Francisco Solano de Lima - João Pessoa - PB
Vozes do retrocesso democrático revelam um desejo incontido. Insinuam usando disfarces verbais aquilo que outrora foi dito por Carlos Lacerda, contra o então candidato Getúlio Vargas.
"Não pode ser candidato, se for não pode ser eleito; se for eleito, não pode tomar posse; e se tomar posse não pode governar, a gente derruba". [Carlos Lacerda (UDN-RJ), jornal Tribuna da Imprensa, em 1950].
Em 1954, muito pressionado, o presidente eleito, Getúlio Vargas, cometeu o suicídio, deixando a famosa carta que explicava a sua atitude, e com este gesto extremo reagiu aos golpistas. Diante desse trágico acontecimento, logo veio o clamor público e o golpe foi então adiado.
Em 1955 os golpistas voltaram a carregar as baterias, houve uma tentativa de golpe, que quase impediu a posse do presidente Juscelino Kubitschek, eleito pela coligação PSD-PTB, em 3 de outubro. A oposição derrotada (UDN) tentou impugnar o resultado, recebendo o apoio embutido da Marinha e da Aeronáutica. Mas, o general Henrique Teixeira Lott, então ministro da Guerra, militar exemplar, nacionalista e legalista, colocou os tanques nas ruas do Rio de Janeiro, para dissuadir a trama, e assim, a tentativa fracassou.
Em 1961, depois da renúncia espontânea do presidente Jânio Quadros, houve uma tentativa de golpe contra a posse legal do vice-presidente João Goulart. Este havia sido eleito com enorme quantidade de votos. Nesta fase os candidatos a vice-presidentes eram votados separadamente.
Dez anos depois viabilizaram o golpe teleguiado pelos Estados Unidos. Em alto mar do litoral brasileiro uma frota norte-americana aguardava o sucesso do golpe encomendado, como de fato aconteceu, em 1º de abril de 1964, (ou 31 de março como querem os antigos golpistas). Nesta fase, com exceção do jornal Última Hora, toda a imprensa pediu e comemorou o golpe, que resultou em 21 anos de ditadura.
Depois, implantada e consolidada a ditadura, o feitiço virou contra o feiticeiro. Mais tarde, Carlos Lacerda, um dos expoentes do grupo civil-militar que apoiava o golpe de Estado terminou também sendo cassado.
Em 2005, na fase do "mensalão", a extrema-direita oposicionista andou elaborando a hipótese de um golpe. Mas, pesquisaram e perceberam que a maior parte do povo brasileiro continuava apoiando o presidente Lula, então retrocederam. Eis aqui o significado da frase, o presidente Lula está blindado!!
Depois disto, mudaram de tática e passaram a sabotar politicamente usando a mídia (PIG) com toda força. Agora, queriam ver o presidente Lula "sangrar". Isto foi dito abertamente por alguns líderes do DEM e seguidores. A mídia repercutindo a frase sem medir o tamanho da estupidez. Mas, o tenebroso plano político não deu certo.
Agora, o presidente Lula está chegando ao final do seu mandato, com enorme apoio popular e um estrondoso sucesso no campo internacional. Mundialmente reconhecido, solicitado, querido, aplaudido. Como uma enorme águia plana nas alturas, onde nenhum abutre pode jamais lhe alcançar.
Enquanto isto, escondidos, enrustidos, os gabirus fuçam nas águas turvas da mentira. Assim, terceirizam a fala, aquilo que gostariam de falar abertamente em favor de um golpe, e para tanto, interpretam e repercutem o que dizem alguns conhecidos membros tagarelas do poder judiciário.
Em 2010, a mesma mídia e os mesmos "jornalistas" auxiliados por "analistas" que defenderam a legalidade do golpe hondurenho, agora sonham transplantar para o Brasil essa nova versão de golpe, made in USA, que eles chamam de soft power. Impulsionados pelo desejo exacerbado, cegos pela paixão, tentam ensaiar um arremedo da mesma novela da falsa legalidade.
Os defensores do atraso farão tudo para tumultuar o processo eleitoral. Nesta luta nada deve ser ignorado, subestimado, esquecido, incluindo as manobras jurídicas eleitorais. Mas é sempre bom ponderar, avaliar corretamente os fatos para não entrar no jogo sujo desses gabirus da mídia mercantil.
Com base na verdade dos fatos vamos continuar fazendo a parte que interessa, esclarecendo, agregando, somando, e sem esquecer de apoiar também os parlamentares progressistas, os candidatos a deputados e senadores, para que se possa eleger e melhorar a bancada no Congresso Nacional.
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