Estudantes secundaristas fizeram no feriado de 15 de novembro, em algumas capitais, atos de protesto contra a qualidade do ensino do país e, de quebra, contra os erros do Enem.
Nada mais justo que reivindicar mais investimentos na educação. Qualquer pessoa de bom senso deve achar que o ensino brasileiro é ainda, na média, uma porcaria.
Os estudantes que saíram às ruas, porém, deveriam se informar melhor sobre o que ocorreu nesses últimos anos no setor no Brasil.
Os avanços que foram feitos são notáveis.
Há mais vagas no ensino superior, mais escolas de qualidade, salário melhor para os professores, mais possibilidades de acesso para os pobres, mais democracia para todos.
O próprio Enem é exemplo disso: aplicado hoje em mais de 4 milhões de estudantes, vai ocupando o lugar do vestibular como meio de acesso a universidades federais.
Essa onda toda que se eleva contra o Enem também tem razão de ser: parte dos setores empresariais que sempre consideraram a educação antes de mais nada um ótimo negócio. A lógica é simples: quanto mais sucesso tiver o Enem, menos lucros terão os donos de escolas, cursinhos e faculdades, as famosas "Uniesquinas".
O ministro da Educação Fernando Haddad está longe de não merecer críticas. Seu trabalho, porém, é incomparavelmente melhor do que o de seus antecessores no cargo.
Manifestações como essas do feriado de 15 de novembro são absolutamente legítimas. Da mesma forma que considerá-las fruto da desinformação e ignorância de grande parcela dos estudantes.
Educação é algo muito sério. Vai além dos slogans e frases escritas em faixas e cartazes carregadas por jovens sorridentes e bem vestidos.
crônicas do motta
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