Por Ayrton Centeno
Primeira escola superior federal brasileira com vocação internacional, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) iniciará suas atividades no próximo mês de agosto, em Foz do Iguaçu/PR, na tríplice fronteira que une Brasil, Argentina e Paraguai. No começo, terá seis cursos de graduação com 300 alunos. Será, ainda, a primeira universidade brasileira bilíngue – português e espanhol – mas também aberta para os demais idiomas falados na América Latina. “Na verdade, o continente é multilíngue e teremos uma área muito forte de língua e literatura para tratar disso”, antecipa o pró-reitor de planejamento e administração, Paulino Motter. A diversidade se expressa também na direção da Unila, onde o reitor, Hélgio Trindade, é brasileiro e o vice-reitor, Gerónimo de Sierra, uruguaio.
Com sua criação assinada pelo presidente Lula em janeiro – a 13ª universidade federal fundada em sete anos, superando o recorde de dez da era JK- a Unila “sinaliza duas coisas”, segundo o pró-reitor: tendência de transnacionalização da educação superior e a integração “afetiva e afirmativa” do Brasil com a América Latina, dentro da estratégia de ser um protagonista mais ativo na cena mundial. Provisoriamente, a Unila funcionará em prédios cedidos do parque tecnológico da usina de Itaipu. Quarenta hectares junto à Itaipu Binacional abrigarão seu futuro campus que já possui projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Dos 300 alunos iniciais, 150 virão do Brasil e a outra metade dos países latino-americanos. No segundo semestre, com 50 vagas em cada um, a Unila oferecerá os cursos de Ciências Biológicas, Ecologia e Biodiversidade; Relações Internacionais e Integração; Economia, Integração e Desenvolvimento; Sociedade, Estado e Política na América Latina; Engenharia Ambiental e de Energias Renováveis; e de Engenharia Civil de Infraestrutura. Estão sendo contratados, por concurso, 30 professores brasileiros e latino-americanos.
Além da Unila, o Ministério da Educação vai inaugurar mais duas universidades de perfil similar. Uma delas é a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com sede em Redenção, no Ceará. A localização deve-se a um fato histórico. Foi em Redenção que, cinco anos antes da promulgação da Lei Áurea, 116 escravos receberam alforria. Na última quarta-feira, 09/06, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), do Senado, aprovou a criação da escola. A atuação da Unilab estará centrada na promoção do desenvolvimento regional e no intercâmbio cultural, científico e educacional no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Também está sendo implantada a Universidade de Integração da Amazônia (UNIAM), com sede em Santarém, no Pará, e que terá cinco institutos – Ciências Florestais, Recursos Aquáticos, Ciências Exatas e da Terra, Ciências da Sociedade e Educação.
by; Brasília Confidencial
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