Renato Rovai, Blog do Rovai
"O Brasil vive um dos seus melhores momentos da história do ponto de vista democrático. E o impressionante é que em alguns setores à esquerda e à direita isso não é valorizado da forma que deveria. Do lado dos brucutus que têm saudades dos tempos das casernas, vivemos hoje num Estado aparelhado pelos comunistas. Mas à esquerda também não é incomum ouvir gente séria fazendo coro à tese de que o Brasil não é democrático porque, entre outras coisas, a polícia é muito violenta e a injustiça social imensa.
Aos que seguem a cantilena de Olavo de Carvalho, Lobão, Roger, Rodrigo Constantino e outros importantes e ilustres pensadores, dá pra entender que busquem a todo custo destruir o que foi construído nos últimos 30 anos.
E neste processo há grupos políticos que entregaram mais do que outros, mas o fato é que um país não é feito de apenas uma parte. Ele também é fruto das suas contradições.
Nesta eleição, porém, o clima atual é muito perigoso. Talvez até menos pelo discurso dos candidatos e mais pelo ódio que é estimulado por segmentos da mídia e por algumas de suas sub celebridades. Aquelas que só têm compromisso com alguns minutos de fama e nada mais. Que desprezam tanto as consequência do que dizem e escrevem como também as suas biografias.
E é isso que tem gerado agressões em bairros mais elitizados a pessoas que se posicionam a favor de candidaturas, em especial, nesta eleição, vinculadas ao PT. Há um setor da direita buscando impedir o posicionamento daqueles que consideram que os avanços dos últimos 12 anos no Brasil foram maiores que nos anos anteriores. E que por isso preferem Dilma.
Bolsonaro, Malafaia e Felicianos da vida quando somam diminuem o candidato que apoiam. E quando se tornam protagonistas de um dos lados da disputa, maculam seus propósitos.
Isso não é do jogo e precisa ser combatido, mas não com o mesmo ódio. O contraponto tem que ser pelo diálogo e com tolerância. Mas sem se deixar intimidar por esse brucutonismo. Se eles passarem, seremos reféns de seus caprichos e demônios. E os demônios dessa gente gostam de sangue. Sangue que já foi vertido em outros momentos da história do país e não levou o país a avançar. Ao contrário, que fez com que quase todos perdêssemos muito naquele período.
A melhor resposta a isso é exercer seu direito cidadão, defender seu candidato, desfraldar sua bandeira, conversar sobre política e saber que aquele que não pensa como você não é seu inimigo. É adversário político.
Porque é do jogo ter adversários, porque faz parte da batalha querer vencer. Mas há limites. E ultrapassá-los ou negá-los é a pratica dos intolerantes. E esses precisam ser combatidos mais do que todos."
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