quarta-feira, 14 de julho de 2010

Manobra para favorecer incineração

Colaborou Rui Alves Grilo, de Ubatuba

 MNCR denuncia Manobra para favorecer incineração de lixo em lugar da reciclagem
Informativo MNCR
Foi aprovada pelo Senado Federal no dia 07 de julho a Política Nacional de Resíduos Sólidos que tramitou durante a 21 anos no legislativo, finalmente segue para sanção presidencial. A aprovação dessa lei é um marco histórico, em certa medida, pois mobilizou durante muitos anos ambientalistas, movimentos sociais e entidades que procuravam criar um marco legal para a geração de lixo no Brasil. O MNCR durante muitos anos esforçou-se para que esse lei se tornasse realidade e que incluísse dentro da política de gestão de resíduos o trabalho dos catadores de materiais recicláveis. Essa lei contempla a inclusão dos catadores no sistema de gestão e o apoio a essa atividade de forma que garanta melhores condições de trabalho para essa categoria. 

O andamento da PNRS sempre foi bloqueado pelo interesse da indústria que prefere não se responsabilizar pelos resíduos de gera. São, em muitos casos, resíduos perigosos que afetam a saúde humana e a natureza de forma irreversível.
Deveríamos estar comemorando, mas acabamos de sair de uma luta para entrar em outra ainda mais difícil. Durante a sessão no Senado, houve um manobra com a mudança da redação de um parágrafo que favorece a implantação de incineradores para queima do lixo no Brasil. O trecho da PNRS que dizia: "após esgotadas as opções de redução, reutilização e reciclagem" a adoção dos incineradores seria então a ultima prioridade. Com a retirada desse trecho, abriu-se o caminho para a implantação dos incineradores nas cidades brasileiras consumindo dinheiro público e afetando a saúde da população de forma irresponsável, uma vez que os equipamentos que estão sendo vendidos na América Latina são proibidos nos países europeus, ou seja, sucata ultrapassada enviada para o terceiro mundo.
Nos últimos meses empresas multinacionais têm empreendido um grande LOBBY nas prefeituras para a venda de incineradores que prometem acabar definitivamente com o problema do lixo e ainda gerar energia. Os equipamentos são caríssimos e o custo para geração de energia é tão alto a ponto de ser descartado, mesmo ainda no projeto, para a comercialização, o custa do mega-walt é impossível de ser pago pelo consumidor.
As usinas de incineração de lixo, além de serem prejudiciais a saúde humana, pois produzemfuranos e dioxinas que causam câncer, também ameaçam a reciclagem de materiais a o trabalho dos catadores. Uma usina de incineração necessita de plástico, papel para ter combustão e gerar energia. 


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