terça-feira, 5 de abril de 2011

Carta aberta ao pastor e deputado Marco Feliciano

De: prcequinel@yahoo.com.br

Para: dep.pastormarcofeliciano@camara.gov.br
Marcos Feliciano
CARTA ABERTA AO PASTOR E DEPUTADO MARCOS FELICIANO
1. A Constituição Federal é maior e infinitamente mais importante que a bíblia ou qualquer outro livro supostamente divino ou sagrado porque, já em seu artigo 1º, assenta que o Brasil tem como um dos seus princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana.
2. Já a sua bíblia defende explicita e claramente a escravidão, para citar apenas um exemplo que me ocorre, e você, pastorzinho homofóbico de merda, proclama e canta e garante que os africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé, e que isto é um fato, e que tal maldição, e de novo recorro à sua inacreditável fé obtusa, explica os problemas todos vividos pela África. Vale dizer, pastorzinho homofóbico de bosta, que você e sua manada negam em nome de um deus que sequer existe qualquer condição inata de dignidade aos africanos, concedendo-lhes a redenção, entretanto, - oh, o deus inexistente é tão misericordioso -, se aceitarem cristo ou besteira assemelhada. Eu, de cachola de poucas luzes, fico com a dignidade que nossa lei maior proclama e nos impõe buscar e me permito, comendo minhas goiabinhas regulamentares, acrescentar mais um problema ao rol dos desafios da nossa África: livrar-se da invasão dos missionários que oferecem aos africanos a tal da redenção em cristo desde que, é claro, deixem uma graninha nas suas indefectíveis e imorais sacolinhas coletoras de coisas daqueles que nada possuem.
3. Meu filho mais novo é gay e, por amá-lo incondicionalmente, tenho o dever irrenunciável de protegê-lo de ataques de gente da sua laia porque, que fique claro, a dor que ele sentir, de qualquer tipo, será também a minha dor e eu não posso permitir que meu menino sofra. Seu deus inexistente, pastorzinho-monte-de-estrume, diz que meu filho é amaldiçoado, e você ecoa estas merdas, e você proclama que ofender meu filho, seu filho-da-puta homofóbico, é um direito seu e da sua manada de cristãos bovinos que tangidos, como é próprio, babam bovinamente.
4. No que depender das minhas forças declaro que não será ele que ficará acuado pelo preconceito, pela intolerância e pela violência. Ao contrário, vocês é que haverão de sentir-se constrangidos e acuados, e isso será feito, sempre, nos meus termos, ou sendo bem mais claro: quem, segundo meu juízo e entendimento, ofender, constranger ou ameaçar meu filho, por qualquer meio em qualquer lugar, estará autorizando resposta pronta e rápida de minha parte: bateu, pastorzinho homofóbico canalha, levou, e comigo não tem essa conversa mole de oferecer a outra face.
5. Recuso-me terminantemente a considerar um energúmeno da sua extração merecedor do tratamento protocolar de Vossa Excelência, pois isso seria afronta e grosseria ao digno deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e, também, porque um patife como você que diz que meu filho e eu temos ‘sentimentos homoafetivos podres’ mereceria tratamento respeitoso, seu homofóbico de merda?
6. Se entendi direito, você é pastor da Assembleia de Deus, e – quioispariu! -, é cantor, ou seja, além de nos encher o saco obrando as baboseiras religiosas que ofendem o senso comum, você canta as porcarias todas do gospel-gosmento, abusando infinitamente da nossa paciência. Quiospariu, pastorzinho indecente, poupe-nos da sua cascata de porcarias!
7. Você disse que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, a rejeição”, e eu afirmo que meu filho e o povo LGTB não têm “sentimentos podres” de qualquer tipo e, que fique bem claro, seu homofóbico filho-da-puta, o que produz ódio, rejeição e crime não são os sentimentos homoafetivos, é gente da sua laia que provoca essas coisas, seus lazarentos. Sentimentos podres, emérito calhorda e monumental filho-da-puta, inundam em verdade sua cabeça depois de ter sido tomada por esta fé insana, doentia, obtusa e perigosa.
8. Não seja assim mentiroso que o seu deus, mesmo inexistente, pode não gostar. O deputado Jean Willys não chamou a bancada evangélica para nenhuma guerra. Pelo que sei, apenas confirmou compromisso explicitamente assumido em sua campanha, o de que o seu mandato seria espaço de discussão, defesa e de luta pelos direitos dos homens e mulheres LGBT. Vocês, bando de cagões religiosos que constituem perigosa tropa do atraso e da escuridão é que declararam a tal guerra, e isso faz muito tempo. E você, especificamente, bradou no último dia 31 de março: “Conclamo a Mídia Cristã responsável, pois existem também no nosso meio cristão uma MIDIA MARROM, inescrupulosa, baixa, irresponsável e leviana, que se alimenta de especulações e fofocagens! Nesse momento não é o meu nome que está em jogo, nesse momento estão em jogo comigo MILHÕES DE CRISTÃOS QUE LUTAM PELA FAMILIA ASSIM COMO EU.” Ou seja, você escreve uma montanha de merdas e, em face da justa reação das pessoas de bem, trata de convocar uma espécie de cruzada. Era só que nos faltava, pastorzinho homofóbico, pulha e racista.
9. Não sei se você sabe, eminente produtor de interpretações safadas da bíblia, mas sexualidade não é escolha ou opção, é fato da vida e ponto final. Meu filho não é nenhum criminoso, ou anormal, não precisa de cura e é, claramente, um menino honesto e bom, amoroso, que respeita sua família, que gosta de trabalhar coletivamente, mas, para gente estúpida e abostada como você, ele deve esconder-se, anular-se, negar-se, envergonhar-se. Proclamo que meu menino, enquanto eu estiver por aqui, exercerá abertamente o definitivo direito de viver sua sexualidade e sua vida, e sua busca por felicidade, e anuncio que dele me orgulho, dentre outras razões, exata e precisamente por ter decidido não esconder-se. Meu guri, além do mais, tem coragem.
10. Sou ateu e isso nunca teve, e não tem, nenhuma importância, e sempre respeitei, deputadozinho produtor de cocô pretensamente santo, a fé professada pelas pessoas, e tenho muitos amigos que são fervorosamente evangélicos ou católicos, e mesmo meu menino Jean acredita em um deus. Agora, quem proclama, como você, que os povos africanos são amaldiçoados por um deus inexistente por terem uma religião diferente da cristã, deve merecer de minha parte combate frontal e direto. Quem é capaz de crer neste tipo de porcaria e de, lendo no livro das inutilidades, sandices supostamente divinas que poderiam lhes conferir uma espécie de ‘direito’ de serem intolerantes e preconceituosos contra o povo LGTB, bem, você e outros religiosos de merda não terão de minha parte nenhuma condescendência: para jaguaras da sua espécie, saiba, do pescoço pra baixo é canela.
11. Se você decidir processar-me devo dizer que repetirei diante de qualquer juiz o que escrevi, de modo que vamos lá, bostinha rançoso e lídimo representante do atraso e das trevas, anote aí: sou Paulo Roberto Cequinel, RG 847.060-0/PR, aposentado, residente à Rua João Leão, 324, Bairro Batel, 83370-000, e posso ser encontrado facilmente no fórum da Comarca de Antonina/PR, à Travessa Ildefonso, 115, onde faço trabalho voluntário de assistência aos presos e, como minha sala fica exatamente ao lado da dos Oficiais de Justiça, serei rapidamente alcançado pelo longo braço da lei.
12. Há entretanto em sua vida, pastorzinho jaguara, homofóbico e filho-da-puta, um problema insolúvel, e nem seu deus inexistente dele dará conta. Não existe no mundo juiz que me obrigue a acreditar que você NÃO É um pulha e um pústula. Simples assim, seu bosta: você é um pulha e um pústula.
Ao tempo em que reafirmo minha integral indignação e repúdio, esclareço que esta carta aberta tem por escopo defender irrestritamente a integridade moral e a imagem do meu filho. Filho-da-puta algum que ouse fazer isso pode achar que ficará sem resposta.
PAULO ROBERTO CEQUINEL
PS 1: Seu sorriso sestroso, seu cocozão homofóbico e racista, é tão verdadeiro quanto uma nota de 3 reais.
By: O Ornitorrinco

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