Sem a presença de Lula na disputa, os tucanos vislumbraram uma oportunidade de voltar ao poder. O atual presidente, do alto de seus mais de 80% de aprovação, seria imbatível e ninguém se atreveria a enfrentá-lo. Mas um outro candidato do PT poderia ser derrotado, desde que se conseguisse desvinculá-lo de Lula. Para este trabalho, o candidato do PSDB viria com um discurso dócil, que não parecesse oposição, e a mídia faria o trabalho de vigilância.
O ânimo dos tucanos cresceu ainda mais quando Lula indicou Dilma como sua candidata. Trataram de explorar sua fama de durona, explosiva, e tentaram disseminar um suposto despreparo pelo fato de não ter tido mandatos legislativos, embora tenha sido ministra das pastas mais importantes do governo.
As pesquisas de opinião entraram com sua parte abrindo logo uma vantagem de Serra. Afinal, ele é um político conhecido, que já disputou (e perdeu) uma eleição presidencial e estava em evidência como governador de São Paulo. Ninguém estranharia muito a diferença, já que Dilma ainda não era conhecida da população.
A estratégia era levar essa situação até bem perto das eleições, mas o plano desmoronou. Aos poucos, Dilma foi sendo identificada como a candidata de Lula e a indicada para levar adiante um projeto que está dando certo e recuperando a dignidade dos brasileiros.
Os institutos de pesquisa ainda fizeram malabarismos para esconder isso, a Justiça atuou firme contra qualquer sinal que identificasse como possível campanha antecipada, só para um lado, mas a torrente já era incontrolável. Dilma crescia em todas as regiões e já não era mais possível tapar o sol com a peneira sob risco de desmoralização completa.
Dilma ganhou personalidade e confiança e surpreendeu os adversários, que se ativeram exclusivamente ao seu nome e não ao projeto que ela representava. Na abertura da reunião do Diretório Nacional do PT, hoje, em Brasília, Dilma diagnosticou com precisão o que ocorreu. (Veja e ouça no vídeo acima)
“Eles sempre nos subestimaram. No caso dessa campanha, jamais eles esperavam que nós estaríamos no final de maio empatados. Nunca esperaram isso. E não é o fato de a gente ter empatado que importa. O que importa é eles subestimarem a força do projeto político que nós representamos.”
Bingo! Dilma está cada vez mais segura e precisa nas suas análises. No mesmo discurso, ela falou da importância de construir um governo de continuidade com avanço. Ou seja, assim como o Lula do segundo mandato foi melhor do que o Lula do primeiro governo, Dilma tem as condições de ser ainda melhor do que Lula no sentido do avanço do projeto político de um governo popular.
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