O cultivo da cevada é a etapa que concentra os maiores gastos hídricos.
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A esse uso de recurso hídrico que não é visto, dá-se o nome de água virtual e o Brasil está entre os grandes exportadores de água virtual do mundo, além de gastar água para suprir a demanda interna, cuja média de consumo diário é de 3.780 litros por habitante. Para que seja possível calcular o impacto das produções é necessário avaliar toda a cadeia, desde a matéria-prima até o consumidor final.
No caso da cerveja a fase agrícola, ou seja, o cultivo da cevada é a etapa que concentra os maiores gastos hídricos. Segundo uma pesquisa realizada pela cervejaria SAB Miller e a ONG WWF, em 2009, 98,3% do consumo de água na fabricação da cerveja está ligado à agricultura.
O estudo foi realizado em dois países, África do Sul e República Tcheca, e apresenta uma média de água virtual que pode ser aplicada globalmente, considerando possíveis variações de acordo com o clima e a forma de cultivo. Mesmo assim, a pesquisa considera os gastos de água com a produção da cerveja baixos, já que o café e o vinho têm a pegada hídrica três vezes maior.
O mesmo cenário se repete em outros produtos de origem agrícola, o que faz com que este setor da economia seja o responsável por mais de 60% dos gastos hídricos do Brasil. No entanto, os cálculos em relação à água virtual ainda são pouco conhecidos da maior parte da população brasileira. Por isso, o tema já foi alvo de campanhas de conscientização, estudos científicos e materiais informativos.
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