sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Congresso brasileiro é o segundo mais caro do mundo dentre 110 países

Um estudo realizado pela ONU analisou o custo de senadores e deputados de 110 países. Neste grupo, o Brasil ficou em 2º lugar entre os que mas gastam para sustentar os políticos, atrás apenas dos EUA.
Os privilégios dos políticos custam muito caro para a população trabalhadora do mundo inteiro. A ONU e a UIP (União Interpalamentar) publicaram um estudo que analisa esses números. Cada parlamentar brasileiro, segundo o levantamento, custava, em 2011, US$ 7,4 milhões por ano. Um valor absurdo, que é calculado por baixo pois não contabiliza o que é desviado por meio dos esquemas de corrupção. O estudo utiliza os gastos totais com os parlamentares, que não se resumem somente aos salários, pois eles recebem ainda inúmeros benefícios, auxílios e outros penduricalhos que podem até dobrar o que ganham.
Esses números foram enviados pelos próprios países. Alguns, como a Itália, não enviaram seus relatórios. Na pesquisa, os valores são convertidos em dólar e ajustados de acordo com o poder de compra, para que a comparação seja mais aproximada, considerando o custo de vida de cada país.
Não somente no Brasil, mas em países imperialistas como os EUA, o custo dos políticos é pesado aos cofres públicos. Em 2011, em plena crise econômica que engolia os salários dos trabalhadores, os americanos pagaram US$ 9,5 milhões para sustentar os privilégios de seus políticos. A lista completa dos países analisados pode ser encontrada aqui.
Considerando somente os salários e benefícios dos 513 deputados brasileiros, sem contar os demais gastos da Câmara, é consumido cerca de R$1 bilhão por ano, utilizando os valores de 2016. Como os salários e os privilégios são aumentados por eles mesmos, é difícil fechar um valor que expresse o prejuízo que os parasitas da Câmara e do Senado causam.
Enquanto planejam inclusive congelar por 20 anos o salário do funcionalismo público concursado através da PEC 241/16, os deputados e senadores desfrutam de um orçamento quase ilimitado. As categorias de trabalhadores que conseguem garantir aumento de salário precisam lutar, fazer greve e ainda sofrem represálias como corte de ponto, perseguições e demissões, por terem brigado pelos seus direitos.
Estes verdadeiros bandidos, junto ao Judiciário (que é o mais caro do mundo, custando mais de 1,3% do PIB brasileiro, superando salários de magistrados na Itália, França e diversos países da Europa) buscam preservar seus privilégios censurando a esquerda e atacando os trabalhadores com as reformas trabalhistas e da previdência. As candidaturas anticapitalistas do MRT, como a de Diana Assunção em SP, exigem que todo juiz e alto funcionário de Estado seja eleito e revogável, e receba o mesmo salário de uma professora. Isso está inscrito na batalha por modificar as regras do jogo de conjunto deste sistema podre, e impulsionar uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana em base à mobilização de resistência dos trabalhadores contra os ataques de Temer.
http://www.esquerdadiario.com.br/Congresso-brasileiro-e-o-segundo-mais-caro-do-mundo-dentre-110-paises

A Reforma Política quer censurar a esquerda

A Reforma Política de autoria de Aécio, e defendida por Renan, Rodrigo Maia, e toda cúpula do governo Temer propõe restrições profundas no regime partidário, por exemplo, um partido para ter acesso ao Fundo Partidário, ter tempo de rádio e TV gratuitos, deverá a partir de 2018 possuir pelo menos 2% de votos válidos em 14 unidades da federação, e a partir de 2022, precisará alcançar 3%. Ou seja, um partido que possui figuras fortes em determinada região do país estará de fora, e não possui outro objetivo que não excluir das eleições as candidaturas da esquerda e de trabalhadores, assim como já iniciaram com as restrições no pleito deste ano.
Denunciamos em nossa candidatura anticapitalista esta verdadeira censura contra a esquerda nas eleições municipais:
Outra “novidade” da Reforma será o novo sistema de votação em listas fechadas, e o voto distrital. A votação em listas fechadas significa que cada partido indicará apenas 1 representante ao congresso, e o eleitor votará no partido e este se encarregará de indicar o nome que melhor atender ao seu interesse. Já a votação distrital significará que cada candidato represente apenas uma região, e por essa será eleito, ou seja, uma candidatura operária que possui fortes laços em seu local de trabalho deverá se restringir a apenas um pequeno microcosmo do município, por exemplo, o que implicaria diretamente em não conseguir expandir suas ideias a outras regiões, e até mesmo não ser votado por seus companheiros de trabalho, favorecendo os caciques regionais, e restringindo ainda mais a disputa de idéias por parte das candidaturas da esquerda, num regime eleitoral já absolutamente antidemocrático que favorece os políticos milionários.
Para os golpistas não é suficiente impedir a participação da esquerda na mídia, no parlamento, e construção de figuras conhecidas nacionalmente, querem limitar também a quantidade de partidos com uma Cláusula de Barreira que poderá reduzir para 13 o número de partidos com atuação no Congresso Nacional, e acabar com as coligações, sob o argumento de não existir tantas diferenças ideológicas entre os partidos que justifique tantas siglas. A redução dos partidos fisiológicos de aluguel não diminuirá a corrupção, que é inerente ao capitalismo: o rearranjo dos políticos corruptos nas siglas restantes não será empecilho para que continuem conspirando contra os trabalhadores e a população. No mínimo, isso serve para perpetuar a mesma política corrupta dos capitalistas sob o disfarce de outras "novas" (ou nem tão novas) siglas, com o Congresso operando contra os interesses dos trabalhadores e da juventude, como tem feito atualmente em aliança com o judiciário, que hoje mesmo votou contra o direito constitucional de greve dos servidores públicos, como presente ao dia dos servidores que será amanhã.
Essa é a saída oferecida pela direita golpista do país frente a enorme crise política, o rechaço da população ao sistema político burguês e a insatisfação da juventude que ocupa as escolas contra as medidas arbitrárias do governo, que pretende responder a crise econômica com mais ajuste. Acima de tudo, serve para impedir que surja uma alternativa política dos trabalhadores, independente e à esquerda do PT, que está em franca decomposição. Por isso é importante apontar para uma saída independente de qualquer variante patronal, e em base à resistência dos trabalhadores contra a PEC 241 e os ajustes de Temer, levantar uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que ligada às mobilizações em curso possa questionar os privilégios dos políticos que promovem banquetes para nos fazer pagar por uma crise criada por eles, nos retiram o acesso à saúde e educação de qualidade, e até mesmo o direito legítimo de greve.
É preciso exigir que a CUT e a CTB cessem sua paralisia criminosa e convoquem uma greve geral para parar o país, em base a assembleias democráticas nos locais de trabalho. Esta experiência de auto-organização para o combate ajuda os trabalhadores e o povo a verem a necessidade de superar esta democracia dos ricos, lutando por um governo dos trabalhadores que rompa com o capitalismo.
http://www.esquerdadiario.com.br/A-Reforma-Politica-quer-censurar-a-esquerda

SISTEMA GLOBO É INCOMPATÍVEL COM A DEMOCRACIA

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O Sistema Globo é incompatível com a democracia

O que fazer com o Sistema Globo de Comunicação é um dos mais difíceis problemas a solucionar pela futura democracia brasileira. A capacidade de fabricar super-heróis fajutos, triturar reputações e transmitir versões selecionadas e transfiguradas do que acontece no mundo, lhe dá um poder intimidante a que se foram submetendo o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
A referência aos três poderes constitucionais da República resume a extensão do controle que o Sistema Globo detém e exerce implacavelmente, hoje, sobre toda e qualquer organização ou cidadão brasileiro. Só ínfima proporção do povo desdenha ser personagem de um fictício Brasil, nas páginas de seus jornais e revistas, notícias radiofônicas e matérias televisivas.
Ainda menor é o número dos que não se abalam com a possibilidade de soçobrar nos planos de perseguição e vingança do portentoso vozeirão do Monstro comunicativo. Nenhum juiz, político, servidor público, organizações do bem ou do mal, passantes inofensivos e supostos detentores de direitos posa de valente diante das bochechas do mau humor Global.
O Sistema Globo de Comunicação superou as Forças Armadas e as denominações religiosas, inclusive a inquisitorial Igreja Católica, na capacidade de distribuir pela sociedade os terríveis sentimentos de medo, ansiedade e inquietação. Ele é a fonte do baixo astral e baixa estima dos brasileiros e das brasileiras. O Sistema Globo converteu-se no gerente corruptor e corruptível do medo político, econômico, social e moral da sociedade brasileira, sem exceção.
Denunciar a gênese não contribui para elaborar eficiente estratégia de destruição do Monstro. Aliás, de que destruição se trata? O Sistema fabricou a mais abrangente e veloz rede de transmissão de notícias, através de emissoras e retransmissoras associadas, com comando centralizado e sem rival na sofisticação de sua aparelhagem e na competência de seus operadores.
O Sistema Globo de Comunicações é modelo de excepcionalmente bem sucedido projeto de formação da opinião pública e de interpretação conjuntural dos valores cívicos da nacionalidade. É ele quem cria os amigos e os inimigos do País, mediante o controle, pelo medo, das instituições políticas e judiciárias.
Com extraordinária reserva de recrutas intelectuais e especialistas, está aparelhada para a defesa de qualquer tese que a mantenha como proprietária praticamente exclusiva do poder de anunciar, em primeira mão, o que é a verdade – sobre tudo e sobre todos.
Não é esse poder tecnológico e de competência que deve ser destruído. Ao contrário, preservado e estimulado a manter-se na vanguarda da capacidade difusora de notícias e de valores, bem como em sua engenhosidade empresarial capitalista. O que há a fazer é expropriar politicamente o Sistema Globo de Comunicação, mantendo-o autônomo em relação aos governos eventuais (ou frentes ideológicas de infiltradas sanguessugas autoritárias), e implodir as usinas editoriais e jornalísticas do medo e de catástrofes emocionais, restituindo isenção aos julgamentos de terceiros.
O Sistema Globo constitui, potencialmente, excelente opção para um sistema público de notícias impressas, radiofônicas e televisivas. Politicamente expropriados da tirania exercida sobre o jornalismo da organização, seus proprietários jurídicos podem manter ações e outros haveres econômicos das empresas conglomeradas, sem direito a voto na redação do futuro manual do sistema público de comunicação.
Como está é que não pode ficar. Ou não haverá democracia estável no País.
Blog Segunda Opinião [http://insightnet.com.br/segundaopiniao/]:18/10/2016.Wanderley Guilherme dos Santos. Cientista Político.
http://rogeriocerqueiraleite.com.br/o-sistema-globo-e-incompativel-com-a-democracia/

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O Rei Está Nu

Este é um conto que trata da vaidade humana. Quanto maior a vaidade, mais tolos nos tornamos. E costumamos alimentar a vaidade uns dos outros.  

Era uma vez um rei muito vaidoso e que gostava de andar muito bem arranjado. Um dia, um alfaiate espertalhão deu-lhe o seguinte conselho:

- Majestade, é do meu conhecimento que apreciais andar sempre muito bem vestido, como ninguém; e bem o mereceis! Descobri um tecido muito belo e de tal qualidade que os tolos não são capazes de o ver. Com um manto assim Vossa Majestade poderá distinguir as pessoas inteligentes das pessoas tolas, parvas e estúpidas que não servirão para a vossa corte.
- Oh! Mas é uma descoberta espantosa! - respondeu o rei. - Traga-me já esse tecido e faça-me a roupa; quero ver as qualidades das pessoas que tenho ao meu serviço.
O alfaiate aldrabão tirou as medidas do rei e, daí a umas semanas, apresentou-se, dizendo:
- Aqui está o manto de Vossa Majestade.
O rei não via nada, mas como não queria passar por parvo, respondeu:
- Oh! Como é belo!
Então o alfaiate fez de conta que estava vestindo o manto no rei, com todos os gestos necessários e exclamações elogiosas:
- Vossa Majestade está tão elegante! Todos vos invejarão!
A notícia correu toda a cidade: o rei tinha um manto que só os inteligentes eram capazes de ver. Um dia, o rei decidiu sair para se mostrar ao povo, desfilando pela cidade, com sua comitiva real acompanhando. 
Toda a gente fingia admirar a vestimenta, porque ninguém queria passar por estúpido, até que, a certa altura, uma criança, em toda a sua inocência, gritou:
- Olha, olha! O rei está nu!
Ninguém conseguiu segurar o riso. Todos gargalharam e só então o rei compreendeu que fora enganado. Envergonhado e arrependido da sua vaidade, correu a esconder-se no palácio.

(Baseado no conto de Hans Christian Andersen)
http://contosatemporais.blogspot.com.br/2012/12/o-rei-esta-nu.html

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

OPINIÃO PÚBLICA E IRRACIONALIDADE

Há um provérbio latino que diz vox populi, vox Dei (ou seja, a voz do povo é a voz de Deus), mas não custa lembrar que foi a voz do povo que sentenciou à morte Jesus, tido pelos cristãos como o filho de Deus.

Começamos este artigo invocando uma frase latina e dentro de um contexto de cunho religioso, tema sempre muito delicado, para dizer que a voz do povo pode ser manipulada e se tornar uma perigosa unanimidade burra, irracional, que a mídia moderna costuma chamar pejorativamente de efeito manada(paralelo com uma corrida de bois e vacas que seguem a toda velocidade, irrefletidamente, a direção do animal que vai à frente, ainda que este se dirija para o abismo).

Historicamente, quem pela primeira vez usou os recursos da chamada comunicação de massa para fins de manipulação política da opinião pública foi o partido nazista, através do seu ministro das Comunicações, o sinistro Joseph Goebbels. Ele compreendeu a imensa capacidade de penetração nos lares alemães da propaganda radiofônica que, naqueles idos da depressão capitalista da década de 1930, era o meio de comunicação mais eficiente para transmitir emoção pela palavra, com uma capacidade de convencimento muito maior do que a letra fria dos jornais.

Resultado: o genocídio alemão só foi possível porque contou com o apoio da opinião pública na Alemanha e até em outros países invadidos (caso da Áustria).   

Todos os atos de arbitrariedade sistêmica política e militar apelam sempre para o apoio da opinião pública, sem o qual eles não podem obter sucesso, porque a população civil é sempre muito mais numerosa do que as forças militares ou instituições do Estado. Mas, tal apoio não tem sido historicamente difícil de ser obtido, graças à manipulação da informação. 

Hoje, a capacidade da mídia televisiva, radiofônica e cibernética é muito mais abrangente, poderosa e decisiva do que em qualquer tempo da história. A mídia não é o quarto poder, como muitos admitem, mas um poder acima e fora da institucionalidade estatal e que conduz a vontade coletiva (opinião pública) para a aceitação passiva do modo de ser social instituído e cuja manutenção é por ela induzido. 

Neste sentido, a grande mídia está acima dos poderes constituídos; e seus veículos, como empresas capitalistas que são, mantêm um liame estreito com a categoria a que pertencem, sem que precisem institucionalizar-se como um poder do Estado.

Detendo o controle do sistema de comunicação nacional, um grande empresário midiático é tão importante quanto (e, em certas circunstâncias, até mais poderoso do que) um dirigente político, um mandachuva de outro ramo ou um comandante militar. 

Daí os magnatas de outros setores da economia fazerem questão de ter e manter empresas de comunicação, ainda que estas sejam deficitárias. Assim como muitos políticos se tornam donos de empresas de comunicação.

Para se aquilatarmos  melhor a força da opinião pública, torna-se necessária uma análise do significado da informação pública geradora da inconsciência popular perante o seu próprio modo de ser social. Vários fatores se somam para que a sociedade aceite a opressão de forma passiva; o primeiro deles é a inconsciência sobre si mesma, pois quem não sabe é como quem não vê.

Colabora para a inconsciência social o massacre midiático de milhares de informações supérfluas que são transmitidas ao cidadão diariamente, menos aquela que seria fundamental: a negatividade sobre o objeto do maior desejo coletivo (o dinheiro). Ao contrário, ensinam-lhe desde a educação básica, por meio da mídia, a importância de sua formação educacional para enriquecer e vencer na vida, dizendo-lhes que quem não ganha dinheiro é um perdedor, um derrotado. 
Assim, o dinheiro passa a ser o troféu virtuoso positivado e os comportamentos sociais se dirigem para a sua afirmação, de modo que inconsciência sobre a negatividade do dito cujo permaneça intacta. 

Não é por menos que pensadores ilustres de diferentes séculos têm manifestado o perigo da manipulação midiática da opinião pública no sentido da obstrução sistemática da lucidez coletiva. Ainda no século 18, o famoso jornalista francês Nicolas de Chamfort já dizia: “Há séculos que a opinião pública é a pior das opiniões”. 

E o nosso contemporâneo professor emérito de universidades estadunidenses, o filósofo analítico Noam Chomsky avalia que “o propósito da mídia não é de informar o que acontece, mas sim de moldar a opinião pública de acordo com a vontade do poder corporativo dominante''. O que faz todo sentido: final, sendo a grande mídia parte importante de tal poder, coisas não poderiam mesmo ser diferentes do que são. 

Se perguntarmos a um transeunte qualquer sobre qual a coisa mais importante para o seu sustento material, ele responderá de pronto: o dinheiro. Entretanto, ele desconhece inteiramente, do ponto de vista da sua natureza existencial constitutiva, a essência do objeto de seu desejo maior. 

Propositadamente, não se estuda na grade curricular do ensino básico o mecanismo de reprodução cumulativa do valor (dinheiro, pois isso denunciaria a sua própria mesquinhez); e no ensino superior somente se ensinam as virtudes e os mecanismos de controle e administração do dinheiro, nunca a sua negatividade. Aliás, a ciência social econômica não poderia mesmo negar aquilo corresponde à sua própria essência existencial acadêmica.

Como poderia a opinião pública entender os mecanismos de sua opressão sistêmica se isto não lhe é ensinado ou comunicado nas duas esferas da informação: a educação escolar e midiática? Como o poderia se, ao contrário, são-lhe marteladas o tempo todo as virtudes do sistema produtor de mercadorias, como se tal sistema fosse o meio mais justo, único e eficaz para a obtenção do seu sustento material?

A resultante disso é que a expressiva maioria da população, que forma o grande contingente ratificador do consenso social chamado opinião pública, diante da miséria social a que é submetida, admite como sua uma culpa que na verdade lhe é estranha; tenta reproduzir os valores do seu opressor vitorioso, como se este fosse o exemplo a ser seguido, e assim distorce os melhores conceitos da virtude.

Não é de se admirar, pois, a eterno desgaste dos governantes perante a opinião pública eleitoral e o eterno retorno ao ponto de partida, graças ao chamado pêndulo da ineficácia, sem que se negue o próprio processo eletivo obrigatório e aquilo que lhe é subjacente: um modo de mediação social perverso e irracional, além de ecologicamente suicida.
Por Dalton Rosado

A opinião pública tem sido historicamente a fonte de legitimação da própria opressão pública, o que não impede que, de tropeço em tropeço, acabemos chegando a um porto seguro. Mas a travessia em tais condições implica uma constante possibilidade de naufrágio humanitário.
https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2016/10/opiniao-publica-e-irracionalidade.html

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Utopia do absurdo

Este planeta tão belo começa a ficar purulento vítima de um sistema putrefato que não mede consequências para atingir seus objetivos.

Privilégios para alguns, exclusão para todos.

Os bolsões de miséria não obedecem a fronteiras. Estão espalhados e se alastram diariamente pelos quatro cantos do planeta. Não há diferença entre os mundos, sejam eles, terceiro, segundo ou primeiro. Ocidente ou Oriente. Eis um exemplo da democracia do sistema. Exclusão e globalização.

As misérias desconhecem geografia. Somos todos vítimas dos privilégios.

Anuncia-se a agonia do planeta. Ele estaria nos estertores, aguardando, se nada for feito, o disparo fatal. E, com certeza, não serão os ecologistas a salvá-lo. Aliás, muito podem fazer os ecologistas se puderem salvar a humanidade. Porque dela depende a salvação do planeta.

Salve-se a humanidade e o planeta será salvo.

Mas há aqueles que ainda acreditam na fé e creem que ela remove montanhas. O pão nosso de cada dia cada vez mais escasso.

É preciso libertar Deus da religião e a humanidade de Deus! Quem se habilita?

Salvar o planeta sem pensar em salvar a humanidade, eis a utopia do absurdo.


12 de outubro. Comemoramos o que, mesmo?

História versus Colombo



http://blogdobourdoukan.blogspot.com.br/2016/10/utopia-do-absurdo.html

O ESVAZIAMENTO DA DEMOCRACIA BURGUESA EM QUESTÃO

PREÇO DO IMPEACHMENT 
É PAGO EM DEMOCRACIA
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Por Celso da Rocha Barros
Em Ruling the void, publicado postumamente em 2013, o cientista político irlandês Peter Mair identificou sinais preocupantes de esvaziamento da política de massas moderna. O comparecimento eleitoral e a identificação com partidos políticos (incluindo as filiações) diminuíram em vários países desenvolvidos. 

Alguns dos grupos que antes eram claramente representados por partidos –como o operariado industrial pelos partidos de esquerda– se tornaram menores, ou mais complexos, tornando difícil até descobrir o que, exatamente, os partidos deveriam estar representando.

Enquanto o eleitorado se afastava dos políticos, os políticos também se afastavam do eleitorado. Uma série de decisões políticas cruciais foi afastada do jogo partidário, entregues a órgãos técnicos ou a organizações internacionais (FMI, União Europeia, etc.). Pode haver um ganho de eficiência nisso, mas há também perda de representatividade. Há o risco de nos vermos diante da escolha entre populistas que dizem nos representar e quadros técnicos que se dizem apolíticos.

Diante disso, Mair alerta para o risco da Síndrome de Tocqueville. Segundo Alexis de Tocqueville, o desprezo pela nobreza na França pré-revolucionária se explicava pela sua perda de função: a nobreza, em um período anterior, desempenhara atividades ligadas à guerra, à administração da justiça etc. Mas, às vésperas da Revolução, já não tinha uma função prática muito evidente. Isso tornava seus privilégios muito menos toleráveis. Políticos que não fazem diferença podem gerar na população o mesmo sentimento.

Mair morreu em 2011. Nos anos mais recentes, efeitos ruins da crise de representatividade que identificou parecem evidentes. Houve uma ascensão de partidos populistas ao redor do mundo, inclusive nas democracias desenvolvidas, que pareciam imunes ao fenômeno. Há poucos anos, fenômenos como a candidatura Trump nos Estados Unidos, a vitória do Brexit ou o crescimento de Marine Le Pen na França seriam impensáveis. 

Houve viradas autoritárias na Hungria, na Polônia, e, mais dramaticamente, na Turquia e na Venezuela. Mesmo democracias periféricas robustas, como o Chile, experimentaram ondas de protestos e declínio do grau de identificação com os principais partidos.

Pensemos agora no Brasil, em quem você provavelmente já estava pensando desde o primeiro parágrafo. Desde 2014, houve um estelionato eleitoral e uma troca de presidente por manobra parlamentar, com a ascensão ao poder do grupo derrotado na eleição anterior. Isso não foi ilegal, mas está longe de ser o business as usual da democracia. Constitui, aliás, a diferença mais gritante do impeachment de 2016 com o de 1992: Itamar não aplicou uma versão radical do programa com que Lula perdeu em 1989.

Você tem todo direito de achar o processo em curso bom ou, ao menos, necessário, mas, mesmo se for o caso, é preciso reconhecer que um preço está sendo pago em democracia. Não conseguimos negociar um ajuste fiscal eleitoralmente aceitável: isto foi, indiscutivelmente, um fracasso.

Quanto aos políticos brasileiros, é bom que tomem cuidado com a Síndrome de Tocqueville. Até porque, diga-se o que quiser da aristocracia francesa, ela não estava prestes a ser delatada pela Odebrecht em 1789.
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DEMOCRACIA OU 'FARSOCRACIA'?
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O pitaco do editor
Toca em pontos interessantes o artigo de Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford e analista do Banco Central. Apesar do seu ponto de partida ser bem diferente do meu e do de Dalton Rosado, acaba chegando no mesmíssimo lugar: a democracia burguesa hoje não passa da embalagem vistosa que o capital adota para dourar a pílula da imposição peremptória dos seus interesses à plebe ignara (nós). 

Ele não anuncia tal conclusão com a mesma clareza de nós dois, mas seria pedir demais a um schoolar...

O dominante poder econômico manda e desmanda enquanto o satelizado poder político encena tempestades de som e fúria significando nada

Mesmo os pontos fora de curva citados por meu xará são apenas transtornos passageiros: Trump marcha para acachapante derrota, o Brexit só venceu porque os ingleses sempre preferiram atrelar-se aos EUA do que integrar-se à Europa, Marine Le Pen também não irá longe e as "viradas autoritárias" são o outro lado da moeda nos países em que vige a exploração do homem pelo homem, pouco importando se adotam retórica política de esquerda ou de direita (uma face da moeda mostra o sorriso cínico dos megaempresários e a outra, a carranca obtusa dos generais).

É alvissareiro que a ficha comece a cair para os governados. Antes buscarem a superação do nefando sistema atual (que perpetua a desigualdade social e causa danos ambientais terríveis em função da ganância), mesmo havendo risco de a procurarem nos lugares errados, do que permanecerem eternamente deitados no berço esplêndido das ilusões democráticas –as quais, tanto quanto o próprio capitalismo, estão desmanchando no ar.E, quanto aos dramas brasileiros recentes, Rocha de Barros foi ao fulcro do problema:

E, quanto aos dramas brasileiros recentes, Rocha de Barros foi ao fulcro do problema:
  • a lógica capitalista impunha (e o grande empresariado exigia) um ajuste fiscal no Brasil;
  • Dilma Rousseff cometeu estelionato eleitoral ao negar de pés juntos, durante sua campanha à reeleição, que estava tão decidida a curvar-se à vontade dos mandachuvas quanto Marina Silva e Aécio Neves;
  • mas, por força de ter prometido o contrário e de estar tentando aplicar um receituário econômico odioso e odiado, que comprometeria as chances eleitorais dos partidos de sua base de apoio em pleitos vindouros, não conseguiu entregar o que os donos do Brasil dela cobravam;
  • a paciência destes se esgotou no final de 2015 e eles passaram em 2016 a apoiar a troca de Dilma por um presidente que concretizasse verdadeiramente o arrocho, concretizando facilmente seu intento.
Uma pergunta indiscreta ao Rocha de Barros: se "um preço está sendo pago em democracia" por não termos conseguido "negociar um ajuste fiscal eleitoralmente aceitável", depreende-se que vivemos, isto sim, numa farsocracia, pois ele subentende que o arrocho fiscal teria de vir de qualquer jeito

Era preferível que o eleitorado o engolisse sem chiar, mas, como isto não ocorreu, sobreveio o impeachment e o tal ônus à democracia. Se o impeachment não tivesse resultado, as vivandeiras decerto bateriam às portas dos quartéis, como em 1964.

Chamar isso de democracia é uma ofensa à nossa inteligência. 

https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2016/10/o-esvaziamento-da-democracia-burguesa.html

QUER SABER QUEM É MARCELO CRIVELLA (AQUELE QUE TORNARÁ HORROROSA A CIDADE MARAVILHOSA)?


CRÔNICA DE UM EPISÓDIO CANALHA

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Junho de 2008. 

O senador Marcelo Crivella, sobrinho de Edir Macedo e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, apostou numa reciclagem dos barracos das favelas como trampolim para a Prefeitura do Rio de Janeiro – à qual pretendia chegar com o apoio do vice-presidente José Alencar (são ambos do PRB) e a benção do Governo Federal.

Cimento Social foi um projeto maldito desde o início.

Primeiramente por ser superfaturado, conforme então denunciou o veterano analista político Zuenir Ventura: "o custo para reformar uma casa [R$ 22 mil] é mais da metade do preço de construí-la por inteiro [R$ 32 mil]”.

Depois, porque os fornecedores escolhidos foram, obviamente, empresários ligados à IURD. Aqueles que pagam vultosos dízimos.

E, ainda, por ser um pacote escandalosamente eleitoreiro: a equipe de Crivella fez o projeto e elaborou o cadastro dos beneficiados, de forma a colher todos os dividendos políticos. Quanto à conta de R$ 16 milhões, ficou para a viúva pagar, claro.

Por último, poupou-se o custo de seguranças para a execução do projeto no Morro da Providência, delegando a função ao Exército, que sabia ser uma roubada, mas acabou engolindo o sapo.
Pitorescas fotos antigas do Crivella, que estão na capa da revista veja.

José Sarney naquele tempo falava grosso, pois ainda não devia a sobrevivência política a Lula. Então, disse que o Exército não honrara suas tradições ao aceitar tal empreitada, contrariamente ao que fazia quando se recusava a caçar escravos fugidos por considerar que era tarefa de capitães-do-mato e não de militares.

Quando a substância fedeu, José Alencar tirou o corpo fora, negando ter sido ele quem aconselhara Lula a dar esse péssimo passo:
"Nosso partido, o PRB, não tem esse poder de convencimento, de uma força militar fazer algo que não queira. Isso tudo passou pelo presidente Lula".
A comédia de erros terminou em tragédia. Agindo com a truculência que lhes-é habitual quando atuam junto a comunidades carentes, os militares mataram ou provocaram a morte de três jovens que voltavam de uma balada.

Uma patrulha suspeitou deles e os submeteu a uma revista cujo resultado foi nulo: não portavam armas nem drogas.
As vítimas da jogada eleitoreira do Crivella

Houve bate-boca. O tenente que comandava a patrulha os deteve por desacato. Seu superior (capitão) ordenou que fossem soltos. O tenente, inconformado, desatendeu a ordem. Acabaram barbaramente torturados e executados a sangue-frio (um deles recebeu 26 tiros).

A versão oficial é a de que o tenente os entregou a traficantes rivais de outro morro. A versão alternativa, sustentada por Jânio de Freitas e por mim, foi a de que algum deles sucumbiu às torturas no quartel (como acontecia freqüentemente na ditadura de 1964/85) e os militares decidiram assassinar os outros dois, montando uma farsa para atenuar suas responsabilidades.

Ambas deixavam a imagem do Exército em frangalhos. Além dos detalhes escabrosos, havia os fatos de que um tenente ignorou olimpicamente a decisão de um capitão; um capitão não teve a mínima curiosidade em verificar se sua ordem havia sido cumprida; e o comandante militar do Leste, diante de um acontecimento de tal gravidade, preferiu continuar em férias na Europa do que vir descascar o abacaxi.

O assassinato, as circunstâncias chocantes que o cercaram e o alegado conluio entre militares e traficantes foram prato cheio para a imprensa. O castelo de areia desabou.

A Justiça Eleitoral embargou as obras do Cimento Social após a mídia noticiar que Crivella estava destacando esse projeto em folhetos e outras peças de campanha.

O ministro da Defesa ordenou a retirada das tropas.
O resultado da demagogia

E, o melhor de tudo: o episódio desmoralizou tanto Crivella que ele perdeu a vaga, dada como certa, no 2º turno. O azarão Fernando Gabeira arrancou na reta final.

Mais que cimento, foi uma pá de cal nas chances eleitorais do citado elemento (o jargão policial cai como uma luva neste contexto...).

Quanto aos militares, 11 foram acusados na 7ª Vara Criminal da Justiça Federal no RJ, que acaba de absolver e libertar os nove subalternos; estes safaram-se em definitivo.

O tenente Vinícius Ghidetti de Moraes Andrade e o sargento Leandro Bueno ainda irão a júri, provavelmente no mês que vem. Não vai dar em nada, claro.

A Justiça Militar também julgou o tenente, condenando-o a um ano de prisão por recusa de obediência.

Ou seja, ter desacatado a ordem do capitão, que mandara libertar os coitados, é o único crime que ele cometeu, na ótica do Exército.

Seria cômico se não fosse trágico.
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(post publicado em maio de 2010 neste blogue, evocando um 
episódio que ocorrera três meses antes de sua entrada no 
ar, mas que fora, à época, dissecado neste artigo.)
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https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2016/10/quer-saber-quem-e-marcelo-crivella.html

domingo, 23 de outubro de 2016

O “seo” Gilmar Mendes novamente nos esbofeteia

Querida amiga Maria de Fátima Oliveira, Gerente de Produção, Aparecida de Goiânia, Goiás

Na sua condição profissional a amiga certamente é bem informada quanto a barbárie da luta de classes, notadamente nos discursos e ações dos portas vozes da classe dominante.

Este é o caso do “seo” Gilmar Mendes.

Claro que sei que este senhor é ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo seu indigitado comparsa Fernando Henrique Cardoso. Na posição de magistrado, gente como esse senhor é tratada por excelência, com muitas referências típicas dos louvores aos deuses.

Sei que Gilmar é graduado, mestre e doutor, portanto, detentor de títulos acadêmicos. Se seu comportamento conferisse com o cabedal de seus conhecimentos e cargos como juiz do STF e presidente do Superior Tribunal Eleitoral e de seu currículo eu seria o primeiro a tratá-lo com todas as honrarias de seus títulos.

Mas não é o caso. Porque o “seo” Gilmar Mendes se comporta como um panfletário e incendiário da direita e do fascismo.

Este senhor é um dos que atuam diuturnamente para ver o Brasil pegar fogo. Sua covardia e desrespeito o fariam um trânsfuga pior do que Carlos Lacerda que fugiu quando o povo descobriu suas mentiras contra Getúlio Vargas, escondendo-se dentro de uma caixa d’água no Rio de Janeiro para não ser trucidado pela multidão enfurecida e de lá fugindo para o exterior.

Em carta aberta  em 28 de novembro de 2015  que escrevi ao “seo” Gilmaraqui  já o descrevi como inimigo dos indígenas, dos pequenos agricultores, dos trabalhares e dos pobres. Naquela oportunidade identifiquei em seu discurso o profundo ódio e desgosto pelos pobres, ao ponto de fazer disso meio de calúnia e injúria contra os direitos assegurados pelo Estado social, que ele abomina com todas as forças de sua falta de respeito.

Veja a amiga o que o prófugo disse: “A gente fica imaginando a captação do sufrágio como a compra do eleitor via distribuição de telha, saco de cimento, tijolo. Na verdade, em termos gerais, dispõe-se da possibilidade de fazer políticas públicas para aquela finalidade. Aumentar Bolsa Família em ano eleitoral, aumentar o número de pescadores que recebem a Bolsa Defesa. Em suma, fazer este tipo de política de difícil impugnação inclusive por parte dos adversários”.

Como diria o meu pai na sua simplicidade de um trabalhador rural lá em Alegrete, RS, ao lidar com os bois bravos nos arados: “o animal é tão desgraçado que dá coice e ainda pisa em suas vítimas”.

Gilmar Mendes trafega por corredores da mais perversa classe dominante e faz seu jogo desalmado contra os trabalhadores e contra os pobres, julgando-os segundo sua régua injusta.

Todos os críticos, intelectuais, advogados brilhantes e pensadores bem situados no universo da inteligência nacional sabem que Gilmar é de direita e seu “juridiquês” nada tem de justiça como valor democrático e social.

Pelo contrário, esse auto empoderado ministro, que “embora seja apenas um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, ele dá a impressão de ser muito mais supremo juiz do que os outros, o dono da verdade definitiva, indiscutível, absoluta, uma espécie de autonomeado “ombudsman geral” da República”, como escreveu o competente jornalistaRicardo Kotscho.

Gilmar se acha super supremo porque é imbuído dos ares de uma classe intolerante com os trabalhadores, com os pobres, com os nativos, com a própria democracia e a soberania nacional.

No fiasco da bolinha de papel encenado e fracassado por José Serra lá estava Gilmar Mendes para amparar seu companheiro de partido. Durante o golpe contra nossa democracia Gilmar viajou à Portugal para integrar um seminário mafioso de preparação do estrangulamento da decência política. Em almoços e jantares com sua turma, muitos flagrados por fotógrafos e repórteres atentos, Gilmar é presença segura com sua intransferível missão de assistente político da direita com um discurso farsesco de jurídico. Desde a transição de poder, provocada pelo golpe de Estado, Gilmar é assíduo frequentador do Jaburú nas caladas das noites e da democracia brasileira. Sem dúvidas, como o era nos tempos de FHC, o super supremo Gilmar é advogado informal do golpista Temer e do golpe. Aliás, isso é muito grave e afrontoso à justiça em virtude das informações privilegiadas que tem através do STF e do STE.

Agora, na sexta feira, 21 de outubro de 2016, Gilmar Mendes discursou para uma plateia de executivos e empresários brasileiros e americanos, em São Paulo, enchendo o peito insuflado pelos golpistas e pela direita comandados partidariamente como colaboradora dos Estados Unidos, que não querem o Brasil como parte de blocos que não sejam os orquestrados por sua política externa de dominação e de rapina do mundo, onde falou mal novamente dos pobres e dos programas sociais inclusivos.

Com sua costumeira agressividade, falta de respeito e de educação, em discursos cínicos envoltos em linguagem hipócrita, Gilmar desqualificou o programa  Bolsa Família – que atende atualmente cerca de 13,9 milhões de famílias com renda “per capita” mensal entre R$ 85,00 e R$ 170,00 – definindo-o como compra institucionalizada de votos.

No fundo, sem análise crítica credenciada, até porque esse senhor é inimigo da ciência, da pesquisa e da verdade, lascou asneiras ideológicas: “Com o Bolsa Família, generalizado, querem um modelo de fidelização que pode levar à eternização no poder. A compra de voto agora é institucionalizada”.

Ele agrediu com mais afirmações discriminatórias, mas por detrás desta frase escondem-se preconceitos ignominiosos, que poderiam ser classificados como puro nazismo por parte dos setores sociais e econômicos representados por esse poderoso político encastelado no judiciário.

Falar em compra de votos ao se reconhecer os direitos à vida e à dignidade aos pobres, sempre relegados ao desprezo pelas elites que se revezam desde 1500 no roubo das riquezas sociais e do solo brasileiro, é tipicamente criminoso pelo fato de esconder que sempre jogaram na marginalidade milhões de irmãos e irmãs brasileiros e brasileiras.

A marginalização sempre foi encarada como coisa “normal”, privilegiando os ricos. Até correntes teológicas definem que Deus destina uns para as riquezas e muitos para a miséria e para a pobreza, numa típica religiosidade para agradar os exploradores. Agora que programas, ainda que tímidos e iniciais, funcionaram no sentido de o Estado investir na recuperação da humanidade pisada, o “seo” Gilmar vomita sua delinquência em face da carta universal dos direitos humanos e da própria Constituição no seu espírito inclusivo e progressista.

Falar em compra de votos sem a justeza de mencionar que seu chefe e maior farsante intelectual, Fernando Henrique Cardoso, comprou votos para a aprovação de sua reeleição ultrapassa todos os limites da honestidade intelectual.

Dizer que o Bolsa Família, elogiado e recomendado pela ONU como o maior projeto de combate à miséria e à pobreza, é institucionalização da compra de votos é rebaixar os pobres à condição de seres incapazes e condenados a não ter direitos, já que milhões deles ingressaram nas universidades e no trabalho, para desgosto do preconceituoso antissocial.

No fundo o “seo” Gilmar, com aquela empáfia arrogante, egoísta e autoritária, defende os poderosos do mercado diabólico contra os investimentos sociais. Por isso esconde, na verdade, que o seu maior desejo é o de que a elite reacionária, conservadora, seletiva, apátrida, antissocial, antidemocrática e antinacional, esta sim com ele junto, se eternize no poder comprando insanos e canalhas, como aconteceu na Câmara e no Senado com o golpe judicial-parlamentar.

Gilmar odeia os pobres e todos os que lutam por justiça social.

Argumentos? Nenhum, a ele como um dos atores do horror basta ser horroso e rancoroso ator. Nada mais!

Na luta pela derrubada do golpe, que  certamente desembocará numa profunda reforma política, o judiciário será reorganizado e gente como esse “seo” Gilmar Mendes não terá mais espaço.

Fora Temer e Gilmar Mendes!

http://cartasprofeticas.org/2016/10/22/o-seo-gilmar-mendes-novamente-nos-esbofeteia/