sábado, 11 de outubro de 2014

Por que a mídia está tão empenhada em eleger Aécio?



Você pode se perguntar: por que a mídia apoia tão intensamente Aécio?

Uma visão mais romântica traria a seguinte resposta: porque há uma identidade entre a ideologia de Aécio e a dos donos das grandes companhias jornalísticas.

Mas a verdade é bem menos romântica.

Eleger Aécio, um amigo íntimo dos barões da imprensa, representa esplêndidas oportunidades econômicas.

Nada contra isso – não fosse o fato de que estas oportunidades são à base de dinheiro público.

Dinheiro seu, meu, de todos nós.

Primeiro, e acima de tudo, os bilhões da publicidade federal. Aqui, o PT cometeu um grande pecado, ao não fazer mudanças que beneficiassem a sociedade, e não perpetuassem privilégios de quatro ou cinco famílias.

No mundo dos negócios, você usa a expressão “base zero” para designar orçamentos que vão ser inteiramente refeitos.

Se isso fosse feito na publicidade federal, você se faria logo perguntas como a seguinte: faz sentido colocar 150 milhões de reais por ano no SBT?

Claro que não. Sobretudo na Era Digital, para a qual as estatais demoraram uma eternidade para acordar.

Mas a questão só foi aparecer quando Rachel Sheherazade defendeu entusiasmadamente justiceiros.

Numa concessão pública, e numa emissora bancada por dinheiro do contribuinte, Sheherazade contribuiu histericamente, todos os dias, para a causa da iniquidade no Brasil.

Sheherazade é símbolo de algo que vai muito além dela e do SBT. É um galho de uma árvore.

O mesmo quadro, amplificado, se repete na Globo. São 600 milhões de reais que, no fim, sustentam um jornalismo feito para manter as raízes que fizeram do Brasil um campeão da desigualdade.

É uma das maiores ironias do jornalismo político nacional que personagens como Jabor, Merval e tantos outros do gênero sejam, indiretamente, pagos com dinheiro público.

Compare tudo isso com o que faz a Fox de Murdoch nos Estados Unidos. O teor é de direita, mas nem a Fox é uma concessão e nem recebe fabulosas injeções de dinheiro público, pela publicidade.

Voltemos ao SBT, apenas porque começamos por lá. A partir da base zero, qual seria a quantia justa, em propaganda federal, a ser colocada na emissora de Sílvio Santos?

Um terço, um quarto do que vem sendo colocado? Campanhas de utilidade pública, tudo bem. Uso sensato de verbas em estatais que competem no mercado, como o Banco do Brasil.

E pronto. Não mais que isso.

Você romperia, assim, o duto que conduz, há décadas, dinheiro público para as grandes empresas de jornalísticas – e logo para as contas pessoais de seus donos. Não é à toa que a família Marinho é a mais rica do Brasil.

Você daria também um choque de capitalismo na mídia, que sempre dependeu inteiramente do Estado para se sustentar. Não apenas com publicidade federal, estadual e municipal, mas também com empréstimos a juros maternais no BNDES e outros expedientes como a venda de livros e isenções fiscais. ( Não incide imposto, para ficar num caso, sobre o papel usado em jornais e revistas.)

E tão importante quanto tudo que foi dito atrás: as empresas jornalísticas deixariam de ter um interesse tão brutal em quem está no Planalto.

Consequentemente, todas essas armações que se repetem quando bate medo nos donos da mídia de que os privilégios acabariam – porque já não faria diferença se o candidato A ou B se elegesse.

A sociedade apoiaria uma reforma no uso da publicidade governamental porque seria a principal beneficiária disso.

Com Dilma, talvez se faça alguma coisa para reduzir a dependência da mídia em relação ao governo, ou talvez não.

Com Aécio, certamente nada se fará.

É por isso que as empresas jornalísticas estão tão empenhadas em eleger Aécio.

PAULO NOGUEIRA, no Diario do Centro do Mundo

'Tempestade perfeita' permitiu surgimento de Aids, diz estudo


A cidade de Kinshasa, em foto de 1955, foi o centro da pandemia de Aids, segundo cientistas



Cientistas de vários países concluíram que o crescimento rápido da população, o comércio sexual e o uso de seringas não-esterilizadas em clínicas provavelmente permitiram a disseminação do vírus HIV.

O HIV é uma versão mutante de um vírus de chimpanzé, conhecido como vírus da imunodeficiência símia, que provavelmente infectado humanos através do contato com sangue infectado durante o manuseio de carnes de caça.
Linhas de trem construídas pela Bélgica e usadas por milhares de pessoas também teriam contribuído para que a doença se espalhasse para países vizinhos.

Pesquisadores das universidades de Oxford, na Grã-Bretanha, e de Leuven, na Bélgica, usaram amostras arquivadas do código genético do HIV para traçar sua origem. Eles tentaram reconstruir a "árvore genealógica" do vírus e descobriram de onde vieram os ancestrais mais antigos.

O HIV conquistou atenção global nos anos 1980 mas tem uma longa história na África. O local onde a pandemia teve início, no entanto, ainda é alvo de debate.

O estudo foi divulgado na publicação científica Science.

"Você pode ver as pegadas da história nos genomas de hoje, há um registro, uma marca de mutação no genoma do HIV que não desaparece," disse à BBC o professor Oliver Pybus, da Universidade de Oxford.

Sexo e trens

A disseminação do vírus HIV levou a uma pandemia de Aids que infectou cerca de 75 milhões de pessoas

Nos anos 1920, Kinshasa - cujo nome foi Leopoldville até 1966 - fazia parte do Congo Belga. Grandes quantidades de trabalhadores homens foram atraídos para a cidade, distorcendo o equilíbrio entre os sexos - chegou-se a ter dois homens para cada mulher -, o que levou a um intenso comércio sexual.

"Era uma cidade muito grande e uma área de rápido crescimento. Registros médicos coloniais mostram indícios de várias doenças sexualmente transmissíveis", disse Pybus.

"Há dois aspectos da infraestrutura que poderiam ter ajudado as campanhas de saúde pública para tratar pessoas por várias doenças infectocontagiosas, e injeções parecem ter sido uma rota plausível (para a disseminação do vírus)".
"O segundo aspecto muito interessante é a rede de transportes, que permitiu que as pessoas se movimentassem em um grande país".

Cerca de um milhão de pessoas usavam o sistema ferroviário de Kinshasa no final dos anos 1940. O vírus se espalhou e as províncias vizinhas de Brazzaville e Katanga foram rapidamente afetadas.

Estas condições "perfeitas" duraram por algumas décadas em Kinshasa mas, quando elas deixaram de existir, o vírus já começava a se espalhar pelo mundo.

Para Andrew Freedman, professor-assistente de doenças infecciosas na Universidade de Cardiff, o estudo é "interessante, que demonstra elegantemente como o HIV se espalhou na região do Congo antes da epidemia de Aids ser reconhecida no início dos anos 80".

"Já se sabia que o HIV em humanos surgiu através da transmissão entre espécies de chimpanzés na região da África, mas este estudo mapeia em grande detalhes a propagação do vírus a partir de Kinshasa", disse ele."

A economia e o anti-petismo no centro das eleições de 1998 e 2014


Jornal GGN


"Artigo escrito por Luna Sassara, da equipe do Manchetômetro, testa a tese de que o viés da grande mídia não tem coloração partidária, mas é dependente em grande medida do estado geral da economia. Trata-se de um estudo comparado da cobertura feita pelo jornal Estado de S. Paulo em 1998, ano em que Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, concorria à reeleição, e em 2014, com Dilma Rousseff como candidata do PT. Seria a situação econômica a explicação por trás do viés da cobertura nesses dois pleitos? Qual era o desempenho da economia brasileira naquela época e como o Estadão tratou o candidato FHC? Essas e outras perguntas são respondidas com a leitura do artigo, que o GGN reproduz abaixo. 

É a economia, estúpido, ou não? A cobertura do Estão nos pleitos de 1998 e 2014

Por Luna de Oliveira Sassara, no Manchetômetro

No dia 10 de setembro, o Manchetômetro apresentou análises que comparavam a cobertura da mídia durante o período oficial de campanha da eleição de 1998, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pleiteava a reeleição, e durante a campanha deste ano, em que a presidenta Dilma Rousseff (PT) persegue o mesmo objetivo. A intenção do estudo comparativo é testar a tese do contrapoder, muito comumente aventada em debates sobre o papel da mídia. Segundo tal tese, a mídia cumpriria a função de se opor ao poder constituído, no caso, o candidato e partido que ocupa a presidência e pleiteia a reeleição, mantendo-o sob constante escrutínio. A comparação do Manchetômetro refuta a tese, contudo.

Agregando os dados dos jornais Folha, Estadão e O Globo, FHC teve uma proporção de notícias negativas para neutras menor do que 1 para 5, mais especificamente, de 19%. Dilma alcança até agora a marca de 80%, ou seja, de 4 negativas para cada 5 neutras. Assim, a grande imprensa é quatro vezes mais “contrapoder” no caso da candidatura do PT do que foi para a do PSDB em 1998. FHC também recebeu um número alto de matérias positivas, o que é algo raro nas coberturas de todas as eleições. Se comparadas às matérias neutras, as positivas recebidas por FHC chegam a 35%: 2 para 5. Na cobertura de 2014, Dilma teve somente 4 notícias positivas durante o período de campanha até o primeiro turno; pífios 2% de seu total de neutras. Ou seja, a grande mídia não só não foi contrapoder na eleição de 1998, mas foi francamente situacionista.

Mas é sempre possível argumentar, e algumas pessoas de fato o fazem, que essa diferença gritante nas coberturas se deve não a um viés da grande mídia, mas ao contexto econômico de cada eleição. Ora, não precisamos apelar para o chavão “It’s the economy, stupid!”, cunhado pelo assessor de Bill Clinton, James Carville, para reforçar o argumento de que a economia é assunto de máxima relevância eleitoral. Pois bem, nesse artigo testamos a hipótese econômica: o tratamento favorável dado a FHC em 1998 se deveu ao contexto econômico favorável, enquanto que, inversamente, o tratamento muito desfavorável recebido por Dilma no ano corrente é produto de ambiente econômico comparativamente pior. Digo comparativamente, pois não há sentido pensarmos em termos absolutos, já que o objetivo é poder avaliar os motivos por trás do comportamento da grande mídia.

Vamos nos restringir aqui ao enquadramento do tema economia no jornal O Estado de S. Paulo. Em 1998, foram publicadas 50 chamadas de capa positivas, 76 negativas e 17 neutras sobre o tema durante o período eleitoral. Este ano foram 9 notícias positivas, 127 negativas e 23 neutras. Como se vê, os números de notícias negativas nas capas do Estadão sugerem que o desempenho econômico do Brasil naquela época fora consideravelmente melhor daquele alcançado este ano. A melhor maneira de comprovar a verossimilhança desta interpretação é estabelecer uma comparação entre os dois períodos baseada em alguns dos fatores mais relevantes do noticiário econômico, e que frequentam a fala dos economistas e jornalistas econômicos de plantão: inflação, desemprego, crescimento, taxa de juros e salário mínimo.

Comecemos pela inflação. Os índices inflacionários de 1998 foram os mais baixos de uma série de quedas constantes que teve início com a implantação do Plano Real: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 1,65 [1] e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em 2,49. Na época, o governo federal ainda não adotava metas para inflação de modo que não se pode identificar se os números estavam dentro das expectativas para o ano, mas ainda assim, a inflação foi baixíssima. Ela foi tema de apenas uma chamada de capa durante a campanha de 1998, a manchete do dia 19/07: “Bird aconselha Brasil a manter inflação baixa”. Em 1999, o Banco Central passou a estabelecer metas para a inflação anual.

A meta de 2014, estabelecida já em 2012 [2], é de 4,5% com margem de dois pontos para mais ou para menos. Esse ano, a inflação tem sido o tema de maior destaque na cobertura econômica, estando presente em 9 textos de capa entre manchetes e chamadas, sendo sempre enquadrada como problema gravíssimo sobre o qual o governo federal parece não ter controle. O acumulado do IPCA até o mês de agosto está em 4,02 e o INPC em 4,11.

Conforme informou o Estadão no dia 29/09, o Banco Central previu que a inflação de 2014 deve ficar em 6,3%, próxima, portanto, do teto da meta. No entanto, a manchete da edição do dia 12/09, “Ata do BC vê inflação perto da meta só em 2016” – assim como o texto que a acompanha – não cita que a meta citada se trata, na verdade, do centro da meta. Também em outras edições, como o editorial “Inflação real e fantasia oficial” do dia 21/09, para citar apenas um exemplo, tratam a inflação como problema sobre o que o governo federal não consegue solucionar.

Um segundo tema importante no noticiário econômico é o desemprego, sobretudo durante esta campanha. O “avanço do desemprego”, segundo análise dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) na capa do dia 19/09, é classificado como um “sinal alarmante”, reflexo da “grave crise da indústria”. A Pnad divulgada na véspera indicara um aumento no índice de desemprego de 6,1 para 6,5%, o segundo menor desde 2002. Na campanha de 1998, o tema desemprego aparece somente em duas chamadas de capa. Uma delas o aponta como tema das eleições estaduais, a outra noticia o menor índice em seis meses. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) indica que, curiosamente, em 1998 a taxa de desemprego nas áreas metropolitanas correspondia a 18,6% da PEA, enquanto em 2014, a taxa verificada no mês de junho foi de 10,8% [3]. Ou seja, o desemprego naquela época era quase o dobro do que é agora, mas, segundo a ótica editorial do Estadão, agora ele é problema e naquela época não era.

A questão do crescimento econômico é também muito relevante no noticiário. No ano de 1998, a variação do Produto Interno Bruto, ou seja, o crescimento da economia foi de 0,00%, um cenário de estagnação [4]. A palavra estagnação, no entanto, não foi usada nas capas do Estadão para definir o estado da economia. Já a palavra crescimento aparece 4 vezes: chamada aponta que o Ipea diminuiu a previsão de crescimento da economia; outra chamada identifica que o déficit impede o crescimento; a terceira relaciona estabilidade e crescimento; e a última identifica que o crescimento e o emprego constituem a “próxima etapa” da economia brasileira. Em 2014, a última previsão de crescimento do PIB de 2014, divulgada pelo governo no dia 22/09, foi de 0,9%. A palavra estagnação já apareceu três vezes nas capas do Estadão ligada a outras palavras como recessão, inadimplência e inflação. Outros adjetivos são também utilizados para definir a economia do país:
travada, freada, mau humorada, para citar alguns. Já a palavra crescimento aparece uma vez: “O que dificulta o crescimento” (10/08/2014). O jornal parece adotar dois pesos e duas medidas aqui também, pois só vê estagnação agora enquanto não a via em 1998, quando o PIB literalmente não crescia.

Agora, tratemos da taxa de juros. Em 1998, duas taxas de juros eram estabelecidas pelo Comitê de Política Monetária: a Taxa Básica do Banco Central (TBC), espécie de piso da taxa, e a Taxa de Assistência do Banco Central (TBAN), equivalente ao teto. Durante o período eleitoral de 1998 ocorreram três reuniões do Copom [5], a primeira no dia 29/07, diminuiu a TBC e a TBAN de 21,00% para 19,75% e de 28,00% para 25,75%, respectivamente. No dia seguinte, não houve nenhuma notícia na capa sobre a alteração: a manchete do dia 30 foi um elogio ao leilão de privatização da Telebrás que ocorrera na véspera. O editorial intitulado “A grande vitória do governo” tratou da mesma questão. A segunda reunião ocorreu no dia 02/09.

A TBC caiu para 19,00% e a TBAN aumentou para 25,49%. No dia seguinte, chamada de capa anuncia: “Juro cai pela 7ª vez no ano”. O texto abaixo da chamada esclarece, porém, que apesar do piso ter sido reduzido, o teto sofreu elevação. A elevação em questão não foi pouco significativa – 4 pontos – mas foi totalmente ignorada na chamada.

No dia 10/09, em sessão extraordinária, o Copom manteve o piso da taxa em 19,00%, mas aumentou o teto para 49,75%. O aumento emergencial da taxa após o “mais dramático dia para o Brasil desde o início da crise mundial”, marcado por queda de 15,83% na Bolsa de São Paulo foi o tema da manchete do dia 11: “Fuga de divisas cresce e juros vão a 49,7%”. Segundo o texto sob a manchete, para conter a fuga de divisas, a única alternativa ao aumento de juros seria a desvalorização do real, mas o governo teria optado pela estabilidade da moeda. A mesma notícia informa que o presidente Fernando Henrique havia dito que, por ele, os juros não aumentariam. Lê-se também que as principais bolsas do mundo também caíram. O editorial intitulado “O papel do Congresso na crise” chama os congressistas a assumir responsabilidade sobre a situação: “Há uma crise mundial, o Brasil é parte do mundo e o Congresso brasileiro é parte de quê?”

A TBAN foi extinta em 04/03/99, e a TBC substituída pelo Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a taxa Selic. Durante o período eleitoral de 2014 houve duas reuniões do Copom. A primeira delas foi no dia 16/07, e a taxa foi mantida em 11,00%. No dia seguinte, análise apresentada na capa do Estadão indica que “elevar juros, no momento, é ação com potencial para conduzir a uma recessão”. A segunda reunião foi no dia 03/09 e a taxa foi, novamente, mantida. No dia 4, chamada de capa apenas informa sobre a decisão do Comitê.

O tema salário mínimo não esteve presente em nenhuma chamada de capa, nem no período eleitoral de 1998 nem de 2014. Mas, por se tratar de variante crucial para a compreensão da situação econômica do país, analisemos brevemente o tema. Em agosto 1998, o valor do salário mínimo nominal era R$130,00 quando o salário mínimo necessário para manter uma família de 4 pessoas (dois adultos e duas crianças), de acordo com o cálculo do DIEESE, era R$852,12. Ou seja, para atingir a renda necessária, o trabalhador precisaria ganhar aproximadamente 6,5 salários. Em agosto de 2014, o valor nominal é R$724,00 e o necessário R$ 2.861,55, ou seja, o salário mínimo necessário corresponde a 3,9 vezes o salário nominal.

Finalmente, se faz necessário um comentário especial sobre a cobertura do que foi, provavelmente, o dia mais importante para a economia brasileira no ano de 1998. No dia 23 de setembro, em um pronunciamento no Palácio do Itamaraty, o então presidente Fernando Henrique anunciou medidas econômicas drásticas que poderiam incluir aumento de impostos, diminuição de gastos, baixo crescimento econômico e um novo acordo com o FMI. No dia seguinte, a manchete: “FHC convoca nação para ajuste fiscal”. Nesta situação de crise extrema, com juros já altíssimos e a iminência de um novo empréstimo com o FMI, a capa do jornal o Estado de São Paulo expõe o apelo do presidente à nação e aos estados, municípios, bem como aos Poderes Legislativo e Judiciário para a solução da crise. Também o editorial do dia elogia a atitude do presidente que “assumiu o comando político do programa de combate à crise”, ainda que com atraso devido ao seu envolvimento na campanha eleitoral.

A análise apresentada até aqui demonstra que, com exceção da inflação, outros aspectos da economia de 1998 eram bem menos favoráveis que os de 2014. Como explicar, então, a cobertura tão negativa da economia brasileira na campanha atual? Uma coisa é certa, ela está de acordo com o viés anti-PT e anti-Dilma que a análise do MANCHETÔMETRO detecta na cobertura do Estado de S. Paulo, dos outros dois jornais impressos e do Jornal Nacional. A escolha discricionária de matérias (agendamento) e a interpretação tendenciosa de fatos (enquadramento) caracterizam a cobertura da economia no Estadão, espelhando o viés que identificamos na cobertura política.

[1] Disponível em:http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipc... – Acesso em 28/09/2014.
[2] Resolução nº 4.095, de 28 de junho de 2012. Disponível em:http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2012/pdf/res_4095_v1_O.pdf – Acesso em 28/09/2014.
[3] Disponível em: http://www.dieese.org.br/analiseped/2014/201406pedmet.pdf – Acesso em 28/09/2014.
[4] Disponível em:http://www.mme.gov.br/sgm/galerias/arquivos/plano_duo_decenal/estudos_ec... – Acesso em 28/09/2014.
[5] Disponível em: http://www.bcb.gov.br/Pec/Copom/Port/taxaSelic.asp – Acesso em 29/10/2014.

Saiba como evitar o contágio por ebola








Por outro lado, especialistas têm aprendido mais sobre como conter o vírus que já infectou cerca de 7,5 mil pessoas só na África Ocidental.
Casos também foram registrados na Espanha e nos Estados Unidos - onde uma pessoa morreu -, e um suspeito foi registrado no Brasil.
Autoridades correm contra o relógio para conter a doença, que, em seu surto atual, mata mais da metade das pessoas que contagia.

Evite o contato


O ebola é transmitido pelo contato direto com fluidos corpóreos: sangue, saliva e vômito podem transportar o vírus mortal.

Parentes dos pacientes e os profissionais de saúde que os tratam são os indivíduos em maior situação de risco. Porém, qualquer pessoa que se aproxime de infectados por ebola se colocam em risco.

Por esta razão, o contato deve se restringir a situações de cuidados médicos essenciais e sempre mediante precauções como usar a roupa de proteção completa.

O vírus não consegue penetrar a vestimenta, que inclui máscara, luvas, óculos de proteção, macacão de corpo inteiro e botas de plástico - mas poucas pessoas têm acesso a esse equipamento tão avançado.

Quem usar a roupa completa precisa trocá-la a cada 40 minutos. Colocar todas as peças leva cinco minutos - tirá-las leva, com a ajuda de outra pessoa, 15 minutos. Durante esse processo, as pessoas estão mais suscetíveis ao contágio com ebola, por isso são descontaminadas com cloro.

A temperatura interna dentro do uniforme pode chegar a 40 graus centígrados.


Cubra os olhos

Se uma gota de fluido infectado cair na pele, pode ser lavada imediatamente com água e sabão, ou gel antibacterial.

Já os cuidados com os olhos são mais complicados. Um espirro que atinja o olho pode transportar o vírus para dentro do corpo.
De forma semelhante, as membranas mucosas da boca e de dentro do nariz são áreas vulneráveis.

Cuidados com a lavanderia

Um dos sintomas mais marcantes do ebola é sangramento. Os paciente podem sangrar pelos olhos, ouvidos, nariz, boca e reto. Vômitos e diarreias também pode ser carregados de sangue.

Assim, lavar as roupas se torna um risco. Qualquer lavanderia ou outro dejeto clínico é incinerado. Equipamentos médicos que podem ser reutilizados são esterilizados.

Sem essas medidas, o vírus pode continuar vivo e a transmissão pode se amplificar.

Gotas diminutas em uma superfície que não tenha sido totalmente limpa também são um risco. Ainda não se sabe quanto tempo o vírus pode permanecer vivo e continuar representando uma ameaça. O vírus da gripe e outros germes podem continuar vivos por duas horas ou mais em superfícies como mesas, maçanetas e escrivaninha.

A auxiliar de enfermagem espanhola confirmada com ebola contou ter entrado duas vezes no quarto de um dos dois pacientes que estava ajudando a tratar - primeiro, para ajudar a tratar o paciente, e depois para desinfetar o ambiente após a sua morte.

Nos dois casos, ela usou o equipamento protetor completo. Acredita-se que ela tenha sido infectada quando tirou a roupa.

Água e sabão ou gel antibacterial rapidamente rompem a cápsula que envolve o vírus. Um método de descontaminação facilmente acessível em regiões remotas é o uso de detergentes diluídos em água.

PRESERVATIVOS

Em tese, quem se recupera de uma infecção por ebola não tem mais a capacidade de passar a doença adiante.

No entanto, o vírus já foi encontrado no sêmen de um paciente três meses depois de ele ter sido declarado curado.

Por esta razão, médicos dizem que os pacientes que se recuperarem do contágio devem evitar as relações sexuais durante três meses ou usar preservativos."

écio, pesquisas, corrupção e mar de lama da imprensa

"Nunca, de forma alguma, eu vi o sistema midiático, eterno propagador do "mar de lama" desde os tempos de Getúlio Vargas perder totalmente a compostura e assumir der vez o lugar da oposição partidária de direita

Davis Sena Filho, Brasil 247 

As classes dominantes brasileiras, à frente as famiglias donas de verdadeiros protetorados midiáticos, sempre tiveram DNA golpista. Essa gente sempre quis subordinar o Estado brasileiro aos seus ditames e interesses, além de lutar para que o Brasil continue a seu bel-prazer na condição de um País dependente, a reboque dos países ditos desenvolvidos e a atender os interesses do establishment internacional, principalmente no que diz respeito a políticas econômicas que favoreça os banqueiros nacionais e internacionais.
Ao privilegiar os banqueiros, privilegia-se todos os grandes segmentos e setores empresariais, rurais e urbanos, que vão ser premiados com o ressurgimento do neoliberalismo, derrotado há mais de dez anos pelas urnas do Brasil e de muitos países da América Latina. Nações que, no decorrer de quase 30 anos, tiveram o dissabor de terem suas economias falidas e, consequentemente, seus povos desempregados.


A verdade é que atender aos interesses de castas privilegiadas e de governos de carácteres imperialistas era a tônica, pois a ordem obedecida na prática, a partir do Consenso de Washington, de 1989. O desenvolvimento de uma estratégia antinacional e abraçada com fervor pelo governante entreguista, Fernando Henrique Cardoso, que governou como um caixeiro viajante, porque vendeu o patrimônio do Brasil irresponsavelmente, a cometer crimes de lesa-pátria.

Com efeito, ainda alinhou automaticamente a diplomacia brasileira aos interesses dos Estados Unidos e dos países grandes da Europa Ocidental, bem como efetivou uma política externa de dependência, vergonhosamente conhecida como a "Diplomacia do Tirar os Sapatos", tão dedicadamente efetivada pelo chanceler tucano, Celso Lafer. O chanceler tucano certa vez, em 2002, esteve oficialmente nos Estados Unidos e teve de se submeter a tirar os sapatos em aeroporto de Miami. A submissão em toda sua essência e a subserviência em toda sua amplitude. Realmente, tal espírito subalterno simbolizou, inapelavelmente, a Era FHC.

Agora, neste exato momento, o PT e a candidata, Dilma Rousseff, estão a sofrer uma avalanche de intrigas, mentiras, acusações, calúnias, injúrias e difamações veiculadas, sistematicamente, pelas mídias de mercado, a ter à frente desses canhões midiáticos privados as famílias Marinho, Frias, Mesquita, Civita e Sirotsky, além dos Diários Associados, cujos principais jornais do grupo empresarial conservador e de passado golpista são o Estado de Minas e o Correio Braziliense.

São esses magnatas bilionários de imprensa que se beneficiam, inclusive, com concessões públicas para terem no ar suas televisões. São eles os verdadeiros porta-vozes do golpe no Brasil, com ramificações robustas e influentes no exterior. Esses megaempresários são os propagadores da crise, do que eles matreiramente e inescrupulosamente chama de "mar de lama". A resumir: a crise tem nome, e o nome dela é imprensa familiar — a de negócios privados.

O "Mar de Lama Midiático", que levou Getúlio Vargas à morte; que foi o combustível do golpe de Estado sofrido por João Goulart; que humilhou Juscelino Kubitschek, ao ponto de ele ter de se apresentar ciclicamente para um oficial subalterno; e que insistiu em afogar em suas águas turvas o trabalhista Leonel Brizola até o dia de sua morte, em 2004. Sem, no entanto, conseguir.

Sem ter um mínimo de ética e isenção jornalística, a grande imprensa, herdeira da escravidão, de extrema direita e golpista por convicção, pois aposta na vitória eleitoral do candidato do PSDB, Aécio Neves, toma, inadvertidamente, a frente do processo eleitoral. Além disso, a imprensa alienígena conta com a cooperação de setores direitistas e golpistas do Judiciário e da Polícia Federal, para publicar declarações gravadas de um ladrão, que roubou a Petrobras, bem como as de um doleiro, mequetrefe e rastaquera, mais conhecido no Brasil do que nota de R$ 2.

Doleiro que sempre teve relações próximas, carnais, com os tucanos, inclusive em escândalos financeiros e administrativos. Contudo, a imprensa meramente mercantil se "esquece" desses fatos e passa a tratar as declarações de criminosos presos como se fossem as mais inquestionáveis verdades, sendo que sem quaisquer provas, como comprovam as matérias de revistas a serviço do PSDB, como a Época e a Veja, bem como os jornais da Globo, da Globo News, da Bandeirantes e do SBT.

Um absurdo, que somente acontece no Brasil porque os presidentes Lula e Dilma, apesar de suas popularidades, nunca tiveram disposição para efetivar o marco regulatório, a fim de regular e regulamentar o setor midiático. Ou seja, o País que tem uma das Constituições mais avançadas e progressistas do mundo, incrivelmente, não tem uma Lei dos Meios, como, por exemplo, tem os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Inglaterra e a nossa vizinha Argentina. Ponto!

Declarações retiradas propositalmente de um contexto mais amplo, mas suficientes para causar confusão e dúvida junto ao público, que ora se prepara para votar no dia 26 de outubro. Trata-se de homens presos pela Polícia Federal no Governo Dilma, ou seja, do PT, e que estão a ser usados eleitoralmente por policiais federais e juízes, que vazam depoimentos e assim cooperam com o PSDB e sua porta-voz: a imprensa corporativa e monopolista. A mídia privada dominada por meia dúzia de famílias que odeiam o Brasil, mas que jamais vão abrir mão de ganharem tanto dinheiro nessas terras tupiniquins, que sempre multiplicaram seus bilionários negócios.

É acinte e atentado à democracia, ao processo eleitoral e à Constituição o golpe midiático às vésperas das eleições. Não são toleráveis, em hipótese alguma, as atividades políticas indiscutivelmente eleitoreiras das famílias midiáticas e de seus empregados, que conseguem ser piores do que seus patrões. Um absurdo, que deveria ser duramente questionado pelos STF, PGR, TSE e OAB.

A luta para derrotar o PT, o maior, o mais orgânico e importante partido da história deste País está a alcançar as raias da loucura, a ter como prática crimes como o vazamento de delações (premiadas) de ladrões que foram presos em governo petista. Prisões que não aconteciam em governos tucanos, porque tudo era jogado para debaixo do tapete, bem como o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era chamado de engavetador-geral, a começar pelo megaescândalo de compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, grão-tucano conhecido também como Príncipe Neoliberal I ou Príncipe da Privataria, conforme livro elucidativo e de grande sucesso de vendas no Brasil.

O candidato do PSDB, Aécio Neves, está a ser ajudado pelas pesquisas, que são manipuladas, sendo que somente as pesquisas do Ibope e do Datafolha são publicadas na Rede Globo. Os outros institutos não tem vez. Seus números e índices não são mostrados na televisão dos Marinho e de seus sócios, porque somente há espaço para os dois institutos citados, que, com o acesso à maior televisão comercial do Brasil, passaram também a monopolizar as pesquisas, como o fazem todos os donos de oligopólios. Mais um cartel. Simplesmente.

O jornalista Marcelo Migliaccio, editor do Blog Rio Acima, que foi diretor do Jornal do Brasil e trabalhou na Folha, no Globo, no Estadão e no Correio Braziliense, afirmou, com correção e de forma pontual, que a "mesma tática {manipulação} do primeiro turno está sendo usada nas primeiras pesquisas divulgadas para o segundo turno, porque os institutos dão "empate técnico", mas com Aécio dois pontos à frente de Dilma. Pegam Dilma pelo mínimo da margem de erro e Aécio, pelo máximo".

O jornalista complementou: "O objetivo é criar uma falsa sensação de que Aécio está na frente. Uma onda fictícia que possa contagiar os incautos, os alienados, os egoístas e os mal intencionados. Só um completo idiota acredita que a diferença de 8,4 milhões de votos foi tirada em dois dias. No dia 23 de setembro, a projeção de segundo turno entre Dilma e Aécio, segundo o Ibope, dava a presidente com dez pontos de vantagem. Como agora, menos de duas semanas depois, ela está dois pontos atrás? Será que a cabeça das pessoas muda mesmo com tanta rapidez? Ou é mais um conto do vigário pra influenciar você?" — finaliza Migliaccio.

Como se observa, a manipulação midiática praticamente se institucionalizou. O PT sempre teve sérios problemas de comunicação para chegar à população, que somente tem acesso à informação sobre o que está a ser realizado nos últimos 12 anos de quatro em quatro anos, quando o PT e o Governo Trabalhista conseguem mostrar os avanços e as conquistas do povo brasileiro, por intermédio da propaganda eleitoral. Mesmo assim, grupos mercantilistas como as Organizações(?) Globo fazem campanha contra o horário eleitoral e também contra a Voz do Brasil.

Dilma Rousseff tem enormes chances de vencer mais uma eleição presidencial e ser reeleita. Mas nunca, de forma alguma, eu vi o sistema midiático, eterno propagador do "mar de lama" desde os tempos de Getúlio Vargas perder totalmente a compostura e assumir der vez o lugar da oposição partidária de direita, em uma campanha sórdida e sem preocupação com a realidade dos fatos e com a credibilidade da informação.

A verdade é que o PSDB e seus congêneres estão tutelados e, como pintos, protegem-se nas asas da grande imprensa de negócios privados e aliada dos interesses dos governos dos países ricos. Dilma vence, mas tomara que a lição tenha sido aprendida pelo PT. Marco regulatório para os meios de comunicação já! Aécio Neves e o PSDB representam o retrocesso econômico e o atraso social. Ele é tucano. É isso aí."

Juiz Federal responsável pelo vazamento do caso Petrobras é ligado à deputado do PSDB

Não sei dos dois qual é o mais bandido.

 
O juiz Sérgio Fernando Moro que conduz as investigações Lava-Jato, ficou conhecido nacionalmente, como fenômeno dos furos coletivos, após sucessivos vazamentos nessa quarta-feira (8), aonde Paulo Roberto Costa disse que PP, PT e PMDB recebiam dinheiro de contratos superfaturados na Petrobras, e o doleiro afirmou que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi pressionado por partidos aliados a aceitar a indicação de Costa para a Diretoria de Abastecimento da estatal.

O juiz Sérgio Moro e o fenômeno dos furos coletivos

Inacreditável o papel a que a Justiça Brasileira está se prestando.
Um vídeo (sem imagens, apenas o teto de uma sala) onde o o ex-diretor ladrão da Petrobras – que aliás, admite ter sido enfiado na companhia a contragosto de Lula, por pressão de outros partidos – diz, sem apresentar um mísero dado concreto, o que dirá uma prova, que “o comentário que pautava dentro da companhia” é que a diretoria das áreas de Gás e Energia, Serviços e Exploração e Produção, “os três por cento ficavam diretamente para o PT”.
É inexplicável o papel do Juiz Sérgio Moro, sobretudo depois de ver que surgiram versões clandestinas de outros depoimentos de Paulo Roberto Costa à Polícia, de permitir gravações editadas, com trechos do teor que citei, num processo que, pelos valores e gravidade que envolve, está sob sigilo, ou deveria estar.

O seu tribunal é uma “peneira” de furos seletivos.

Seria melhor que o juiz chamasse logo toda a imprensa para assistir e perguntar, pois talvez – só talvez – saísse alguma indagação sobre “que provas os senhores têm disso”?
Fernando Francischini (PSDB-PR)Fernando Francischini (PSDB-PR)

Moro e Francischini aliados desde 2007

Segundo levantamento da equipe de reportagem do i9, a dobradinha Moro e Francischini, começou a se formar após a Operação Fênix, lançada em 2007, o juiz decretou a prisão de 11 pessoas ligadas ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Entre os presos estavam parentes de Beira-Mar e advogados suspeitos de fazer papel de pombos-correio. No processo, Beira-Mar era acusado de controlar o narcotráfico em morros do Rio a partir do presídio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Na época da operação era Francischini o delegado da PF à frente das investigações contra Beira-Mar.
Francischini do PSDB é conhecido no Paraná, como "Rei dos Vazamentos". Com foco apenas em adversários políticos; rotina dos vazamentos era organizada, com sincronização entre Veja, Folha e Globo.**
Suspeita-se, entre os responsáveis pela Operação Lava Jato, que Francischini, ex-delegado da PF, seja o principal responsável pelo "vazoduto" que tem instrumentalizado as manchetes de jornais, capas de revistas e longas reportagens nas TVs, que visam desgastar o governo Dilma, a Petrobras e o PT. Isso porque, logo após as prisões da Operação Lava Jato, Francischini recebeu por sete horas advogados dos doleiros presos, que lhe pediram apoio e lhe entregaram todo o inquérito, até então desconhecido da imprensa. São quase 5 mil paginas em papel e outras 9 mil paginas digitalizadas.
Experiente no trato dessas informações, Francischini teria fatiado o inquérito, selecionando os "capítulos" mais importantes e distribuindo o material a veículos como Veja, Folha, jornal O Globo e TV Globo. O primeiro alvo foi o deputado André Vargas (PT-PR), que passou a balançar depois que um pedido de um jato emprestado ao doleiro Alberto Yousseff veio à tona. Francischini teria até montado uma lógica de distribuição de informações. Veja recebia o trecho do inquérito na quinta-feira, com o compromisso de não publicar na sua edição online. Folha e a TV Globo recebiam as informações na sexta-feira. Era a garantia de que todo os temas selecionados por ele renderiam também no fim de semana.

Coordenação

Foi assim que, Veja e Folha saíram com a tabela de Paulo Roberto Costa sobre "soluções" de empreiteiras para operações de compras da Petrobras. Ou as insinuações em todos os jornais de que haveria indícios de relação de Alberto Yousseff com o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, e a senadora Gleisi Hoffmann, ambos adversários de Francischini no Paraná.
Foi também assim, através do "vazoduto" montado por Francischini que, ontem, minutos depois de a Justiça ter quebrado o sigilo do processo, as edições online de Veja, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo vieram com as insinuações de envolvimento do ex-ministro Alexandre Padilha com o doleiro. Todos juntos, em menos de 30 minutos, conseguiram localizar a citação a Padilha no inquérito – o que demonstra a organização dos vazamentos.

Ligação


Fonte:19

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Globo: Denúncias sobre Petrobrás justificariam privatização da empresa


Editorial da revista Época revela que há, também, uma agenda ideológica nas denúncias que têm sido feitas contra a Petrobras; nesta semana, revista das Organizações Globo defendeu abertamente a privatização da empresa, em razão do escândalo de corrupção que envolve Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef; "é absolutamente clara a força dos argumentos daqueles que a defendem", diz o texto; "eles se tornam ainda mais pertinentes num momento como este, em que fica a cada dia mais claro como o aparelhamento político resultou numa gestão corrupta, cujos efeitos sobre os cofres públicos poderão se revelar até maiores do que os do mensalão".
Editorial da revista Época revela que há, também, uma agenda ideológica nas denúncias que têm sido feitas contra a Petrobrás; nesta semana, revista das Organizações Globo defendeu abertamente a privatização da empresa, em razão do escândalo de corrupção que envolve Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef; “é absolutamente clara a força dos argumentos daqueles que a defendem”, diz o texto; “eles se tornam ainda mais pertinentes num momento como este, em que fica a cada dia mais claro como o aparelhamento político resultou numa gestão corrupta, cujos efeitos sobre os cofres públicos poderão se revelar até maiores do que os do mensalão”.
Por trás das denúncias de corrupção contra a Petrobrás, não há apenas uma agenda política imediata, que é retirar o PT do poder e impedir a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Um objetivo secundário, mas não menos importante, é a privatização da Petrobras. Ao menos, para as Organizações Globo.
A defesa da venda da companhia ao setor privado foi feita de forma explícita, no editorial “O ‘Petrolão’ e a privatização”, da revista Época deste fim de semana. Assinado pelo jornalista Helio Gurovitz, o texto reflete a opinião dos irmãos Marinho sobre o tema. Eis um trecho:
“Nada mais oportuno, portanto, que aproveitar o período eleitoral para discutir este tema considerado tabu: a privatização da própria Petrobrás. Embora seja uma questão complexa e cheia de nuances, é absolutamente clara a força dos argumentos daqueles que a defendem. Eles se tornam ainda mais pertinentes num momento como este, em que fica a cada dia mais claro como o aparelhamento político resultou numa gestão corrupta, cujos efeitos sobre os cofres públicos poderão se revelar até maiores do que os do mensalão.”
Em sua campanha, justiça seja feita, o senador Aécio Neves nega a intenção de privatizar a Petrobrás. Ele fala, na verdade, em “desprivatizá-la”, tirando-a “das garras do PT”. Num eventual governo Aécio, a mudança esperada é a substituição do modelo de partilha, no pré-sal, pelo regime de concessões, semelhante ao adotado, por exemplo, no México.
A agenda da Globo, no entanto, é bem mais radical do que a do PSDB. Os Marinho, que sempre foram anti-Vargas e anti-nacionalistas, querem a privatização da Petrobrás. E usarão o chamado “petrolão” como argumento para a venda da maior empresa brasileira.
http://www.esmaelmorais.com.br/2014/10/globo-denuncias-sobre-petrobras-justificariam-privatizacao-da-empresa/