Duas notícias divulgadas ontem colocaram lenha na fogueira da discussão do salário mínimo nacional, de R$ 545. O PT de São Paulo apresentou, na Assembléia Legislativa do Estado, emendas ao projeto de lei que reajusta o piso salarial paulista para R$ 600 e a oposição ao governo Dilma Rousseff (PSDB, DEM e PPS) irá ao STF contra o piso nacional.
Feitas bem as contas, porém, a oposição paulista tem mais motivos para reclamar do que a oposição federal. Afinal de contas, o que compra o salário mínimo nacional em Estados do Norte e do Nordeste, por exemplo, é mais do que compra o piso salarial paulista. O preço da cesta básica nas capitais brasileiras calculado recentemente pelo DIEESE explica por que.
Veja, abaixo, o valor da cesta básica em outubro de 2010 em 17 capitais brasileiras.
São Paulo: R$ 253,79
Porto Alegre: R$ 247,21
Curitiba: R$ 231,96
Vitória: R$ 231,26
Florianópolis: R$ 230,85
Rio de Janeiro: R$ 230,13
Goiânia: R$ 229,93
Belo Horizonte: R$ 229,64
Manaus: R$ 229,28
Brasília: R$ 224,24
Belém: R$ 219,57
Salvador: R$ 205,18
Natal: R$ 200,97
Recife: R$ 195,64
Fortaleza: R$ 193,38
João Pessoa: R$ 186,34
Aracaju: R$ 172,40
Como é de amplo entendimento, o preço da cesta básica afeta mais a quem ganha salário mínimo, o que torna o preço dos alimentos determinante do poder de compra de cada piso regional.
Em São Paulo, o mínimo regional de R$ 600 compra 2,36 cestas básicas. O piso nacional compra, por exemplo, 3,16 cestas básicas em Sergipe. Ou seja: 34% a mais. Para equiparar o poder de compra do mínimo paulista ao de Sergipe, seu valor teria que ser de R$ 804.
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