"Ontem, ao falar do caso Irã, eu lembrei que a decisão de lançar as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki não foi essencialmente bélica, mas política. Foi tomada por Harry Truman – e após a morte de Franklin Roosevelt – como forma de estabelecer, de forma incontestável, a ideia de um Estados Unidos como dono de poder total sobre o mundo. A guerra, como disse, no século 19, o general prussiano Carl Causewitz, é a continuação da política por outros meios.
Quem duvidar de que, 200 anos depois, isso segue sendo verdade, leia esta matéria de Patricia Campos Mello, publicada ontem à noite no Estadão:
"Olivier Douliery/Reuters
Pressões internas fazem Obama apressar-se em impor sanções ao Irã
“Barack Obama tem pressa. Apesar de a Casa Branca calcular que o Irã levará até cinco anos para ter armas nucleares, Obama dificilmente atenderá aos apelos do Brasil para adiar sanções a Teerã. Ele quer sanções no máximo após a revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, no fim de maio.
Obama tem pressa porque a Casa Branca está sob tremenda pressão interna para aplicar as sanções. Além disso, os EUA temem que Israel opte por um ataque contra os reatores iranianos, como fez com a Síria em 2007. Por fim, a questão nuclear é a grande aposta de Obama para salvar sua política externa.
Dois projetos de lei no Congresso que preveem sanções duras, como suspensão de exportação de gasolina para e punições contra empresas, estão prontos para ser votados. Congressistas concordaram em dar um prazo para Obama obter sua solução multilateral – sanções no Conselho de Segurança da ONU.
Mas Obama já está tentando amarrar as sanções no CS há sete meses, lutando contra a resistência da Rússia e, principalmente, da China. O Congresso, pressionado pelo lobby pró-Israel, perdeu a paciência. “Os esforços diplomáticos fracassaram”, disse recentemente o senador democrata Charles Schumer.
Nesta semana, 366 deputados e 80 senadores, representando mais de 70% do Congresso, enviaram uma carta a Obama pedindo “sanções extremamente agressivas” contra o Irã."
FONTE: escrito por Brizola Neto e publicado em (18/04) em seu blog "Tijolaço"
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