres ISLAM IS OF THE DEVIL, como se vê na imagem ao lado.
O Centro da Pomba - parece mais nome de terreiro de umbanda, com todo respeito aos terreiros de umbanda - difunde às claras seu ódio pelos árabes através da religião, classificando-os de extremistas violentos e propagadores do mal; contra Deus e à favor do Diabo!
Ainda pior, parece que esta onda anti-islã está disseminada pelos Estados Unidos, país que se diz democrático e que respeita os direitos humanos.
Recente pesquisa realizada pela LifeWay Research mostrou que 42% dos pastores protestantes norteamericanos acreditam que o Islã promove a violência, e mais de 53% concordam com a frase do evangelhista Franklin Graham que disse ser o Islã a "religião do mal".
Ao querer instituir o Dia da queima do livro sagrado de uma religião, esta turma de irresponsáveis estará provocando um mal de consequências incontroláveis. Baseados na crença arcaica de que a salvação só virá pelo sangue de Jesus, estes fanáticos cristãos só aumentam o ódio e a homofobia; provocam Nações religiosas inteiras acusando-os de extremistas mas agem da mesma forma.
Jones deixa de ser hilário, como pastor sênior da pomba, ao declarar que quem se sente ofendido pelas suas posições deveria buscar "seus próprios métodos para impedir o crescimento do Islamismo no Mundo".
Passa a ser preocupante, principalmente pelo apoio do povo norteamericano às suas ações.
Fica aqui registrado o protesto deste blogueiro contra o fanatismo religioso pelo mundo, inclusive, aqui no Brasil!
Júlio Pegna
By: Brasil Mobilizado
Título do artigo modificado do original por ContextoLivre.

A decadência irreversível da velha mídia

Atribuem à internet – sua velocidade, seu caráter interativo, sua “irresponsabilidade” (“Qualquer um pode escrever...”, tipo Cansei) – a decadência da imprensa escrita. Claro que isso tem parte da verdade. Quem lê no dia seguinte o que já tinha ido na internet no dia anterior – às vezes lê nos jornais 2 dias depois de ter lido na internet -, tem uma sensação de tempo perdido, de notícia requentada, de um mundo superado pela rapidez virtual.
Além de que a internet, nas suas distintas modalidades, supera um dos problemas que permitiu o monopólio privado de algumas famílias, que pretendiam ser donas da formação da opinião pública, porque o investimento necessário para publicar um jornal ou uma revista é muito grande, enquanto que na internet é bastante pequeno ou quase nenhum.

Carta aberta ao pastor e deputado Marco Feliciano

De: prcequinel@yahoo.com.br

Para: dep.pastormarcofeliciano@camara.gov.br
Marcos Feliciano
CARTA ABERTA AO PASTOR E DEPUTADO MARCOS FELICIANO
1. A Constituição Federal é maior e infinitamente mais importante que a bíblia ou qualquer outro livro supostamente divino ou sagrado porque, já em seu artigo 1º, assenta que o Brasil tem como um dos seus princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana.
2. Já a sua bíblia defende explicita e claramente a escravidão, para citar apenas um exemplo que me ocorre, e você, pastorzinho homofóbico de merda, proclama e canta e garante que os africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé, e que isto é um fato, e que tal maldição, e de novo recorro à sua inacreditável fé obtusa, explica os problemas todos vividos pela África. Vale dizer, pastorzinho homofóbico de bosta, que você e sua manada negam em nome de um deus que sequer existe qualquer condição inata de dignidade aos africanos, concedendo-lhes a redenção, entretanto, - oh, o deus inexistente é tão misericordioso -, se aceitarem cristo ou besteira assemelhada. Eu, de cachola de poucas luzes, fico com a dignidade que nossa lei maior proclama e nos impõe buscar e me permito, comendo minhas goiabinhas regulamentares, acrescentar mais um problema ao rol dos desafios da nossa África: livrar-se da invasão dos missionários que oferecem aos africanos a tal da redenção em cristo desde que, é claro, deixem uma graninha nas suas indefectíveis e imorais sacolinhas coletoras de coisas daqueles que nada possuem.
3. Meu filho mais novo é gay e, por amá-lo incondicionalmente, tenho o dever irrenunciável de protegê-lo de ataques de gente da sua laia porque, que fique claro, a dor que ele sentir, de qualquer tipo, será também a minha dor e eu não posso permitir que meu menino sofra. Seu deus inexistente, pastorzinho-monte-de-estrume, diz que meu filho é amaldiçoado, e você ecoa estas merdas, e você proclama que ofender meu filho, seu filho-da-puta homofóbico, é um direito seu e da sua manada de cristãos bovinos que tangidos, como é próprio, babam bovinamente.
4. No que depender das minhas forças declaro que não será ele que ficará acuado pelo preconceito, pela intolerância e pela violência. Ao contrário, vocês é que haverão de sentir-se constrangidos e acuados, e isso será feito, sempre, nos meus termos, ou sendo bem mais claro: quem, segundo meu juízo e entendimento, ofender, constranger ou ameaçar meu filho, por qualquer meio em qualquer lugar, estará autorizando resposta pronta e rápida de minha parte: bateu, pastorzinho homofóbico canalha, levou, e comigo não tem essa conversa mole de oferecer a outra face.
5. Recuso-me terminantemente a considerar um energúmeno da sua extração merecedor do tratamento protocolar de Vossa Excelência, pois isso seria afronta e grosseria ao digno deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e, também, porque um patife como você que diz que meu filho e eu temos ‘sentimentos homoafetivos podres’ mereceria tratamento respeitoso, seu homofóbico de merda?
6. Se entendi direito, você é pastor da Assembleia de Deus, e – quioispariu! -, é cantor, ou seja, além de nos encher o saco obrando as baboseiras religiosas que ofendem o senso comum, você canta as porcarias todas do gospel-gosmento, abusando infinitamente da nossa paciência. Quiospariu, pastorzinho indecente, poupe-nos da sua cascata de porcarias!
7. Você disse que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, a rejeição”, e eu afirmo que meu filho e o povo LGTB não têm “sentimentos podres” de qualquer tipo e, que fique bem claro, seu homofóbico filho-da-puta, o que produz ódio, rejeição e crime não são os sentimentos homoafetivos, é gente da sua laia que provoca essas coisas, seus lazarentos. Sentimentos podres, emérito calhorda e monumental filho-da-puta, inundam em verdade sua cabeça depois de ter sido tomada por esta fé insana, doentia, obtusa e perigosa.
8. Não seja assim mentiroso que o seu deus, mesmo inexistente, pode não gostar. O deputado Jean Willys não chamou a bancada evangélica para nenhuma guerra. Pelo que sei, apenas confirmou compromisso explicitamente assumido em sua campanha, o de que o seu mandato seria espaço de discussão, defesa e de luta pelos direitos dos homens e mulheres LGBT. Vocês, bando de cagões religiosos que constituem perigosa tropa do atraso e da escuridão é que declararam a tal guerra, e isso faz muito tempo. E você, especificamente, bradou no último dia 31 de março: “Conclamo a Mídia Cristã responsável, pois existem também no nosso meio cristão uma MIDIA MARROM, inescrupulosa, baixa, irresponsável e leviana, que se alimenta de especulações e fofocagens! Nesse momento não é o meu nome que está em jogo, nesse momento estão em jogo comigo MILHÕES DE CRISTÃOS QUE LUTAM PELA FAMILIA ASSIM COMO EU.” Ou seja, você escreve uma montanha de merdas e, em face da justa reação das pessoas de bem, trata de convocar uma espécie de cruzada. Era só que nos faltava, pastorzinho homofóbico, pulha e racista.
9. Não sei se você sabe, eminente produtor de interpretações safadas da bíblia, mas sexualidade não é escolha ou opção, é fato da vida e ponto final. Meu filho não é nenhum criminoso, ou anormal, não precisa de cura e é, claramente, um menino honesto e bom, amoroso, que respeita sua família, que gosta de trabalhar coletivamente, mas, para gente estúpida e abostada como você, ele deve esconder-se, anular-se, negar-se, envergonhar-se. Proclamo que meu menino, enquanto eu estiver por aqui, exercerá abertamente o definitivo direito de viver sua sexualidade e sua vida, e sua busca por felicidade, e anuncio que dele me orgulho, dentre outras razões, exata e precisamente por ter decidido não esconder-se. Meu guri, além do mais, tem coragem.
10. Sou ateu e isso nunca teve, e não tem, nenhuma importância, e sempre respeitei, deputadozinho produtor de cocô pretensamente santo, a fé professada pelas pessoas, e tenho muitos amigos que são fervorosamente evangélicos ou católicos, e mesmo meu menino Jean acredita em um deus. Agora, quem proclama, como você, que os povos africanos são amaldiçoados por um deus inexistente por terem uma religião diferente da cristã, deve merecer de minha parte combate frontal e direto. Quem é capaz de crer neste tipo de porcaria e de, lendo no livro das inutilidades, sandices supostamente divinas que poderiam lhes conferir uma espécie de ‘direito’ de serem intolerantes e preconceituosos contra o povo LGTB, bem, você e outros religiosos de merda não terão de minha parte nenhuma condescendência: para jaguaras da sua espécie, saiba, do pescoço pra baixo é canela.
11. Se você decidir processar-me devo dizer que repetirei diante de qualquer juiz o que escrevi, de modo que vamos lá, bostinha rançoso e lídimo representante do atraso e das trevas, anote aí: sou Paulo Roberto Cequinel, RG 847.060-0/PR, aposentado, residente à Rua João Leão, 324, Bairro Batel, 83370-000, e posso ser encontrado facilmente no fórum da Comarca de Antonina/PR, à Travessa Ildefonso, 115, onde faço trabalho voluntário de assistência aos presos e, como minha sala fica exatamente ao lado da dos Oficiais de Justiça, serei rapidamente alcançado pelo longo braço da lei.
12. Há entretanto em sua vida, pastorzinho jaguara, homofóbico e filho-da-puta, um problema insolúvel, e nem seu deus inexistente dele dará conta. Não existe no mundo juiz que me obrigue a acreditar que você NÃO É um pulha e um pústula. Simples assim, seu bosta: você é um pulha e um pústula.
Ao tempo em que reafirmo minha integral indignação e repúdio, esclareço que esta carta aberta tem por escopo defender irrestritamente a integridade moral e a imagem do meu filho. Filho-da-puta algum que ouse fazer isso pode achar que ficará sem resposta.
PAULO ROBERTO CEQUINEL
PS 1: Seu sorriso sestroso, seu cocozão homofóbico e racista, é tão verdadeiro quanto uma nota de 3 reais.
By: O Ornitorrinco

Henry Sobel e a maconha

Livre pensar


Aos poucos, os últimos resquícios da ditadura militar vão desaparecendo da vida do país. Quem se lembra dos anos de chumbo certamente sabe o que foi viver sob o ufanismo simplório do "ame-o ou deixe-o", tempos em que o senso crítico era abominado e se pretendia construir uma nação idiotizada sob o lema da "ordem e progresso" - ordem, nesse caso, como resultado da imposição de um pensamento único, e progresso como sinônimo de riqueza para uns poucos.

Paulistas colhem o que plantaram