Consumo de cosmético e higiene pessoal de emergentes cresce 725% entre 2002 e 2010 e supera compras de classes AB
O consumo de produtos de higiene pessoal e beleza cresceu entre as classes mais baixas, mostra levantamento feito pelo instituto Data Popular.
A penetração desses produtos -ou seja, o percentual de pessoas dessas classes que os consome- teve forte alta entre 2003 e 2010.
O uso do creme facial, por exemplo, cresceu 160% entre os consumidores da classe C. Hoje, 60% dessa faixa de renda usa o produto -mesmo percentual das classes AB. Os gastos com higiene e beleza nessa faixa de renda cresceram 725% em oito anos, de R$ 2,4 bilhões em 2002 para R$ 19,8 bilhões em 2010.
O fortalecimento da classe C beneficiou as empresas que apostaram no segmento. A Hypermarcas, que fez aquisições no setor e detém marcas como Monange e Bozzano, teve alta de 31% nas vendas até setembro de 2010.
A Jequiti, braço de cosméticos do grupo Silvio Santos, registrou crescimento de 86% no ano passado.
RENDA
"Os anseios das classes mais baixas por produtos de higiene e beleza são semelhantes aos das outras classes. É só melhorar o poder aquisitivo da população que eles consomem mais", afirma João Carlos Basílio, presidente da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).
Além disso, de acordo com Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto Data Popular, a indústria também teve mudanças. Ele cita a queda no preço médio dos produtos, além de uma melhora nos canais de distribuição.
O aumento de penetração desses produtos entre as faixas de renda mais baixas elevou a participação da classe C no consumo total.
Dos R$ 43,4 bilhões gastos em higiene e cuidados pessoais em 2010, 45,64% vieram da classe C, ante 36,61% das faixas AB. Em 2002, o índice era 26,7%.
Em quase todos os produtos pesquisados -como creme corporal, maquiagem, desodorante e creme dental-, a classe C responde por mais de metade do consumo.
Com informações da Folha de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário