A empresa de consultoria política Arko Advice, divulgou hoje um balanço do cenário eleitoral da disputa presidencial desse ano em que atribui amplo favoritismo de vitória para Dilma Roussef, apontando a possibilidade da decisão acontecer em favor desta, ainda no primeiro turno da votação.
Entre os motivos apresentados para justificar essa condição de favoritismo está uma suposta “imparcialidade” dos meios eletrônicos de mídia e que, segundo a consultoria, destoa do comportamento da mídia impressa, e por esse motivo não é capaz de influenciar o eleitorado suficientemente para motivar uma inversão nas tendências:
Por Arko Advice:
“A primeira é a de que a mídia eletrônica – que pode arbitrar as eleições – tende a não entrar na campanha. Ou seja, não deve apoiar abertamente nenhum candidato, o que ajuda a candidata governista. Caso a mídia eletrônica adotasse o mesmo comportamento da grande mídia impressa, Dilma poderia enfrentar problemas junto ao eleitorado.Como os vieses anti e pró-governo tendem a ficar limitados aos arraiais da mídia impressa e da internet, que ainda não é lá grande coisa em termos de formação de tendências políticas, o efeito sobre a campanha é pequeno.No entanto, quando se trata de mídia de massa, o noticiário é desodorizado, pasteurizado e raso. Tende a mostrar as eleições como um matter of life, tal qual outros eventos do dia a dia. Talvez, adiante, o noticiário esquente um pouco, mas aí a propaganda eleitoral já estará no ar para favorecer os líderes.”
Apesar da empresa poupar os veículos de mídia eletrônica, que também são partidários, tenho que reconhecer que é um avanço que uma empresa de consultoria política de renome reconheça que a mídia impressa perdeu a capacidade de se auto-proclamar imparcial, como faz regularmente em editoriais do tipo “me engana que eu gosto”.
Se os analistas da ARKO ADVICE reconhecem a parcialidade pró-psdb da mídia impressa é porque os jornalões chegaram a um nível de radicalização que não pode mais ser ignorado por analistas profissionais, sob risco de perderem a confiança de seus clientes e a reputação construída com o tempo.
A sociedade alcançou um nível de consciência política em que não aceita mais tutores para fazer as escolhas políticas que ela pode fazer por si mesma. Pessoalmente, eu acho que imprensa que preze a credibilidade e não acordos espúrios e contratos com grupos políticos deve sempre ter postura neutra em um processo eleitoral, no entanto se não for possível se manter neutro, a honestidade deve estar em primeiro lugar, e uma declaração de posicionamento político se faz necessária, ou melhor, imprescindível.
Quando jornais como a Folha, Globo e Estadão, além de outros jornais de outros centros que seguem a mesma “linha editorial”, declaram que estão neutros nas eleições, a despeito de um noticiário que claramente tenta prejudicar um lado e beneficiar o outro, eles estapeiam seus assinantes e leitores regulares, deixando evidência da falsidade intelectual que eles cometem.
Constatada a participação de jornais agindo como cabo eleitorais para determinadas candidaturas, cabe ao Ministério Público Eleitoral, que está sempre atento para pequenas irregularidades, investigar se há uso do poder econômico para favorecer um candidato e prejudicar seu maior rival.
By: Blog do
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