Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação
“O Brasil continua impactado com a tragédia ocorrida numa escola pública municipal no bairro carioca de Realengo que provocou a morte de 12 estudantes adolescentes e ferimentos em outros 10. As representações sindicais dos professores decidiram entrar com uma ação responsabilizando o Governador Sérgio Cabral e o Prefeito Eduardo Paes por negligência na questão da segurança nas escolas do Rio, segundo a diretora Vera Nepomuceno, do Sindicato Estadual dos Professores (SEPE).
Teve repórter do gênero mais realista do que o rei dizendo não ser o momento apropriado para falar destas coisas. Quando seria? Quando a mídia de mercado decidir? Aí nunca acontecerá o questionamento.
Um ex-aluno da escola com problemas mentais entrou tranquilamente no local com uma mochila onde estavam escondidos dois revólveres calibre 38 e 32, utilizados para matar 10 meninas e dois meninos. Alguém precisa ser responsabilizado pelo abandono em que se encontram as escolas municipais do Rio, frequentada em sua imensa maioria por jovens estudantes de origem humilde. Isso para não falar da qualidade do ensino, agora seguindo os preceitos do Banco Mundial. O tema vale um aprofundamento em algum momento.
Não é de hoje que professores têm denunciado a falta total de segurança. Só existe para coibir a violência uma bissexta ronda de guardas municipais e isso apesar dos alertas. Se o governo e a prefeitura realmente se importassem com as denúncias, a tragédia poderia ter sido evitada ou teria sido dificultada a ação do assassino. Por esta e outras, as representações sindicais dos professores resolveram agir judicialmente. É possível que a mídia de mercado não dê suficiente cobertura para a decisão dos professores, por motivos óbvio$.
E ainda por cima os canais de televisão, sobretudo a Globo, para variar inventaram Rodrigo Pimentel, ex-comandante do Bope como comentarista. Ele anda dizendo que as escolas não precisam nem de porteiros. Com toda a sua “sabedoria”, Pimentel afirmou em alto e bom som que a tragédia não poderia ser evitada, porque se não deixassem o psicopata entrar na escola ele teria feito tudo o que fez na porta. Trata-se de um exercício de futurologia e não de análise. Ou seja, aí tem.
O descaso do poder público na zona oeste e outras áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro é visível. Tanto que em Realengo os moradores aproveitaram a presença das autoridades máximas do Estado e do Município para fazerem as denúncias com faixas e cartazes sobre as precárias condições de vida que se encontram os moradores, cansados do marketing mostrando o Rio como se estivesse a mil maravilhas. O negócio agora do Governo do Estado e da Prefeitura do Rio está voltado para os megaevento$ lucrativos de 2014 e 2016.”
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