“A chamada correlação entre a expansão brasileira e do mundo aumentou fortemente a partir de 2008; tendência futura ainda é incerta
Leandro Modé, O Estado de S.Paulo
Depois de anos "descolado" do mundo, o Brasil parece ter entrado numa fase em que acompanhará mais de perto o desempenho da economia global. De 2008 para cá, a chamada correlação entre o crescimento do PIB brasileiro e do planeta aumentou significativamente.
Ainda que o movimento tenha diferentes intensidades, a direção é a mesma - no ano passado, por exemplo, o PIB global caiu 0,6% e o brasileiro, 0,2%. Em síntese, significa dizer que, quando o mundo avança, o Brasil também avança. Quando se retrai, o País também se retrai.
Essa é uma das razões que podem ter levado o Banco Central (BC) a reduzir o ritmo de alta da taxa básica de juros (Selic). Na reunião do mês passado do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa subiu de 10,25% para 10,75% ao ano. A decisão surpreendeu a maior parte dosanalistas, que esperavam uma elevação da Selic para 11% ao ano.
A diferença aparentemente irrisória de 0,25 ponto porcentual provocou inúmeras especulações no mercado financeiro. Segundo uma delas, o BC teria decidido pisar mais levemente no acelerador depois de autoridades brasileiras terem participado de encontros internacionais da área econômica. Nessas reuniões, o quadro pintado sobre a atividade global teria sido bem pior do que se imaginava.
Especulações à parte, o fato é que, desde 2008, o desempenho da economia brasileira está mesmo muito interligado ao do mundo, segundo levantamento realizado pelo economista Fausto Vieira, da Rio Bravo Investimentos. Nos anos imediatamente anteriores a 2008, o mundo quase sempre crescia acima do Brasil.”
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