sábado, 26 de fevereiro de 2011

Salário mínimo em SP é pior que no Norte e Nordeste

Duas notícias divulgadas ontem colocaram lenha na fogueira da discussão do salário mínimo nacional, de R$ 545. O PT de São Paulo apresentou, na Assembléia Legislativa do Estado, emendas ao projeto de lei que reajusta o piso salarial paulista para R$ 600 e a oposição ao governo Dilma Rousseff (PSDB, DEM e PPS) irá ao STF contra o piso nacional.
Feitas bem as contas, porém, a oposição paulista tem mais motivos para reclamar do que a oposição federal. Afinal de contas, o que compra o salário mínimo nacional em Estados do Norte e do Nordeste, por exemplo, é mais do que compra o piso salarial paulista. O preço da cesta básica nas capitais brasileiras calculado recentemente pelo DIEESE explica por que.
Veja, abaixo, o valor da cesta básica em outubro de 2010 em 17 capitais brasileiras.
São Paulo: R$ 253,79
Porto Alegre: R$ 247,21
Curitiba: R$ 231,96
Vitória: R$ 231,26
Florianópolis: R$ 230,85
Rio de Janeiro: R$ 230,13
Goiânia: R$ 229,93
Belo Horizonte: R$ 229,64
Manaus: R$ 229,28
Brasília: R$ 224,24
Belém: R$ 219,57
Salvador: R$ 205,18
Natal: R$ 200,97
Recife: R$ 195,64
Fortaleza: R$ 193,38
João Pessoa: R$ 186,34
Aracaju: R$ 172,40
Como é de amplo entendimento, o preço da cesta básica afeta mais a quem ganha salário mínimo, o que torna o preço dos alimentos determinante do poder de compra de cada piso regional.
Em São Paulo, o mínimo regional de R$ 600 compra 2,36 cestas básicas. O piso nacional compra, por exemplo, 3,16 cestas básicas em Sergipe. Ou seja: 34% a mais. Para equiparar o poder de compra do mínimo paulista ao de Sergipe, seu valor teria que ser de R$ 804.

Mulheres que brigam

Cheguei a uma conclusão triste, mas inescapável: devo agradecer por ter nascido homem. Em pleno século XXI, é espantoso o que ainda se aceita que seja feito contra as mulheres. Este, portanto, é um post de solidariedade e de exaltação à mulher.

PAUL YOUNG - EVERY TIME YOU GO AWAY

Cronología de la Superpoblación

OAB pede que Dilma investigue crimes da ditadura

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, (foto), enviou nesta quinta-feira (24) ofício à presidente Dilma Rousseff em que cobra a apuração dos crimes cometidos por agentes públicos durante a ditadura militar (1964-1985). A entidade pede ainda a “identificação e entrega dos restos mortais dos desaparecidos aos familiares e a instituição da Comissão Nacional da Verdade”.
Na documento enviado à presidente, a entidade cobra o cumprimento integral da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) que condenou o Brasil por não punir os responsáveis pelo desaparecimento de 62 pessoas, entre 1972 e 1974, na região do Araguaia, entre Tocantins e Pará. Na região, militantes de esquerda promoveram uma guerrilha contra o regime militar.
A Corte Interamericana determinou a investigação penal dos casos de desaparecimento e o pagamento de US$ 3 mil em indenização para cada família pelas despesas com as buscas. Além disso, a determinação prevê US$ 45 mil para cada familiar direto e de US$ 15 mil para não direto.
Segundo Cavalcante, a determinação da OEA é “indiscutível” e de “cumprimento obrigatório”. Ele classificou o eventual descumprimento da decisão como um “retrocesso na evolução dos direitos humanos no Brasil e nas Américas”.
“Se o Estado brasileiro não cumprir a sentença condenatória nesse caso estará sinalizando que desrespeita a autoridade da Corte e do sistema regional e internacional de proteção aos direitos humanos”, diz Cavalcante no documento.
Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade da Lei da Anistia para casos de tortura e crimes comuns cometidos por civis e agentes do Estado durante a ditadura militar. Segundo a OAB, a posição do STF não seria “empecilho” para a apuração dos fatos.
By: Juntos Somos Fortes

Classe emergente faz turismo dobrar metas

DCI

“A avalanche de consumidores com maior poder de consumo devido ao crescimento da renda entre as classes C, D e E está na ordem do dia e desperta os planos estratégicos das empresas do ramo hoteleiro e turístico, entre elas a CVC Operadora, que lidera com cerca de 60% do segmento de venda de pacotes de viagens no País, e tem planos de chegar a 2015 com 1.400 lojas em operação, ou seja, o dobro do número atual. 

A empresa está de olho em abocanhar parte dos gastos desses brasileiros, que até 2021 deverão somar 480 milhões de novos consumidores no setor, de acordo com Valter Patriani, presidente da operadora. Para ele, o cenário deverá ser um dos melhores nesse ramo no País, nos próximos anos. "Será uma década de prosperidade, com taxas de crescimento de cerca de 4,5% e a realização da Copa do Mundo [em 2014] e de uma Olimpíada [2016]. É um momento especial na história do Brasil", comentou ele.”
Matéria Completa, ::Aqui::

Charge do Duke

Saco de gatos


A decisão do prefeito paulistano, Gilberto Kassab, de trocar o DEM pelo PSB parece já ter sido tomada. Kassab esteve discutindo a estratégia para ingressar na agremiação sem ser acusado de infidelidade partidária com o presidente nacional dos socialistas, o governador pernambucano, Eduardo Campos. Assim, para não correr riscos, Kassab sairá do DEM para entrar num novo partido formado por ele e correligionários. Depois, fundirá essa nova legenda com o PSB.
A movimentação dos kassabistas bagunça as peças do xadrez partidário paulista. Claro que fortalece o PSB, tão nanico em terras bandeirantes que só foi capaz de lançar o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao governo do Estado. Em nível nacional, pode ganhar musculatura suficiente para deixar de ser o eterno aliado do PT, um satélite sempre em órbita do astro maior.
Tudo certo, tudo legal. Só que o êxodo dessa turma ultraliberal em direção à sigla socialista pode representar o começo do fim de uma agremiação com uma bela história.
O PSB corre o risco, com a sua kassabização, de se tornar simplesmente um PMDB da vida, aquela geleia sem sabor que serve a muitos fins, menos o de fornecer as proteínas necessárias ao crescimento democrático do país.
Kassab, Afif Domingos, Skaf, Ciro Gomes, Eduardo Campos, Romário, Cid Gomes, Renato Casagrande, Wilson Martins, Camilo Capiberibe, Ricardo Coutinho, Gabriel Chalita, Luiza Erundina, Lídice da Mata... que saco de gatos!
Se hoje já é difícil entender o que querem os socialistas brasileiros, quem dirá daqui a alguns meses.
Será que finalmente a humanidade presenciará o milagre da conciliação entre o capital e o trabalho?

Crônicas do Motta

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O mundo de Sofia

Trecho da minissérie "O Mundo de Sofia", da obra de Jostein Gaarder. Sofia lê uma redação sobre a visão mítica da realidade

E por falar em Gaddafi...



Filho de Gaddafi

Rei saudita libera saco de bondades para evitar ser a bola da vez

O rei Abdullah, da Arábia Saudita, anunciou um saco de bondades para a população, num pacote de US$ 35 bilhões de dólares.

O império ataca


Aprovada extradição de Julian Assange para a Suécia
Redação Carta Capital

Juiz aprovou o pedido de extradição sueco para que o fundador do WikiLeaks seja julgado por crimes sexuais.

As dúvidas sobre a estratégia política de Dilma

Vamos tentar entender um pouco essa questão da presença da presidente Dilma Rousseff nos 90 anos da Folha.

Desalento

Um dia após as cúpulas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário irem render homenagens a uma das quatro famílias que controlam com mão de ferro a comunicação de massas no Brasil, perdi mais um negócio – sou comerciante. E perdi porque não trabalhei como deveria naquilo que me paga as contas. E não trabalhei como deveria porque estava ébrio – não de álcool, mas de ideais.
Não foi a primeira vez. Se pudesse recuperar todo o dinheiro que perdi por me dedicar menos ao meu ganha-pão do que aos meus ideais políticos, certamente poderia comprar a casa na praia com que tanto sonho para que nela possa terminar os meus dias.
Nunca liguei para o dinheiro que perdi me dedicando a este blog, ao Movimento dos Sem Mídia e às causas que abraçamos. Mas agora, liguei. E não só por a presidenta Dilma ter ido prestigiar a Folha.
Apesar das noites em que escrevia furiosamente de dentro da UTI em que minha filha caçula estava internada, apesar das brigas que comprei na Justiça com a imprensa golpista, apesar dos atos públicos que promovi responsabilizando-me perante a polícia pelo que centenas de pessoas que compareceram a esses atos fariam, fui tratado como alguém que abandona o barco ao menor balanço.
Foram poucos os que me trataram assim, mas a dor que me provocaram foi muita. Contabilizei umas doze pessoas que no Twitter, em comentários aqui e em e-mails, bêbadas pelo partidarismo mais descerebrado que se possa conceber, ignoraram tudo o que venho fazendo há anos para que o projeto petista de país pudesse ser levado a cabo.
Mas há outra razão para o desalento que me flagela. A demonstração de poder que um jornal deu ao fazer as cúpulas dos três Poderes da República se deslocarem da capital federal a São Paulo para paparicá-lo, revelou como é quixotesca a luta em prol da qual venho abandonando a minha própria vida e até as necessidades de uma filha gravemente enferma pela qual deveria estar empreendendo todos os esforços possíveis.
Para que tudo isso? Não ganhei dinheiro, não ganhei reconhecimento, não ganhei nada, particularmente, por mais que acredite que contribuí para impedir que a direita midiática voltasse ao poder. E seria suficiente porque nunca pretendi nada além disso. Mas, ao assistir à demonstração de poder que a imprensa golpista deu no primeiro dia desta fatídica semana, tive a sensação de que foi tudo em vão.
By: Blog da Cidadania

Charge do Bessinha

NunKassab


O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM),lancará em breve um novo partido que se chamará PDB (Partido Democrático Brasileiro). O prefeito está agora recolhendo as 490.305 mil assinaturas para obter registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Kassab deixará o DEM até 30 de março, depois, patrocinará a sua fusão ao PSB.A articulação foi fechada com o governador Eduardo Campos (PE) e o presidente do PSB-SP, Márcio França -secretário de Turismo do governador Geraldo Alckmin.
O vice governador vice-governador Guilherme Afif Domingos, que vai acompanhar o prefeito.Kassab estimou levar para o novo partido não só filiados ao DEM. Além de Afif, o vice-governador da Bahia, Otto Alencar, do PP, também deve seguir o novo projeto.
Aos caciques do PSB, Kassab estimou em 20 o número de deputados federais que devem estar com ele -oito de São Paulo. As adesões devem vir de siglas como PTB, PP, PR e até PSDB.
Num primeiro momento, a nova sigla e o PSB devem formar uma Frente Nacional - união apenas simbólica. No Congresso, atuarão como um bloco partidário, juntamente com o PC do B e o PTB. Só mais à frente haverá a fusão ou a incorporação da nova legenda pelo PSB.
Indefinição de Kassab abre crise na bancada municipal do PSDB em SP
Dono da maior bancada da Câmara Municipal, com 13 vereadores, o PSDB paulistano é o maior prejudicado pela indefinição do futuro partidário do prefeito Gilberto Kassab (DEM). Os tucanos são base de sustentação de seu governo na capital paulista e são mais próximos do prefeito do que do governador Geraldo Alckmin (PSDB). É por receio da debandada nas bases municipais do partido que os caciques tucanos trabalham nos bastidores pela permanência do prefeito no DEM.
Há duas semanas, Kassab participou de um jantar com os ex-governadores José Serra e Alberto Goldman, além do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. No encontro, foram desenhados alguns cenários para convencer o prefeito a não migrar de legenda. Em uma das hipóteses, Serra seria candidato à prefeitura em 2012, enquanto Alckmin concorreria à Presidência e Kassab ao governo do Estado em 2014. Outra possibilidade aventada seria o governador tentar a reeleição e o prefeito, o Senado.
O problema nos dois casos seria persuadir Serra, que resiste à ideia de disputar as eleições municipais, pois não descarta a possibilidade de tentar pela terceira vez a Presidência da República em 2014. Vice de Alckmin, Guilherme Afif Domingos (DEM) representa outro empecilho para um acordo na medida em que se coloca como candidato natural à sucessão do tucano. Desta forma, esbarraria com as pretensões do prefeito, que tem como principal objetivo o governo de São Paulo.
Na visão de um líder tucano próximo dos dois principais líderes do PSDB paulista, a saída de Kassab do DEM seria um desastre para o PSDB. Comprometeria Serra por ser seu afilhado político e atrapalharia os planos de Alckmin. Foi esse o menu do jantar que os reuniu ao prefeito.
A aproximação da base municipal tucana com Kassab cresceu durante as eleições de 2008, quando o prefeito e Alckmin se enfrentaram. Na ocasião, 11 dos 12 vereadores do PSDB declararam apoio à reeleição do prefeito. O único parlamentar que permaneceu ao lado do tucano foi Tião Farias, que continua na Casa ao substituir Mara Gabrilli (PSDB), eleita deputada federal em outubro. Nessa legislatura, o governador ainda tem como aliado o vereador Floriano Pesaro, líder da bancada na Casa, e José Rolim (PSDB), que entrou no lugar de Gabriel Chalita (PSB), também eleito à Câmara dos Deputados.
Um tucano ligado a Alckmin aposta que apenas quatro vereadores do PSDB deverão acompanhar o movimento de Kassab. Os dissidentes seriam Ricardo Teixeira, Adolfo Quintas, Claudinho e Gilberto Natalini. Os parlamentares, por sua vez, contestam a informação. Quintas disse que está envolvido nas discussões sobre renovação do partido e por isso teve a iniciativa de colocar seu nome na disputa pelo diretório municipal do PSDB. A eleição está programada para ocorrer em abril.
Natalini afirmou que não deixa a sigla por razões históricas. Alega ter sido um dos primeiros a preencher a ficha de filiação. Já Claudinho ficou em cima do muro. Admitiu a proximidade com Kassab e a dependência do Poder Executivo para honrar com suas emendas. Mesmo assim, ressaltou que tem uma relação antiga com o PSDB, sendo reconhecido por seus eleitores por se filiado à sigla. Teixeira não retornou à reportagem até o fechamento da edição.
A intenção de Alckmin de dar as cartas na eleição do diretório municipal do PSDB pode azedar ainda mais a sua relação com a bancada na Câmara Municipal e engrossar a debandada. Com vistas às eleições de 2012, Alckmin articula para emplacar o secretário estadual de Gestão Pública, Julio Semeghini, na presidência do diretório, contrariando os vereadores, que fazem questão de indicar um nome para o cargo.
Para o vereador Juscelino Gadelha (PSDB), ao insistir nessa ideia, Alckmin mostra que ainda acredita ter sido "traído" na disputa municipal. "Kassab, que foi eleito e reeleito com as teses do PSDB, cumpriu com todos os acordos da bancada. Ele assumiu no lugar de Serra. Era natural que nós o apoiássemos. Já o Geraldo [Alckmin] não comunicou a ninguém que seria candidato. Apenas anunciou", recorda Gadelha. Segundo ele, se o governador ignorar a demanda da bancada na eleição do diretório municipal, os únicos vereadores que sobrarão no partido serão Pesaro, Tião Farias e Rolim.
"Se o Geraldo acha que não há confiança, não tem sentido ficar no PSDB. Isso mostra que a bancada não é bem-vinda", afirmou Gadelha, que não teme o risco de perder o mandato por infidelidade partidária. "Se há incompatibilidades, essa hipótese não pode ser cogitada", explicou. Outro vereador tucano, que prefere o anonimato, não poupa críticas a Alckmin, a quem acusa de desprezar os vereadores do PSDB por conta de mágoas de 2008. Em off, outros dois parlamentares paulistanos não descartam a possibilidade de seguir os passos do prefeito.
Com o objetivo de reduzir as insatisfações, Alckmin se reuniu com os vereadores na terça-feira. Ouviu as reivindicações e as considerou legítimas. Apesar disso, não foram apresentados nomes para a presidência do diretório municipal. "Essa discussão nesse momento enfraquece o processo político", avaliou Pesaro, escolhido para a liderança do PSDB na Câmara por conta do perfil conciliador. O líder terá como uma de suas principais missões conter eventuais descontentamentos que possam dividir novamente o partido nas eleições municipais.
Fernando Taquari | Valor

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Folha reconhece que imprensa é golpista

No último sábado, o jornal Folha de São Paulo reconheceu, publicamente, que pessoas como a maioria das que escrevem neste blog têm razão quando dizem que a grande imprensa brasileira é golpista. A partir desse momento histórico, portanto, espera-se que mesmo os seus simpatizantes mais exaltados parem de contestar o que ela mesma reconhece.
Reproduzo, abaixo, essa matéria da Folha que me foi mostrada pelo radialista Colibri, da Rádio Brasil Atual, durante entrevista sobre os 90 anos do jornal que gravei nos estúdios dessa rádio ontem e que foi ao ar na manhã desta quarta-feira. Em seguida, mais alguns comentários.
—–
Folha apoiou o golpe militar de 1964, como praticamente toda a grande imprensa brasileira. Não participou da conspiração contra o presidente João Goulart, como fez o “Estado”, mas apoiou editorialmente a ditadura, limitando-se a veicular críticas raras e pontuais.
Confrontado por manifestações de rua e pela deflagração de guerrilhas urbanas, o regime endureceu ainda mais em dezembro de 1968, com a decretação do AI-5. O jornal submeteu-se à censura, acatando as proibições, ao contrário do que fizeram o “Estado”, a revista “Veja” e o carioca “Jornal do Brasil”, que não aceitaram a imposição e enfrentaram a censura prévia, denunciando com artifícios editoriais a ação dos censores.
As tensões características dos chamados “anos de chumbo” marcaram esta fase do Grupo Folha. A partir de 1969, a “Folha da Tarde” alinhou-se ao esquema de repressão à luta armada, publicando manchetes que exaltavam as operações militares.
A entrega da Redação da “Folha da Tarde” a jornalistas entusiasmados com a linha dura militar (vários deles eram policiais) foi uma reação da empresa à atuação clandestina, na Redação, de militantes da ALN (Ação Libertadora Nacional), de Carlos Marighella, um dos ‘terroristas’ mais procurados do país, morto em São Paulo no final de 1969.
Em 1971, a ALN incendiou três veículos do jornal e ameaçou assassinar seus proprietários. Os atentados seriam uma reação ao apoio da “Folha da Tarde” à repressão contra a luta armada.
Segundo relato depois divulgado por militantes presos na época, caminhonetes de entrega do jornal teriam sido usados por agentes da repressão, para acompanhar sob disfarce a movimentação de guerrilheiros. A direção da Folha sempre negou ter conhecimento do uso de seus carros para tais fins.
—–
Segundo relato de Colibri, ele trabalhava na Folha na época em que ela não apenas entregou a redação aos militares, mas ajudou-os a prender seus funcionários dentro de suas instalações, o que lhe valeu a piada de que era o jornal de maior “tiragem” do Brasil, pois vivia cheio de “tiras”. E o radialista nega que houvesse algum movimento organizado dentro do jornal.
Mas vejam só que coisa: a Folha diz que sua redação estava cheia de militantes da ALN e que, por isso, permitiu aos militares que fossem prendê-los dentro de suas instalações em vez de demiti-los, por exemplo. Essa era a visão do jornal sobre liberdade de imprensa, então. Isso mostra o quanto é vazio o seu discurso atual sobre o assunto.
A parte mais divertida da nota é a que afirma que “a direção da Folha não tinha conhecimento” de que seus carros eram usados para esse fim, como se fosse possível um empresário não ter conhecimento do que seus funcionários fazem com a sua frota de veículos. Sugere, aliás, que meros motoristas se apropriavam dos veículos para servirem à ditadura.
E um detalhe importante: notem que o jornal não diz que seus carros não foram usados para esse fim, mas que não tinha conhecimento desse uso.
Diante de tudo isso, penso que é plenamente justificável que as pessoas se indignem por os três poderes da República terem ido prestigiar uma empresa que tanto mal causou ao Brasil ao atuar de forma tão ativa em prol da censura e da supressão das liberdades democráticas, castigos a este povo que duraram duas décadas.
Contudo, o desalento com a rendição da República a esse jornal criminoso não altera o fato de que ninguém tem opção de desistir de apoiar este governo ou de deixar de militar em blogs como este. O editor deste blog não tem como desistir nem de uma coisa, nem de outra. É preciso muita “coragem” para desistir. Não sou tão corajoso.
blog da cidadania

2011: o ano da harmonia?

O número 111 é a expressão universal da energia primária, a ligação entre a realidade quântica e a linear, a mais alta expressão da harmonia do indivíduo no seu relacionamento com o todo. É o nosso retorno ao Uno por meio da diversidade. É a materialização da energia e o símbolo da unificação com a luz.
Essas fantasias todas a gente lê na internet. Eu, que não dou um tostão furado pela numerologia, fico a aguardar um matemático que me explique por que isso acontece. É só.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
Não sou o único estraga-prazeres da numerologia. Um internauta lembra que a conta não funciona para aqueles que nasceram no ano de 2000 e depois. Para este grupo o resultado é 11.

A ICAR e a moral

Altar-mor do convento de Alcobaça
Tenho para mim que a «moral» é a ciência dos costumes e que a humanidade, no seu progresso constante, se tem tornado mais exigente e justa à medida que a diversidade se afirma, a instrução se democratiza e as religiões recuam.
A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), frequentemente referida no Diário Ateísta, está longe de ser a pior. Infelizmente. Apenas conseguiu ser a pior de Portugal durante oito séculos e meio por não ter deixado medrar outras.
Até se compreende que a ICAR, como fenômeno empresarial de sucesso, perdidas as armas repressivas, desabituada da tortura e esquecidos os autos de fé, procure a via legal, ganhando na secretaria, com o Estado, o que perdeu com a deserção dos créus.
Em Portugal, o ultraje à liberdade e à igualdade de todas as crenças tem origem na Concordata negociada nas alfurjas do poder por prelados sonsos e governantes pios. Sempre que se concedem privilégios alguém ganha e alguém perde e a Concordata é a capitulação do Estado, dito laico, perante a última teocracia europeia – o Vaticano.
A ICAR gosta de apresentar-se como defensora da moral e dos bons costumes, apesar da sordidez do seu passado e das misérias do presente. Nos últimos tempos o divórcio, o aborto, a eutanásia e os casamentos homossexuais fazem parte da sanha persecutória da última ditadura europeia.
O Vaticano esqueceu a facilidade com que no passado anulou casamentos em que único obstáculo era o custo da decisão, só ao alcance dos muito ricos.
Mas há um episódio interessante da nossa História que convém lembrar. A Igreja que se baseia na Bíblia, onde o incesto e outros crimes aparecem com natural condescendência é a mesma igreja que abençoa o adultério e incensa os adúlteros.
Quem passar por Alcobaça vá ver os magníficos túmulos de D. Pedro e D. Inês, junto ao altar-mor, para mais facilmente os amantes se encontrarem face a face, no dia de juízo final, quando no Vale de Josafat, entre Jerusalém e o Monte das Oliveiras, o criador do Céu e da Terra vier julgar os vivos e os mortos.
D. Pedro preferiu a bela Inês à rainha D. Constança, teve quatro filhos da adúltera, e a Santa Madre Igreja sepultou os amantes juntos, para gozarem as delícias da eternidade junto ao altar-mor do convento de Alcobaça, perante a indiferença de Deus e a cumplicidade dos padres.
Boa gente !

Ser tão animal

"A fábrica do futuro terá apenas dois operários: Um homem e um cachorro. Função do homem: alimentar o cachorro. Função do cachorro: não deixar o homem tocar nas máquinas." Walter Block


Acordou com a macaca, falando como um papagaio e jogou os cachorros em cima do marido, aquele bicho preguiça, galheiro, mais manso que uma gazela: "Olha aqui, não vou mais tolerar a jararaca da sua mãe me fazendo de burro de carga. Pavão aqui basta eu."
Em caminho de paca, tatu caminha dentro?, respondeu, cutucando a onça com vara curta. Salvou-se, pois a cascavéia não tinha um "pai dos burros" de ditados populares. Como um autêntico bode expiatório, depois de pagar o pato sem ter culpa, bebeu igual a um gambá - quase uma garrafa do melhor amigo do homem, o cachorro engarrafado - e dormiu como um gato de hotel.
Problemas não eram com ele, avestruz que preferia enfiar a cabeça em um buraco bem fundo. Mas não servia para boi de piranha, não! Se, quando o rio estava infestado, até jacaré nadava de costas, porque ele iria nadar de peito aberto? A mulher, que já fora uma garça, estava mais para orca, a baleia assassina. Ele, com aquela barbicha de bode, cabelo cor de burro quando foge, cheiro de jumento suado, bunda de tanajura e barriga maior que um elefante, há muito se tornara um touro, mas não pela força, tinha apenas a "arma do boi, desgosto do homem".
Aquela união estava naufragando. Dera o melhor de si. "A melhor espiga é sempre para o pior porco.", pensou. Mesmo morando em terra de sapos, pouco aprendera a pular. Também não era um rato, mas desejava ser o primeiro a abandonar o barco. Ficou matutando a ideia que ia e vinha a passos de tartaruga. Porém, não tinha coragem para grandes voos. Quem nasceu para codorna, não alcançava o voo livre do condor. Era macaco velho, não sabe como meteu a mão naquela cumbuca e, hoje, tinha tanta opção quanto uma raposa acuada pela matilha. Levou gato por lebre, mas ficou "agarrado que nem carrapato em costa de animal peludo". Depois ainda dizem que cabrito bom não berra. Não berra porque vai morrer mesmo. Como diz o ditado popular: "Onde o galo canta, o violeiro janta".
Aí é que a porca torceu o rabo. Enroscou-se em si mesmo, um tatu-bola amedrontado, e, "coitado do rebanho, quando os lobos querem ter razão", foi sacrificado em silêncio como um carneirinho.
Fernando Gurgel Filho
By: EntreMentes

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

“Aumento” do desemprego entre os pobres é balela




No início do mês, o país foi surpreendido por uma notícia espantosa. Nos últimos cinco anos, o desemprego teria “aumentado” justamente entre o setor da sociedade que fatos e estudos diversos vinham apontando que vêm melhorando de vida, ou seja, entre os mais pobres.

Entrevista do Cerra ao Globo é um estelionato eleitoral





O Padim Pade Cerra ocupou a pág. 3 inteira do Globo com uma entrevista absolutamente inútil.

O Jorginho Guinle dizia que é preciso ter muita competência para não fazer nada.

É preciso ter muita competência para não ter uma única idéia.

A única coisa interessante da entrevista é um estelionato.

Para se referir à Presidenta, ele diz que ela pratica um “estelionato eleitoral”.

Como disse do Cerra, uma vez, o Pedro Malan: o que é novo não presta; o que presta não é novo.

A expressão “estelionato eleitoral” não é do Cerra.

Como não é o programa Anti-Aids, como não são os genéricos, nem o Protec.

O que presta não é novo.

É uma expressão do Delfim Netto – mais inteligente que o Cerra mesmo enquanto dorme.

Delfim se referiu aos dois estelionatos do Farol de Alexandria.

Aliás, Delfim usa também o verbo “surfar”, de que o Fernando Henrique se apropria ao destilar toda a inveja, hoje, no Estadão: Inveja ou rancor ?

Acompanhe, amigo navegante, a origem da expressão de que o Cerra tentou se apropriar:

DEPUTADO DELFIM NETTO: FH “SURFOU SOBRE O PLANO REAL E QUEBROU O PAÍS”


Ex-ministro denuncia desastre e “métodos absolutamente heterodoxos para se reeleger”


O deputado federal Delfim Netto (PMDB/SP) afirmou que Fernando Henrique “surfou sobre o plano real” para se eleger presidente da República por dois mandatos, aplicando um “duplo estelionato eleitoral” no povo brasileiro.


“Elevou para 29% a carga tributária bruta e aumentou de 31% para 49% do PIB o endividamento. Não fez o menor esforço para controlar as despesas, reduzindo o superávit a zero no primeiro quadriênio. Em apenas quatro anos, acumulamos um déficit em conta corrente da ordem de US$ 100 bilhões! O resultado foi trágico”, ressaltou o deputado, assinalando que essa política levou o Brasil a quebrar em 1998 e recorrer ao FMI “com o chapéu na mão, pedir um socorro de US$ 40 bilhões!”. Foi o primeiro “estelionato”, disse Delfim.


O deputado continuou, afirmando que no segundo mandato – depois de se eleger e procurar, “com métodos absolutamente heterodoxos, a sua reeleição sem desincompatibilização, o que seria o segundo ‘estelionato eleitoral’” – diante da exigência de arrocho fiscal feita pelo FMI “descarregou o problema sobre o setor privado, aumentando a carga tributária bruta para 32% já em 1999” .


“Puxado pelo nariz, o governo perdeu o controle do câmbio para o ‘mercado’. Instalou-se depois uma nova e melhor política monetária. Mas o fim foi melancólico. Terminamos 2002 com uma inflação de 12,5% e um crescimento de 1,9%. Acumulamos mais US$ 80 bilhões de déficit em conta corrente. Com reservas de US$ 16 bilhões, e o Brasil ‘quebrado’ pela segunda vez”, observou.


Delfim Neto destaca também que o último surto de desenvolvimento experimentado pelo Brasil ocorreu no governo Itamar Franco (1993/94), “quando crescemos 5,4% ao ano, com equilíbrio externo”. “A carga tributária bruta era de 27% do PIB, e a dívida líquida do setor público, 31% – graças ao vigoroso superávit primário de 3,7% ao ano, em média, no período. As reservas internacionais eram de US$ 40 bilhões, correspondentes a um ano de importação”, completou.



Em tempo: Conversa Afiada ilustra esse flagrante de apropriação indébita com um trabalho do Daniel Silva, sobre outro momento de glória do Padim Pade Cerra.

Graças a Deus que o Cerra teve oportunidade de fazer a tomografia que descobriu a causa da falta de inteligência dele ! (O que presta não é novo; o que é novo não presta – Pedro Malan)
Paulo Henrique Amorim