A trilogia de filmes Matrix, de Larry e Andy Wachowski, é uma ficção que supõe que em algum momento do futuro todos viveriam em um mundo virtual, onde a população do planeta seria tratada como um rebanho de produção de energia e suas mentes alimentadas por um computador que criava uma realidade virtual, onde achavam que realmente viviam, e que os impedia de perceber a sua real condição de vida e se revoltar contra aquilo.
A velha mídia brasileira está tentando implantar um tipo de Matrix tupiniquim, e em vez de ter a intenção de criar um rebanho de produção de energia, eles querem criar uma legião de bitolados que conheçam apenas as informações que eles julgam importantes, isolando as que não são úteis as suas intenções, podendo controlá-los, dizer o que devem consumir, como devem ser suas opiniões e em quem devem votar.
No Matrix tupiniquim os representantes da velha mídia resolvem que só vão divulgar informações publicadas pelos seus pares. Daí se auto-referenciam e repercutem à exaustão as informações selecionadas. O mesmo procedimento eles passam a adotar frente aos institutos de pesquisas e só divulgam os resultados de institutos que podem estar sob o seu controle.
No Matrix tupiniquim os factóides nunca são desmentidos, pois basta ignorar os críticos e as respostas, para insistir em uma versão que já foi demolida na internet, confiando que com o filtro de informações nas publicações amigas, esses desmentidos tem poucas chances de chegar a um grande número de pessoas. Quando o desgaste é inevitável, eles publicam um erramos que nem de longe compensa o espaço gasto com o factóide e, pior, esse comportamento é referendado por alguns tribunais, que estimulam esse tipo de comportamento negando direitos de resposta e absolvendo assassinos de reputação da punição da lei.
No Matrix tupiniquim as denúncias contra os aliados da velha mídia podem ser abafadas. Se não for possível abafar, acusam o denunciante de estar fabricando um dossiê para prejudicar o aliado e criminalizam a denúncia como jogo sujo para ganhar as eleições. Quando algum fato expõe a incompetência administrativa de um aliado fica exposta para a opinião pública, preparam séries de reportagens para isentar o aliado de culpa, já quando o exposto é um adversário, também preparam séries, só que para acusar, julgar e condenar.
No Matrix tupiniquim também tem seus “antivírus”, que não necessariamente se vestem de ternos e óculos escuros como no filme, mas o objetivo é o mesmo: eliminar os vírus, que do seu ponto de vista são os seres humanos livres e pensantes. Aqui os antivírus são os mercenários especializados em destruir reputações de adversários e desafetos. Infelizmente no nosso Matrix, o antivírus é que é uma praga incontrolável.
Nós não precisamos do Neo ou do Morpheu para nos desconectar do Matrix Tupiniquim, basta resgatar o senso crítico nas pessoas e fazer com que elasdesconfiem da velha mídia e procurem o contraditório como fator essencial da formação de opinião. A palavra chave é o orgulho, de pensar por si próprio, de não aceitar que lhe empurrem opiniões pré-formadas. Nós não somos um rebanho, somos cabeças livres e pensantes e podemos ser os vírus que pode destruir de vez esse sistema de informação parcial e tendenciosa que cria legiões de desinformados.
LEN
By: Terra Brasilis,
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