terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mundo Big Brother





Pratap Chatterjee, Bureau of Investigative Journalism / CartaCapital

“Uma indústria multibilionária secreta está oferecendo sistemas de ponta que permitem que governos identifiquem, rastreiem e monitorem qualquer um através de seus telefones e computadores.

É o que uma coletânea de centenas de e-mails promocionais e outros materiais de marketing obtidos pelo WikiLeaks revelam.

Uma empresa alemã oferece a habilidade de rastrear “opositores políticos”; uma compania italiana alega poder controlar smartphones remotamente e usá-los para escutar conversações e fotografar os donos; uma empresa americana permite usuários “ver o que eles [os espionados] veem”; uma empresa sul-africana oferece ferramentas para gravação de bilhões de chamadas telefônicas e armazenamento eterno para o material.

Este material está sendo publicado pelo WikiLeaks e pela ONG Privacy International, um grupo de Direitos Humanos sediado em Londres.
Os arquivos jogam luz sobre uma indústria sombria que vale 5 bilhões de dólares e está crescendo rapidamente. Este tipo de propaganda não é aberta ao público. Pelo contrário: elas são enviadas a contatos-chave – geralmente agências governamentais e forças policiais – em feiras de negócios que são fechadas ao público e à imprensa.

Um roteiro de Hollywood?

Os documentos foram coletados de mais de 130 empresas sediadas em 25 países, desde o Brasil até a Suiça, e revelam uma gama de tecnologias sofisticadíssimas que parecem ter saído diretamente de um filme de Hollywood.

Mas essas empresas são reais. E dão consistência aos ativistas que garantem que esse setor que está se proliferando constitui uma nova e não regulada indústria de armas.
“Estes documentos revelam uma indústria vendendo ferramentas não apenas para alvos de intercepções legais…  mas para vigilância em massa. Estas ferramentas permitem a  governos vasculhar emails, conversas e mensagens de textos de populações inteiras, armazenar, procurar e analisar. Assim como o Google guia sua busca na web. Permitem a um policial à paisana rastrear qualquer um que diz algo rude sobre um ditador. “Não é de se espantar que essas empresas trabalham para países como Egito, Síria e Irã”, diz Ross Anderson, professor de Engenharia de Segurança na Universidade de Cambridge.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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