sábado, 17 de maio de 2014
O poder, cadê o poder?
Depois do desmascaramento do caráter supostamente neutro do Estado propugnado pelo liberalismo, pela denúncia da sua natureza de classe por Marx, a contribuição de Gramsci redefinindo o poder sob a forma da hegemonia, foi a mais importante para a teoria do Estado e do poder nas sociedades capitalistas.
Manifestação pelo tumulto
Marcelo Carneiro da Cunha, Terra Magazine / Zagueiro
O que está acontecendo nesse momentono Brasil não é uma manifestação da insatisfação popular contra a Copa ou a FIFA. O que acontece é uma soma de ações de grupos organizados pelos mais diferentes motivos, mas sob o guarda-chuva da Copa. Isso é desonesto, mas quem vai cobrar honestidade de black bloc?
Corrupção? É na Copa que tem corrupção? É a questão dos aeroportos? Vocês se afligem muito com os aeroportos, isso?
Ou seja, no ano passado a gente incendiou o país por uma causa justa – a falta de transparência nos pagamentos feitos a empresas de transporte que oferecem pouco e ganham muito. Nada se resolveu, nada avançou, mesmo que o aumento tenha sido suspenso, o que não resolve em nada o problema, uma vez que provavelmente as empresas estão sendo pagas com dinheiro público, pelo que deixaram de receber desde junho passado.
O que eu quero ver é planilha de custos de ônibus, transparência e honestidade na definição dos custos e investimentos, e um transporte mais bem gerenciado, planejado, e quem roubou dinheiro dos trens e metrô na cadeia. O que eu quero ver é quem sobreorçou osestádios pagando por isso.
"Desculpem, mas não foi contra a Copa coisa nenhuma. Poderia ser, não foi. Hoje foi a favor de qualquer coisa que parasse o trânsito em nossas cidades, e pra isso bastam cem debiloides e alguns cartazes.
Em São Paulo, por exemplo, professores municipais em greve tomaram a avenida 23 de maio e sem-teto se deslocaram pela Zona Leste. O que isso tem a ver com Copa? Algumas centenas de black blocs e assemelhados subiram a avenida Consolação e quebraram uma concessionária de automóveis e queimaram lixo. Cadê o tema? A manifestação era contra ao capitalismo coreano, ou o não-recolhimento de lixo na capital? Que Copa?
Pergunte a um desses blocs qual é exatamente o problema com a Copa? Lembram daqueles atorezinhos globais que fizeram um anúncio contra Belo Monte e não acertaram um só dos motivos pelos quais aquilo fosse mesmo a fonte de todo o mal? Seus bloc: qual o problema de vocês com a Copa?
O dinheiro que deveria ir pra Saúde? A Saúde gasta por ano mais de 100 bilhões de reais, e gasta bem e mal pra caramba. A Copa vai custar uns oito bilhões, pra sempre. Quem sabe se manifestar contra a burocracia que destrói a Saúde e desvia ou desperdiça bilhões fosse uma causa mais legítima para quem está mesmo indignado com os desvios do país? A Educação? De que adianta investir mais em uma Educação do século dezenove? Seu bloc: você está enfurecido pela desorientação do currículo escolar implementado pelo MEC, é isso?
Há um ano, a indignação era com os transportes, alguém lembra? Pra onde ela foi? Transporte e Copa são a mesma coisa? A Copa dura um mês, os transportes a gente usa e necessita a vida inteira. O que deveria nos preocupar mais? Aliás, com toda a indignação bloc, alguém viu alguma planilha de custos das empresas de transporte ser aberta e analisada? Em algum lugar?
Nada do que era assunto no ano passado avançou um milímetro, e todos vocês já estão de novo colocando aquelas mascarazinhas ridículas por uma outra causa? De que adianta a indignação abastecida a molotov contra tudo isso que está aí? Vocês querem transformar radicalmente o aí? Para que servem vocês, se não sabem sequer o que são contra? Apenas para assassinar cinegrafistas e encher o saco de todo mundo?
O que acontece hoje, é que vocês assassinam causas. Vocês ridicularizam a democracia com essas máscaras sem sentido, e a democracia significa muito para mim, que vivi muitos anos sem ela. Vocês afastam todo mundo das ruas. Vocês são umas pragas.
Quero ver as mamatas expostas e os responsáveis chamados diante da Justiça e o dinheiro de volta. Quero ver o Ministério dos Esportes mostrando exatamente o que foi feito, o que não foi feito, e as causas, e não apenas gastando milhões com consultorias inúteis. Quero novos métodos de gestão do dinheiro público, com indicadores que nos permitam avaliar o retorno sobre TODOS os investimentos que bancamos com nossos impostos.
E isso, estimados blocs, não se consegue indo lá fora resolver nossos problemas com a autoridade paterna. Isso se resolve com ação contínua, organização dos cidadãos, com mobilização e disciplina, com meios de comunicação que queiram o bem do país, e não apenas os favores de quem apóiam.
Isso tudo só se consegue com cidadania, algo adulto, que começamos (mal) em 1989 e estamos longe de acabar.
Eu quero ver a Copa em paz. Já pagamos por ela, e temos esse direito. Eu quero começar a pensar na eleição presidencial e nos rumos que o Brasil vai tomar. Eu quero seguir em frente com o fortalecimento das instituições e do estado laico, deixando a Marina Silva longe de qualquer coisa parecida com poder. Eu quero seguir trabalhando, organizando, pensando e debatendo, porque sem isso o que existe é pauta e imposição. Se isso serve para os partidecos de exquerda, não serve para ninguém que viva no século 21.
Eu quero a gente curtindo a vida, sem desligar por um segundo da nossa responsabilidade para com ela e para com o país. Eu quero a gente livre dos black blocs e de volta às manifestações sérias, na dura tarefa de fazer o que tem que ser feito, e não apenas berrar ao vento pelo que nunca pode ou deve acontecer.
Gostaria ainda que a nossa Seleção fosse bem e não fizesse feio na frente de todo mundo. Mas, não sei se já perceberam, eu sei muito bem o que dá pra pedir, e o que é melhor deixar pra lá.
Um bom dia a todos, e vamos em frente."
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Mídia constrói embuste em torno de protestos fracassados
Anti-copa, anti-eleição & anti-jornalismo
Havia mais gente num ato do Planalto para anunciar condições de trabalho na Copa do que na maioria dos protestos anti-Copa
Só é possível entender a importância atribuída pelos meios de comunicação aos protestos anti-Copa, ontem, como parte do esforço para colocar o governo Dilma na defensiva quando faltam cinco meses para a eleição presidencial. É isso e só isso.
Na maioria dos protestos realizados do país, havia menos gente do que no Palácio do Planalto, às 15 horas da tarde de ontem, quando o governo, entidades patronais e as centrais sindicais – inclusive a Força Sindical – assinaram um acordo pelo trabalho decente durante da Copa do Mundo.
Você pode achar burocrático. Mas veja as consequências práticas.
No final do dia, em Brasília, grandes redes de alimentação e hotéis – estamos falando de McDonalds e Habibs, Accor, por exemplo – haviam firmado um acordo que, soube depois, era inédito no mundo.
Um total de 1600 empresas (o plano é chegar a 6000 nas próximas semanas), que empregam alguns dezenas de milhares de trabalhadores, firmou um compromisso para a Copa. Reforçar direitos trabalhistas, criar formas legais de evitar que trabalho temporário seja sinônimo de trabalho precário e impedir o avanço da exploração sexual de crianças e adolescentes, tão comum em situação desse tipo.
Sabe a preocupação social? Sabe aquele esforço para impedir que a Copa transforme o país num grande bordel? Pois é.
Você pode até achar que tudo isso é café pequeno diante das imensas causas e carências do país. É mesmo. Também pode se perguntar para que falar de iniciativas modestas, limitadas, quando a rua arde em chamas de pneus revolucionários.
São, definitivamente, iniciativas menos que reformistas, para falar em linguagem conhecida. Populistas, para usar um termo típico de quem não tem voto nem consegue comunicar-se com o povo. Eleitoreiras, é claro. Mas eu acho que os fatos de ontem ensinam muita coisa sobre o Brasil de hoje.
A menos que se acredite que em 2014 o Brasil se encontra às portas de uma revolução, numa situação que coloca questões econômicas como a expropriação dos meios privados de produção e criação de uma república de conselhos operários e populares, convém admitir que nossos meios de comunicação resolveram construir um embuste político em torno dos protestos e apresentar manifestações de rua fracassadas como se fosse um elemento da realidade.
Não seja Ney Matogrosso: leia os orçamentos, compare os gastos, veja as prioridades. Entre no debate real.
Veja quem defende, a portas fechadas, as “medidas impopulares”. Quem já se rendeu ao capital financeiro e quer entregar o Banco Central – isto é, a moeda dos brasileiros – aos mercados, para que possam jogar com ela, especular, comprar e vender. Não acredite na lorota de austeridade, de defesa da moeda acima da política e dos interesses sociais em eterno conflito. O que se quer é mais cassino em vez de mais salário mínimo. (Quase rimou...)
No cassino está o filé – que é sempre para poucos. E quando alguém falar no exemplo dos países desenvolvidos, recorde: no mármore da entrada do FED, o BC americano, está escrito que a instituição tem dois compromissos – defender a moeda do país e o emprego dos cidadãos. Lá, no coração do capitalismo, o BC tem essa função – ou missão, como dizem os RHs de hoje em dia. Toda luta pela independência do Fed consiste em lutar para revogar o compromisso com a defesa do emprego.
Numa conjuntura pré-eleitoral onde cada rua interrompida, cada pedrada, cada confronto desnecessário com a polícia e cada pequena labareda representa um desgaste das instituições políticas construídas democraticamente no fim da ditadura militar, o que se pretende é atingir um governo que toma medidas parciais, mas concretas em defesa da maioria e favorecer uma restauração conservadora. O capítulo final do embuste -- por isso é embuste -- é este. Criar uma imagem, um borrão, um ruído, que embaralhe o debate da eleição.
No país real de 2014, as alternativas são duas. E todos sabem quais são. E é por causa delas que a revolta policial do Recife, ontem, recebeu o tratamento de um episódio menor e passageiro, não é mesmo?
Na região Sudoeste de São Paulo, ontem, os trabalhadores cruzaram os braços em seis empresas. Mais tarde, avançaram por uma das pistas da Via Anchieta e fizeram o protesto por meia hora. Olha a falta de charme radical-televisivo dessa turma. Olha o tédio concreto de suas reivindicações. A monotonia. Certíssimo.
Ligados à indústria de autopeças, querem a manutenção do IPI que ajuda a vender automóveis, até hoje o setor da indústria que possui a cauda mais longa na produção de empregos diretos e indiretos. No país real, onde vive a maioria dos brasileiros, uma das prioridades é e sempre foi esta: emprego, que permite pagar a conta do fim do mês.
A reivindicação dos metalúrgicos não era improvisada. E nada tem a ver com anti-Copa, movimento que ignoram porque gostam de futebol, não querem perder a oportunidade de torcer pela seleção brasileira em seu próprio país e até admitem que os empregos que a Copa criou ajudaram no orçamento de amigos, parentes e vizinhos.
Os sindicatos querem sentar com os empresários e o governo para discutir medidas que a CUT e a Força Sindical trouxeram da Alemanha, onde trabalhadores, empresas e governo repartem custos que ajudam a manter o emprego mesmo nas situações que a economia esfria – esse tipo de pacto é um dos motivos que explica a vitória eleitoral de Angela Merkel, que não aplica contra seu povo a política de austeridade que exige dos países mais fracos da União Europeia.
No mundo real, vivemos a época do capitalismo rastejante, como definiu um dos dirigentes políticos de minha juventude. Cada emprego é uma epopeia, todo benefício social é um suadouro, garantir um horizonte de segurança para a família é uma utopia.
O que nossos conversadores mais reacionários pretendem é um confronto com todas as armas – inclusive o embuste -- com um governo que, com todos os limites, falhas e erros clamorosos, tem conseguido aliviar o sofrimento dos mais pobres.
Numa fase da história em que a renda se concentra nos principais países do planeta, gerando uma desigualdade que bons estudiosos indicam como caminho seguro para novas catástrofes, até mais frequentes, o Brasil conseguiu avançar na direção contrária. O plano era fazer virar uma Grécia. Virou... o Brasil.
Vamos lembrar de 1964. Num país polarizado, com um governo que havia chegado ao limite possível, a revolta dos sargentos, e dos cabos, a radicalização dos camponeses, a campanha sistemática de denuncia dos políticos e do Congresso envolvia causas justas e corretas – mas seu efeito real foi abrir caminho para o golpe de Estado e uma derrota de 20 anos.
Lembrem de 1933, na Alemanha. Convencido de que havia chegado a hora do assalto ao poder, o Partido Comunista Alemão, orientado por Josef Stalin, estimulou uma política sectária de denúncia da social-democracia. Rompeu a unidade dos trabalhadores e passou a acusar os social-democratas de social-fascistas. O saldo foi Hitler – uma derrota que só seria revertida pela II Guerra Mundial.
A história mudou bastante, de lá para cá. Mas convém entender que algumas lições permanecem.
vi no: http://esquerdopata.blogspot.com.br/2014/05/midia-constroi-embuste-em-torno-de.html
Entenda como funciona o Bolsa Família
Criticado por Ney Matogrosso e peça da campanha de Aécio, Campos e Dilma, benefício é pago para 14 milhões de famílias. Veja quais as respostas às perguntas mais frequentes sobre o programa
Encontrei no Contexto Livre
Via Carta Capital
Uma das principais bandeiras dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o programa de transferência de renda Bolsa Família entrou na pauta eleitoral de 2014.
Via Carta Capital
Uma das principais bandeiras dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, o programa de transferência de renda Bolsa Família entrou na pauta eleitoral de 2014.
O anúncio do reajuste de 10% em cadeia nacional, feito às vésperas do 1º de maio pela presidenta Dilma Rousseff, e as críticas de seu opositor Aécio Neves — de que o aumento é insuficiente e não atende às recomendações das Nações Unidas sobre o combate à pobreza — mostram que o benefício dado pelo governo federal será alvo de debate e disputa durante a campanha eleitoral. Recentemente, o cantor Ney Matogrosso também desqualificou o governo, ao tecer críticas ao programa social.
Conheça mais sobre o Bolsa Família e veja quais as respostas às perguntas mais frequentes sobre ele:
O que é o Bolsa Família?
O Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza do País. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação brasileiros com renda familiar per capita inferior a 70 reais mensais.
Quantas pessoas são atingidas pelo Bolsa Família?
De acordo com o governo, no mês de abril de 2014 o Bolsa Família foi pago a 14.145.274 famílias, atingido cerca de 50 milhões de pessoas.
Qual o valor que cada família recebe e como ele é calculado?
O programa oferece às famílias quatro tipos de benefícios: o Básico, o Variável, o Variável para Jovem e o para Superação da Extrema Pobreza.
O Básico, concedido às famílias em situação de extrema pobreza, é de 70 reais mensais, independentemente da composição familiar. Já o Variável, no valor de 32 reais, é concedido às famílias pobres e extremamente pobres que tenham crianças e adolescentes entre 0 e 15 anos, gestantes ou nutrizes, e pode chegar ao teto de cinco benefícios por família, ou seja 160 reais. As famílias em situação de extrema pobreza podem acumular o benefício Básico e o Variável, até o máximo de 230 reais por mês.
O benefício Variável para Jovem, de 38 reais, é concedido às famílias pobres e extremamente pobres que tenham adolescentes entre 16 e 17 anos, matriculados na escola. A família pode acumular até dois benefícios, ou seja, 76 reais.
Já o para Superação da Extrema Pobreza é concedido às famílias em situação de pobreza extrema. Cada família pode ter direito a um benefício. O valor varia em razão do cálculo realizado a partir da renda per capita da família e do benefício já recebido no programa.
As famílias em situação de extrema pobreza podem acumular o benefício Básico, o Variável e o Variável para Jovem, até o máximo de 306 reais por mês, como também podem acumular um benefício para Superação da Extrema Pobreza.
Qual o máximo que uma família já recebeu?
O benefício do Bolsa Família é variável, uma vez que é pago o valor suficiente para que uma família possua uma renda per capita mensal mínima de 70 reais (77 reais, a partir de junho de 2014).
No entanto, um dos valores mais altos pagos a uma família, de 19 membros, foi de 1.332 reais. A quantia repassada pelo Bolsa Família, no ano de 2012, teve valores combinados através do Brasil Carinhoso.
Como o governo sabe quem tem que receber o Bolsa Família?
A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informações registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de coleta e gestão de dados que tem como objetivo identificar as famílias de baixa renda existentes no Brasil. Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social seleciona as famílias que receberão o benefício.
Quais são as regras para poder receber o benefício?
Podem receber o benefício as famílias em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até 70 reais por mês; aquelas que são consideradas pobres, renda per capita entre 70,01 reais e 140 reais por mês; e as que são pobres ou extremamente pobres e tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos (sendo nesses últimos casos um valor maior do que o fornecido às famílias sem crianças, adolescentes ou gestantes).
Para ser beneficiário, será preciso apresentar um documento de identificação, como o CPF, por exemplo, entrar no Cadastro Único. O cadastramento, no entanto, não significa que o recebimento será imediato. Quem seleciona as famílias que receberão o Bolsa Família é o Ministério do Desenvolvimento Social, com base na renda per capita.
As prefeituras municipais são responsáveis por cadastrar, digitar, transmitir, manter e atualizar a base de dados, acompanhar as condições do benefício e articular e promover as ações complementares destinadas ao desenvolvimento autônomo das famílias pobres do município.
Quais as contrapartidas que a família precisa dar?
Na área de saúde, as famílias devem acompanhar o cartão de vacinação e o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. As mulheres na faixa de 14 a 44 anos também devem fazer o acompanhamento médico. Quando gestantes ou lactantes devem realizar o pré-natal e o acompanhamento de sua saúde e do bebê.
No que diz respeito a educação, todas as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar matriculados e ter frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. Já os estudantes entre 16 e 17 anos devem ter frequência de, no mínimo, 75%.
Na área de assistência social, crianças e adolescentes com até 15 anos em risco ou retiradas do trabalho infantil devem participar dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e obter frequência mínima de 85% da carga horária mensal.
De que maneira as contrapartidas são checadas?
Cabe ao poder público fazer o acompanhamento gerencial para identificar os motivos do não cumprimento das condicionalidades. A partir daí, são implementadas ações de acompanhamento das famílias em descumprimento, consideradas em situação de maior vulnerabilidade social.
A família que encontra dificuldades em cumprir as contrapartidas deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) ou a equipe de assistência social do município.
Caso não tome nenhuma dessas atitudes, corre o risco de ter o benefício bloqueado, suspenso ou até mesmo cancelado.
Dos brasileiros que recebem o Bolsa Família, qual a porcentagem de mulheres e de homens?
Entre os titulares responsáveis pelas famílias que recebem, 93% são mulheres. Do total de pessoas que são beneficiadas pelo programa, 56% são mulheres e 44% são homens.
Qual o número de brasileiros que deixaram de precisar do programa e abriram mão do benefício?
Desde o início do programa, em 2003, 1,7 milhão de famílias deixaram o programa por informarem renda per capita mensal superior aos limites estabelecidos.
Há outras iniciativas neste sentido?
O Brasil Sem Miséria lançou a Ação Brasil Carinhoso Para atender as crianças de zero a seis anos — fase crucial do desenvolvimento físico e intelectual. A Ação Brasil Carinhoso foi concebida numa perspectiva de atenção integral que também articula reforço de políticas ligadas à saúde e à educação. Por isso, envolve o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação (MEC).
Em um primeiro momento, foi criado um complemento do benefício do Bolsa Família, que garante que todos os beneficiários tenham uma renda mensal de pelo menos 70 reais, saindo da situação da extrema pobreza. Atualmente, entretanto, esse complemento foi estendido para as famílias com crianças e jovens de até 15 anos e a todas as famílias em situação de extrema pobreza.
Segundo o governo, entretanto, hoje não é mais possível considerar que o complemento do Bolsa Família para famílias em extrema pobreza seja parte do Brasil Carinhoso. Ele é nominado como complemento do Brasil Sem Miséria.
Recentemente, a presidenta Dilma Rousseff anunciou um reajuste de 10% no Bolsa Família. Como ele será feito?
De acordo com o Decreto nº 8.232, de 30 de abril de 2014, esse aumento terá efeitos a partir de 1º junho de 2014. Assim, o programa passará a atender famílias que tenham renda mensal por pessoa de até 77 reais (extrema pobreza) e famílias com renda per capita entre 77,01 reais e 154 reais (pobreza), desde que, nesse caso, haja crianças, adolescentes, gestantes ou nutrizes.
Assim, os valores mensais pagos às famílias também terão aumento. Enquanto o benefício Básico passa a ser de 77 reais, o Variável aumentará para 35 reais e o Variável Jovem passa a ser 42 reais. Já o para Superação da Extrema Pobreza terá aumento caso a caso, pois deverá ser concedido para famílias que, mesmo após receber os demais benefícios do Bolsa Família permaneçam com renda por pessoa de até 77 reais.
O que garante o Bolsa Família? Uma lei?
O Bolsa Família foi criado por meio da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004. Sua regulamentação se deu por meio do Decreto nº 5.209, de 17/09/2004.
Como o programa poderia vir a se tornar um direito constitucional?
Criado para atender aos direitos sociais expressos no artigo 6º da Constituição (a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados), o Bolsa Família não é um direito constitucional. No entanto, projeto de lei do pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, prevê que o programa seja incorporado à Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) com objetivo de assegurar o benefício como política pública. Já o presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos, prometeu incluir mais famílias no benefício do governo federal.
Há estudiosos do programa que defendem que se o benefício se tornar um direito constitucionalizado deixará de ser uma política pública de governo — ou atrelada a um partido — para se tornar de Estado.
Fontes: Carta Capital, MDS e Caixa Econômica FederalNão vai ter Copa na Idiotolândia
Os idiotas estão convencidos de que todas as mazelas de seu país têm como causa a realização do maior evento esportivo do mundo.
Por isso, na Idiotolândia não vai ter Copa.
E não adianta explicar aos idiotas que não há relação de causa-efeito entre falta de hospitais, de escolas, de moradias ou de transporte urbano e a Copa.
Os habitantes da Idiotolândia ignoram a lógica ou a razão.
Como são idiotas, agem como idiotas, fazem coisas sem nenhum sentido, não se importam de, com seus atos, prejudicarem milhões de pessoas que não vivem na Idiotolândia.
Caminham, pateticamente, entoando slogans dos quais desconhecem o sentido, carregando faixas e cartazes com frases ininteligíveis e empunhando bandeiras com símbolos indecifráveis.
Pretendem ser os porta-vozes dos oprimidos e a vanguarda da revolução que libertará os miseráveis de sua vil condição.
Mas são apenas idiotas.
Bois de piranha, bucha de canhão, inocentes úteis, massa de manobra.
Enquanto agem como idiotas, se expondo fisicamente em protestos cenográficos, incitando conflitos com forças repressoras ou cidadãos comuns que querem apenas trabalhar, estudar, passear, viver a sua vida, os poderosos da Espertolândia se cumprimentam pelo êxito de seus planos para sabotar esse país chamado Brasil em que se infiltraram para saquear riquezas, explorar a mão de obra, se locupletar em sinecuras, desafiar leis e, principalmente, como gostam de dizer, "levar vantagem em tudo".
A Idiotolândia não existiria sem a Espertolândia.
E, incrível, a Espertolândia, que arma, financia, organiza e monitora os idiotas que bradam nas ruas que não vai ter Copa, está muito satisfeita com o lucro que teve, está tendo e terá ainda por um bom tempo com o evento esportivo.
O mundo é dos espertos, mas não seria se não fossem os idiotas.
Por isso, na Idiotolândia não vai ter Copa.
E não adianta explicar aos idiotas que não há relação de causa-efeito entre falta de hospitais, de escolas, de moradias ou de transporte urbano e a Copa.
Os habitantes da Idiotolândia ignoram a lógica ou a razão.
Como são idiotas, agem como idiotas, fazem coisas sem nenhum sentido, não se importam de, com seus atos, prejudicarem milhões de pessoas que não vivem na Idiotolândia.
Caminham, pateticamente, entoando slogans dos quais desconhecem o sentido, carregando faixas e cartazes com frases ininteligíveis e empunhando bandeiras com símbolos indecifráveis.
Pretendem ser os porta-vozes dos oprimidos e a vanguarda da revolução que libertará os miseráveis de sua vil condição.
Mas são apenas idiotas.
Bois de piranha, bucha de canhão, inocentes úteis, massa de manobra.
Enquanto agem como idiotas, se expondo fisicamente em protestos cenográficos, incitando conflitos com forças repressoras ou cidadãos comuns que querem apenas trabalhar, estudar, passear, viver a sua vida, os poderosos da Espertolândia se cumprimentam pelo êxito de seus planos para sabotar esse país chamado Brasil em que se infiltraram para saquear riquezas, explorar a mão de obra, se locupletar em sinecuras, desafiar leis e, principalmente, como gostam de dizer, "levar vantagem em tudo".
A Idiotolândia não existiria sem a Espertolândia.
E, incrível, a Espertolândia, que arma, financia, organiza e monitora os idiotas que bradam nas ruas que não vai ter Copa, está muito satisfeita com o lucro que teve, está tendo e terá ainda por um bom tempo com o evento esportivo.
O mundo é dos espertos, mas não seria se não fossem os idiotas.
Lambido do: http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/05/nao-vai-ter-copa-na-idiotolandia.html
Vai ter Copa: resposta à grande aliança
"O patético manifesto deixado pelos autores do atentado contra a embaixada do Brasil em Berlim é um misto de desinformação, má fé e de devaneio político.
Marco Aurélio Garcia, Carta Maior
Desde Berlim, onde reside há alguns anos, Flávio Aguiar nos escreve, em Carta Maior, sobre o recente apedrejamento da Embaixada brasileira na Alemanha em protesto contra a realização da Copa do Mundo no Brasil.
O patético manifesto deixado pelos autores do atentado – misto de desinformação, má fé e de devaneio político – se insere, como explica Aguiar, em uma campanha cuidadosamente articulada pela mídia conservadora e pelo establishment financeiro europeus contra o Brasil e o Governo brasileiro.
Baluartes importantes dessa mobilização têm sido o FINANCIAL TIMES e a ECONOMIST.
Um exame mais detalhado da situação permitiria incorporar outros atores, dentre eles o SPIEGEL, na Alemanha, que há bem pouco vituperou contra o Mundial-2014 no Brasil. Até o conservador EL MERCURIO, do Chile, se somou à campanha.
Da mesma forma, é constrangedor ver manifestações em uma Europa combalida pelo desmonte do Estado de Bem-Estar contra um país que tem dado passos importantes na construção de uma sociedade mais próspera, igualitária e democrática.
O Brasil dispensa essas lições, sobretudo quando provenientes de uma aliança tão “heterogênea” como esta a que estamos assistindo.
Conhecemos bem os ardis da História. Em fins dos anos 20 e início da década de 30, do século passado, ocorreu um trágico desencontro das esquerdas alemãs. Comunistas e Socialdemocratas se acusavam mutuamente, enquanto a extrema direita se apropriava de grande parte das classes trabalhadoras alemãs, mergulhadas que estavam no desalento e na perplexidade política. Quem pagou esta conta não foram somente os alemães, mas a humanidade inteira.
Não se pode negar que ouvimos a voz das ruas no Brasil. Não somente durante as manifestações de 2013, mas nos quase 12 anos em que Lula e Dilma Rousseff governaram e governam o país.
No Brasil, nesse período, iniciamos a construção de uma sociedade mais igualitária e democrática. Caminho difícil de ser percorrido, tendo em vista a pesada herança interna de décadas que nos foi legada, o difícil contexto internacional dos últimos anos e também – temos de reconhecer – nossos erros e deficiências.
Sabemos que a transformação que o povo e o Governo brasileiros estão realizando não coincide com o roteiro previsto em muitos textos “clássicos”. Mas sabemos também que a mudança tem sido suficientemente importante para deixar profundamente preocupadas as classes dominantes locais e, sobretudo, internacionais.
Vamos continuar neste caminho.
E vai ter COPA."
21 coisas que não tem necessidade de saber, mas você vai gostar !
- As borboletas provam os sabores com as patas.
- O grito do pato não produz eco. Não se sabe por quê.
- Em 10 minutos, um furacão produz mais energia do que todas as armas nucleares juntas.
- Em média, 100 pessoas morrem, todos os anos, asfixiadas com uma caneta.
- Em geral as pessoas temem mais as aranhas do que a morte.
- 90 % dos taxistas novaiorquinos são imigrantes recém-chegados.
- 35% das pessoas que utilizam agências de encontro são casados.
- Os elefantes são os únicos animais que não podem saltar.
- Só uma pessoa em cada 2 bilhões vive até aos 116 anos ou mais.
- É possível fazer uma vaca subir escadas, mas é impossível fazê-la descer.
- As mulheres piscam os olhos duas vezes mais do que os homens.
- É fisicamente impossível lamber o próprio cotovelo.
- A biblioteca principal da Universidade de Indiana enterra-se, todos os anos, cerca de
uma polegada. Os arquitetos esqueceram-se de incluir o peso dos livros nos cálculos.
- Um caracol pode dormir durante três anos.
- Os seus olhos têm o mesmo tamanho que tinham quando você nasceu, mas as suas orelhas e o seu nariz não param de crescer
- A cadeira elétrica foi inventada por um dentista.
- Todos os ursos polares são canhotos
- No Egito antigo, os sacerdotes arrancavam todos os pelos do corpo, até as pestanas.
- O olho de um avestruz é maior do que o seu cérebro.
- Um crocodilo não pode pôr a língua de fora
- O isqueiro foi inventado antes dos fósforos.
http://www.hierophant.com.br/arcano/posts/view/Science/1152
quinta-feira, 15 de maio de 2014
O Futebol de esquerda e o de direita
No início da noite desta sexta-feira, topei sem querer, mais uma vez, com o ator Dan Stulbach, corinthianíssimo. Desta vez, ele saía do Teatro Eva Herz para a confusão da Livraria Cultura.
Conversa de um minuto e meio. Ele assegura que o livro que carrego é muito bom.
- Você já leu? - pergunto, surpreso.
- Não, mas sei que é bom. Vou comprar.
Então lhe conto rapidamente sobre o pedaço de capítulo que li, o quarto, cujo título é "Luz e trevas". Ele se interessa mais ainda. Creio que vai ler mesmo. Tchau. Até logo.
Enfim, repito aqui a dica. A obra é "Os números do jogo - Por que tudo que você sabe sobre futebol está errado", de Chris Anderson e David Sally.
O tal capítulo se abre com uma frase de Pep Guardiola, ainda no Barça:
- Nós jogamos futebol de esquerda. Tudo mundo faz tudo.
Na sequência, oferece-se uma degustação da pedagogia de um dos mais politizados e controversos dos técnicos de futebol.
""A rica e ilustre história do futebol está repleta de filósofos, pregadores e prosélitos, mas poucos tinham um físico tão adequado para o papel de visionário quanto César Luis Menotti, o fumante inveterado de cabelos desgrenhados que treinou a seleção argentina de 1978.
Menotti, conhecido como "El Flaco", "O Magro", tinha uma personalidade impressionante que combinava com sua aparência singular.
Comunista inveterado, ele assumiu a seleção argentina no momento em que o país era governado por uma brutal junta militar de direita.
Menotti era, no que diz respeito à carreira, um pragmático a sua maneira. Ele ficaria ofendido, porém, se essa definição fosse aplicada a suas ideias sobre futebol. No campo, Menotti era um purista.
A mensagem dele era simples: o futebol é uma questão de marcar um, dois ou três gols a mais que o adversário. Ele não estava preocupado em tomar a dianteira no placar e depois jogar fechado.
Já vimos que o futebol, o futebol moderno, é uma questão de equilíbrio. Mas, para Menotti, não havia tons de cinza. Havia o ataque, estonteante e empolgante, e havia a defesa, cínica e triste. Havia luz e havia trevas.
Menotti tratava essa diferença em termos ideológicos. Ele falava em futebol de esquerda e futebol de direita.
Para Menotti, o comunista, o futebol de esquerda era positivo, marcado pela criatividade e pela alegria. O futebol de direita era negativo, medroso, definido pela obsessão com o resultado.
- O futebol de direita insinua que a vida é uma batalha - afirmava. - Exige sacrifício; temos de nos tornar de aço e vencer do jeito que der, é obedecer e agir; é aquilo que os poderosos exigem dos jogadores; é assim que surgem os imbecis, os idiotas úteis que aceitam o sistema.""
Se em tudo há política, esse trecho do livro sugere uma reflexão importante, que faz sentido especialmente para alguns de nós, corinthianos de infantaria, já saturados do "conservadorismo" defensivista do técnico Tite.
Afinal, o time que saiu da várzea, no início do século passado, somente se tornou grande por conta da ousadia, por jogar para frente, por criar protagonismo, por representar a ira santa dos povos segregados e explorados.
O Corinthians somente virou Corinthians por ser, nessa categorização, um autêntico representante da esquerda, estufador implacável das redes adversárias, muitas vezes véus de metas guardadas pelos arrogantes filhos da elite.
Hoje, no milionário time do ataque quase inexistente, e do fanatismo pelos placares mínimos, somos o quê? Afinal, a esquadra de Tite honra a origem da casa?
Texto: Walter Falceta Jr. no http://resistenciacorinthiana.blogspot.com.br/2013/10/o-futebol-de-esquerda-e-o-de-direita.html
Conversa de um minuto e meio. Ele assegura que o livro que carrego é muito bom.
- Você já leu? - pergunto, surpreso.
- Não, mas sei que é bom. Vou comprar.
Então lhe conto rapidamente sobre o pedaço de capítulo que li, o quarto, cujo título é "Luz e trevas". Ele se interessa mais ainda. Creio que vai ler mesmo. Tchau. Até logo.
Enfim, repito aqui a dica. A obra é "Os números do jogo - Por que tudo que você sabe sobre futebol está errado", de Chris Anderson e David Sally.
O tal capítulo se abre com uma frase de Pep Guardiola, ainda no Barça:
- Nós jogamos futebol de esquerda. Tudo mundo faz tudo.
Na sequência, oferece-se uma degustação da pedagogia de um dos mais politizados e controversos dos técnicos de futebol.
""A rica e ilustre história do futebol está repleta de filósofos, pregadores e prosélitos, mas poucos tinham um físico tão adequado para o papel de visionário quanto César Luis Menotti, o fumante inveterado de cabelos desgrenhados que treinou a seleção argentina de 1978.
Menotti, conhecido como "El Flaco", "O Magro", tinha uma personalidade impressionante que combinava com sua aparência singular.
Comunista inveterado, ele assumiu a seleção argentina no momento em que o país era governado por uma brutal junta militar de direita.
Menotti era, no que diz respeito à carreira, um pragmático a sua maneira. Ele ficaria ofendido, porém, se essa definição fosse aplicada a suas ideias sobre futebol. No campo, Menotti era um purista.
A mensagem dele era simples: o futebol é uma questão de marcar um, dois ou três gols a mais que o adversário. Ele não estava preocupado em tomar a dianteira no placar e depois jogar fechado.
Já vimos que o futebol, o futebol moderno, é uma questão de equilíbrio. Mas, para Menotti, não havia tons de cinza. Havia o ataque, estonteante e empolgante, e havia a defesa, cínica e triste. Havia luz e havia trevas.
Menotti tratava essa diferença em termos ideológicos. Ele falava em futebol de esquerda e futebol de direita.
Para Menotti, o comunista, o futebol de esquerda era positivo, marcado pela criatividade e pela alegria. O futebol de direita era negativo, medroso, definido pela obsessão com o resultado.
- O futebol de direita insinua que a vida é uma batalha - afirmava. - Exige sacrifício; temos de nos tornar de aço e vencer do jeito que der, é obedecer e agir; é aquilo que os poderosos exigem dos jogadores; é assim que surgem os imbecis, os idiotas úteis que aceitam o sistema.""
Se em tudo há política, esse trecho do livro sugere uma reflexão importante, que faz sentido especialmente para alguns de nós, corinthianos de infantaria, já saturados do "conservadorismo" defensivista do técnico Tite.
Afinal, o time que saiu da várzea, no início do século passado, somente se tornou grande por conta da ousadia, por jogar para frente, por criar protagonismo, por representar a ira santa dos povos segregados e explorados.
O Corinthians somente virou Corinthians por ser, nessa categorização, um autêntico representante da esquerda, estufador implacável das redes adversárias, muitas vezes véus de metas guardadas pelos arrogantes filhos da elite.
Hoje, no milionário time do ataque quase inexistente, e do fanatismo pelos placares mínimos, somos o quê? Afinal, a esquadra de Tite honra a origem da casa?
Texto: Walter Falceta Jr. no http://resistenciacorinthiana.blogspot.com.br/2013/10/o-futebol-de-esquerda-e-o-de-direita.html
quarta-feira, 14 de maio de 2014
A culpa é das estrelas vermeklhas
Uma vez li que o Brasil tem predisposição em ser uma monarquia. Digo mais: o Brasil tem predisposição em ser uma botãocracia. É um país de tolos que se acham politicamente engajados mas não compreendem o mínimo funcionamento do sistema em que vive. Acha que o maior dos problemas estruturais pode ser resolvidos por um rei (ou rainha) apenas apertando um botão vermelho na mesa da presidência.
O problema da educação? Oras, todo mundo sabe, é só investir. É só apertar o botão. Por que é que ninguém até hoje ainda não apertou? É o que indaga o sujeito super revoltado achando que nossos problemas não são resolvidos por preguiça. Daí você pergunta: que tipo de educação é essa? O que você acha da proposta do MEC de englobar matérias? O que você acha da priorização do ensino técnico? E do projeto de federalização?
Silêncio. Na mente dessas pessoas, a solução é óbvia. Não, a solução para nada no Brasil é óbvia. Há centenas de modelos educacionais brigando por espaço. Há problemas estruturais gigantes na área da saúde que não são resolvidos apenas construindo mais hospitais. E não, a culpa não é só do PT.
Esse é um fenômeno curioso, e ao mesmo tempo irritante. Todos os problemas recaem sobre o PT ou sobre o Lula/Dilma, como se vivêssemos numa ditadura (alguns diriam seriamente que sim) ou monarquia. Nem nesses regimes há tanto poder para que tanta culpa recaia sobre eles.
A gente pode estar pesquisando uma receita de bolo na internet que vemos um comentário de que o bolo ficou solado por culpa do PT. Saindo na rua de bairros de elite, se um cocô tá na calçada é culpa do bolchevismo da Dilma. Se acontece uma tragédia no Japão, a culpa é do PT, berra o Arnaldo Jabor. É como se fosse a personalização política da teoria do caos. Se o Lula solta um pum em Rondônia, toda uma cadeia eventos resulta em um tornado no Estados Unidos.
Não há nenhuma formação do funcionamento da democracia, da divisão de poderes, da responsabilidade do município, do estado ou da esfera federal. Não, não há interesse em saber o real culpado, o único interesse é de bancar o engraçadinho ou o cara super politizado colocando a culpa nas estrelas vermelhas. Isso além de ser imbecilizante, faz com que tenhamos que ficar mais tempo explicando o que não é culpa do PT em vez de realmente focar no que é culpa dele.
É por isso que temos um debate político tão rasteiro e burro no Brasil. O mais triste é que esse discurso vem em boa parte das pessoas que deveriam ser mais inteligentes, mas que talvez mostre que a nossa educação é realmente um problema, pois não ensina a pensar, e sim a apenas ensinar algum aspecto técnico.
A culpa? Claro, do PT!
Lambido do, http://jovempolitico.com/culpa-do-pt/
A Manipulação da imprensa está no enfoque - A realidade vista de outro jeito
Grande parte da sociedade sabe que imprensa manipula informações de acordo com seus interesses comerciais e políticos. Mas, como acontece essa manipulação? De que forma a imprensa consegue manipular sem que muitos percebam? Acontece que a imprensa do século XXI tem uma forma muito peculiar de mostrar sua versão dos fatos. Isso porque a manipulação não costuma acontecer dentro do texto, mas sim no enfoque dado aos fatos. Destacando certos fatos e omitindo outros, a imprensa amplia o foco em certas verdades que não passam de “meias verdades”. Reconstroem a realidade seguindo pautas pré-estabelecidas onde algumas informações serão privilegiadas e outras ignoradas. Além disso, em certas ocasiões pontuais a imprensa publica informações irreais ou fantasiosas, e, apesar de ser rapidamente descobertas na Internet, não costuma replicar dizendo que errarou (a falta de legislação motiva essa situação). Mas, no geral, a imprensa manipula enfocando certos fatos e omitindo outros.
Cada meio de comunicação tem um ponto de vista, um enfoque e uma forma de ver a realidade |
O ser humano não é objetivo. Cada pessoa tem suas preferências políticas, econômicas e sociais. Alguns preferem ajudar grandes empresas. Outros preferem ajudar os mais pobres. Alguns preferem apoiar o partido que governa. Outros preferem apoiar a oposição. Tendo isso em mente, como imaginar uma imprensa totalmente neutra? Como supor que ela deixaria seus interesses de lado para publicar informações que teoricamente prejudicam ela mesma? A imprensa afirma neutralidade para conseguir uma credibilidade que não existiria caso ela afirmasse que apóia um ou outro lado. Ao dizer que é neutra, a imprensa diz: “não tenho interesses pré-definidos e publico a informação real, podem acreditar em mim”. Mas com um pouco de observação é possível concluir que isso não passa de uma técnica que, inclusive, tem nome: teoria dos espelhos.
A neutralidade absoluta é completamente impossível para um ser humano. Sempre existirão pontos de vista que contam os fatos de outra forma. E é então que a chamada “pluralidade informativa” mostra seu verdadeiro valor. Uma sociedade com pluralidade informativa é aquela que conta com meios de comunicação com diferentes ideologias, pontos de vista e formas de enfocar os fatos. Abra a página de diferentes jornais e veja se eles se parecem. Quanto mais parecido o enfoque e o tratamento de diferentes meios de comunicação, menos pluralidade informativa. No Brasil, os principais jornais diários têm enfoques bem parecidos. O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de São Paulo têm formas similares de enfocar os assuntos de atualidade. A Internet quebrou esse modelo, mas poucos portais conseguem a audiência dos grandes conglomerados de informação do país, que, hoje, se encontram nas mãos de cinco ou seis famílias.
Por isso se fala em democratização dos meios de comunicação. Significa criar formas de limitar o oligopólio informativo que hoje em dia dita a agenda informativa do país. O artigo 220, parágrafo 5, da Constituição Federal de 88, diz que “§ 5º - Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.” Mas a atual legislação da imprensa não estabelece limites de tamanho para um meio de comunicação, por isso existe uma concentração tão profunda na informação criada no Brasil e por isso as pessoas costumam ter opiniões similares sobre assuntos de atualidade: são pautados por uma imprensa que diz sempre o mesmo.
Concentração de informação significa ter poucos meios de comunicação com grande audiência. É típico do sistema de comunicação criado ou consolidados no século XX. Quanto maior a audiência de poucos jornais, mais concentração. É só pensar quais são os principais jornais do país e qual é a porcentagem de audiência de cada um deles para chegar à conclusão de que o Brasil tem uma produção de informação concentrada. mas a Internet vem quebrando esse modelo.
A chegada da Internet
A rede mundial de computadores revolucionou a forma de se fazer jornalismo. Hoje, o cidadão normal também produz informação, pois tem o poder de publicar e compartir o que quiser em redes sociais, blogs, etc. Essa liberdade permite questionar o modelo vigente, além de fortalecer a chamada “imprensa alternativa”, que tem uma ideologia diferente daquela dos grandes meios de comunicação do país. É então que aparecem blogs de esquerda (chamados de “blogs sujos” por José Serra e afins, que são constantemente atacados em publicações desses blogs), que hoje contam com uma audiência considerável, apesar de não se aproximar dos grandes conglomerados informativos. Justamente por declarar sua ideologia, não contam com a credibilidade dos que se declaram neutros, e por isso acabam sendo ignorados por pessoas que pensam diferente.
São responsáveis por criar a contra-informação. Ou seja, publicam verdades que os principais meios de comunicação decidem omitir. Obviamente omitirão outras verdades, normalmente já publicadas pelos grandes veículos, mas, no geral, tem sua própria agenda informativa. Alguns blogs progressistas são “Tijolaço”, “O Cafezinho” (que denunciou a sonegação fiscal das Organizações Globo), “Viomundo”, entre outros.
Mas, supondo que todos meios de comunicação tem um enfoque diferente, como chegar a informações próximas da realidade? A resposta é simples: se informando por diferentes canais. Se cada um mostra sua versão de um fato, ler diferentes versões dará um ponto de vista mais amplo, pois cada meio de comunicação destacará ou omitirá certas informações de acordo com seus interesses. Se um meio omite uma informação porque é bom para ele e outro omite outra informação pelos mesmos fins, a única forma de conseguir aceder à maioria de informações reais omitidas é lendo publicações com diferentes pontos de vista.
Significa que o conservador deve ler Carta Capital e o progressista deve ler Veja para poder encontrar informações que não encontraria se só lesse uma dessas revistas. Claro que pontos de vista tão diferentes causam repulsa. Entretanto não existe outra forma de conhecer certos fatos que são de interesse público, mas que são ignorados para dar lugar a informações que são de interesse privado. Esses interesses são os que motivam os grandes jornais a não dar grande destaque temas como a crise de abastecimento de água em São Paulo (os grandes jornais não fizeram reportagens investigativas sobre o tema nem deram manchetes na primeira página) ou o Mensalão Tucano (cuja cobetura é muito questionável quando comparada à do Mensalão Petista). E outros interesses fazem que os blogs progressistas falem bem de Lula e Dilma, ao invés de promover constantes críticas à seu Governo (o que também é papel da imprensa).
O dia que exista no Brasil uma pluralidade informativa similar à da Europa, nossos grandes meios de comunicação mostrarão diferentes enfoques de diferentes notícias. Esses interesses estarão sendo defendido nos principais jornais do país. Mas, hoje, como a imprensa tem o monopólio do discurso massificado, lutará com unhas e dentes contra qualquer tipo de regularização que limite o tamanho dos conglomerados. Dirão, através de declarações de opositores da ideia, que queremfazer censura. Mas para isso estarão os blogs progressistas na Internet, que, apesar de ter audiência fiel, mas não massificada, vão combater a informação da Grande Imprensa oferecendo outros pontos de vista sobre o tema. Esses, por outro lado, alertarão o leitor de que as civilizações mais avançadas possuem marcos regulatórios para sua imprensa. Essas normas não afetam conteúdo, mas determinam aspectos éticos e buscam a democratização dos meios de comunicação sem afetar a liberdade que cada jornal tem.
Regularizar não significa tirar a liberdade (inclusive porque as atuais propostas buscam regularizar a mídia de acordo com os princípios democráticos estabelecidos na Constituição), assim como o Código Penal e o Civil não tiram liberdades fundamentais dos cidadãos. Mas a imprensa, cujos interesses privados podem se comprometer com um novo marco regulatório, alegará que sofre “bullyng” ou que querem instaurar uma Ditadura outra vez. Mas isso não passa do ponto de vista dela e pode ser entendido com a contra-informação publicada pelos meios alternativos.
Todas as pessoas tem preferências por um ou outro ponto de vista. Poucos conseguem considerar diferentes idéias sobre um mesmo tema, e, considerando que nossa imprensa oferece somente um ponto de vista (o das classes médias e altas), é necessário buscar informações em outros lugares para conseguir entender a realidade como ela é. Mídia Ninja (que representa formalmente o jornalismo cidadão), blogs progressistas, Grande Imprensa e imprensa alternativa formam basicamente o sistema da informação do nosso país. Claro que essa é somente a minha visão desse sistema informativo. Que, por ser só minha, está longe de ser a verdade absoluta. Por isso é preciso continuar se informando sobre o tema...
Para saber mais:
Página do Facebook que aponta manipulações da Rede Globo e da Folha de S. Paulo
https://www.facebook.com/desmascarandoglobofolha?fref=ts
Plataforma para a regularização da mídia
http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/
Para saber mais:
Página do Facebook que aponta manipulações da Rede Globo e da Folha de S. Paulo
https://www.facebook.com/desmascarandoglobofolha?fref=ts
Plataforma para a regularização da mídia
http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/
lambido do: http://1outroponto.blogspot.com.br/2014/05/a-manipulacao-da-imprensa-esta-no.html
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