sábado, 26 de fevereiro de 2011

Mulheres que brigam

Cheguei a uma conclusão triste, mas inescapável: devo agradecer por ter nascido homem. Em pleno século XXI, é espantoso o que ainda se aceita que seja feito contra as mulheres. Este, portanto, é um post de solidariedade e de exaltação à mulher.

Acabamos de assistir, estupefatos, à Justiça e à Polícia violarem o princípio mais elementar do que possa ser justo e decente ao só tomarem providência no caso da policial despida à força porque chegou à mídia.
É duro ser mulher. E por ser duro, a mulher briga mais. Muitas vezes, usando só a força de sua voz, de suas lágrimas, que, invariavelmente, expressam a ausência do poder que aos homens sobra, por mais inaceitável que possa ser uma coisa dessas a esta altura da odisséia humana.
Por entender isso, quero me penitenciar por não ter entendido antes e reclamado, no post anterior, de uma moça que me fez uma cobrança assertiva no Twitter para que eu escrevesse sobre o caso da policial que foi abusada pelos colegas.
Safira, é o nome dela. Foi humilde ao se desculpar. Retirei, então, o trecho do post que reclamava da cobrança veemente que fez. Ela me mostrou o tamanho daquela barbaridade da policial. Deveria agradecer o alerta, mesmo tendo sido tão assertivo. Então agradeço.
Outra mulher que age como uma leoa porque mulher que não se impõe é pisada, é a blogueira Conceição Oliveira (Maria Frô). Ela é veemente, sim. Às vezes, a gente até se chateia como me chateei com a moça que me cobrou duramente por não ter abordado o caso da policial.
Frô, minha amiga, luta para criar sozinha a filha. Sabe que mulher tem que ser mais aguerrida, provar mais. Por isso, dói ver que suas críticas persistentes à participação de Dilma na festa de 90 anos da Folha lhe valeram dúvidas sobre suas posições políticas.
A Frô tem convicções firmes e quer o sucesso do governo Dilma como todo brasileiro que tem um pingo de juízo. Está preocupada apenas com a possibilidade de a presidenta se fragilizar no futuro. Está errada? E eu, que penso como ela, também estou?
O tempo dirá. Se estivermos errados, de minha parte será um prazer reconhecer. Não tenho medo de errar.
Mas a homenagem não é a esta ou àquela mulher, mas a todas. Porque todas vocês são admiráveis por saberem compensar a falta dos poderes masculinos com um misto de doçura e ferocidade, usadas sempre na hora em que vossos corações mandam.
Quem nasceu de uma mulher deverá concordar comigo.  Então, viva as nossas mulheres. Mães, esposas, irmãs e filhas, sim, mas, também, todas as outras que não têm maiores vínculos conosco. Aquele que desrespeita uma mulher, desrespeita a todas.
blog da cidadania

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