Fernando Brito, Tijolaço
Pode chover, num dia, quase o mesmo que choveu durante todo o mês de outubro e o volume total deve passar de 100 milímetros de precipitação.
Infelizmente, porém, isso não trará praticamente nenhuma elevação do nível dos reservatórios assolados pela seca. Subirão, no máximo, décimos de um ponto percentual.
A única dúvida que se tem, séria, a esta altura, é sobre quando se dará o colapso no abastecimento.
Em 27 de outubro de 2010, os reservatórios tinham 78% de sua capacidade preenchidos com água.
Na mesma data, em 2011, eles oscilaram para 69,7%.
Em 27 de outubro de 2012, o índice caiu para 56,2.
No ano passado, no mesmo dia, tinham 37,5%
Hoje, baixaram a menos 16%, porque o zero daquela estatística fica antes do “volume morto” que está nas últimas gotas.
No final da temporada chuvosa de 2010/2011, a 1° de maio, a água havia subido perto de 16 pontos, para 93,7%.
No fim das chuvas de 2011/2012, havia ganho 4,7%, subindo para 73,4%.
Quando terminaram as chuvas de 2012/2013, subiu também 6,6%, passando a 62,8%.
2013 para 2014, como todos sabem, veio a seca e, em lugar de subir, o volume baixou 27,3%, para 10,2% de água disponível, afora o volume morto.
Pouco mais,mas bem pouco mesmo, talvez, se a Sabesp mantiver os paulistanos sem água também no período de temperaturas elevadas, porque o envio de água à cidade já caiu de médias de 32 mil litros por segundo para apenas 20 mil litros por segundo.
E agora já não há mais nada a fazer, porque não se fez quando era tempo.
Pode não faltar (mais) água em São Paulo, mas por um milagre pelo qual estamos todos torcendo.
Mas não se administra a vida de milhões de pessoas esperando milagres."
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