Mas a questão mais comum é se estes feitos da ficção poderiam ser repetir na vida real, se é mesmo possível viajar no tempo.
A possibilidade das viagens no tempo está sendo investigada por pesquisadores na Universidade de Birmingham, na Grã-Bretanha. Esta equipe faz parte de um projeto maior, um programa de pesquisa sobre a natureza do tempo que envolve universidades na Austrália, Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Turquia.
Mas eles estão analisando algumas grandes ideias, levantando questões não apenas sobre física, mas também sobre filosofia e a natureza da realidade.
Nikk Effingham, chefe do departamento de filosofia em Birmingham, está liderando o projeto com Alastair Wilson, especialista, entre outras coisas, em filosofia da física.
E, de acordo com Effingham, a possibilidade de viagens no tempo é "infinitesimal", mas não é impossível.
'Paradoxo do avô'
O projeto de Birmingham também vai tratar de alguns argumentos clássicos contra as viagens no tempo, como o "paradoxo do avô". Segundo este paradoxo, se alguém pudesse voltar no tempo, esta pessoa poderia matar os próprios avós e, com isso, tornar impossível o nascimento do viajante no tempo.
E, se o viajante no tempo nunca nasceu, ele nunca poderia voltar. Com isso, a viagem no tempo se transforma em uma impossibilidade.
No entanto, filósofos têm um outro argumento segundo o qual, para evitar este processo de acabar com a possibilidade da própria existência, qualquer viajante no tempo seria sempre impedido de matar os avós: a arma iria emperrar ou então eles acertariam a pessoa errada.
Isto aconteceria para que a linha do tempo não fosse interrompida.
O viajante no tempo pode fazer mudanças que vão desencadear novas sequências de eventos nestes mundos diferentes, sem interromper a linha do tempo original.
Física fundamental
Isto significa que a pesquisa é uma forma de pensar sobre o tempo não como uma maneira de medir as horas e dias, mas como uma dimensão mais parecida com o espaço.
Wilson afirma que, se uma pessoa pudesse viajar dentro destes conceito de tempo, ela entraria em uma espécie de portal, loops temporais, onde uma pessoa pode ir e então voltar ao mesmo lugar - algo descrito pela física como "curvas temporais fechadas" (CTC, na sigla em inglês para "closed timelike curve").
Mas, quando questionado se isto algum dia poderia acontecer, o pesquisador prefere ser mais realista.
Bradford Skow, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) afirma que, "mesmo se a viagem no tempo seja coerente com as leis da física", ainda não significa que pessoas vão entrar em máquinas do tempo.
Skow publicou recentemente um livro a respeito dos conceitos de tempo, Objective Becoming
Tempo e experiência humana
A fascinação com o tempo também reflete como ele é intrínseco à experiência humana e de todas as criaturas vivas.
O tempo está entrelaçado com os ritmos naturais do dia e noite, nascimento e morte, o batimento do coração e até às menores unidades da natureza e à origem do universo.
Mas há outro argumento contra a ideia de que a viagem no tempo possa se tornar possível em um futuro distante, quando a tecnologia progredir.
Se isto acontecer realmente no futuro, como ainda não encontramos os humanos do futuro, que voltaram para nos visitar aqui no passado?
Mesmo que a perspectiva de trombar com um viajante no tempo seja remota, Wilson afirma que estas viagens intelectuais rumo ao desconhecido têm valor.
"As pessoas se dividem entre aquelas que perguntam: 'existe uma possibilidade prática de acontecer durante a minha vida?' e quando você responde 'não', elas não se interessam mais."
"E também há muitas pessoas que estão interessadas nestas questões (...) pois elas levam a algumas questões fundamentais sobre a humanidade", disse."
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