"Claro que há esse tipo de visão ainda, mas ela depõe mais contra quem a expressa do que contra os nordestinos ou nortistas. Trata-se de gente que perdeu privilégios ou que se sente insegura nem por ter perdido, mas por perceber que o outro que se encontrava abaixo dele na possibilidade de acesso aos bens e serviços agora não está mais. Encontra-se mais próximo, ou no mesmo patamar. É gente assustada por ter de dividir o elevador social com quem antes ia pelo elevador de serviço", disse o músico.
Chico César, no entanto, não concorda com a atitude de alguns internautas que, supostamente para "dar o troco", passaram a atacar paulistas via redes sociais.
"São Paulo não combina com generalizações. Elegeu prefeita a paraibana Luiza Erundina. Um pouco depois, o negro e carioca Pitta. É terra de punks e skinheads, de programa de auditório e poesia concreta, de uma das maiores paradas gays do mundo", disse.
Para o cantor casos isolados de preconceito não devem ser generalizados.
"Há um pensamento conservador de destruição e esvaziamento da política com "P" maiúsculo que quer nos levar a pensar assim, a traduzir manifestações isoladas como tradução do todo. Esse pensamento conservador e desmotivador da grande política, esse sim, tem-se alastrado com o vasto apoio da mídia corporativa brasileira."
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