Setores da Imprensa comprometidos com grupos ou partidos, pessoas ou organizações, entram, vez por outra, no esquema de seus interesses , em detrimento da informação de alcance coletivo. Agora, por exemplo, estamos testemunhando sinais disto .E o personagem central é a ministra Dilma, apontada como possível candidata à sucessão do presidente Lula. Raro o dia em que não esteja ela no centrodo "noticiário"."A peruca não cai bem". Eu me pergunto: não caberia um pouco mais de consideração à ministra, vítima que foi de um longo tratamento contra o câncer que a deixou careca, obrigando-a & por força da vaidade feminina & a utilizar o artifício da peruca?"É muito séria. Não sorri ..."Mas ninguém cita a "cara fechada" das ministras Golda Meyer (Israel) e Margareth Thatcher (Inglaterra), como não se alude ao não sorriso da rainha Beatrix (Holanda) e das presidentes Cristina Kirchner (Argentina), Michelle Bachelet (Chile) e de Ângela Merkel (Alemanha)... mulheres que estiveram ou estão à frente de governos de países reconhecidamente "machistas" , como os da Alemanha e da Argentina.Mas Dilma não, ela precisa sorrir, ter a peruca milimetricamente assentada... pisar leve. Talvez até queiram que ela conte piadas ou desfile em passarela. Ridículo.Um país como o nosso que quebrou "cadeias" culturais curtidas por segmentos sociais defensores do isolamento feminino; um país que elegeu e elege governadoras de Estados, senadoras, deputadas federais... estaduais, vereadoras, prefeitas, Ministras de Tribunais, inclusive o Supremo, está preparado para ter uma Presidente da República.Além de Dilma há outras mulheres prontas e preparadas para chegar à presidência, mas, para isto o que se espera é a que segmentos da Imprensa não sejam manipulados por homens do tempo e do espaço da cartola e da bengala, fraque, longos bigodes e madames de compridos vestidos de cinturas fininhas graças a espartilhos sufocantes e enganadores...
Adísia Sá - Jornalistaadisia@opovo.com.br
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