Paulo Nogueira, DCM
"Dois anos atrás, num encontro de diretores da Abril com jovens talentos recrutados para treinamento, foi-lhes perguntado quem via o Faustão.
Ninguém.
O Fantástico?
Ninguém.
O ambiente festivo, na ocasião, só foi sacudido quando rarefeitas mãos se ergueram quando foi perguntado quem lia a Veja.
Aqueles garotos e garotas representavam, numa expressão, a Era Digital.
Um estudo global da consultoria PWC – antiga Price Waterhouse – faz você compreender a força transformadora da internet no universo da mídia.
A internet, aponta o estudo, está se aproximando velozmente da televisão para se tornar a mídia que atrai mais investimentos publicitários.
Globalmente.
“Em 2013, o total de publicidade na internet foi de 117,2 bilhões de dólares”, afirma a PWC. “Este montante deve subir para 194,5 bilhões em 2018, num crescimento de 10,7% ao ano. É um salto significativo em relação a 2009, quando a tevê atraiu 132 bilhões de dólares em publicidade e a internet apenas 58,7 bilhões.”
Na Inglaterra, um terço do bolo publicitário já pertence à internet. Nos Estados Unidos, também.
No Brasil, a marcha é mais lenta. O pedaço da internet é metade daquilo, cerca de 15%.
Mas passos significativos vão sendo dados também em solo brasileiro.
No âmbito do governo federal, a Era Digital está ainda menos refletida nos gastos com publicidade.
Em 2012, a cota digital no total da publicidade governamental foi de 5,3%. A da televisão, de 62,6%.
A Secom, divisão do governo que administra a receita de publicidade, trocou de chefia, há alguns meses.
No comando agora está o jornalista Thomas Traumann, a quem, segundo foi veiculado, está atribuída a tarefa de fazer refletir a exuberância digital na publicidade do governo.
O chamado orçamento de base zero pode contribuir neste desafio.
Nele, como fazem corporações bem geridas, cada despesa em toda área é determinada não a partir do que se gastou no ano anterior – mas da base zero.
É uma forma de ganhar eficiência e evitar aumentos inerciais.
A “base zero” na Secom pode ser extraordinariamente útil neste segundo governo Dilma, assim como um olhar mais profundo para a revolução digital que varre a mídia."
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