Assunto do momento, a Copa do Mundo se tornou muito mais um "evento" do que uma competição esportiva. Parece pouco importar o fato de que a qualidade futebolística chegou ao fundo do poço. E não pára de escavar o subterrâneo. Desde que haja festa, jabulani, supercâmera e os demais agregados comerciais. Esse texto de José Roberto Torero exemplifica a frustração de quem espera ver futebol de verdade. E olha que foi escrito antes do clássico Bragantinosil versus Bragantinugal.
Tirando um ou outro time, um ou outro jogo, a verdade é que a Copa não está sendo um grande espetáculo. É como se fosse um campeonato só de Bragantinos, times esforçados mas sem muito brilho, que até podem chegar a uma final de campeonato, mas não empolgam.
Tirando um ou outro time, um ou outro jogo, a verdade é que a Copa não está sendo um grande espetáculo. É como se fosse um campeonato só de Bragantinos, times esforçados mas sem muito brilho, que até podem chegar a uma final de campeonato, mas não empolgam.
Temos Bragantinováquias, Bragantinovênias, Braganterras, Bragantálias, Bragantinos do Norte e do Sul. Todas as seleções jogam muito parecido. Se trocassem o uniforme da maioria delas, não saberíamos quem é quem.
Nem os africanos escaparam. Numa tentativa de acelerar seu desenvolvimento, eles chamaram técnicos estrangeiros e moldaram seu futebol à europeia. Acabaram perdendo o que tinham e não encantam mais. Viraram Bragantinos do Marfim, Bragantarões, Bragangérias.
Isso acontece em grande parte porque não há tanto talento no mundo quanto se espera, mas também por medo. O Brasil, por exemplo, poderia escapar do esquema tático bragantino, mas optou por segui-lo fielmente. E assim, em menor escala, com outras seleções.
A esperança é que na próxima fase, com a obrigação da vitória, as equipes se lancem mais à frente, ousem mais. Porém, pode acontecer exatamente o contrário. Vai ser a luta entre o medo e a esperança, entre o não perder e o ganhar.
Talvez estes tempos sejam meio medrosos mesmo. Não há utopias sociais, não há grandes revoluções morais, nem nada. Talvez estejamos num tempo em que mais se quer não perder do que vencer.
O texto foi extraído do blog do Torero, http://blogdotorero.blog.uol.com.br/
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