Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho
“Cada dia menor, mais perdida e rachada, a oposição tucana ao governo, com seus apêndices DEM (em fase de extinção) e PPS (em fim de feira), mostrou sua cara nestes dias de votação do novo salário mínimo _ uma cara feia que não assusta a mais ninguém.
Com discursos e entrevistas carregados de rancor, o PSDB sem norte e sem juízo decidiu disputar o terceiro turno com o PT _ e tomou uma lavada de perder o rumo.
O pequeno tamanho da oposição ficou evidente nas votações na Câmara e no Senado. Depois de aprovar o mínimo de R$ 545 na Câmara dos Deputados por 361 a 120, na semana passada, a aliança governista de Dilma Rousseff passou também por cima da oposição democomunotucana no Senado, seu antigo reduto.
Nem os R$ 560 de Aécio Neves, nem os R$ 600 prometidos por José Serra na campanha eleitoral, as duas propostas foram derrotadas pelo governo por 54 a 19 e 55 a 17, respectivamente, na noite de quarta-feira. Dilma ganhou de goleada.
Mais do que isso: o governo aprovou por 54 a 20 a lei regulamentando o aumento automático do salário mínimo até 2015, com base nos índices do INPC e do PIB, acabando com o circo montado todos os anos pelas centrais sindicais e os partidos de oposição para ver quem oferece mais.
Políticos e jornalistas não devem brigar com os números, mas em entrevista publicada domingo pelo jornal O Globo o candidato derrotado José Serra parece ter gostado do resultado na Câmara: “O PSDB se saiu bem, e o mesmo vale para os nossos aliados.
A bancada caminhou unida e de maneira muito clara e firme”.
O fato de os seguidores de Aécio e Serra se chamarem de tudo, menos de meu amor, disputando o comando do PSDB tapa a tapa e até defendendo valores diferentes para o mínimo, mesmo sabendo que nenhum deles tinha qualquer chance de ser aprovado, não foi tratado na entrevista.”
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