Num passado bem recente, o então candidato oposicionista à Presidência da República - alguém ainda se lembra dele? - fez uma série de afirmações que beiravam o preconceito e explicitavam a ignorância contra países vizinhos ao Brasil. E até hoje é comum se ler ou ouvir críticas às viagens internacionais que o ex-presidente Lula fazia, como se elas integrassem um bem elaborado roteiro turístico - e não os deveres de um chefe de Estado consciencioso.....
A primeira coisa que o candidato à Presidência derrotado fez quando se anunciou a vitória de sua adversária foi embarcar num avião rumo à Europa, onde ficou por algumas semanas lambendo as feridas causadas pela refrega. O destino da viagem mostrou bem as preferências do político, alinhado, cultural e ideologicamente com a porção norte da Terra. Já Lula, fora do cargo, fez sua primeira viagem internacional para o Senegal, onde participou do Fórum Social Mundial, deixando claro sua escolha pela metade inferior do mundo, repleta de pobreza e esperanças.
Sua sucessora, que neste início de governo já foi à Argentina e Portugal e deve embarcar em poucos dias para a China, segue os passos de Lula nesse quesito, para infortúnio daqueles que achavam que ela abandonaria essa rota tão vazia de atrativos e de luxos. A verdade é que Dilma, a exemplo de Lula, está prestes a se tornar uma cidadã do mundo: a partir deste mês ela deve intensificar sua agenda de viagens internacionais, concentrando as atenções na política regional. Os planos iniciais são visitar Santiago, no Chile, e Assunção, no Paraguai. O objetivo da presidenta é ir a todos os países sul-americanos até dezembro. Após retornar da China no dia 15, ela vai começar a organizar a série de visitas.
As agendas bilaterais reunirão os temas políticos, econômicos e sociais em uma pauta única. Por todos os países que pretende visitar, ela quer defender que a área social é fundamental para o desenvolvimento equilibrado da região. Por orientação da presidenta, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, visitou antes dela a Argentina, a Venezuela, o Chile, a Bolívia, o Paraguai, a Colômbia e a Costa Rica.
Uma das propostas em estudo pela equipe de Dilma é mostrar, nessas visitas à América do Sul, os resultados positivos dos programas de transferência de renda no Brasil. O exemplo deverá ser o Bolsa Família, que atende cerca de 60 milhões de pessoas.
No fim de janeiro, ao visitar a Argentina, a presidenta seguiu acompanhada por uma comitiva de ministros e assessores que atuam nas áreas econômica, de ciência e tecnologia, defesa e social, indicando a relevância da viagem. Lá, o objetivo foi fortalecer os laços políticos e econômicos sustentados em 22 projetos comuns desenvolvidos pelos dois países – nos setores nuclear, espacial, de material de defesa e coordenação macroeconômica, além de construção de obras.
É, vai longe o tempo em que o Brasil era apenas um servil "parceiro" de americanos e europeus...
da Agência Brasil
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