Kiko Nogueira, DCM
"Alckmin é a exceção que confirma a regra de que você pode enganar algumas pessoas por algum tempo, mas não todo o mundo o tempo todo.
O governador de São Paulo pediu 3,5 bilhões de reais a Dilma Rousseff para combater a crise hídrica. O nível dos seis mananciais que abastecem a região metropolitana apresentou nova queda na segunda-feira.
O problema mais grave diz respeito ao Sistema Cantareira, que opera atualmente com 11,3% da capacidade, percentual que inclui as duas cotas do famigerado volume morto.
São oito obras. O próprio Geraldo afirma que não se trata de solução imediata, já que algumas levariam nove meses para ficar prontas e outras até 60. Um grupo de trabalho foi montado com gente do governo estadual e do governo federal.
Ou seja, enquanto o palanque estava montado, o interesse da população foi posto de lado. Por quê? Porque é assim que funciona.
É assombroso que em mais de duas décadas de continuidade do PSDB — alternância de poder, alguém? – no estado a questão da água tenha chegado a esse nível dramático. Esse é o choque de gestão?
Em 2008, o Plano Diretor de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista apontava que o atual sistema de abastecimento das 180 cidades deixaria pelo menos 79, entre elas São Paulo, Campinas, Piracicaba e Santos, com falta de água se houvesse “cenário equivalente ao da pior seca da história, entre 1951 e 1956″.
O estudo registrava que a região “não dispõe de dispositivos hidráulicos capazes de garantir o suprimento quando da ocorrência de eventos críticos de escassez.” O relatório apontava que teriam de ser investidos de 4 bilhões a 10 bilhões em novos reservatórios, captações e sistemas de transferência.
Dez anos depois, enchentes continuam parando o trânsito na marginal, aquele esgoto continua obsceno, a situação do Cantareira piorou, Alckmin passou o chapéu em Brasília e os paulistanos não ficarão sequer a ver navios porque não haverá água para tanto."
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