domingo, 23 de maio de 2010

A patética carta de Obama a Lula sobre o Irã (em retrospectiva)


 Brasília Confidencial , com agências

Agência Reuters revela que Obama apoiou Lula a mediar o acordo com Irã
Líder da reação de desconfiança ao acordo mediado pelo Brasil e a Turquia e estabelecido entre a Turquia e o Irã, sobre a questão nuclear, o governo dos Estados Unidos estimulou esse acordo duas semanas antes de que ele fosse celebrado. Segundo revelou ontem a agência internacional de notícias Reuters, o presidente norte-americano, Barack Obama, enviou carta ao presidente Lula não apenas apoiando a iniciativa de negociação com o governo iraniano, mas, ainda, sugerindo condições.

O acordo foi fechado segunda-feira. Um dia depois, os Estados Unidos, apoiados por França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha, apresentaram na ONU uma proposta de imposição de novas sanções contra o Irã.
Conforme a Reuters, o presidente Obama escreveu a Lula que “uma decisão do Irã de enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento para fora do país geraria confiança e diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano”.
O acordo celebrado em Teerã prevê exatamente o que consta na carta: 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido serão enviados para território turco e, em troca, o Irã receberá 120 quilos de combustível nuclear.
Em outro trecho da carta revelada pela agência, Obama escreveu:
”Nós observamos o Irã dar sinais de flexibilidade ao senhor e outros, mas, formalmente, reiterar uma posição inaceitável pelos canais oficiais da Agência Internacional de Energia Atômica”.
O Irã assinou um documento se comprometendo com os termos acertados junto aos governos do Brasil e da Turquia. O texto será encaminhado segunda-feira à AIEA.
Em Washington, a Casa Branca não confirmou nem negou a existência da carta. A assessoria alegou que não pode divulgar o conteúdo de cartas oficiais do presidente Barack Obama. Em Brasília, a assessoria da Presidência da República confirmou que Lula recebeu correspondência de Obama. Não divulgou o conteúdo, mas reiterou declaração feita quarta-feira pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
“Quem primeiro nos falou, inclusive que nós deveríamos nos interessar, aliás, que o presidente Lula devia se interessar em ajudar na questão do Irã foi o presidente Obama. E nós temos agido, temos conversado, como sempre, com os Estados Unidos. Há uma divergência, obviamente, sobre a maneira de conduzir o tema, mas há um objetivo em comum, que é conseguir uma solução pacífica para a questão”, afirmara o ministro.
http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=15958

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