“Na última semana, órgãos encaminharam ao Senado um documento esclarecendo as questões que precisam ser revistas para que o conjunto de leis possa aliar desenvolvimento agrícola à preservação ambiental
Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil/SBPC/ABC/Jornal da Ciência
Após a polêmica aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, que ocorreu em maio deste ano, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) emitiram uma nota que classificava a decisão como precipitada, e que afirmava que nenhuma das entidades havia sido convidada a participar dos debates sobre o código.
Mas as autoridades políticas ainda têm tempo de considerar o parecer científico dos dois órgãos. Na última semana, a SBPC e a ABC emitiram um documento, enviado ao Senado Federal, que discorre sobre alguns pontos da nova legislação que precisam ser corrigidos para que o código possa de fato atender as demandas da agricultura brasileira sem negligenciar as questões ambientais.
O documento encaminhado ao Senado, juntamente com o livro “O Código Florestal e a Ciência: Contribuições para o Diálogo”, também de autoria da SBPC e da ABC e publicado em abril de 2011, apresenta um sumário resumido e uma parte mais detalhada com uma bibliografia indicativa, nos quais as entidades ressaltam e analisam os pontos que precisam ser modificados no novo código.
“No primeiro estudo, publicado em livro, defendemos que a Ciência tinha que ser ouvida nas discussões do Código Florestal; é um documento mais geral que aborda como a Ciência poderia ajudar nos debates”, explicou José Antônio Aleixo da Silva, coordenador do grupo de trabalho que desenvolveu o documento e secretário da SBPC, ao Jornal da Ciência.
“Agora o texto é mais objetivo e ataca pontos específicos que o grupo entende que devem ser revistos, que merecem maior dedicação dos congressistas. Trazemos uma posição mais clara dos pontos que merecem maior atenção. Esperamos que esse texto tenha grande impacto, que seja levado em consideração, porque a briga política em torno do Código é grande”, concluiu Aleixo.”
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