A melhor antevisão do que nos espera no restante do mês do cachorro louco é a do dirigente dos sem-teto, Guilherme Boulos, neste artigo aqui:
"Agosto será um mês decisivo, em que as ruas colocarão em jogo projetos distintos para o Brasil.
De um lado, a 'nova direita' convocou mobilizações para o dia 16, com apoio declarado do PSDB, da Rede Globo e da maior parte da mídia. (...) Querem aproveitar o avanço da Lava Jato e a corrosão do apoio ao governo para emplacar o impeachment de Dilma.
...Do outro lado, em 20 de agosto, movimentos sociais de todo o Brasil estão organizando mobilizações para apresentar outras saídas para a crise. MTST, MST, CUT, CTB, Intersindical, UNE, setores da Igreja Católica, movimentos negros e de juventude estarão nas ruas defendendo direitos sociais, enfrentando o ajuste fiscal do governo Dilma, mas enfrentando também a ofensiva da direita golpista e as manobras de Cunha".
Torcer, eu torcerei para o time do dia 20, obviamente.
Mas, sinto na espinha o mesmo calafrio de quando, pouco antes da partida contra a Alemanha na última Copa do Mundo, soube que o Felipão escalara o atacante Bernard ao invés de um meiocampista defensivo.
A tal nova direita entrará em campo unida em torno do objetivo claro e definido de derrubar Dilma.
A constelação de forças progressivas tentará, ao mesmo tempo, defender o mandato da Dilma e derrubar a política econômica da Dilma.
O povão não vai entender a sutileza. E os que têm prevalecido ultimamente concentrarão fogo, enquanto os que têm se mostrado mais fracos vão lutar em duas frentes. Conclusão óbvia: será enorme a chance de sofrermos outro 7x1.
A menos que a presidenta desate o nó o quanto antes, exonerando Joaquim Levy e anunciando que o governo desistirá da política econômica neoliberal, reassumindo as bandeiras tradicionais do PT. Aquelas sob as quais ela se reelegeu.
Ainda dá tempo, desde que a Dilma se compenetre de quão decisiva será a batalha das ruas. Se a nova direita der mais uma demonstração de força e as forças progressistas de fraqueza, o impeachment se tornará praticamente inevitável.
Tira o bode da sala, Dilma!!!
Tira o bode da sala, Dilma!!!
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