sábado, 1 de novembro de 2014

A Tragédia de Shakespeare e a Intriga da Veja

                     Iago (Frank Finlay) intriga Othelo (Sir Laurence Olivier) . Filme de 1965.


Abordemos hoje a obra de Shakespeare "Othelo, O Mouro de Veneza" escrita há 410 anos.
Othelo, o mouro, é apaixonado por Desdêmona. Mas Othelo é profundamente emocional e por consequência, ciumento.
Iago, que deveria ser seu grande amigo, arma tamanha rede de intrigas e entre elas a de que a sua  amada Desdemona o está traindo.
Falsa informação, que tem por base a manipulação da verdade.
E num jogo pleno de falsidades e hipocrisia leva Othelo à tragédia, jogando-o contra amigos leais, e acabando por  assassinar a amada, asfixiando-a.
Ao publicar a capa da semana passada com o título "Eles sabiam de Tudo" anunciando que o doleiro Youssef havia denunciado Dilma e Lula a  revista  da Marginal agiu como Iago.
Com que objetivos não ouso afirmar, mas que foi pura intriga shakespeareana, isso foi. Claro que sem o talento do bardo, e que em poucos anos- ou meses -  ninguém se lembrará desta "obra" vista, ou melhor: revista.
A intriga é coisa antiga. Na maioria das vezes feitas sem bases verdadeiras, apenas em boatos ou falsas premissas.
Foi o que fez Iago.
A Presidenta, ora reeleita,  prometeu que não ficaria pedra sobre pedra nesta questão da falsa veiculação, já que o próprio advogado do doleiro desmentiu o tal "depoimento" dele.
Mas até agora , nada
Vai ficar barato? Vai ficar mesmno na tradição da tragédia , onde todos são impotentes diante dos fatos do Destino, ou vamos ter um desfecho dramático onde as personagens atuam sobre a realidade?
Pelo tempo da trama acho que a cortina já se fechou, e sem aplausos para todos que atuaram. Ou não?
http://blogdobemvindo.blogspot.com.br/2014/11/a-tragedia-de-shakespeare-e-intriga-da.html

Desprestígio da Política – A necessidade da Reforma Política




Por Tarso Genro*

Este não é um texto de reflexão sobre as eleições no RS, que, como já afirmei – mesmo com as imperfeições do sistema político atual – teve resultados que dão legitimidade suficiente ao Governador eleito, para governar e aplicar suas propostas nos próximos quatro anos. Pretendo, com ele, apenas adiantar alguns argumentos para motivar todos os que, independentemente de partidos, querem algo mais da democracia brasileira, para dar qualidade à esfera da política e recuperar uma autenticidade mínima das representações partidárias.
A Presidenta nem assumiu o seu segundo Governo e um dos principais partidos de sustentação do seu mandato, que tem – nada mais nada menos – que o Vice-Presidente da República, já se prepara para bloquear as iniciativas governamentais e promover disputa interna, para colocar na Presidência da Câmara – o terceiro posto na ordem da sucessão presidencial – um líder do Partido que é governo, mas que apoiou o candidato da oposição, Aécio Neves, nas eleições presidenciais.
No Estado do Maranhão, onde o PT apoiou oficialmente o candidato indicado pelo ex-Presidente José Sarney, abandonando (felizmente não a maioria dos militantes) um aliado histórico da esquerda e do PT, Flávio Dino (PCdoB), o ex-Presidente é flagrado votando no candidato da oposição, adiantando, de uma parte, o grande racha interno na sustentação do Governo e, de outra, comprovando a total instrumentalização do PT maranhense pelo conservadorismo local.
No Rio de Janeiro, as mesmas contingências levaram a presidenta Dilma a não apoiar o candidato do PT, Lindbergh Farias, mas o candidato vencedor, Governador Pezão, que apoiou a Presidenta formalmente, mas todo o seu “staff” (pemedebista) da coalizão vitoriosa, deu sustentação à candidatura Aécio Neves. No Rio de Janeiro é bom parar por aqui, sob pena da gente cair, pela esquerda, num arroubo de direita, tipo Lobão, e dizer que dá vontade de sair do país… Mas como amamos nosso país, o negócio é permanecer aqui, na briga pela Reforma Política.
No Rio Grande do Sul o candidato a Vice-Presidente na chapa da presidenta Dilma – apoiada por nós do PT- veio a Porto Alegre e deu apoio ao candidato da oposição que, por seu turno, como ato de coerência, sequer foi recebê-lo. Já não diria o mesmo da ação do Vice-Presidente, que veio ao Rio Grande tentar fortalecer candidatura que lutava contra a sua própria chapa, logo, contra a sua eleição e a eleição da Presidenta Dilma.
Outros exemplos poderiam ser arrolados à exaustão e “pescados” em quase todos os estados da Federação. Seria até cômico, se não fosse trágico, pois se é verdade que a grande mídia faz uma campanha contra os partidos e contra a política, com o objetivo de manter uma influência mais forte do que os partidos na formação da opinião – para transitar seu programa mínimo de integração subserviente às políticas de austeridade da globalização neoliberal – não é menos verdade que os partidos colaboram, com seu desprestígio, através destes festivais de incoerência e irresponsabilidade cívica.
Poder-se-ia dizer que isso lembra Ionesco e seu Teatro do Absurdo. Mas a situação lembra mais a decadência da República de Weimar. A Constituição de Weimar (1919) nasceu sob o signo do compromisso de distintas forças políticas, nem todas elas fiéis aos princípios da Democracia e da República e espelhou, de maneira contraditória, avanços sociais e escassos instrumentos institucionais e financeiros para materializá-los. O mesmo aconteceu no Brasil, com a Constituição de 88: promoveu o absurdo tabelamento da taxa de juros, mas não criou instrumentos efetivos, por exemplo, para o acesso à terra para quem dela precisa para trabalhar, nem instituiu um sistema fiscal e tributário, capaz de prover fundos para o Estado responder aos Direitos Fundamentais que a própria Constituição declarou.
Impasses como este que estamos vivendo, só se resolvem pela iniciativa política consciente, para repactuar o país através de um sistema político oxigenado e com novas normas de regulamentação democrática dos partidos. Alianças verticais, para dar identidade nacional aos Partidos, fim do financiamento empresarial das campanhas e votação em Lista Fechada, para valorizar os partidos. Eis o que pode ser um programa mínimo, para que a nossa Weimar tropical não tenha o mesmo destino imprimido, naquela época, pela má consciência da aristocracia alemã, com sua burguesia de escasso iluminismo e baixa taxa de apreço à República.
*Tarso Genro é Governador do Estado do Rio Grande do Sul
(Postado originalmente no sítio Sul21)

Minha Casa Minha Vida São Paulo: Gays e Travestis em situação de risco terão prioridade no Minha Casa Minha Vida



Depois de investir pesado na iniciativa de implantar ciclovias na cidade de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad resolveu inovar em termos de políticas para a comunidade LGBT.

Seguem abaixo alguns trechos de uma matéria do Estadão:
Estadão - Haddad coloca gays e travestis na fila prioritária do Minha Casa Minha Vida (31/10/2014)
Uma resolução do Conselho Municipal de Habitação (CMH) definiu que gays em situação de violência, travestis moradoras em albergues e índios também podem ser beneficiados com prioridade nas unidades do Programa Minha Casa Minha Vida construídas em São Paulo. A norma complementar [...] também permite incluir na fila prioritária [...] idosos sozinhos com mais de 60 anos.
[...]O objetivo das regras é incluir entre os beneficiários prioritários do programa centenas de gays e mulheres que sofreram ameaças ou violência doméstica e que são atendidos em albergues e moradias da Prefeitura. Dezenas de travestis que também moram nos abrigos municipais vão ter direito a tentar entrar no programa, desde que comprovem que está “oriunda de situação de rua”. São mais de 8 mil pessoas atendidas todos os dias nos 62 albergues, abrigos e casas de acolhimento do governo.
[...]Ao todo, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) está construindo na capital paulista 22 mil unidades do Minha Casa Minha Vida – a meta do governo é construir 55 mil até o final de 2016, para famílias que ganham menos de R$ 1.600 mensais. O programa do governo federal previa que o município parceiro nas obras poderia editar normas complementares para definir quem está em situação de vulnerabilidade na cidade.
Essa é uma iniciativa muito interessante do prefeito Fernando Haddad.

Programas como o Minha Casa Minha Vida, que são destinados principalmente à população de baixa renda deveriam atender prioritariamente a pessoas em situação de risco, como aquelas que vivem na rua e dormem em albergues. Ninguém possui mais necessidade de moradia que eles.

Hoje há muitos sem-teto entre a comunidade LGBT. Muitos são expulsos de casa pelos pais quando descobrem que são gays ou travestis.

Isso faz com que tenham de morar de favor na casa de algum amigo ou até em albergues, quando não possuem ninguém para ajudá-los.

No caso das travestis, a situação é ainda mais grave, pois dificilmente conseguem emprego. Para sobreviverem são obrigadas a se prostituírem na maioria dos casos ou até cometer crimes. Ajudar essas pessoas a terem uma casa própria é um grande passo rumo a uma vida mais digna para elas.
http://fabiano-amorim.blogspot.com.br/2014/11/sao-paulo-gays-e-travestis-em-situacao.html

Colunista de Oliberal e o ódio nas redes sociais



Yáskara Cavalcante, colunista social de OLiberal, protagoniza ódio sem noção nas redes sociais.
Quem lembra do filme "300", dirigido por Zack Snyder e que imortalizou a Batalha de Termópilas, ambientalizado na Grécia - ano 480 AC - onde o rei Leônidas e seus 300 guerreiros de Esparta lutam bravamente contra o numeroso exército do rei Xerxes, estrelado pelo brasileiro Rodrigo Santoro?

No filme, cenas sangrentas e extremamente violentas das várias batalhas travadas entre gregos e persas durante as chamadas Guerras Médicas, onde o exército persa comandado pelo rei Xerxes usa monstros e criaturas grotescas contra o seu inimigo, afim de conquistar seu território.

É justamente essa "guerra" que temos presenciados nas redes sociais, desde o anúncio do resultado eleitoral que consagrou a reeleição da presidenta Dilma. Manifestações xenófobas, preconceituosas e discriminatórias que já eram destiladas nas redes sociais, intensificaram-se e tornaram-se polêmicas, onde pobres, nordestinos, gays e vários outros segmentos sociais foram acusados pela derrota de Aécio, o candidato oposicionista que reuniu a nata odiosa do Brasil, tal como Xerxes agrupou e preparou seu exército de monstros sedentos por sangue ao ataque desmensurado.



A demostração de até que ponto uma dessas criaturas pode chegar, foi registrada no blog do jornalista Hiroshi Bogéa que você pode ler abaixo, mas antes tirem as crianças da frente da tela do computador, tablet ou smartphone, pois as cenas e palavras que partiram de uma jornalista do grupo ORM - que controla rádios, jornais e a TV Liberal - empresa afiliada da rede Globo no Estado do Pará - são fortes.

Colunista social de Belém destila ódio contra pobres.



Ainda repercute nas redes sociais  post da colunista social do jornal O Liberal, Yáskara Cavalcante,  desejando aos  eleitores que reelegeram a presidente Dilma Rousseff (PT)  “tudo de ruim pra essa gente pobre e ignorante”.

Em outro parágrafo da nota, a “colunista”  se diz aliviada pelo fato “da minha filha mais velha estará deixando esse país de ratos e porcos em alguns meses”, e que a “mais nova vai em alguns anos”.

A moçoila-mãe deveria aproveitar  o embalo para ir juntas, se possível, carregando, também, a tiracolo, o cantor Lobão.

Esse tipo de “jornalista”, o Brasil abre mão, porque  só contribuiu com mazelas  ao atiçar  o fofoquismo das madames em  beira de piscinas.

Na eleição que reelegeu Dilma, houve violência para todos os gostos.

Os gays foram achincalhados porque… são gays.

Mulheres sofreram  violência porque… são mulheres.

Nordestinos  chamados de paraíbas quase como um elogio carinhoso, ou como símbolos de sinais preocupantes de perda de seiva de um partido.

Agora, a colunista de O Liberal escancarou o ódio aos pobres – porque a maioria do povo brasileiro reconduziu o PT para mais um mandato presidencial.

Se a direção do jornal O Liberal não compartilha   com esse tipo de intolerância e preconceito,  registrado no texto da moça nas redes sociais,  o demitiria na hora.

Um veículo de comunicação de massa não pode ter entre seus quadros a extensão do reacionarismo demonstrada por essa mulher.

Na tese da cordialidade do brasileiro (eternizada pelo historiador Sérgio Buarque de Hollanda nos anos 1930), seríamos o país da generosidade, da civilidade, da hospitalidade gratuita – a terra do coração. Negando a violência, a capacidade de manifestar nosso ódio, nosso racismo, nosso ressentimento social, agiríamos pelo coração, passionalmente. Inclusive quando odiamos.

Sérgio Buarque, lá de cima, deve estar bastante decepcionado com as mudanças ocorridas no país, nos últimos doze anos – depois que seguidos governos dos trabalhadores  tiraram cerca de 40 milhões de gente da miséria absoluta, formando nova Classe C.

Aqueles que continuam a ganhar muito – ou se exibem como assim o fossem, não sendo capaz – ao fundo – de honrar nem o aluguel do prédio onde moram –  não suportam ver tanta gente feliz, protegidos por governos populares.

Yáskara faz parte dessa elite desapontada com o riso largo no rosto da empregada doméstica, depois de ter conquistado  seus direitos trabalhistas, patrocinados pelo governo que ela tanto odeia.

O  desconforto é tanto, no lar desses almofadinhas de quinta categoria que eles nem mais conseguem ocultar passagens memoráveis do ódio, do preconceito e de seus  ressentimentos sociais.

Veja  prints das postagens de Yáskara Cavalcante, tanto no Facebook quanto no Instagram.



Tapetão: a ideia de “jênio” do PSDB



Miguel do Rosário, Tijolaço  

"O assunto talvez seja um pouco repetitivo, mas eu ainda não tive a oportunidade de abordá-lo, e queria um pretexto para publicar a charge do Aroeira, presente no jornal O Dia deste sábado.

Além disso, é preciso sim ridicularizar ao máximo esse tipo de postura. 
Eu acho, nós achamos, todos acham, que o TSE deveria investir em maior segurança nas urnas. Mas para as próximas eleições.

Um derrotado reclamar de eleição perdida é apenas patético. Quem entra num pleito eleitoral, tem de dar um voto de confiança ao juiz.

Essa é a regra democrática, tanto que ambos os partidos monitoram todos os processos tecnológicos do TSE, os métodos e a apuração.
Perdeu, perdeu, playboy.

E se a única razão alegada for a presença de “comentários em redes sociais”, torna-se, além de patético, grotesco.

Ora, os tucanos de redes sociais também pedem intervenção militar. Aliás, não só em redes sociais. Na TV Folha, vimos uma eleitora de Aécio afirmar com todas as letras que o seu desejo mesmo era uma intervenção militar, e que, na impossibilidade desta, votaria no tucano.

O PSDB vai pedir ao Supremo Tribunal Federal analisar a constitucionalidade de uma intervenção militar, com base em “comentários em redes sociais”?

Felizmente, os ministros do TSE estão revelando lucidez para tratar o caso como deve ser tratado, com firme indignação contra a tentativa de manchar a reputação da nossa democracia, gerando prejuízos a nossa imagem no exterior.

Segundo relatos repassados à imprensa, os ministros têm se referido à iniciativa tucana simplesmente como “antidemocrática”.

PS: Depois dêem uma espiada nesse post do blog E-Farsas. Ele mostra que muitas das “fraudes” mostradas por tucanos são, na verdade, falsas fraudes."

Após derrota, PSDB ganha rótulo "antidemocrático"



"É de indignação e revolta o clima entre os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, com a petição apresentada pelo PSDB para auditoria nas urnas eletrônicas, após a vitória da presidente Dilma Rousseff no último domingo; adejtivos variam entre "desrespeitoso" e "antidemocrático"; documento, assinado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) não apresenta evidências e deve ser rejeitado por ampla maioria; ministro João Otávio Noronha lembrou à direção tucana que o Brasil "não é a Bolívia ou a Venezuela"

Brasil 247

O PSDB perdeu a chance de encerrar, com elegância, sua participação na campanha eleitoral de 2014. Depois de um discurso correto do candidato derrotado Aécio Neves, no último domingo, em que pregou paz e desejou sorte à presidente reeleita Dilma Rousseff, a petição apresentada pelo deputado Carlos Sampaio, pela auditoria nas urnas eletrônicas, colocou tudo a perder. De tal forma que, hoje, é de revolta com os tucanos o ambiente no Tribunal Superior Eleitoral.

Reportagem da jornalista Beatriz Bulla, do Estado de S. Paulo (leia aqui), informa que o pedido tucano deve ser rejeitado por ampla maioria. Ministros da corte consideraram o pedido "antidemocrático" e também um "desserviço" ao País. O ministro João Otávio Noronha foi quem bateu mais duro, afirmando que "falta seriedade" ao pedido tucano. Outra referência em questões eleitorais, o ex-ministro Torquato Jardim, afirma que o PSDB "não apresentou nenhum fato concreto".

Noronha fez ainda outra ressalva, diferenciando o Brasil de países bolivarianos. "O que me leva a crer na falta de seriedade do pedido é se dizer que seria bom auditar por causa da rede social, onde se escreve o que se quer. O fato (que embasa o questionamento) não pode ser fofoca, rede social", disse ele. "Não somos a Venezuela, a Bolívia".

Reportagem de Cristiane Jungblut, do Globo, evidencia que a responsabilidade pelo pedido é do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), mas com aval do senador Aécio Neves (PSDB-MG) (leia aqui). "Eu disse para o Aécio que tinha decidido pedir a auditoria e ele falou: “Carlão, você está na coordenação jurídica nacional, o que você achar que deve fazer, para mim tá bom”. Foi uma conversa muito rápida, de alguns segundos. Não entrei no detalhe jurídico de como isso seria feito, e ele não questionou nada", disse Sampaio ao Globo.
A decisão serviu, apenas, para arranhar a imagem do PSDB."

Veja’: da mentira ao caos


(Imagem: Pragmatismo Político)
Mailson Ramos, Pragmatismo Político 

"A ‘Veja’ esteve próxima de concretizar mais um golpe eleitoral. Desta feita, rompeu todos os limites: os de sua moribunda credibilidade e o do bom senso do eleitorado. Mas não estava sozinha; ao derredor do lamaceiro criado pela principal publicação do Grupo Abril havia também a atenciosa TV Globo, aquela que cumpriria papel fundamental, mais uma vez, nos bastidores da política nacional.

Por essas e outras é que a televisão conserva ainda um papel de essencialidade na propagação de informações neste país. Entretanto, as mídias sociais foram motores propulsores de um novo debate: aquele em que a notícia ou o fato é confrontado imediatamente com a veracidade das fontes.

Na quinta-feira (23/10) à noite, a notícia-manchete “Eles sabiam de tudo” lançada inicialmente nas mídias sociais tentava colocar freios à campanha de Dilma Rousseff à vésperas do pleito com a certeza de que a candidata petista não teria mais tempo para se defender. Na sexta-feira (24/10), subjugada ao curto espaço de tempo do últimoprograma eleitoral reservado às despedidas e conclamação dos eleitores, Dilma foi obrigada a relatar o assunto que corria as ‘sete freguesias’ desta república causando furor no eleitorado, especialmente nos indecisos. Se Dilma não falasse naquela oportunidade o resultado seria desastroso. Ainda assim, a perspectiva não era das melhores.

No sábado (25/10), o Jornal Nacional resolveu tomar pé da situação; mas isso aconteceu de maneira camuflada. A TV Globo utilizou o quebra-quebra em frente ao prédio do Grupo Abril, em São Paulo, para somente então explorar o assunto. O embate entre ‘Veja’ e Dilma foi mostrado como agente causador da manifestação. A partir deste momento o eleitor indeciso adquiriu sentido o suficiente para não votar em Dilma. Naturalmente a candidata tinha muito mais o que perder; a ‘Veja’ lançava mão desta cartada sem precedentes na história da política brasileira.

Caso as grandes emissoras de TV dessem coro à ‘Veja’ ainda na sexta-feira, não há duvidas de que Aécio seria o vencedor. Os blogueiros da publicação da Abril apostaram suas próprias calças em Aécio confiantes na vitória pelo sucesso da cartada contra o PT. Não tão convictos assim, outros reforçavam a ideia de impeachment, caso Dilma fosse novamente eleita. A questão é seríssima. A produção de conteúdo jornalístico sério e a ética pela veiculação das informações têm sido agredidas constantemente por ‘Veja’. Por isso é preciso aprovar urgentemente uma lei de meios. Não para cassar a liberdade de expressão, como querem fazer ver os grandes oligopólios de comunicação. Não. É por uma fiscalização autônoma e respeitada.

Desde 1989, com Collor e Lula, as organizações de comunicação interferem, segundo seus interesses financeiros e de influência, nas eleições presidenciais. É como se o povo estivesse subjugado aos ideais econômicos das grandes emissoras de TV, rádio e jornal do país.

‘Veja’ extrapolou todos os seus limites, inclusive foi conduzida ao discurso humorístico pelos militantes, através de jocosas recriações de suas capas.

 Perda de credibilidade parece não incomodar mais os seus editores. Não se exime de mergulhar ao submundo do crime para depois emergir com noticias nunca comprovadas. Com o mesmo ódio vociferam os colunistas e repórteres em seus artigos. São capazes de antecipar uma edição em dois dias e estampar na capa uma manchete que, segundo O Globo, não é comprovada pelo advogado de Youssef.

Nos próximos capítulos desta novela idílica de ‘Veja’ contra o PT mais desdobramentos da crise de credibilidade da publicação com a ratificação de que o doleiro jamais afirmou o conhecimento de Dilma e Lula sobre a corrupção na Petrobrás. Naturalmente a revista deve debandar para outras temáticas antipetista como a ‘nova república bolivariana brasileira’ ou o ‘Brasil cubano’. Há ainda a questão do impeachment da presidenta eleita; o apoio da bancada conservadora, separatista e fundamentalista eleita pelos paulistas.

Como os senhores e senhoras podem ler, não faltará assunto para as futuras publicações de ‘Veja’. Se faltar, eles não vão pensar duas vezes antes de criar um fato ou um factoide."

Mailson Ramos é escritor, profissional de Relações Públicas e autor do blog Opinião e Contexto. Escreve semanalmente para Pragmatismo Político.

Os maus perdedores e a democracia: o pedido de auditoria das urnas feito pelo PSDB

Carlos Sampaio, à esquerda, autor do pedido de auditoria
Carlos Sampaio, à esquerda, autor do pedido de auditoria
 DCM

"Poucas coisas na vida são mais desprezíveis do que maus perdedores — talvez, os maus ganhadores. O pedido de auditoria do PSDB para verificar a “lisura” da eleição presidencial é um caso de estudo.

O autor é o coordenador jurídico da campanha de Aécio, o deputado federal Carlos Sampaio (é impressionante a quantidade de “coordenadores” em campanhas. PT e PSDB os tinham aos milhares, nunca se soube exatamente fazendo o quê).

Sampaio, com a anuência de Aécio Neves, colocou em dúvida a confiabilidade da urna eletrônica. “Não tem nada a ver com recontagem de votos e nem estamos questionando o resultado”, disse ele. Tem a ver com o que, então?
Explicação: com as reclamações no Facebook.

O deputado deixou um recado elucidativo em sua página. Escreve ele que é para “evitar que esse sentimento de que houve fraude continue a ser alimentado nas redes sociais”.

Se ele quer investigar outros temas amplamente difundidos nas redes, pode também apurar se é verdade que John Kennedy foi morto pelos iluminatti, se a Pepsi usa células de fetos abortados como adoçante e se os círculos concêntricos em milharais foram obra do capeta.

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, declarou que “não há nada que comprometa” o processo. ”Não somos a Venezuela, a Bolívia. Para Noronha, o que embasa o questionamento não pode ser “fofoca”. A ele se somaram outras vozes insuspeitas.

É direito de Sampaio e colegas, obviamente, mas se essa atitude contribui para algo, é para a instabilidade. A reação do PSDB à derrota tem apequenado espetacularmente o partido. Aécio reclamou de “calúnias”, Aloysio recusou o diálogo, reclamou de facas nas costas, jurou vingança.

Sampaio é a cereja do bolo. Reeleito para o quarto mandato consecutivo na Câmara com 295 623 votos, foi de uma irresponsabilidade galopante no últimos meses. “Como é que é??? O doleiro Youssef denuncia Dilma e Lula e, repentinamente, é internado na UTI!!! Qual o seu quadro de saúde e o tratamento pelo qual está passando??? Acabei de enviar uma nota para a imprensa exigindo explicações!”, escreveu no FB.

O homem que fala em esclarecer fatos nebulosos divulgou todas as pesquisas picaretas da Istoé/Sensus, aproveitando para acusar o Datafolha e o Ibope de fraudulentos. “Lembrem-se: Datafolha e Ibope há anos fazem pesquisas para o Governo Federal! Só o governo Dilma pagou mais de R$ 12 milhões aos institutos de pesquisa!!!”

Carlos Sampaio conseguiu sua notoriedade. Seus adversários políticos são gratos pela falta de noção. E agora todos os milhares de idiotas no Facebook que acreditam em invasão cubana e que Paul McCartney morreu em 1966 e foi substituído por um sósia já sabem com quem falar. Basta entrar no site dele e exigir uma explicação."

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Quanto o Bolsa Família custa para o seu bolso?

[Da série: "Cartilha Básica para Coxinhas que não ficarem pagando mico"]

bolsa familia


O Bolsa Família vem se tornando há tempos um dos assuntos mais discutidos da política nacional. Em parte, porque (algumas) pessoas que não recebem o programa se revoltam por estar tendo de contribuir para a manutenção do programa. Mas, afinal, quanto custa o Bolsa Família para cada brasileiro.

O programa custa hoje cerca de R$ 2 bilhões por mês. Isso significa cerca de R$ 24 bilhões por ano. Considere que somos quase 200 milhões de habitantes no país. Fazendo a conta, isso significa um custo de aproximadamente R$ 120 por ano por pessoa. Ou, se você preferir, R$ 10 por mês.


Isso, no entanto, não significa que mesmo esses R$ 10 estejam saindo diretamente de seu bolso para a manutenção do programa. Primeiro, porque não existem só impostos sobre pessoas físicas no país. Existem tributos sobre pessoas jurídicas. Vamos supor que a arrecadação seja em média de dois para um. Quer dizer que cada pessoa física contribuiria com pouco menos de R$ 7.

Mas o Estado não tem só impostos como fonte de arrecadação. Tem também os títulos, os dividendos de estatais etc. Isso quer dizer que, para chutar alto, em média cada brasileiro gastaria R$ 5 por mês com o programa.

A contribuição não é igualitária. Se você estiver no alto da pirâmide, poderá pagar mais do que isso. Se estiver abaixo, contribuirá com menos do que os R$ 5 mensais.

E, é preciso lembrar: cobram-se impostos sobre esses R$ 24 bilhões, o que significa que boa parte volta para o caixa do governo, mantendo estradas, universidades, aeroportos e outros serviços que você também utiliza.

Ou seja: o dinheiro a fundo perdido que sai do seu bolso é bem pouco. Principalmente se você pensar nos benefícios que isso traz para o país e, inclusive, para você que vive num país menos desigual com isso.

no Blog Caixa Zero, via http://mariolobato.blogspot.com.br/2014/10/quanto-o-bolsa-familia-custa-para-o-seu.html

Enquanto a mídia e reacionários repetem “bolivarismo”, Brasil ganha prêmio na ONU por participação social

Nossa mídia e oposição sem projeto é tão canalha que tem medo de democracia, medo de participação popular. Reagiram ao Decreto de Participação Popular, ou seja a formação e ampliação dos conselhos consultivos em todos os órgãos do governo, algo que já existia no Brasil (até mesmo nos tempos da ditadura militar) e cujo Decreto da presidenta Dilma busca ampliar e melhorar  como “bolivarismo”. Desse modo, o pacote completo da mídia em parceria com a oposição sem projeto político para o país amplia a ignorância da população sobre a Bolívia e sobre democracia participativa. Até mesmo a ex-petista e neoMarina Silva entrou na onda de se aproveitar do imaginário reacionário contra a Venezuela e Bolívia e a leitura que a mídia faz de ‘bolivarismo’ para atacar o governo.
Daí descubro (porque para saber das notícias positivas do país a gente tem de pesquisar muito, que o Brasil recebeu da  ONU o prêmio mais importante em gestão pública do mundo!

É isso mesmo, o governo Dilma, com o Fórum Interconselhos, uma iniciativa conjunta da Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR) e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), recebeu a premiação máxima do United Nations Public Service Awards (UNPSA) como uma das melhores práticas inovadoras de participação social no mundo. 
Não é em página petista que está esta notícia, é no site da ONU, destaco um trecho:
Um dos prêmios foi destinado ao Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão e à Secretaria-Geral da Presidência da República, para a iniciativa “Fórum Interconselhos”, que estimula a participação social no monitoramento dos Planos Plurianuais (PPA). No último PPA, foram apresentadas 629 contribuições da sociedade civil, das quais 77% foram incorporadas integralmente. Como inovação, foi constituída uma instância de monitoramento do PPA pela sociedade civil – o Fórum Interconselhos –, que reúne periodicamente representantes dos diversos conselhos para avaliar o cumprimento dos objetivos e metas estabelecidas.
Já o Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi premiado com o projeto “Central do Cidadão, Transparência e Acesso à Informação: uma política de Estado no Governo do Rio Grande do Sul”. A iniciativa diz respeito ao portal “Central do Cidadão” e às ferramentas implementadas pelo governo gaúcho para atender as determinações da Lei de Acesso à Informação.
 Maria Frô na Revista Forum, via http://mariolobato.blogspot.com.br/2014/10/enquanto-midia-e-reacionarios-repetem.html

PSDB tramou golpe contra Dilma pelo WhatsApp, revela Estadão


sampaio_aecio_whatsapp.jpgO jornal Estado de S. Paulo, edição desta sexta-feira (31), revela que o PSDB nacional tramou o golpe contra a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) através de bate-papo via WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas.
Segundo o Estadão, a trama foi capitaneada pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), coordenador jurídico da campanha derrotada de Aécio Neves (PSDB-MG), que coletou “contribuições” à representação protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ao pedir “auditoria especial” na votação de domingo (26), o documento tucano questiona a legitimidade da reeleição de Dilma e do próprio TSE que proclamou o resultado após Aécio reconhecer de público a derrota.
A tentativa de o PSDB realizar um 3º turno da eleição presidencial arrancou uma declaração irônica do presidente nacional do PT, Rui Falcão: “O PSDB está parecendo time que perde e, depois, põe a culpa no juiz”, afirma Falcão.
De acordo com o Estadão, o próprio Aécio deu aval para a deflagração do plano golpista.
modus operandi do PSDB é o mesmo da direita venezuelana, que mesmo perdendo a eleição sempre investe contra o resultado das urnas.
 Sugado do:http://www.esmaelmorais.com.br/2014/10/psdb-tramou-golpe-contra-dilma-pelo-whatsapp-revela-estadao/

Pacto Federativo: conheça os papéis da União, estados e municípios na segurança pública

Um dos principais desafios brasileiros é a segurança pública. As autoridades estão mais atentas aos problemas e elegem o combate à violência como uma das prioridades em seus programas. A segurança pública caminha cada vez mais para a integração e articulação entre as forças diversas presentes no território.
Pacto_Federativo_segurancapublica_competencias
O tema tem tratamento específico na Constituição Federal de 1988 no artigo 144. O texto dispõe que a segurança pública é “dever do Estado” e deve ser exercida pelas Polícias Federal, Rodoviária Federal, civis, militares e Corpos de Bombeiros militares. Qualquer lei precisa respeitar as estruturas previstas na Constituição.
Supremo Tribunal Federal afirma que a segurança pública trata-se de “organização administrativa”. Por isso, a gestão em cada ente da federação fica por conta do chefe do executivo. No caso dos estados, fica sob a chefia do Governador de Estado, a quem estão subordinados as polícias militares e civis. Já o chefe do Poder Executivo Federal tem a competência de organizar as polícias federais, dentre outros da administração federal.
No entanto, a partir do aumento da violência o Governo Federal passou a repassar recursos para a modernização das instituições de segurança pública dos Estados e Distrito Federal. A articulação entre as administrações nesse quesito é crucial. Além disso, a segurança pública deixou de se pautar unicamente pela de repressão e passou a ser vista sob a ótica da prevenção e capacitação dos agentes com enfoque na cidadania.
Com o Governo Dilma, o papel da União na Política Nacional de Segurança Pública passou a ser maior, com maior integração institucional e as instituições do sistema de justiça criminal e enfatizando o planejamento, a gestão e o monitoramento.
União
Compete à União a defesa dos seus interesses e dos seus órgãos, o policiamento da faixa de fronteira e o combate ao tráfico internacional e interestadual de drogas, prevenir e reprimir o contrabando e o descaminho, bem como realizar o patrulhamento das rodovias federais.
A União assumiu ainda a função de articular a integração entre os órgãos de segurança pública e de justiça criminal, que teve seu ponto alto a Copa do Mundo 2014, e deixou como principal legado a atuação integrada entre os órgãos de segurança pública nacionais e internacionais e as Forças Armadas nos 12 Centros Integrados de Comando e Controle Regionais. Todos estes Centros foram equipados pelo Governo Federal em todas as cidades-sede da Copa. O governo tem realizado ações como o Brasil Integrado, operação que já atuou no Nordeste e recentemente transferiu presos entre presídios federais.
Estados
Os Governos Estaduais e do Distrito Federal realizam a segurança pública direta, organizando e mantendo o policiamento ostensivo, que é realizado pela Polícia Militar, formada por policiais uniformizados, facilmente identificados, de modo a criar na população uma percepção de segurança. É de competência dos estados ainda manter e organizar a Polícia Civil e os órgãos técnicos de investigação dos crimes comuns.
Municípios
Já os municípios têm a competência para desenvolver ações de prevenção à violência, por meio da instalação dos equipamentos públicos, como iluminação, câmeras. Os municípios também podem criar guardas municipais para a proteção de bens, serviços e instalações.
Neste ano, a lei nº 13.022 regulamentou as atribuições das Guardas Municipais na prevenção à violência, proteção dos direitos humanos fundamentais, exercício da cidadania e das liberdades públicas, preservação da vida e patrulhamento preventivo, dentre outros.
Distrito Federal
O DF possui as mesmas competências dos estados na gestão da segurança pública.
fonte: http://blog.planalto.gov.br/pacto-federativo-conheca-os-papeis-da-uniao-estados-e-municipios-na-seguranca-publica/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=pacto-federativo-conheca-os-papeis-da-uniao-estados-e-municipios-na-seguranca-publica