quarta-feira, 2 de março de 2011

Nossa máscara de Tiririca


Carnaval, parada gay, micareta, carna rio preto. Teve um tempo que festas eram a do padroeiro, e do dia da cidade. 
De repente estamos cercados de festas, especialmente estas a que me referi. Estamos cercados por um circuito de rodeios na região, cada cidade realiza o seu em finais de semana alternados. Segundo me disse um jornalista da TV , parece que os maiores e mais freqüentes acidentes nas estradas da região se dão na madrugada quando jovens voltam destas festas embriagados para sua cidade de origem.
Muita festa pode significar incapacidade de ficarmos quietos, em silencio. Quando toda uma sociedade faz festa todo tempo, talvez seja por que não consegue mais se pensar, pensar suas prioridades, suas necessidades. Pensar para onde está indo e como anda a vida.
Não tenho certeza, mas me parece que decadência vem sempre antecedida por uma festa. O fim da monarquia no Brasil aconteceu com um Baile. A decadência do império Romano encontrou uma corte festiva tendo como anfitrião o famoso Calígula.
A revolução francesa abrigava uma corte de aristocratas pouco interessados em se desfazerem de sua vidas de prazeres e bebidas, acabaram todos guilhotinados.
Não sei se estamos prestes a viver uma decadência, mas quando sou informado de que as máscaras do Tiririca são as que mais vendem pro carnaval, só consigo pensar que talvez estejamos querendo um pouco de tragédias.
A eleição e agora as mascaras que vendem como água, dizem mais sobre nós mesmos do que sobre os políticos. Numa festa em que vou com uma máscara de palhaço quero dizer algo, numa festa onde todos colocam a mesma mascara de palhaço as pessoas querem dizer algo para si mesmas.
As festas que não acabam e agora as mascaras que estamos alegremente vestindo nos dizem muito sobre nosso próprio estado. As festas geralmente são para comemorar, quando faço festas demais ou tenho muitas coisas para comemorar ou estamos perdidos de nós mesmos. 



Luciano Alvarenga, do blog cama de prego

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