“Chávez está coberto de razão quando afirma que os Estados Unidos usa um peso e duas medidas nos conflitos em curso no Oriente Médio. Isto fica evidente no silêncio cúmplice diante dos últimos acontecimentos na Arábia Saudita, dominada por uma ditadura entreguista e submissa aos interesses do império. Também não se vê na mídia capitalista reportagens editorializadas sobre o tema, como ocorre em relação à Líbia.
Vermelho
A monarquia saudita lançou às ruas das principais cidades da Arábia nesta sexta-feira (11) um gigantesco esquema policial de repressão para evitar o "Dia de Fúria", protesto programado por manifestantes antimonarquistas para pressionar por reformas no poder ditatorial que governa o país há 85 anos.
Em algumas localidades, a polícia chegou a disparar contra o povo. As manifestações estavam previstas para o meio-dia, depois das orações desta sexta-feira, dia considerado pelos islâmicos como "santo". Porém, enquanto as mesquitas se esvaziavam, as forças de repressão instauravam postos de controle em pontos-chave de várias cidades.
No estratégico centro comercial Olaya, na capital Riad, onde manifestantes foram convocados a se reunir, centenas de membros de segurança cercaram uma mesquita e examinavam os documentos dos motoristas.
Os manifestantes exigem a eleição de um novo Parlamento e de um novo governante na ditadura monárquica. Outros ativistas convocaram protestos nacionais para 20 de março.
O ministério da Informação levou jornalistas para um tour por Riad, que revelou apenas uma forte presença das forças de repressão, sem sinais de manifestações. A cidade portuária de Jidá, no Mar Vermelho, a segunda maior cidade saudita, também estava superpovoada de policiais.
Tiros em manifestantes
Nas cidades menores, onde a força policial não era tão grande a ponto de dissipar as tentativas de reunião, houve disparos por parte de policiais contra alguns manifestantes.
Em Catifa, na província oriental, três manifestantes xiitas foram atingidos por disparos da polícia, que dispersava um protesto na noite de quinta-feira. Os disparos foram feitos quando cerca de 800 manifestantes, todos xiitas e incluindo mulheres, tomaram as ruas de Catifa exigindo a libertação de nove prisioneiros políticos xiitas.
Um pequeno protesto pedindo reformas e a libertação de prisioneiros xiitas também foi realizado no local.”
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